Irmãos?! Não! escrita por sisfics


Capítulo 5
Capítulo Cinco: Seu pescoço é tentador.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vcs..



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Bella Pov


Uma estranha luz me acordou. Que iluminação era aquela? Abri os olhos e fitei por alguns segundos, ainda sem entender, a minha janela. Sol?

Levantei correndo e puxei a cortina. O calor encheu meu rosto, assim como a luz amarela preencheu o quarto.

- Sol. - sussurrei.
- Tá lindo o dia, não é mesmo? - ouvi a voz da minha mãe.

Me virei e a vi entrando pela porta.

- Podemos conversar? - perguntou.

Droga. Minha mãe querendo conversar? Eu não ia sair bem dessa.

- Claro, mãe. - já me preparava para o pior.

Ela caminhou até mim e segurou meu rosto entre os dedos.

- Você está feliz, Bella? - a pergunta me pegou de surpresa.
- O-o que?
- Felicidade. Quero dizer, o meu casamento com Carlisle foi algo tão rápido. Tão urgente. Eu, ao menos, perguntei uma vez sequer se você concordava com isso.
- A vida é suaa Eu não tenho que concordar com nada. - a interrompi.
- Bella, não entende isso, mas você é minha vida, querida. E eu só fico realmente feliz, quando você está feliz. - porque tinha que ser tão fofa?
- Mãe - comecei pegando suas mãos e olhando nos seus olhos - Você não precisa me pedir permissão para nada. Nem para casar com Carlisle, nem para raspar a cabeça e tatuar o corpo inteiro. - riu da minha brincadeira - Você sabe o que faz, mãezinha. E eu confio tão cegamente nas suas decisões quanto confio nos seus conselhos. Eu adoro o Carlisle. - isso não era mentira - E se você está feliz, é o que mais me importa.

Sorriu discretamente.

- E quanto ao Edward? - perguntou ainda sorrindo.

Tinha que falar nele. Estragou meu dia.

- Bem, já o agüentava na escola mesmo. São só seis horas a mais. - sorri de nervoso.

Seis horas intermináveis e insuportáveis. Riu um pouco e suspirou tranquila.

- Que bom, querida. Você não sabe o quanto eu pensei sobre isso na viagem.
- Não acredito. - gritei a assustando - Com tanta coisa mil vezes melhor para se fazer com o maridão, você estava pensando em mim, Dona Renne? - ela arregalou os olhos. - Temos que conversar, mãe. Vou te ensinar umas coisinhas.

Deu uma gargalhada e me abraçou.

- Vai se arrumar ou você vai se atrasar pra escola, okay?
- Okay, mami.

Feliz da vida, a observei saindo do quarto. Fui até meu armário e procurei uma roupa que combinasse com meu humor e a temperatura. Escolhi uma calça skin e uma camiseta branca com algumas rendas. Prendi o cabelo num rabo-de-cavalo e me maquiei. Realmente, estava muito feliz. Até maquiagem estava usando. Sai do quarto e fui até o banheiro para escovar os dentes. Desci já atrasada para o café-da-manhã.

- Bom dia. - desejei a todos.

Todos: Carlisle e Edward. Quem respondeu: Carlisle.

- Bom dia.
- Lindo dia. - enchi um copo com suco de laranja.
- Está com bom humor hoje, Bella. - disse ainda fitando o jornal.
- É mesmo.
- Milagre. - Edward deixou escapar, mas apenas eu ouvi.

Carlisle manteve os olhos baixos, então não corria risco. Encarei o Edemente e ele fez o mesmo.

- Bom dia. - sibilei.

Minha boca mexia sem voz.

- Você é escrota. - também sibilou.

Pelo visto, era ele quem estava de mau humor hoje.

- E você mal-educado... babaca.

Estava começando a ficar boa em leitura labial.

- Edward. - minha mãe disse entrando na cozinha com o telefone na mão.
- Sim Renne? - educadinho? Que fofo! Argh.
- Acabei de ligar para Alice e eu acho uma injustiça com a pobrezinha ter que vir aqui buscar a Bells. Então, tudo bem fazer isso por mim?
- Que? - gritei.
- Algum problema, filha?

Todos. Principalmente, aquela coisa irritante que ria baixinho na minha frente.

- Er. - como eu ia sair dessa?
- Pensei que você não se incomodaria. Vocês são amigos.
- Eu sei, mamãe. É que eu queria contar uma hiper novidade para meninas e vou ter que esperar.
- Hum.
- Devia ser mesmo uma hiper novidade. - Carlisle disse para si mesmo sem entender nada.
- Bem, acho que tudo está resolvido. - minha mãe pôs o telefone na base.

Me virei lentamente para ele que mantinha um sorrisinho escroto nos lábios.

- Vamos para escola, Bellinha? - perguntou irônico.
- Vou buscar minha mochila. - respondi de má vontade.

Quando desci com a bolsa nas costas, Edward já me esperava na varanda. Tranquei a porta e o acompanhei até o carro. Ele entrou primeiro. Sentei no banco e puxei a porta. Realmente, eu poderia ter batido com um pouco menos de força, mas o carro não era meu. Então, dane-se. Ele pareceu sentir dor com a forte batida. Quer atingir um homem? Atinja seu carro. Ou seu cartão de crédito. No caso dele: o volvo.

- Nunca bateu porta de geladeira, não?
- Por dentro nunca. - ironizei.

Ele arrancou com o carro puto da vida.

- Como você consegue sempre responder a tudo? - perguntou para si mesmo.
- Simples. Sou mais inteligente que você. Sempre fui.
- Você consegue ser irritante até quando não quer.
- É meu dom. Da mesma maneira que você consegue ser demente até quando não quer.
- Escrota. - rosnou.
- Escroto.

O silêncio predominou depois disso. Só via as árvores passando por mim, quando um estrondo forte do lado de fora ocorreu. O carro saiu da linha normal. Edward segurou o volante com força. Me agarrei a porta.

- Merda. - tentou parar o veículo.

Alguns metros depois conseguiu.

- O que aconteceu? - perguntei assustada.
- Fica dentro do carro. Vou ver o que houve.

Desceu com cautela, avaliando algo nos pneus. Seu rosto estava cansado. Só agora percebi.

- Bella? - apareceu de novo na janela do motorista.

Fiquei de quatro no banco para me aproximar dele. Aproximei demais.

- O que tá acontecendo? - perguntei colocando a cabeça para o lado de fora e apoiando uma mão em seu peito.
- Aconteceu aquilo ali. - respondeu enfurecido.

Olhei para baixo e vi o pneu furado. Ótimo, perfeito e maravilhoso.

- E agora?
- Sei lá. - me empurrou para dentro.

Voltei ao banco do carona. Ele entrou de novo e pegou a mochila no banco de trás.

- Cadê? - perguntou para si mesmo.
- O que você tá procurando?
- A merda do meu celular. Acho que esqueci em casa.
- Pega o meu. - abraçei as pernas.

Ele se esticou e pegou minha mochila roxa no banco de trás. Abriu o bolso da frente e colocou a mão ali dentro tateando até achar o celular, mas antes que isso acontecesse, fez uma cara curiosa e puxou de dentro da mochila a única coisa no mundo que Edward Cullen não poderia achar: meu sutiã.

"Fudeu!" - gritei para mim mesma.

Edward observou a peça vermelha de bolinhas brancas com cuidado.

- Er...o-o que isso si-signi-fica? - perguntou olhando a peça de boca aberta.

Puxei o sutiã da mão dele.

- Me dá a mochila agora.
- Não precisa nem pedir. - repetiu sem olhar para mim e jogou a mochila.

Enfiei o sutiã com a maior velocidade possível dentro do bolso e me lembrei como aquilo tinha ido parar lá.

Flahs Back on

- Esse sutiã tá me machucando. - gemi no carro voltando para casa com Alice e Rosalie.
- Tira, ué. - Rosalie disse deitada no banco de trás ouvindo seu ipod.
- Tem razão. - puxei o sutiã. O tirando sem tirar a blusa e depois pus o casaco.

Não tinha onde enfiar aquilo, então pus dentro da mochila.

Flash back off

Percebi que ele virou o rosto para o lado contrário, olhando a estrada. Que vergonha! Meu Deus. Todas as pessoas do mundo poderiam abrir minha mochila e achar aquele sutiã, mas o grande e sortudo escolhido tinha que ser logo ele. Continuei tateando todo o bolso da frente e constatei que meu celular não estava ali.

- Droga.
- Que houve? - perguntou sem olhar para mim com a voz engasgada.
- Esqueci meu celular.
- Ótimo. Vamos ter que voltar para casa.
- A pé?
- Voando. - rosnou saindo do carro e fechando a porta.

Desci junto e fechei a porta também.

- Quer ficar no carro? - perguntou, olhando para o chão.
- Não vou ficar aqui sozinha.
- Então, vamos. - saiu andando pelo acostamento.

Os passos eram largos, eu mal conseguia acompanhar.

- Espera, por favor?

Parou uns dois segundos e quando viu que já estava me aproximando, voltou a caminhar. O que diabos está acontecendo com esse cara?

Continuamos a andar pelo acostamento. Ele quase correndo e eu atrás bem mais lenta. A falta de assunto estava, realmente, me incomodando. Não sabia o que era pior: o silêncio constrangedor ou a idéia de conversar com ele depois do episódio.
Continuei caminhando bem na beira da estrada, quando escorreguei em um musgo que recobria parte do asfalto e cai. Edward ouviu o meu gemido e o barulho do choque e olhou para trás. Veio correndo na minha direção até chegar do meu lado e se agachar.

- Você tá bem?
- Porra, eu caí. O que você acha?
- Você adora essas respostas, hein?

Meu pé doía demais ali naquela posição. Tentei mexer minha perna e doeu ainda mais.

- É o mesmo pé, não é? - se referia ao da educação física.
- É.
- Quer ajuda? - perguntou pela primeira vez olhando nos meus olhos.
- Só para levantar. - sorri sem-graça.

Ele me pegou pelos braços e me puxou me colando ao seu peito.

- Quer voltar para o carro?
- Não vou ficar sozinha nessa estrada vazia com aquele carro.
- Tem razão.

Me observou calado, enquanto eu tentava tirar a terra da minha calça batendo aos poucos no jeans.

- Vou te ajudar a andar, está bem? - chamou minha atenção.
- Não precisa.
- Deixa de ser orgulhosa. - ralhou.
- Não sou orgulhosa.
- Claro que é. Nunca quer ajuda. Nunca pede desculpas. - passou um dos braços pela minha cintura e eu pus o outro pelo seu ombro, foi quando recomeçamos a caminhar - Você é pessoa mais orgulhosa que eu conheço, Isabella.
- Para de me chamar de Isabella. Que droga. Você sabe que eu não gosto.
- Você não gosta de muitas coisas. Já reparei nisso. Não gosta de Isabella. Não gosta de ordens. Não gosta de brincadeiras. Você é impossível.
- E como faço para ser possível, Sr.psicólogo? - revirou os olhos.
- Educação pode ser o primeiro passo, que tal?
- Oh, o mais cavalheiro dos homens me dizendo isso. Que ironia.
- Você devia aprender a me valorizar mais. - forcei uma risada alta.
- Ai, Edward, faça-me rir mais. Estou mesmo precisando.
- O que um pontinho verde fazia no alto de um prédio? - lhe dei um tapa no braço, mas confesso que tive vontade de rir.

- Está me irritando, sabia? Estava bem melhor antes.
- Antes de que? Do tombo da jaca pobre ou do sutiã fatal de Isabella Swan. - me soltou e fugiu do tapa, mas não ia escapar por muito tempo.
- Seu desgraçado, eu te mato. - tentei correr atrás dele.

Ele deu uma avançada até ficar a alguns metros de mim. Eu andava com dificuldade. Mas o barulho da sirene de polícia me chamou atenção. Olhei para trás e um dos carros da pequena frota de Forks estava encostando.

- Hey, Bella. - um policial me chamou.

De primeira vista não reconheci, mas depois vi que era Billy. Pai de Jacob. Amigo do meu pai, quando trabalhavam juntos na polícia.

- E então, garota?
- Oi Billy.
- Você não tinha que estar na escola? - perguntou, abrindo a porta do carro.
- É, para falar a verdade, sim. Mas o pneu do carro furou.
- Hey. - Edward se aproximou.

Billy o olhou dos pés à cabeça.

- Você é o Cullen? - perguntou assustado.
- Sou. - respondeu como se fosse óbvio.

Como se todos fossem obrigados a reconhecê-lo.

- Menino, você está grande. A última vez que te vi devia ter uns seis anos de idade.
- É faz bastante tempo.
- Billy, você daria uma carona pra gente? - perguntei mais que depressa. - O carro do Edward furou o pneu e eu acabei de virar o pé. - disse apontando para minha calça.
- Claro que dou carona. Entrem aí. - disse sorridente.

Dei a volta e entrei no banco de carona. Edward foi no banco de trás. Pelo menos íamos economizar um bom tempo.

Edward Pov

O carro sacudia um pouco.

- Foi sorte ter encontrado vocês. - Billy disse com sua voz grossa.
- Realmente, ou então teríamos que ir até em casa a pé.
- Me pareceu bem estranho dois adolescentes correndo na beira da estrada.
- É que o meu meio-irmãozinho... - me olhou pelo retrovisor - Não toma conta do carro direito e acabou que o pneu furou.
- Sei, mas Edward... - chamou minha atenção - Você não tem step, filho?
- Para falar a verdade, não senhor. - respondi sem-graça.
- Você sabe que eu poderia te multar por isso, não é mesmo? - só me fodo, é impressionante.
- Er, er-
- Mas eu não vou fazer isso. - levantou uma das mãos benevolente.
- Que pena. - Bella completou.

Billy começou a rir.

- Bem, fiquei sabendo que sua mãe casou com o Dr.Cullen, Bells.
- É. Voltaram de lua-de-mel ontem. - respondeu sem-graça.

Acho que por tratar de um assunto assim com o antigo melhor amigo de seu pai.

- O Jacob fala de muito de você em casa, sabia? - tinha segundas intenções na voz.
- O que? - Bella perguntou um pouco assustada.

Fiquei tão interessado no assunto que cheguei a me debruçar nos bancos da frente.

- Como assim? - perguntou de novo.
- Ah, ele simplemesnte fala de você.
- Hum. - ficou pensativa do nada e não gostei.

"Porque não gostei?" - pensei logo em seguida.

- Chegamos. - anunciou num trovão de novo.
- Poxa Billy, muito obrigada mesmo. Você não sabe como ajudou a gente.
- Tudo bem, Bella.
- Passa qualquer dia desses aqui em casa. Tenho certeza que minha mãe vai adorar. E você pode trazer o Jacob.

O que? Ela disse isso? Pode trazer não.

- Com certeza eu venho sim. Manda um abraço para Renne e para o Carlisle, okay? E você, menino. - completou antes que eu saísse do carro.
- Sim?
- Cuida direitinho da Bella, ouviu? Mais cuidado com essa garota. Não gostei da cena da estrada. Muito menos da situação do carro.

Legal! Agora eu tô aqui tomando esporro do pai do indiozinho.

- Tudo bem, senhor. - a ouvi rindo da minha cara.

Bella já estava na varanda abrindo a porta. Eu só me fodo mesmo. Entramos em casa e logo depois Billy tirou a viatura da garagem.

- E agora? O que a gente faz? - perguntou se sentando em uma das cadeiras da cozinha.
- A gente nada. Eu vou ligar para o seguro do carro para pedir um reboque.
- Vai ter que voltar para lá? - perguntou quase que se vangloriando por não ter que voltar também.
- Vou. - respondi de má vontade.
- Vou avisar para minha mãe que a gente tá em casa. Por sua causa perdemos o dia de aula, tá vendo? Acho que o papai Carlisle não vai gostar disso.
- Tá atacada hoje, puta merda. Não enche o saco, Bella. - respondi grosso.

Fez cara de desgosto e se calou, mas ainda levava o tom de zombaria no olhar.
Me sentei na cadeira de frente para ela e logo botou a perna machucada em cima do meu colo.

- Você já me acumulou um bom número de tombos, Edward.
- Não me agradeça por isso, gatinha. Tenho certeza que você consegue sozinha.

O telefone do reboque deu ocupado.

- Que merda.
- Me dá isso aqui? - puxou o telefone da minha mão e digitou o número que estava no cartão em cima da mesa.

Os dedos logo percorreram os números e em menos de dez segundos ela foi atendida. Passou todas as informações para o atendente e desligou. A observei toda metida porque tinha conseguido.

- Viu? Jeitinho feminino. - disse sorrindo.

Que ódio ela me dá. Com dificuldade, conseguiu se levantar, se apoiando no meu ombro e depois começou a cambalear até a porta. A segui já que teria que ir de volta para o carro. Ela abriu a porta de casa e se apoiou no batente.

- Tome cuidado. - disse baixo.
- Preocupada comigo? - encenei uma cara de surpresa - Achei que você quisesse a minha morte.
- Apesar de não ser má idéia, caso isso acontecesse, minha mãe jogaria a culpa em mim. Então, tente não ser atropelado, okay? - apenas sorri.

Mas foi saindo pela porta que percebi algo em seu pescoço. Pus minha mão ali para tirar a sujeira do tombo que tomou a alguns minutos. Bella além de se assustar, se arrepiou. Seu corpo estremeceu e ela cambaleou para dentro de casa, quase caindo nos meus braços. O toque também me afetou, era como se uma corrente elétrica tivesse me atravessado.

- Tá louco? - perguntou.
- Desculpa. - pedi me aproximando dela.

Olhou para cima encontrando meus olhos, seus lábios estavam entreabertos e vermelhos. Tive uma vontade reentina de beijá-la, mas eu não podia.
Saí andando de costas pela varanda, ainda a observando. O que acontecia comigo certos momentos? Eu tenho que parar com isso. Urgentemente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam ?