O Diabo Veste Eleanor Waldorf escrita por Neline


Capítulo 2
Os detalhes da sua incompetência não me interessam


Notas iniciais do capítulo

Então, ai está o primeiro capitulo!

Enjoy ;*



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O barulho do meu salto agulha fazia todos se virarem para mim. Algumas pessoas me seguiam, mas eu as ignorava. Passei pela recepção e entrei no elevador. Ninguém se atreveu a dividi-lo comigo. Eu subi até o último andar, meu escritório. Sim, todo o andar.

- Senhorita Waldorf, o ensaio fotográfico de fim de ano precisa ser planejado. - Jenny, minha secretária, falou me seguindo. Eu não parei, muito menos a olhei.

- Mande a grife Valentino enviar alguma coisa. Ah, quero aquelas duas estilistazinhas novas que vieram semana passada aqui também. Elas tinham um material que não era um lixo total. - Eu parei, olhando para o sapato da minha secretária. - Vá no arquivo e troque essa porcaria de Prada da coleção passada. - Fechei a porta da minha sala e larguei minha bolsa. Me escorei na minha mesa, fitando todos os desenhos de roupas e pedaços de tecido. Eu sabia que era a mais competente de toda aquela revista. Ou melhor, do mundo. Mas de qualquer maneira, elas não precisavam jogar absolutamente tudo emcima de mim, provando sua imcompetênica ... Minha secretária entrou na sala, com pressa.

- Você tem telefone. Linha dois, direto de Tóquio. - Fiz sinal para ela sair e atendi.

- Blair Waldorf falando. - Escutei uma conhecida risada do outro lado da linha.

- Blair querida, como vai? - Era James Rooshton, coordenador mundial da Vogue. Ah, ele era ótimo, e não apenas por ser gay.

- Bem J., e você? Como vão os japoneses? - Ele gargalhou.

- Pequenos demais para mim. - Nós rimos. - Estou sem muito tempo, só liguei para avisar que as 4 da tarde vai chegar uma pessoa que trabalhará com você durante uns 6 meses. - Revirei os olhos.

- Por favor, diga que não me mandou um dos seus casos para estagiar comigo. - Essa era a especialidade de James. Não quero nem lembrar do ultimo que ele me mandou, um Parisiense.

- B., querida, aquele homem está fora da minha agendinha rosa. Infelizmente. Mas enfim, você vai ter uma bela surpresa. - Alguém o chamou no fundo da linha. - Querida, tenho que desligar. Faça o teste no modelo de luxo e me conte se é tão grande como dizem. Beijinhos! - E ele desligou, antes mesmo que eu pudesse pedir quem é o homem misterioso de pinto grande que eu iria receber no aeroporto as 4 da tarde.

Eram 3:30 e eu estava no aeroporto, mexendo no meu Iphone, com vontade de voltar para meu escritório. O motorista não podia vir buscar a criatura que está chegando? Por que J. fez questão que eu viesse pessoalmente? Suspirei.

Já são 4:00 e eu acabo de ir ao balcão de informações. O voo está atrasado. Bufei ao ver que já tinham pego minha cadeira, tirando um pequeno tubo de álcool gel e um paninho da bolsa, esterilizando alguma cadeira e me sentando.

Certo, agora eu estou oficialmente estressada. São 4:10 e a porcaria do vôo ainda não aterrissou. Prestes a ter um colapso nervoso.

Ah, certo, eu estou aqui há uma hora, mas o avião finalmente pousou! Fui até a fila. O lado ruim? Eu não sabia quem eu estava procurando. O lado bom? Nenhum. Ah, tem um homem vindo na minha direção. Que horror, ele está de ombreiras! Eca, parece o Michael Jackson da periferia. Ah, tudo bem, ele foi para o outro lado.

- Procurando alguém senhorita... Waldorf? -  Um homem perguntou, logo atrás de mim. Eu me virei.

- Você é o homem que James enviou? - Ou pedi analisando ele de cima a baixo. Hm... nada mal. Ele gargalhou.

- Como se James mandasse em mim. - Ele gargalhou mais um pouco e eu revirei os olhos. Olhei para baixo. Olhei para a cara do homem.

- Calvin Klein da coleção passada? - Eu pedi para ele, apontado para seu sapato com cara de nojo.

- Não. São da minha linha exclusiva. - Ele respondeu dando de ombros.

- Ah, e quem é você para ter uma linha exclusiva? - Ele deu um sorriso torto e eu entendi porque James ficou tão eufórico. Aquele cara era definitivamente muito gostoso.

- Chuck Bass. Presidente da Vogue. - Esqueçam o que eu disse. O lancei um olhar mortal.

- Você é o retardado mental que não me deixou recobrir a Torre Eiffel de tecidos e luzes cor de rosa para a campanha Outubro Rosa. Deveria lhe deixar no aeroporto, ou pior, passar com um retroescavadeira sobre esses seus sapatos horríveis. Hunf. - Falei começando a andar, mas ele me seguiu.

- Se você fizesse isso eu lhe demitiria. - Ele respondeu com um sorriso presunçoso.

- E a revista jamais sobreviveria sem mim. Vá em frente, desempregada tenha certeza que eu não ficarei. Ficamos nos encarando por alguns segundos. Até que tudo aquilo ficou medíocre demais para mim e eu desviei o olhar, entrando na minha BMW conversível vermelha.  - Entre antes que eu reconsidere a ideia da retroescavadeira. - Ele sorriu entrando no banco do passageiro.

- Esse carro é meio chamativo, não acha? - Foi minha vez de sorrir.

- Como se eu precisasse de um carro para chamar atenção. - Disse revirando os olhos. O resto do caminho foi completamente mudo. Eu sentia o olhar dele pesando sobre mim em algumas horas, mas quando tentava o flagrar, não conseguia.

Sai do carro, sem o esperar, passando pela recepção sem olhar para os lados como sempre. Passei por todos e entrei no elevador, apertando o botão para a cobertura logo depois. A porta estava se fechando quando uma mão a interrompe. Chuck entrou no meu elevador. Ele entrou comigo no meu elevador. Cogitei a hipotese de fazer um escândalo, mas jamais desceria do meu lindo Prada, muito menos por um ser inferior daqueles, então, usei todas as minhas lembranças da aula de yoga, respirando fundo e repetindo "sua paz está sob controle" na minha mente. A porta do elevador se abriu. Acho que agora sim eu posso dar um pití. Sai, olhando para os lados. Havia um espaço para minha secretária e do lado conrário... outra secretária. Uma grande parede com duas portas estava logo na frente, uma com uma placa de sapato dourado escrito"Blair Waldorf" e outra de um terno, igualmente dourado, escrito "Chuck Bass". Me virei para trás, lentamente, tentando manter um pouco de calma

- O que significa isso? - Ele deu de ombros.

- Erta exatamente o que eu estava me perguntando. Deixei muito claro que eu queria um andar só para mim. - Bufei.

- Então tire suas tralhas daqui e vá para o andar de baixo! - Gritei, fazendo ele arquear uma sobrancelha

- Acho que não entendeu: eu quero a cobertura. - Ele falou, e eu ri. Mas ele permanecia sério.

- Você só pode estar brincando. A cobertura é minha. Eu nunca vou cede-la para você. - Eu falei, com fogo nos olhos. Eu tinha que ficar no topo, sobre todo mundo. Afinal, é quem eu sou.

- Então prepare-se para ter sua vida perfeita transformada no inferno. - Ele falou, parando a dois passos de mim.

- Boa sorte. Você vai precisar mais do que eu. - Disse, dando as costas e entrando no meu temporariamente minúsculo escritório.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

Espero que sim.

Deixem reviews *---*

XOXO. Neli ;*