Jared Lilly: Aventuras no Colegial!! escrita por raycosta


Capítulo 3
Capítulo 1 - Primeiro Dia de "Jaula" (Parte 02)




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Naqueles primeiros 10 segundos, eu já consegui fazer a minha primeira constatação: minha família e eu estávamos todos bem vestidos demais! Eu nunca pensei que as pessoas se vestissem daquele jeito – largadinhas – para irem ao colégio.

    – Em Beverly Hills talvez não... Mas aqui, sim, Lilly! – vovô confirmou as minhas suspeitas.

    – Qual o problema, meu bem?! – vovó Bella perguntou, olhando o movimento do lado de fora dos vidros do carro.

    – Lilly está se achando bem vestida demais... Mas eu bem que tentei avisar!

    – Está bem, vovô... Eu admito, você nos avisou! – suspirei, desanimada pela primeira vez – Mas eu não esperava que você, como homem, pudesse ter alguma razão nesse quesito das roupas.

    – Você está insinuado que eu me visto mal, é?!

    – Como se isso fosse possível... – revirei os olhos e ele, aparentemente, achou graça – Mas eu estou me referindo a essa mania que todo homem tem de achar que as pessoas ao redor não estão nos avaliando.

            Todos riram da minha fala. Que bom pra eles, estarem mais tranqüilos do que eu...

    – Lilly... se você achar que as pessoas estão te avaliando, apenas avalie-as de volta! Você vai começar a ver que esse exercício não produz nada de concreto, realmente! – vovô disse, dono da verdade e do saber, como sempre.

    – Ah, tá bom... além de intimidação?!

            Ele riu, dando sotaque.

    – Confie em mim... a relação de “intimidação” com você será única e exclusivamente de dentro pra fora!

    – Ah, isso com certeza, Lilly! Vai ser um milagre se alguém aqui não nos endeusar! – vovó falou, mas não com um tom presunçoso... Foi mais um lamento – Estou começando a achar que eu vou sentir saudades da época em que eu ainda podia tropeçar e me humilhar em público.

    – Sério, vó?! A coisa é tão séria assim?!

    – Você verá com os seus próprios olhos, fofinha!

            Aquela conversa toda começou a me deixar intranqüila. Aliás, mais intranqüila ainda, já que a minha afetação com a proximidade comprometedora de Seth ainda não tinha passado – e nem passaria, até que descêssemos do carro e eu tivesse a oportunidade de respirar um outro ar, que não aquele que ele estava me roubando, sem perceber! Mas, apesar do meu mau comportamento, o garoto estava completamente relaxado, observando os alunos formarem seus grupinhos, enquanto estacionávamos numa vaga próxima à entrada do prédio principal. Gostaria muito de saber o que ele estava achando dessa minha postura babaca em relação a ele, ultimamente... Eu estava sendo de uma frieza terrível com o coitado, mas também não era pra menos: havia um peso enorme de compromisso no nosso relacionamento, agora que eu já não tinha mais idade para chamá-lo de “lobinho”, sem que as minhas bochechas corassem embaraçosamente!

    Quer parar de se preocupar com isso, garota! Vocês, mais cedo ou mais tarde, vão virar marido e mulher mesmo... Então pra que esquentar a cabeça com as preliminares?!

            Gemi, e gemi pra valer! Pior que isso: grunhi com arrogância para o vento!

    – Lilly, quer que eu leve as suas coisas para a sala?! – a voz de Seth veio atravessando o meu juízo em parafusos. Ai, meu Deus... Esses olhos castanhos me encarando desse jeito vão me fazer pirar aqui!!!

    Ai, meu Deus... Eu vou vomitar!

    – CALA A BOCA!! CALA A BOCA!! – eu esbravejei, sacudindo a cabeça dentro das mãos, inutilmente.

    – Tudo bem, Lilly!

            Ai não... o Seth entendeu que aqueles gritos retardados foram pra ele!

Mas que droga, Jared, eu vou te matar na primeira oportunidade!

Me virei afoita pra me desculpar com ele, mas o seu olhar para mim foi totalmente sereno, e eu simplesmente não consegui coordenar os lábios para verbalizar mais coisa nenhuma – quase babei, de fato!

~~

            A porta se abriu para mim e eu saí, recebendo alguns pingos melancólicos de chuva na jaqueta. Minha mãe me olhou com um olhar compadecido. Esperava que ela e todo mundo realmente soubessem o quanto aquilo tudo estava sendo penoso parar mim.

Procurei não encarar rostos. Isso poderia ser confundido com um sinal de interesse da minha parte em alguma daquelas idiotices que estavam se manifestando ao meu redor. Mas, de repente, senti que todos os olhares do estacionamento estavam voltados para nós.

Que ótimo, como eu “adoro” ser o centro das atenções...

Quando pensei que as coisas não tinham mais como piorar, um par de braços desenfreados me asfixiaram por trás:

    – Você quer me dizer o que estava pensando, ao me falar aquelas coisas no carro, seu demente?! – minha irmãzinha estava agora contribuindo para agravar ainda mais a situação, pendurada em minhas costas e gritando feito a criança mimada que é... exatamente o tipo de atitude que costuma virar um prato cheio para os olhares e fofoquinhas!

            Me livrei da ceninha, desgrudando bruscamente os seus braços do meu pescoço e me afastando sem responder nada. Nem me preocupei em reparar para qual direção estava indo, contanto que estivesse me afastando dela. Mas a pirralha não desistiria tão facilmente. Fechei os olhos, prevendo seus berros à distância mesmo antes que eles se concretizassem:

    – Não fuja de mim, Jared Black... Ou eu te arrebento, ouviu bem?!

            Voltei num piscar de olhos, fazendo até com que ela pensasse, por um segundo, que sua ameaça havia surtido o efeito desejado. Mas o que eu fiz foi arrastá-la pelo braço até que encostamos em um dos carros – já com, pelo menos, 90% dos alunos olhando pra nós dois e fuxicando sem parar.

    – Você poderia, por favor, não me humilhar em público?! Eu já estou sofrendo o suficiente por estar aqui, em primeiro lugar. Não precisa sapatear na minha dor, tá legal?!

    – Foi você quem pediu por isso! – ela percebeu o que estava provocando e passou a sussurrar, embora isso não contribuísse em muita coisa – Você tem noção da vergonha que me fez passar lá no carro a troco de nada, seu doente?!

    – Você se expõe ao ridículo com, ou sem a minha contribuição, Lillian. Agora, deixa esse assunto pra lá.

    Não enquanto eu não escutar um pedido de desculpas! – ela ergueu uma das sobrancelhas e eu soube que teria de ceder, antes que ela aumentasse o volume da voz outra vez.

    – Está bem, me perdoe! Agora, me faça um favor: enquanto estivermos aqui, finja o melhor possível que não me conhece, ok?!

    – Nem precisa pedir, vai ser um prazer!

            Libertei seu braço e me preparei para continuar seguindo na direção anterior, crente na minha vitória, quando a voz da minha avó Bella clamou pelo nosso grupo:

    – Gente, vamos ter que comparecer todos juntos à recepção para pegar os nossos horários. E, pra aqueles que quiserem, um mapinha do colégio também!

            Grande...!


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