AS SEREIAS

   POV Lindsay

   Depois da vitoria contra Luke e seus capangas (monstros e meio-sangues), esperava uma comemoração, ele saiu feito um covarde, com medo da nova garota.

   Ou foi o que pensei até Grover murmurar:

   - As sereias.

   Qualquer outra pessoa não teria medo de sereias, a atualidade (filmes, seriados, etc.) as mostra como seres adoráveis com calda de peixe, que viviam nas águas.

   Sim, elas vivem nas águas, mas isso não as impede de sair dela.

   Mas elas não tem nada de peixe, mais parecem abutres.

   Elas pareciam incapazes de lutar, mas, a menos que fossemos surdos, poderiam nos matar com facilidade. Annabeth disse que se alguém sobrevive á elas – o que aconteceu uma vez com ela – fica mais sábio.

   Mas elas eram tão feias que era impossível olhar para elas e pensar que sua musica as faria parecer mais atraente, mas era o que acontecia.

   Me virei para os amigos, Luna – recentemente a mulher-lobo – estava desmaiada no chão; Natalia estava com Jason; todos os outros colocavam tampões nos ouvidos. Apenas eu, Natália, Jason e Luna não tínhamos tampões, e era tarde demais para eles.

   Um canto lindo que mataria qualquer cantor de inveja começou a soar pelos ares, imediatamente, Natália, Jason e eu olhamos. Mas estávamos conscientes demais para sermos atraídos para a morte por uma musica.

   Mas a musica não era mais a única coisa atraente nas sereias.

   Me virei para ver as sereias – um erro fatal – elas não estavam mais lá. Nós não estávamos mais no subterrâneo, estávamos no Rio de Janeiro, no verão brasileiro. Copacabana. Havia lá um piquenique, mas as pessoas nesse piquenique... Gabriel, meu irmão; Nico, meu namorado; um menino galego de olhos vermelhos – o que deveria ter me intimidado – lindo, com certeza um vampiro, mas ele me era tão atraente. E havia também uma menina de alguns sonhos que eu tive, Bianca, irmã de Nico e também Sofia estava lá; ela e Bianca ao lado de Gabriel. Era como se eles namorassem, ou melhor, como se as duas o desejassem, mas ele não era o único desejado por duas pessoas, eu tinha Nico e o menino – pensando bem, talvez não fosse vampiro, talvez fosse um meio-sangue recentemente possuído.

   - Você esta perdendo a festa, irmãzinha, vem logo – a voz de Gabriel era musica para meus ouvidos; tudo era perfeito, perfeito demais. Por um milésimo de segundo eu vi a cena real daquilo, cinco sereias horríveis com enormes bocas preparando-se para me devorar que ia chegando perto delas, Nico estava agarrado em meu braço. Mas quando esse milésimo de segundo passou, eu me esqueci dele, a cena na minha frente era tão maravilhosa que tinha de ser real. Eu comecei a correr para me juntar a eles, Nico me agarrou. Estava tão desesperada que nem parei para pensar que haviam dois Nicos, eu só queria me livrar do que me segurava, saquei a espada e lhe desferi um golpe que cotou seu braço. Eu corri. Corri para a felicidade, o Nico que havia me segurado se jogou em cima de mim.

   Eu queria ir. Mas ele era mais forte. Como podia ser tão cruel comigo? Comecei a chorar.

   - Pensei que fosse meu amigo – eu disse entre soluços.

   Ele estava com cara de culpa, mas não me soltou. Com seus tampões no ouvido. Tive uma idéia. Puxei os tampões de ouvido e ele ouviu a musica, mas alguém veio e se jogou em cima dele antes que ele tentasse alcançar o lugar mais feliz do mundo, coitado. Dane-se, eu não me importava mais com nada, eu poderia matar uma pessoa pra chegar lá, Nico me agarrou de novo, com os tampões nos ouvidos.

   - Você não me ama? – eu ainda não tinha parado de chorar.

   Eu não tinha idéia no quanto minhas palavras eram esmagadoras, eu só queria me livrar dele.

   - Quer que eu seja infeliz?

   Ele estava angustiado, em duvida se devia me soltar, o desejo de me ver feliz lutando com o de me ver segura. As duas necessidades contrarias o dilacerando.

   Ele pareceu escolher uma opção.

   Me segurou forte, me prendendo enquanto eu gritava por ajuda. Raiva. Odeio. Esse. Menino. Era só o que conseguia pensar. Saquei a Excalibur.

   Ele a tomou.

   Eu chorava e gritava tanto que ele estava com pena de mim.

   O que veio a seguir o deixou mais angustiado a seguir. Como se um raio tivesse me atingido, eu me eletrocutei, chorei e gritei, mas de dor, enquanto começava a ter noção do que estava acontecendo, mas assim que o choque passou. A musica tomou meus ouvidos e eu estava de novo em transe.

   - Eu te odeio – dei um murro que obviamente não deve ter doido em Nico.

   Eu não tinha idéia de quanto e estava sendo má.

   - Desculpa – ele disse, eu estava prestes a responder quando percebi que ele não se desculpava por estar me impedindo de ser feliz.

   Tudo ficou escuro, eu não via, ouvia ou sentia nada.

   POV Luna

   Eu acordei depois da luta, ainda mais faminta, queria carne. Me levantei, a cena a seguir não fez muito sentido para mim, já que só tive cinco segundos para processá-la. Lindsay estava no chão, com Nico agarrado em cima dela, como se para impedi-la de ir para algum lugar, ele tinha um corte que sangrava no braço, Lindsay o havia ferido. Agora ela parecia atordoada, com os olhos vazios, Nico tinha as mãos em seu rosto, uma nevoa negra saia de suas mãos e afundava na pele de Lindsay. Thalia estava em pé  logo ao lado com as mãos elétricas azuis. E Annabeth cuidava do ferimento de Nico.

   Jason estava sendo segurado por Percy,Tyson e Grover. Natália estava sendo impedida por todos os outros, eu só não entendi do que estavam sendo impedidos, mas eu só tive cinco segundos para processar tudo, depois uma linda canção tomeu meus ouvidos, todos olharam para mim apavorados como se eu fosse morrer.

   Eu vi o que Lindsay, Jason e Natália queriam e isso despertou meu interesse também. Eram animais – cinco para se ser exata – e cheios de carne, e eu estava faminta. Me transformei – em garota-lobo (o que não era nem um pouco seguro) – e fui em direção aos animais que não tive nem tempo de distinguir quais eram, abocanhei o primeiro e ouvi Jason e Natália gritarem:

   - Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!

   Devorei o primeiro rapidamente e parti para o segundo. Uma coisa interessante me ocorreu: eles também tentavam me comer. Só restavam três e eu tinha uma fome diminuída, mas ainda dava pra um. Decidi que era mais seguro matar todos eles. A musica parou e eu vi o que eram na verdade: mulheres-abutres.

   - Eca! – falei e percebi que já estava na forma humana – eu comi esses troços feios.

   Ninguém riu.

   Jason e Natália pararam de tentar ir na direção das mulheres-abutres, bem Nico estava gostando tanto de ficar naquela posição em cima de Lindsay que não parou de usar a nevoa escura.

   Mas Annabeth chamou a sua atenção eles foram matar – com muita facilidade – as sereias sobreviventes.

   POV Lindsay

   Um clarão, eu podia ver ouvir e sentir de novo, me levantei e vi meus amigos matando as sirenes.

   - Atena nos disse para capturar os espíritos – falei.

FLASHBACK ON

Uma estatua de Atena foi atingida por um raio – como no chalé de Annabeth – e os olhos e boca começaram a se mexer.

   - Lady Atena – todos nós cumprimentamos.

   - Mãe – foi a vez de Annabeth e Rex.

   - Ola – ela cumprimentou – vejo que todos conseguiram chegar aqui vivos, devo essa a Poseídon, mas Ares aproveitou – Clarisse enrijeceu, não devia ser fácil ouvir falarem mau do pai e não poder falar nada – o momento em que todos estamos preocupados com Cronos, para tentar uma guerra. Agora oficialmente Ares passou para o lado dos titãs.

   - E é por isso que temos que detê-lo... – não percebi quem disse.

   - Sinto muito, mas não vão só detê-lo... – percebi que ela falava com Clarisse, tentando consolá-la – terão que matá-lo – essa pegou todos desprevenidos.

   - Mas... se me permite dizer... – era Grover e eu só consegui distinguir a voz por causa que ela era tremula  – como vamos matar o deus da guerra – eu praticamente ouvi o negrito no termo – ele é imortal, como todos os deuses.

   - Eu sei, mas já se matou um olimpiano antes – ela era temível – porem os mortais e os deuses menores nunca ouviram falar deste deus. Por que senão saberiam que se pode matar um deus ou um titã, com a caixa de Pandora, bem pra falar a verdade, ouvi um boato e descobriram essa façanha, então fizeram o jogo god of war, neste, o personagem principal mata Ares com a caixa de Pandora.

   - Onde a achamos? – estava tão aprofundada na conversa que só conseguia distinguir a voz de Atena, as outras eram iguais.

   - No subterrâneo, depois de capturarem os espíritos das Sirenes. E não se esqueçam, depois de derrotar as sirenes, vocês receberam uma pista sobre uma das espadas do losango de cinco pontas.

   - O que são sirenes? – não consegui resistir.

   - Sirenes ou Sereias são criaturas meio mulheres, meio aves (não confundir com as Harpias), que assim se tornaram depois que Hades raptou Perséfone e logo após Deméter as transformou metade pássaro para que pudessem resgatá-la. Antigamente elas só habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália, hoje também se encontram nos subterrâneos das antigas cidades gregas. Cantam com tanta doçura que atraem os tripulantes dos navios que passam por ali. Ao se aproximar, eles são devorados. Ulisses, só conseguiu se salvar porque colocou cera nos ouvidos e se amarrou ao mastro do navio – ela disse como se fosse uma equação enorme de matemática cujo segredo estava em “2 + 2 = 4”.

FLASHBACK OFF

   - Sei disso – disse Nico divertido.

   Ele usou uma espada – que eu nunca havia visto antes – para capturar o que parecia as almas das sereias.

   - Que espada é essa?

   - Essa é Stygian, espada de ferro que o ajuda a canalizar a minha capacidade de controlar e convocar os mortos, e que também pode drenar almas para dar mais poder a espada. A espada é diferente das normais espadas dos semideus, porque apenas Hades e seus filhos podem usá-la. É difícil de forjar, porque deve ser resfriada no rio Styx que fica no Submundo, que a tornava indestrutível.

   - Mas eu nunca vi ela antes. Você pode convocar almas? Como me deixou inconsciente? O que mais pode fazer?

   Tantas perguntas.

   Nico me explicou tudo, veja bem, ele possui alguns itens e algumas habilidades especiais:

• Nico tem total domínio sobre os mortos, permitindo-lhe o título de o Rei dos Fantasmas (tecnicamente o príncipe fantasma pois Hades é seu pai e Lorde dos Mortos).
• Nico tem necromancia, uma habilidade que o permite convocar e se comunicar com os mortos.
• Nico pode matar outro imortal, meio-sangue ou mortal. Sua irmã também tinha essa Habilidade.
• Ele pode perceber quando um mortal ou Meio-Sangue morreu com o zumbido nos ouvidos.
• Nico pode criar fissuras com as chamas do inferno, engolindo criaturas vivas ou mortas e aprisionando-os imediatamente no Submundo.
• Nico foi treinado no Submundo pelo Fantasma do Rei Minos.
• Nico pode envocar os mortos com sua espada de ferro Stygian.
• Nico tem geocinese para que ele possa fazer rochas ganharem vida.
• Sugere-se que ele pode dobrar sombras para ocultar sua presença.
• Nico pode se mover pelas sombras (uma forma de teletransporte que permite que ele viaje para qualquer lugar desejado na Terra).
• Nico pode fazer esqueletos dormirem.
• Nico tem um profundo conhecimento do mundo dos mortos devido a ser o filho de Hades.

   - E você nunca me falou nada sobre isso! – resmunguei enquanto caminhávamos, fui interrompida.

   - ... é claro – disse Annabeth – a espada que Ares usou na luta contra Oceanus era de Hades...

   - A saida do tunel...

Continua...