PDV Eloise

Edward estava tão nervoso ao meu lado que chegava a ser hilário, nem Jasper conseguiu conter seus ânimos, nem Carlisle conseguiu acalma-lo com suas palavras sabias de que tudo daria certo.

E Emmett é claro, não ajudava.

- Relaxa Ed, o máximo que pode acontecer é Bella surtar com toda essa decoração e com toda essa gente, aí meu irmão, se ela não tiver um troço, ela vai pegar a malinha dela e voltar para...

- EMMETT!!! – Rosalie, Isaac, Carlisle, Esme, Jasper e Eu.

- Edward é brincadeira do Emmett. – Coloquei a mão sobre seu ombro, seu rosto estava mais pálido que o normal. – Diz que é brincadeira, criatura inconveniente! – falei para Emmett.

- Claro, claro. Estou brincando Edward. Você sabe tão bem quanto qualquer um daqui que Bella sonha em se casar com você e que isso é tudo que ela sempre quis e ....

- EMMETT!! – Gritamos novamente.

- O que foi que eu fiz???! -  O.O

- Acho que eu preciso de um copo de água. – Edward sussurrou e tentou folgar um pouco o aperto da gravata.

- Não diga besteiras Edward. Você não bebe água. Não se preocupe como que Emmett diz. Vai dar tudo certo. – Falei.

- Como tem tanta certeza?

- Eu só tenho – Arrumei sua gravata. – Agora tente se controlar antes que acabe com sua roupa.

Os convidados terminavam de se sentar em seus devidos lugares, Rosalie foi para o piano adornado com lindas flores bancas. O crepúsculo dava um toque de elegância no lugar e também de delicadeza, eu me perdia na beleza e perfeição do casamento, quando Tanya e suas irmãs se sentaram nas ultimas cadeiras.

Eu até encararia aquela perua com meu olhar de ódio, mas meus olhos passaram rapidamente por ela e se prenderam no rosto do homem que a acompanhava.

Senti o ar faltar por alguns minutos . O que ele estava fazendo aqui.

Engoli em seco e me escondi atrás de Isaac quando os recém chegados se sentaram e passaram a encarar o altar.

- Eloise o que é isso? – Isaac perguntou me olhando sobre o ombro.

- Shhh! Olhe para frente e finja que não estou aqui. – Fiquei na ponta dos pés para poder ver por cima do braço de Isaac. O meu indesejável conhecido virou o rosto na nossa direção e eu afundei o rosto na costas de Isaac. – Droga!

- Você vai me explicar o que está havendo agora Eloise Cullen.

- Ta, mas para de falar tanto meu nome. Ele pode me encontrar. – Sussurrei.

Senti seus músculos se contraírem.

- Quem?

Rosalie começou a tocar o piano e vi que Bella estava vindo, se eu não estivesse tão preocupada, eu ficaria maravilhada no que Rosalie e Alice haviam feito com ela. Minha cunhada estava magnífica no seu casamento, longe de ser simples.

- Agora não. – Falei.

- Quem? – Insistiu. Essa palavra foi um pouco mais alta e atraiu a atenção de Alice e Jasper, e Carlisle e Esme.

- Ultima fileira, do lado da loira.

Isaac não fez mais nenhuma pergunta, mas a cerimônia não seguiu normalmente para mim. Por que ele tinha que vir e estragar tudo?

-------------*--------------

A cerimônia terminou de noite, e mesmo tendo a minha platéia não muito agradável, foi difícil segurar as lágrimas, tudo estava indo perfeitamente bem. Como Alice havia previsto.

Todos foram para a pista de dança.

- Vamos? – Perguntou Isaac me estendendo a mão. Eu aceitei e a segurei, mas eu sabia que ele utilizaria essa dança pra pedir explicações.

Eu, no entanto estava tão absorta em pensamentos, especialmente de como fugir daquele conhecido desprezível, que já nem me preocupava com o que diria a Isaac.

- Quem é ele? – sussurrou na minha orelha enquanto me girava de um lado a outro.

Suspirei.

- Connor Miller. Eu o conheci na década de setenta quando ia para Londres num navio de carga. – Ri com a lembrança, andar de navio de carga era ao mesmo tempo divertido e barato.

- E?

- Ahn... Ele é meio que... Um exnamoradomeu. – Falei bem rápido torcendo para que não entendesse.

Isaac parou de respirar por alguns instantes e achei que ele fosse ter um troço lá na frente de todo mundo.

Para minha sorte, ou não, a musica acabou naquele momento e ele me levou até um canto afastado de todos para falar comigo.

- Como assim? Um ex namorado seu??!O que ele está fazendo aqui?!! – Seus olhos brilhavam de raiva, eu sabia que ia ser assim, devia ter ficado com  boca fechada.

- Ai, não sei. – Fiz uma careta. – Ele está acompanhando os Denali, eu acho. Eu não o vejo há décadas.

Ele grunhiu e se virou para trás eu podia ver Connor e as Denali se aproximando de onde estávamos.

- Se ele se aproximar de você... - Não era necessário que Isaac terminasse a frase, suas mãos brilhando já era uma boa resposta. Puxei seus ombros para que ele me encarasse.

-Não fique assim. O que eu sentia por ele nem se compara ao que eu sinto por você, tanto que eu o deixei e não seria capaz de sobreviver sem você.

Aos poucos vi a raiva e o ciúme se diluírem em seus olhos, e um sorriso nasceu em seus lábios.

- Obrigado.

Levei minhas mãos ao seu rosto.

- Fique bem.

- Vou tentar. – Sorriu debochado.

Connor, Tanya, Kate. Eles se aproximaram de nós com um sorriso no rosto. O de Kate era o único que parecia sincero.

- Eloise, há quanto tempo. – Connor pegou minha mão e a beijou. – Devo dizer que continua encantadora como da ultima vez que a vi.

Sorriu ironicamente, claro, nosso ultimo encontro não tinha sido dos melhores.

- Você também não mudou nada. – Devolvi o mesmo sorriso.Continua arrogante e prepotente, tive vontade de completar. – Kate, Tanya. – Cumprimentei. – Não sei se já conhecem Isaac, meu noivo.

- Connor Miller. – Estendeu mão no ar.

- Isaac Legrand – Disse numa voz fria e apertou a mão a sua frente.

- Já ouvi falar muito de você. -Sorriu - Há muitos por esse mundo que gostariam de ver sua cabeça, general. – Automaticamente segurei a mão de Isaac com mais força e fuzilei Connor com o olhar.

- No entanto há poucos que se atreveram. E duvido que os encontre caminhando com vida por ai.

Estremeci com a frieza em suas palavras, eu não estava acostumada com esse seu lado. Um lado que fora criado após anos servindo a Aro, e que só aparecia quando se sentia ameaçado.

Fechei os olhos e inspirei. Por que Connor tinha que aparecer para acabar com a paz que estava se estabelecendo na minha vida?

- Abra os olhos Eloise. Vai ficar dormindo ai? – A voz debochada de Connor me surpreendeu. Abri os olhos.

Tudo a minha volta estava parado, assumindo um leve tom acinzentado. Nada e ninguém faziam som algum, a única coisa que se movia e ainda estava em cores era Connor.

Aquilo só podia significar uma coisa.

Aquele maldito havia parado o tempo.

Olhei para Isaac parado como uma estatua ao meu lado segurando minha mão, ao mesmo tempo em que encarava Connor com uma raiva aparente.

Suspirei e soltei minha mão da sua, eu teria que resolver aquele problema sozinha.

- Por que parou o tempo, Connor? – Cruzei os braços na frente do corpo.

De certa forma estava com medo, aquela era a área dele, ele podia fazer qualquer coisa ali.

- Ora, para conversarmos melhor. Já faz tanto tempo que não tenho esse prazer. – Sorriu.

- Fale serio. Nós dois sabemos muito bem que se pudéssemos teríamos nos matado há muito tempo.

- É verdade não é. – Gargalhou sem humor e encostou-se a uma arvore perto de onde estávamos. – Aquela maldita bruxa acabou com nossa diversão.

Flash Back on

Londres – 1972

PDV Autora

Um casal feliz caminhava pelas ruas nebulosas de Londres. Ela de cabelos longos cor de bronze e olhos verdes. Ele cabelos castanhos e olhos vermelhos, mas ninguém perceberia aquilo, todas as pessoas estavam ocupadas demais fugindo da chuva eminente.

- Querem saber o futuro de vocês? – Uma senhora com uma barraquinha no canto da rua segurou a mão da garota. Fazendo-a parar.

Ela soltou-se prontamente.

- Não, obrigado. – Falou o rapaz e passou o braço pelo ombro de sua acompanhante. Se viraram para seguir caminho.

- Vocês seres imortais acabam sendo mais descrentes que a própria humanidade.

Ambos pararam e se viraram para ela, seguiu para dentro da barraca acompanhada pelos dois.

- Como sabe disso? – Perguntou a garota com certa grosseria, ela não gostava muito de humanos.

A senhora se sentou atrás de uma mesa redonda pequena desenhada com vários símbolos estranhos. Sorriu.

- Eu sei tudo sobre seu passado Eloise, e sobre seu futuro também.

-O que é você? – Perguntou Connor, se preparando para atacar a senhora.

-Connor, sempre tão convencido, achando que pode tudo.- Meneou com a cabeça. – A questão não é quem eu sou, mas o que vocês serão.

E então jogou um liquido roxo sobre os dois que se fundiu em sua pele de mármore até desaparecer completamente.

- Mas... O que? – Eloise.

- Desculpem, mas por tudo o que eu sei sobre vocês. E sobre o que vai acontecer. Eu tive que fazer isso. Agora o seu corpo está marcado, se um tentar matar o outro o assassino terá o veneno do corpo ativado e irá se deteriorar até a morte.

E antes que pudessem fazer qualquer coisa, ela desapareceu numa nuvem de fumaça.

Flash Back off

PDV Eloise

- Admita que você me odeia até hoje por ter descoberto seus planos e ter te passado a perna. – Sorri maliciosamente.

- Sim, eu te odeio. E agora entendo por que aquela bruxa nos lançou essa maldição. Você tirou todo meu dinheiro e ainda deu um jeito de me colocar na cadeia, eu teria te torturado até a morte.

- E você só estava comigo por que achou que eu era uma riquinha, viajando num navio para se divertir. Até agora nunca consegui entender como foi tão burro.

- A família Masen era muito rica e conhecida antes dos filhos de Edward Sênior morrerem. Achei que ainda teria alguma coisa. – deu de ombros e se aproximou de mim, passou os dedos pelo meu rosto.

- O que pensa que esta fazendo?! – Gritei e o empurrei para longe.

Ele voltou a me encarar com um sorriso maldoso no rosto.

- Sabe, Eloise. Todo esse tempo eu estive pensando num jeito de me vingar de você,não imagina o trabalho que me deu conseguir de volta a fortuna que você desviou da minha conta. Isso sem falar do problema com as autoridades.

Coçou a cabeça.

- Mas, te matar? – Riu. – Aquela bruxa era muito esperta. Ela sabia que nosso amor próprio superaria o desejo de vingança. Infelizmente, para você, desta vez, há algo mais importante. Que eu posso muito bem usar contra você

- Do que esta falando?- Minha voz saiu como um sussurro, eu tinha medo de sua resposta.

- Ora, nunca ouviu falar que em alguns casos, o amor é nossa maior fraqueza.

Parei de respirar. Minha expressão deveria estar hilária para Connor, pois ele riu muito.

- Você... Você... – gaguejei.

- Sabe, Elô. Eu me pergunto como você conseguiu conquistar o coração de um general Volturi. Ainda mais Isaac Legrand, se tivesse ouvido as coisas que já ouvi sobre ele.

Apertei minhas mãos em punho. Estreitei o olhar. Connor caminhou até minha frente.

- Se você fizer qualquer coisa para machucá-lo...

- Eu?! Você acha que eu teria chances contra o seu namorado. – Sorriu - Eu dou valor a minha vida, Eloise. E sei que você pode manter o espelho sobre toda sua família para protegê-la.

Senti meu corpo fraquejar. As lagrimas desesperadas insistam em querer sair pelos meus olhos.

- Então... Por quê?... Por que está aqui?... Para que me atormentar?

Sorriu sarcasticamente e passou a mão pelo meu rosto. Aproximou a boca do um ouvido e sussurrou:

- Por que eu te odeio Eloise, te odeio por que suas artimanhas me fizerem amar você. Nunca ninguém foi tão esperta ao ponto de me passar a perna antes. E o fato de você ser tão bonita também não ajuda.

Afastou-se de mim e voltou para o lado da Tanya congelada.

- Eu estou obcecado por você e vou me vingar te atingindo no seu ponto fraco. Na sua família, e no seu coração. – Apontou como indicador para o peito. - Quando você menos esperar.

Fechei os olhos com força, apertei os braços em volta de mim mesma, aquilo era um pesadelo. Só podia ser!!

Fui obrigada a abri-los quando senti braços envolverem meus ombros.

Isaac.

Tudo havia voltado ao normal, mas eu sabia que nenhum segundo havia se passado.

- Bem,foi um prazer conhece-lo pessoalmente. – Connor sorriu novamente daquele jeito irônico para Isaac.

As Denali nos cumprimentaram e se despediram quase que ao mesmo tempo, sem entender muita coisa.

- Eloise, o que houve? Por que te sinto tão estranha? – Isaac levantou meu rosto com o indicador fazendo com que olhasse para ele.

Tudo só ficou mais difícil.

Joguei-me em seus braços e deixei que as lágrimas de medo corressem pelo meu rosto e molhassem sua roupa perfeitamente arrumada. Senti seus braços me abraçarem com força, como se quisessem me proteger.

Ele não fez perguntas, sabia que não era um bom momento.

Afastei-me dele e o encarei.

- Não gosto de te ver assim. – Sua voz assim, como seus olhos estavam carregados de dor e preocupação. – Vai me dizer oque aconteceu? – Limpou uma lágrima que caia com o polegar.

- Vou. – Falei e segurei as suas mãos no meu rosto. Sorri fracamente. – Mas vamos esperar que a festa acabe.

Isaac sorriu também e depositou um leve beijo em meus lábios. Separamos-nos quando ouvimos gritos estranhos.

Franzi o cenho.

- O que é isso?

- Não faço idéia. – Respondeu.

Virei-me para a direção de onde vinham e m deparei com o cheiro “agradável” de cachorro.

Suspirei, e me voltei para encarar Isaac, ele sorria levemente, achando graça na situação.

- Jacob. – Falamos ao mesmo tempo. Eu com tom de critica, ele com tom de divertimento.

Hoje era O dia.

Connor Miller