For Once In My Life escrita por hatsuyukisan


Capítulo 12
Vestida pra casar


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora amores da titia.. essa faculdade só fode a minha vida



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Os meses que antecederam o casamento foram uma deliciosa bagunça. Eu encerrei os projetos do mês de outubro e a partir daí avisei a todos na equipe que estaria me dedicando aos preparativos do casamento e à minha nova casa. De fato havia mais coisa a fazer do que eu imaginava. Planejar um casamento era trabalhoso, mas era divertido, eu confesso. Até mesmo nossos feriados de fim de ano ficaram um tanto ofuscados pela proximidade do casamento. Por sorte, nós conseguimos o Laforet para o dia 2 de maio, e além da reserva do salão, já fizemos a reserva dos quartos para os parentes que viriam da Itália. Cinqüenta pessoas no total, entre familiares e amigos dos Giordano, como a família de Fredo. Tinha certeza de que viria gente que eu não via desde os cinco anos. Mas na Itália seria pior, já que lá pessoas que eu nem sequer conheço iriam. Como combinado, Haruko e Yuri me ajudaram em tudo nos preparativos, e Anna estava presente sempre que podia. Kouyou não intervinha em nada. Por outro lado, quando se tratava da casa, ele sempre esteve lá, ajudando a escolher sofás, mesas, cadeiras, cortinas, balcões de cozinha, guarda-roupas; enfim, tudo. Afinal aquela era a casa em que nós passaríamos o resto das nossas vidas. Quanto aos quartos excedentes, os quais Kouyou previamente definira que seriam dos quatro filhos que teríamos - um menino, duas meninas gêmeas e então mais um menino -, tratei de desapropiá-los e transformar dois deles respectivamente em um escritório e um quarto de hóspedes, e então o menor e mais próximo da suíte sofreu uma reforma e garantiu-nos um banheiro maior e um closet. "Os meninos vão ter que dividir também" Kouyou resmungara, ao chegar na casa e ver a parede derrubada e os construtores trabalhando. "Sabe quantas pessoas tem um closet nessa cidade? Isso é luxo, moço!" eu respondia, rindo dele.

 Dois meses antes do casamento, o dia pelo qual eu estivera secretamente ansiosa finalmente chegara: o dia de comprar o vestido. Convoquei uma pequena comitiva: Haruko, Yuri, Anna, Miyazaki e Nao, e saímos as cinco para comprar um kimono para a cerimônia e um vestido para a recepção.

  - Tô tão feliz de você ter me chamado, Anna-chan <3 - dizia Miyazaki, do banco de trás, com um sorriso emocionado no rosto.

  - Te devia essa, Aoi-chan. Afinal se não fosse pela sua festa eu nunca teria conhecido Kouyou. - respondi, estacionando em frente à uma loja de noivas em Ginza.

  - Não foi nada. - ela corou violentamente quando descemos do carro - Se não fosse na minha festa, você e Uruha-san teriam se encontrado de outra maneira... Afinal, vocês estão unidos pela linha vermelha do destino. - levou os punhos ao queixo.

  - Acho que estamos sim. - retribuí seu sorriso meigo  - Vê se não vai esquecer de me chamar quando chegar a sua hora, hein? - pisquei.

  - Pode deixar <3 - Aoi sorriu, seus olhos enchendo-se de lágrimas enquanto entrávamos na loja.

  - Irasshaimasen! <3 - uma vendedora se aproximou sorridente. - Em que posso ajudar?

  - Estamos procurando um kimono de casamento e um longo para recepção. - respondi, sorrindo de volta.

  - Ah, ok... E quem é a noiva? - a moça olhou em volta, correndo os olhos por Nao e Miyazaki, que coraram imediatamente.

  - Ãhn... Eu, provavelmente. - rodei os olhos, tentando achar graça naquilo.

  - Ah, sumimasen. - ela fez uma reverência.

  - Nah, tudo bem... Acho que é realmente óbvio que eu não faço o tipo casada. - resmunguei, observando a loja à minha volta, enquanto minhas acompanhantes faziam o mesmo.

  - Sumimasen mais uma vez. - repetiu a reverência - Meu nome é Riyori, ao seu dispor. Bom... Começemos pelo kimono então, senhorita...?

  - Anna. - completei.

  - Anna, minha querida, você vai querer o shiromaku tradicional? - Haruko aproximou-se de mim, enganchando seu braço no meu.

  - Acho que não. Quero dizer, talvez por baixo. Mas por cima acho que vou querer algo mais vivo e colorido. - respondi.

  - É uma boa escolha, de fato. - disse Riyori - Venham, por aqui. - guiando-nos até a sala que guardava os kimonos. - Tem preferência por cores, Anna-san?

  - Vermelho, roxo... Talvez dourado. - corri os olhos pela sala, tentando achar entre os kimonos expostos um que não me parecesse antiquado ou infantil.

  - Anna-san, veja esse... É lindo <3 - disse Miyazaki, parada perto de um kimono rosa claro estampado com flores de pessegueiro.

  - É lindo... E combina com você, Aoi-chan. - respondeu Nao, fazendo a menor corar como de costume.

  - Tem certeza de que não quer o branco tradicional? - perguntou Yuri, enquanto observava um imponente shiromaku exposto no centro em uma manequim.

  - Hey, Anna... Que tal este? - Tsuchiya apontou um kimono vermelho e laranja, com uma linda paisagem e pássaros da sorte bordados em fios metálicos. O obi era de uma estampa geométrica vermelha e branca e era mais longo que obis comuns, fazendo com que o laço ficasse grande e volumoso.

  - O que você acha, Haruko-san? - perguntei à senhora ao meu lado, cordialmente.

  - De fato combina muito com você, Anna. - ela respondeu, abrindo um sorriso gentil. - Você realmente não combina com o shiromaku, é sóbrio demais. Este kimono bordado é o mais adequado para uma noiva jovem e bonita como você.

  - Vocês ouviram, meninas. Se minha querida sogra aprova, então assim será. - sorri.

  - Vai querer prová-lo, Anna-san? - ofereceu Riyori.

  - Mas é claro. Nós temos a tarde toda. - disse, largando a minha bolsa em um banco próximo.

  - Se importa de me ajudar, Haruko-san? - perguntou a vendedora, enquanto fechava a porta e eu começava a tirar a roupa.

 As infinitas camadas começaram a ser colocadas sobre meus ombros e a cada laço dado eu podia ver a felicidade nos olhos da senhora Takashima. E isto me fazia imensamente feliz. Saber que ela confiava em mim pra fazer seu único filho homem feliz, fazia com que sorrisos brotassem dos meus lábios. Eu não tinha filhos, mas imaginava como seria difícil para uma mãe admitir que outra mulher tomara as rédeas da vida de seu filho. A aprovação de Haruko era preciosíssima para mim.

 Quando o último laço foi dado e eu me olhei no espelho, não pude respirar. Não sei se pelo fato de que o obi me apertava tanto que eu podia sentir meus órgãos espremendo, ou pelo simples fato de que eu nunca imaginara gostar tanto assim de usar um kimono e me sentir tão bonita nele. Percebi que esse era de fato o kimono certo quando vi que Nao e Miyazaki se encolhiam em sorrisos, feito menininhas de cinco anos na Hello-Kitty Land, Yuri alcançava lencinhos de papel à sua mãe que chorava e Anna encontrava-se parada do meu lado, me dando polegares pra cima. Pedi que me libertassem dos tecidos sufocantes, informando à vendedora que ficaria com o kimono, ouvindo então alguma coisa sobre um serviço maquiagem e penteados de casamento oferecidos pela loja. Me vesti novamente e então fomos para a outra sala, a dos vestidos.

 Nao e Miyazaki não se contiveram, começaram a examinar vestido por vestido, aumentando a intensidade do "kawaii/kakkoii" conforme avançavam pelos cabides. Era mesmo tentador. Todas nós passamos a revistar as araras. De dois em dois minutos uma delas vinha me mostrar um vestido diferente, e eu acabava por achar todos bonitos, mas quando os vestia concluía que eram "virgens" demais pra mim. Encaremos os fatos: eu morei por quase dois anos com Uruha antes de me casar com ele, era incabível eu me casar num vestido puritano de véu e grinalda, parecendo intocada. Eu queria algo que deixasse óbvio aos convidados que eu era a noiva, portanto branco; mas sem aquelas saias volumosas e luvas brancas que dariam a entender que eu era uma noiva como qualquer outra. Queria algo que estivesse à altura do casal que Kouyou e eu somos: nada puritanos e moralistas, mas também não vulgares e baratos, comuns. Eu estava quase desanimando, quando girei em meus calcanhares e lá estava ele: lindo, esguio, de um tule floral fino sobreposto a uma seda perolada, um recorte oval atrás deixava as costas à mostra e uma fita ornamentada com cristais enfeitava a cintura, fechando-se em um laço na parte de trás. O que eu chamaria de perfeito.

   - Esse aqui... - parei perto da manequim que exibia o vestido - Posso provar?

   - Ah, pode, claro. - respondeu Riyori, vindo prontamente tirar o vestido do manequim. - Esse vestido é uma peça única. A maioria das noivas opta por algo mais tradicional, por isso ninguém o prova.

   - Não sou uma noiva tradicional. - sorri, ajudando-a.

 E então eu o provei. Parece tolice, mas senti como se ele tivesse sido feito pra mim. Caiu como uma luva, não foi necessário nenhum ajuste em lugar nenhum. Eu senti que poderia vestí-lo para sempre. E dessa vez, Haruko não foi a única a derramar algumas lágrimas. Eu mesma ao me ver no espelho, não pude conter um choro emocionado.

   - Oh, Anna... - Haruko soluçou, segurando-me as mãos.

   - Eu sei. - murmurei, sorrindo entre as lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Capítulo fofoluxo *-*



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