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GabrielAugusto
ID: 94053
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  • 17/07/2011


  • "Normalmente eu não tenho muita paciência para escrever sobre mim. Ninguém pode se definir visto de seus próprios olhos, até mesmo porque somos muito narcisistas e listamos apenas as nossas boas qualidades. Precisamos ser estudados, não por nós, mas sim por outra pessoa. O mesmo para nós: Devemos analisar um ao outro neste mundo vaidoso. Quem sou eu? Não posso dizer. Mas eu posso dizer quem é você em só uma cruzada de olhares. Mesmo que essa correspondência seja feita em milésimos, poderemos tirar nossas próprias conclusões com uma sensação perfurando nossos corações temerosos por terem encarado alguém contra sua vontade.

    Tenho "x" anos de idade .Dono de uma voz sempre volumosa até mesmo ao acordar. Facilmente agradado ao destaque e comumente irado quando alguém obtém algo em meu lugar: seria isso a inveja?. A considero uma virtude pessoal. Quanto mais eu perder para os outros, tornarei a desenvolver cada vez mais minhas capacidades até chegar um ponto em que eu ultrapasse de vez esse obstáculo que me impede de ter aquilo que eu desejo. Não me confunda com alguém atormentado ou domado por esse pecado capital, sei conciliar os momentos em que devo ou não colocá-lo em ação. Em um mundo que compete entre si, o que devemos procurar fazer é subir ao topo do sucesso, portanto devemos apagar aquilo que toma posse de nossos sonhos. Talvez não seja "inveja", mas sim perspicácia. Busco a mais polida astúcia, as vezes privilegiando mais os ecoantes gritos ambiciosos em minha cabeça a que as pessoas ao meu redor. Não é ser repugnante ou coisa assim: é ter cobiça. Ser sagaz é diferente de ser alguém que se comove facilmente por algum discurso sentimental falho um tanto mal elaborado postado em algum meio de comunicação.

    Se você leu até este ponto, vai notar que eu disse que "não podemos nos definir sozinhos", mas acabei de fazer isso sem ajuda de ninguém. Ou será que não? Recebemos críticas de nossos "telespectadores" que faz com que abramos nossos olhos de variadas cores para o interior de nossos corpos ocos sem núcleo algum, agora preenchidos por um temporário sentimento de mágoa desencadeado pelo estudo dos outros de nós. Esse estudo é desenhado em uma espécie de gráfico mental existente apenas em uma porta escura de nossos cérebros tão trabalhadores. Essa porta guarda os palpites, os palavreados e os escassos resquícios de memórias desagradáveis. Sem que notamos, somos levados a nos infiltrarmos nesse quarto sem contraste algum e então fitas gravadas são reproduzidas contra nossas vontades, nos levando obrigatoriamente a recordarmos de lembranças que não nos agradam. Perder uma vaga de emprego para alguém, o antigo amor que não correspondia o sentimento, aquela nota humilhante que não era o suficiente para se adquirir um bom desempenho seja em uma escola ou uma universidade. Alguém roubou isso de nós. Nos perguntamos "por quê?" e os mais sensatos recebem a resposta de forma instantânea: porque falhamos. Nosso esforço não foi o mesmo daquela pessoa.

    Algumas coisas tem retorno, outras não. Às vezes é tarde demais, e portanto devemos nos atormentar com pensamentos que nos perseguirão até o resto de nossas vidas.

    S-E-M-P-R-E."

                                                                       Assinado: A pessoa da idade 'x'.