Júpiter
ID: 783863
Cadastro:17/01/2019
Cadastro:
Decantando palavras.
Não saberia mensurar ao certo a sensação de estar morrendo - as palavras me escapam. Mas era frio, intensamente frio. Uma presença gélida que invadia o meu corpo, dissolvendo qualquer resquício de lembrança sobre quem eu era, onde estava ou o que estava perdendo naquele momento. A vida que estava, lentamente, se perdendo de mim. Era como se a realidade estivesse suspensa, me fazendo crer que restavam poucos instantes para que eu também me misturasse com o vazio. Talvez fora essa a minha desmesura - chamar pela morte. Pedir para que ela me levasse rapidamente. Querer conhece-la.
Quando me dei conta do medo emergindo das profundezas ao avistar uma figura fantasmagórica caminhando em minha direção. A sua túnica emoldurava uma máscara prateada e, em torno, tudo o mais nele era da mesma brancura imaculada da neve que continuava a cair do céu. Como suas mãos enluvadas que agora se aproximavam com cuidado para tocar as extremidades dos meus dedos. A exaustão, contudo, parecia ganhar da teimosia de meu corpo, fazendo com que minha visão se escurecesse pouco a pouco. Tentei ainda virar o rosto de relance e, nesse momento, tive a certeza de que ele não poderia ser a morte. Não, definitivamente não poderia ser a morte. Meus pensamentos se perdiam, tentando em vão se agarrarem àquela última miragem: olhos de um azul claro, tão pacíficos e tão gentis, que ornavam com suas vestes brancas e o prateado de sua máscara.
E então soube que não poderia - e não queria - morrer sem ver novamente aqueles olhos.
Quando me dei conta do medo emergindo das profundezas ao avistar uma figura fantasmagórica caminhando em minha direção. A sua túnica emoldurava uma máscara prateada e, em torno, tudo o mais nele era da mesma brancura imaculada da neve que continuava a cair do céu. Como suas mãos enluvadas que agora se aproximavam com cuidado para tocar as extremidades dos meus dedos. A exaustão, contudo, parecia ganhar da teimosia de meu corpo, fazendo com que minha visão se escurecesse pouco a pouco. Tentei ainda virar o rosto de relance e, nesse momento, tive a certeza de que ele não poderia ser a morte. Não, definitivamente não poderia ser a morte. Meus pensamentos se perdiam, tentando em vão se agarrarem àquela última miragem: olhos de um azul claro, tão pacíficos e tão gentis, que ornavam com suas vestes brancas e o prateado de sua máscara.
E então soube que não poderia - e não queria - morrer sem ver novamente aqueles olhos.
Este usuário não possui acompanhamentos para exibir
Este usuário ainda não indicou nenhuma história
Não há histórias favoritas para exibir