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Stephanie Vastostes
ID: 71770
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  • 18/12/2010


  • Gostaria de começar dizendo tudo que eu sou, mas acho que não sou muito mais coisas e de algumas outras tantas, não tenho nem certeza. Posso dizer, e estou certa disso, que sou inconstante (nesse texto, por exemplo, consegui mudar a rota mais vezes que o número de linhas já escritas) e exageradamente insatisfeita com meus resultados, leia-se: autocrítica.

    Não sou decidida, persuasiva ou me sobressaio. Sou o tipo de pessoa que fica no meio termo, amaciando as coisas, e impedindo que tudo se desalinhe e atinja minhas pessoas preferidas. Ou pelo menos eu era. Mas descobri que estava cansada de sempre amortecer o impacto e sofrer demais, por antecipação. Decidi ser corajosa, confiante e um tanto egocêntrica. Falhei vergonhosamente.

    Eu sou corajosa. Aqui dentro, eu enfrento dragões, bruxas e fantasmas; ultrapasso montanhas, protejo cidades e, no fim, até encontro meu príncipe encantado - que, incrivelmente, sempre esteve apaixonado por mim. Aqui dentro eu faço o que me deixa bem e feliz, não ligo pra opinião de quem nem se importa, não me preocupo com quem não está nem aí. Aqui dentro eu levanto e vou à luta pelos meus objetivos e consigo alcançá-los. Mas, tudo é diferente do lado de fora, as pessoas que importam se escondem na multidão de curiosos, o príncipe prefere outra princesa (ou muitas outras) e toda a coragem guardada não aparece. Do lado de fora é de um jeito invisível e insípido que minha vida passa.

    Eu também sou o caos. Quem me vê saindo da sala de aula, ao meio dia, acredita que sobrevivi a um furacão. Talvez sejam as roupas meio largas ou o emaranhado de cabelos formando, literalmente, uma juba em volta do meu rosto. Ou sejam apenas os enormes livros que acabam com a minha postura. Eles devem contribuir bastante para a minha figura caótica que está sempre tropeçando em algo (muitas vezes inexistentes).

    Atrevo-me a dizer que sou uma ambiguidade ambulante e que consigo realizar a façanha de passar despercebida mesmo sendo o caos. Consigo ser extremamente barulhenta dentro do meu cérebro, mesmo que eu esteja em completo silêncio e aparentando brandura do lado de fora. Consigo controlar e esconder muito bem as emoções. Até eu explodir. Em lágrimas.

    Tenho uma fraqueza enorme: depender demais de qualquer pessoa capaz de doar um milímetro de atenção a mim e ria das minhas piadas. Então se você já fez isso, sinto muito, agora se tornou minha propriedade e terei ciúme eterno de você com qualquer outra pessoa. Sim, além de todos os defeitos citados acima, sou extremamente possessiva, o que faz de mim alguém muito difícil de se conviver.

    A criança que se recusa a crescer me domina. Por isso sou infantil e despretensiosa, na maior parte do tempo. Nunca sonho em me casar, gosto de brincar na rua e ver desenhos animados. Talvez eu seja muito menino ou me oponha terminantemente ao mundo que me aguarda de braços abertos, daqui há alguns curtos anos. Ao mesmo tempo, é tão natural sentir a vida passando e a gente crescendo (não em estatura), que me pego presa entre mais um paradoxo.

    Sou muito compreensiva mas odeio pré-conceitos (escrito assim mesmo, para que vocês entendam que estou falando daquelas opiniões formadas antes de ter conhecimento). Não sou santa (sim, eu xingo, julgo e tenho raiva sem motivo, mesmo que abomine esse comportamento), não sou perfeita, não acerto sempre e meu aproveitamento cerebral não é de 100%. Então tenha paciência comigo e não me cobre demais. Sou uma humana em treinamento, sujeita a erros e arrependimentos.

    Sou alguém que olha através de uma janela e não vê a hora de se perguntar “Que lugar maravilhoso é esse?”. Que sente necessidade de viajar para algum lugar distante, muito longe de onde ela vive agora e diferente de tudo que está acostumada.

    Alguém que, a cada dia que passa, quer se sentar num assento de um avião, numa poltrona da sala de cinema e na platéia de uma peça teatral. Alguém que já desejou estar em cima de um palco, ou dentro de uma televisão. Que já quis fazer algo especial para, enfim, ser especial.

    Alguém que tira a câmera fotográfica de dentro da bolsa pra fotografar um pouco de tudo e tudo de nada. Que coloca uma música triste pra tocar na esperança de escrever algo tocante no bloco de notas do celular, ou numa folha de caderno. Alguém que permite ser vulnerável e que deixa todas as emoções aflorarem na pele como forma de inspiração. Que escreve para eternizar momentos e desejos, lembranças e segredos em forma de texto.

    Alguém que canta repetidamente a música que não sai das rádios, que se descabela em shows de suas bandas preferidas, que não perde a oportunidade de rir, mas também não perde a de chorar. Que coleciona qualquer coisa que resgate fragmentos de seu passado ou que prometa o futuro que sempre sonhou ter. Alguém que coleciona uma lista de sonhos realizados e muitos que ainda virão.

    Alguém que se importa demais com o mundo ao seu redor, mas que sabe construir seu próprio universo como forma de refúgio. Alguém que sempre encontra tempo pra terminar mais um livro, pra devorar mais um episódio do seriado e ver mais um filme. Alguém que confia em Deus, carrega a fé e conta com a sorte.

    Alguém que exagera na coca-cola, no drama, no chocolate e nos filmes água com açúcar. Alguém que é fraca pra falar de amor, e forte pra falar a verdade. Alguém que ainda manda cartas pelo correio, que gosta de livros com dedicatória, de colecionar cartões postais e revelar fotos que ocupam os porta-retratos.

    Sou... simplesmente eu...



    StephanieCullen mudou seu nome para Stephanie Vastostes03/10/2015