Agora, Miss D.

Seu coração sofria de uma ferida aberta. Era por ali que as palavras entravam.

Quando a canção do silêncio entoava dentro dela, as palavras que saíam eram como sentimentos...          

                                                              "Cogito Ergo Sum...."

Transformação Necessária. 

Ultimamente venho pensando no meu nome Sassá Tenshi. O quanto ele representou para mim e o quanto ele ainda representa. Contudo, as coisas precisam mudar. Não porque é imposto, longe disso, no entanto, este passado, Sassá, já não representa mais quem sou. Até porque o papel fundamental da Sassá era esconder um pouco de mim, fugir da realidade através de uma invenção de um personagem com o qual eu representava, possuindo nome, idade, dentre outros apreços. 

Por esta razão, decidi que ela precisa morrer. Está há tanto tempo se alimentando de mim, me impedindo de crescer psicologicamente e de ser eu mesma que isso aos poucos me incomoda. Eu preciso ser eu mesma, ou ao menos tentar. Com Sassá não me sinto assim, ainda que seja muito complexo entender, já que eu escrevo como Miss D., contudo ajo como Sassá T. 

Talvez vocês não entendam isso, é apenas uma questão de transformação. Decidi que preciso ser mais responsável comigo mesma, com o que sou, da mesma forma que sou com os estudos (O que, por acaso, está me impedindo de escrever e continuar ativa aqui, o que peço,sem mais delongas, perdão!). 

É isso. A mudança é radical, no entanto, se não for assim, acho que nunca conseguirei novamente. Tantas vezes que quase fiz isso, vamos ver se Sassá não me consumirá novamente. Por quanto tempo conseguirei mudar. 

Obrigada por aqueles que vierem a ler até aqui. 

Miss D.

O que se passa dentro de mim:

Sentou na cama por um breve momento. Seus pensamentos estavam tão confusos. Um momento de silêncio lhe parecia um tormento, contudo ela precisava aproveitar. Estava sozinha em casa e, embora não gostasse da solidão seu coração necessitava, entre soluços, daquela mudança. Quanto tempo ficou? As horas foram eternas, seu coração finalmente se acalmou e ela se levantou da cama.

Tinha dentro de si uma paz grandiosa. Poderia acalmar as pessoas, ser feliz, ter uma vida maravilhosa. Escolheu a reclusão. Enquanto se encontrava no seu quarto queria abraçar o mundo, ajudá-lo...

Quando saía tudo mudava. Não porque deixasse de querer seguir esses preceitos, no entanto porque sua solidão se transformava em palavras. Quão boa fora com elas, sabia exatamente como confundir os outros. Os dominadores da língua impedem que todos entendam seu interior, impedem que a ilusão os machuque, ou que qualquer coisa saia de sua alma. Entendem o perigo do mundo. Ali não é momento de paz. Se escondem por entre o escuro, usufruem das palavras e enganam os demais. É assim que vivem. Na falsa relatividade e ilusão. Assim, o mundo não os entende, e eles, por sua vez, escolhem a reclusão.

Voltam a casa. Ali as coisas parecem direitas, ainda que o mundo afora grite - e o interior pareça escapar de dentro com sirenes para chamar a atenção -o local parece seguro. Os papéis não podem ser roubados. Escreve com a alma, escreve como subterfúgio. Finalmente, ali, ela encontrara uma forma de propagar a paz.

Embora os papéis fiquem guardados para os leitores e a paz não seja de todos. A confusão se acalma por algum tempo. Por mais que nada disso faça sentido... 

São as palavras de uma escritora fugaz...