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Jules
ID: 672333
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  • 15/04/2016


  • Jules conseguia sentir muito, mas pouco ao mesmo tempo. O ambiente era escuro, era claro, era interno, era no seu jardim, numa floresta, em um país diferente. Ela conhecia o mundo, conhecia mundos. Jules era uma menina que conhecia o universo como nenhuma outra pessoa, conhecia pessoas maravilhosas, partilhava histórias das mais diferenciadas. Viajou mais do que pilotos de avião, chegou mais longe no espaço do que qualquer astronauta. Jules era uma menina diferenciada por isso, por ser tão transeunte, por conseguir viajar.

    A sua fórmula era simples. Tudo o que ela precisava para deixar seu quarto, sua casa, seu país, sua família, seu namorado e sua vida, era um movimentar de dedos. Precisava de um quarto escuro, uma cadeira qualquer e dedos ágeis. E apenas isso. A ponta dos dedos e um teclado, uma caneta ou um celular. Qualquer coisa. Até mesmo sua mente, concretizada pelos dedos que se moviam. E então ela era capaz de ir longe. Sentada em sua cadeira, sentada em sua cama, em seu quarto. Ela conhecia Nova Iorque e no mesmo dia ia até Paris. Esteve diante da rainha, do papa, conheceu Hitler e lutou na revolução francesa. Já foi uma dama, uma empregada, uma escrava, já foi uma princesa. Já foi milionária, já esteve em completa miséria. Ela conhecia reis, mágicos e se apaixonava constantemente.

    Mas como? Qual era o poder adquirido pela menina de cabelos loiros e pouco mais de um metro e sessenta e oito? O que uma brasileira, comum, estudante de publicidade, de família de classe média e moradora de subúrbio tinha de tão especial, tão diferencial diante de um astronauta, advogado, de um piloto de avião ou de qualquer outro viajante? O irônico é apenas a simplicidade de resposta que essa pergunta pede por. Não é complexo nem mágico, é mais do que óbvio. Ela apenas possuía um nome: Jules. Uma sonhadora. Uma pensadora. Uma escritora.



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