“Me flagro sorrindo quando ela se aproxima, e ela retribui. Simples assim. Simples e complicado, como a maior parte das coisas verdadeiras.” 

— Todo Dia, David Levithan

Eu não sei quem sou. Adoraria poder dizer-lhes isso, mas não sei.

Tenho quase certeza de que me descobriram, me colonizaram, e não está sendo tão fácil declarar minha independência. Muitas lutas estão sendo travadas, mas ainda não houve determinação. Ainda não houve "independência ou morte" em minha vida. Por mais que eu deseje, as circunstâncias ainda não me permitiram. Ou talvez só me falte coragem, mas sei que meu país interior não conseguiria se sustentar sozinho, não tenho mão de obra ou economia pra tal evento. E não há países aliados. Eu conseguiria no máximo trocar de colonizador, e não há progresso nisso. Não há progresso em nenhuma das opções viáveis.

Era mais fácil antes do descobrimento, não haviam tantas fronteiras, tantas leis, tantos padrões. Não havia burocracia, eu nunca precisei pensar tanto antes de tomar uma decisão. Ninguém esperava tanta importação e exportação, ninguém cobrava tanto de minhas atitudes. Eu me sentia mais segura antes de dezenas de navios me cercarem, antes de tantos acordos, tantas trocas. Era mais fácil não ter de lidar com isso.

E não tenho como saber quem eu sou. Sou recém descoberta, mas já não me encaixo mais como colônia. Não me encaixo em todas as leis que ordenam que eu cumpra. Eu não sei quem sou, mas sei que não sou mais oculta, muito menos extensão de quem me colonizou. Sei o que fui, sei o que quero me tornar, mas não há como dizer-lhes quem sou.

I'm a mess right now

Inside out

Searching for a sweet surrender

But this is not the end

I can't work it out

How?

❤