Sabe, é realmente legal seus pais te deixarem viajar sozinho. Você pode fazer coisas diferentes num lugar que ninguém te conhece ou no máximo uma pessoa te conhece. Seria legal se ao menos eu pudesse escolher entre ir para a praia, para uma cidade histórica ou uma cidade do interior mais perdida que a minha.

Mas ainda assim, imagine só. A mente adolescente e os hormônios ferventes. O que eu poderia fazer por lá? Transar num beco, beber num bar qualquer sabendo que a polícia não estaria lá para me atrapalhar. Ir para uma festa em alguma fazenda e ver de tudo.

E realmente, eu vi de tudo. Mas não foi tão legal quando eu imaginava que poderia ser. Não foi como tocar na cintura de uma garota, erguê-la e colocá-la em cima de uma mesa enquanto você a beija e a despe e desce o seu rosto para encarar as suas pernas. Nem foi como se apaixonar e ser correspondido. Como tocar violão calmamente em uma roda de fogueira... Não... Pode ter um pouco disso, mas a alegria e o desejo foram ofuscados pelo medo.

Minha perna sangra e eu me arrasto segurando-a em meus braços. Ela esta fria. Minha visão fica turva e me lembro das lendas locais e da pedra talhada que encontrei em meu caminho e ignorei totalmente junto de todos aqueles sinais.

Que desperdício.

Algo me derruba. Tudo começa a se desconstruir enquanto em minha visão uma máscara estranha flutua com o auxílio de um corpo que não posso discernir. Ele se aproxima de mim e sinto uma dor lacerante em meu pescoço. Tudo fica branco. O nada, o vazio. A morte.

Se eu tivesse um último desejo seria...

E agora tudo fica negro. Não há mais nada para se ver ou sentir, apenas a angústia.

Seria refazer tudo, me proteger, protegê-los. Eu faria certo agora, eu não ignoraria-os.

Me dê uma chance. Me devolva a razão.

Uma escolha pode exaltar seu ego
Uma escolha pode afastar quem você ama
Uma escolha nos separa

Uma escolha pode te tornar cruel

Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Chris cresceu na Amizade, com uma personalidade totalmente oposta ao idealismo de sua facção. Ansiou aos 16 anos pelo teste de aptidão que todos os jovens de sua idade deveriam passar antes de escolher a facção a qual pertenceria pelo resto de sua vida.
Porém com o imprevisto em seu teste ele percebe que uma escolha pode ser algo muito mais difícil do que imaginava. E quando ele faz sua escolha, como um Divergente, ele aponta uma arma para sua própria cabeça e toda a Abnegação. Uma escolha pode te tornar cruel.