"Até que a morte nos separe", essa frase não é um impedimento para o amor... Afinal,quão grandioso pode ser o verdadeiro amor? Sentimento tão nobre, tema dos grandes poemas, porém motivo de angústia e dor, é o amor.
Lua, uma pequena garotinha, não tem a real noção do seu poder e principalmente do poder de um homem -talvez não homem, na verdade- e de uma obsessão que sai da compreensão humana.
Para John Proctor, o amor vai muito além de uma vida, e nem mesmo os véus entre as realidades poderá impedi-lo de chegar até Abigail Williams, porém nossa doce bruxinha não está mais no século XVII e a volta para essa data poderá despertar um poder maligno, que até então estava adormecido.

"-Acho que vou escrever um livro sobre nós . -Eu disse sorrindo para ele.
-Já somos o nosso próprio livro. -Ele respondeu acariciando meu rosto.
Segurei as lágrimas e as transformei em sorriso -no momento tinham o mesmo significado- Afinal, quem ditou que elas demonstram apenas tristeza e dor? Sendo que eu estava completamente nas nuvens, flutuando e sonhando. Mergulhando em um mar, e o pior é que eu conseguia respirar. Eu já estava assim há dias, há anos e na mesma rotina, mas ela não cansa, não fica monótona. Estou assim com ele desde aquela noite.
Agora eu sei que a noite é de fato uma criança, e virei um brinquedo eterno dela... Com ele. "

"Tudo estava preto enquanto trabalhavam com o barro, criando e modelando as minhas curvas. Eu sabia que teria longos cabelos negros, pois via lá de cima toda a obra. Elas teciam o meu belo vestido branco como a lua cheia e todas o decoravam com conchas, contas e plumas. Estendendo as mãos, as Ghiguas me davam dons e velocidade. Sussurravam palavras doces em meus ouvidos, me enchendo de alegria e paz. Meu corpo foi tomado por símbolos que representavam os Sete Sagrados. E como um sopro de vento gelado, uma onda de calmaria, o arder do fogo e o doce aroma de uma rosa, eu fui criada."