Eu procurei por você. Tentei acha-lo em outros corpos, em outros cheiros, em outras almas, em outros você. Tentei então achar-me, ver se, seria mesmo fácil assim de você me achar, e pior do que não conseguir acha-lo, acabei me perdendo. Agora me procuro enquanto tento te achar, canto esperando ouvir sua voz, movo-me lembrando de seus passos.

E quando desisti de me procurar, resolvi focar em você, e talvez, com sorte, me achasse junto ao teu corpo. Por milagre ou força de vontade, te achei. E melhor me achei junto a ti, mas nada é perfeito não é? Você acabou sendo aquele que eu nunca devia ter ido procurar, e quanto a mim, não gostei do que vi, mas além dos apesares, procurei consertar o que você havia destruído em mim, e consegui. Hoje você se tornou aquele que eu amei, desejei, odiei, e por fim, virou pó. Você ficou para trás, não deixando se levar, culpo seu orgulho tosco.

Se algum dia voltar a me ver, se nossos fluxos forem levados pelo mesmo vento, espero que você tenha conseguido se consertar, pois sei que em parte também te destruí, e sinto muito. Se já estiver melhor, eu irei te cumprimentar e dizer o quanto você está bem, te convidarei a me acompanhar, e como te conheço sei que você não irá recusar.

Enquanto isso te espero.