Para de ser exagerado. Era essa a frase que ecoava todas as noites em minha cabeça. Meu médico, salvo queridíssimo Dr. Carlisle, disse que talvez eu começaria a escutar vozes. Pois bem, ele estava certo. Mas não dei ouvidos. Sou cabeça dura e até mesmo os E.T.s (se é que eles existem) sabem disso. Será que foi por isso que vim parar em um Sanatório? Deve ter sido. Vou me lembrar de perguntar para Odete em sua próxima visita o motivo de ter me internado.
Retomando: a frase "para de ser exagerado" tinha sido dita pela formosa Alice, minha amiga do sanatório. Ela insistiu, inúmeras vezes, que meus olhos e ouvidos me enganavam e que de doido eu não tinha muita coisa. Em nossa última conversa, teimou que minha estádia era puro engano. Se Dr. Carlisle a escutasse, com certeza, a colocaria como uma forte candidata a cadeira elétrica. Eletrocutar ainda é uma forma de tratamento?
Retomando novamente: "para de ser exagerado" não é uma frase muito usada nos corredores do Sanatório Estadual de Washington. Simplesmente, porque todos somos exagerados. Não há sentido dizer isso em um local onde somente se vê doidos e mais doidos, andando de um lado para o outro conversando assuntos que somente os doidos entendem.
Talvez, você esteja se perguntando: por que Edward Cullen, o famoso empresário, estaria preso em um manicômio? Eu colocaria a culpa em uma calcinha, contudo há aqueles, como o Dr. Carlisle, que insistem em me contradizer.
Bem, a história é um pouco longa, mas se você tiver paciência posso lhe contar, com todos os detalhes, o que realmente aconteceu e quem sabe no final, concorde comigo que a culpa é da porcaria da calcinha.


Em breve: A Culpa da Calcinha II