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Neko Kodokuna
ID: 411780
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  • 30/12/2013


  • Quem sou eu...?!

    Quem será que sou?

    Você sabe quem você é? Parece que não, né?!

    Onde quer que olhemos, está estampado em carmesim, a mesma pergunta.

    Engraçado, não? Justo uma pergunta que ninguém sabe a resposta é uma das mais feitas. 

    Felizmente, temos muito pensadores entre nós. Não só neste site ou na internet. Pensadores... eles estão por toda parte.

    Talvez aquela menina calada da sua classe, que todos falam por pena... Talvez ela seja uma grande pensadora e tenha respostas incríveis guardadas ali, debaixo de todo aquele cabelo que cobre quase metade de seu rosto. Respostas que só estão esperando pelas suas perguntas....

    Ou aquele cara do mercado que nunca sorri enquanto arruma os alimentos nas prateleiras. Quem sabe o porquê dele estar ali? 

    Não se esqueça da mulher do ponto de ônibus... Todo dia ela está ali, bem vestida e com os cabelos arrumados. Mas o que se passa em sua cabeça? Por que será que ela nunca te olha nos olhos?

    Talvez se você fosse mais corajoso, pudesse responder cada uma dessas perguntas...

    Mas o pensador que quero colocar em foco aqui não é alguém assim, que não é percebido. Também existem pensadores que chamam a atenção, claro.

    "Acho que não sei quem sou

    Só sei do que não gosto" 

    Palavras do nosso querido Renato Russo. As faço minhas!

    O que nós podemos dizer sobre nós mesmos além do que gostamos ou deixamos de gostar? 

    Então aí vão meus gostos:

    Gosto de dias frios, e odeio os quentes, apesar de me encantar com as nuvens de algodão que se formam nos céus azuizinhos, e com a imensidão de azul que se faz com a ausência delas.

    Azul... Essa é uma cor que eu realmente gosto, apesar dos cinzas e preto que a chuva traz me agradarem tanto quanto. 

    Preto... Gosto de lugares com pouca luz e que eu possa ficar sozinha, apesar de meus pensamentos me consumirem nessas ocasiões. Ah não, eles me consomem o tempo todo mesmo. E parece que pioram quando estou sozinha em meio a multidões.

    Pois é, não gosto muito de falar. Na verdade eu amo, mas não com pessoas que não são próximas. Mas parece que você tem que conversar com as pessoas para que elas se tornem próximas a você... É por isso que eu não tenho muitas pessoas próximas, e consequentemente não falo muito. Então me sobram palavras.

    Foi assim que nasceu meu amor pela escrita.

    Infelizmente, na minha infância, não tive muito acesso a coisas tão maravilhosas como internet rápida, ou um computador só pra mim. Por isso, meu ingresso no mundo das fanfics foi tardio. Tarde demais, eu diria. Tenho cadernos e cadernos com palavras borradas e desenhos já se apagando. Sempre foi eu e meus pensamentos. Isso pode ser torturante. Sei que você sabe...

    Poder compartilhar coisas assim é realmente maravilhoso. Eu gosto disso.

    Gosto de ter essa ideia de falsa liberdade e interação. Gosto que leiam minhas palavras e gosto de ler a dos outros. 

    Gosto de música. De Vocaloids. Gosto de animes, desenhos, cartoons, chamem do que quiserem. 

    Eu gosto da Terra Média. 

    Gosto de tudo que me permita fugir desse mundo.

    Gosto de doces. De gatos. De Amor Doce.

    Gosto de viajar em meus devaneios. Gosto de banhos. Gosto de refrigerante de uva. Gosto de yaoi. Gosto de tirar fotos, mesmo que eu não poste nenhuma delas. O que importa é ter a ilusão de poder imortalizar um certo momento!

    Gosto do meu cabelo liso, da minha franja que cai sobre o rosto e meus olhos grande, mesmo que eu tenha sido zoada a minha vida toda por causa dessas coisas. Gosto de ser chamada de estranha e baixinha, mesmo que eu tenha 1,65 de altura e seja uma garota "normal" fisicamente. Gosto de ter pouco seio e odeio meu peso.

    Odeio ter que sair de casa para fazer qualquer tipo de compra. Gosto de comprar as coisas pela internet desde quando descobri que o podia fazer. 

    Gosto de mentir sobre quem eu sou porque tenho medo de não ser aceita. Porque gosto de pensar que sou quem eu queria ser. Porque as vezes me esqueço de quem sou de verdade...

    Minto sobre meu passado porque ele não foi como eu gostaria que fosse.

    Minto porque quero que alguém descubra a verdade, mas ninguém liga...

    "A verdade só é verdade porque as pessoas acreditam nela."

    Minto porque meus pensamentos são obscuros demais para serem compartilhados. 

    Eu gosto de pessoas, mas as odeio... Odeio interagir tanto quanto anseio desesperadamente por isso.

    Odeio que me toquem, tanto quanto meu corpo chama por calor humano.

    Odeio o amor, tanto quanto espero amar com tudo que há em mim.

    Não sei mais sentir saudades... Mas sinto saudades de sentir saudades.

    Odeio filmes de terror, porque eles nunca me assustam, mas insisto em vê-los na esperança de algum me meter medo pra valer. O que nunca acontece.

    Gosto de fazer nada as vezes, mesmo que odeie perder tempo deitada.

    Odeio dormir, porque poderia fazer mil coisas com o tempo que perco durante o sono, mas amo a sensação do meu corpo contra o colchão e sentir o cansaço me deixar mole até que eu apague.

    Posso escrever livros e livros sobre o que eu gosto ou deixo de gostar, mas provavelmente daqui a um tempo vou deixar de gostar de algumas coisas e começar a olhar diferente pra outras, então eu teria que reescrevê-los. E isso seria um saco. Porque eu gosto de ser preguiçosa.

    Mas o que eu quero dizer com tudo isso, é... absolutamente nada.

    É isso que somos... Todo esse mundo é um grande nada... As coisas só existem porque queremos que existam.

    As cores só existem porque podemos vê-las. No escuro tudo tem a mesma cor.

    Os nomes só existem porque nós os inventamos. A escrita, nós criamos. O tempo fomos nós que determinamos. A vida, somos nós que controlamos... Da mesma forma que não podemos ditá-la, nem prevê-la. 

    Os pilares desse universo são as contradições...