Falácia é protagonizada por David Matlock, um pesquisador inglês esnobe, milionário e mulherengo conhecido mundialmente por sua irresponsabilidade e falta de compromisso. No universo em que o livro se passa, esse homem pode ter tudo o que quer com um simples estalar de dedos - e um de seus mais apreciados bens é uma bela companhia feminina. A história se inicia quando, em uma das propriedades da rede de laboratórios que herdara do pai, Dave conhece uma mulher de uma beleza tão grande que se mostra capaz de fazê-lo empacar em rede nacional. De imediato, mil possibilidades passam por sua cabeça de cafajeste, que há anos não se sentia intimidada por pessoa alguma no mundo. No entanto, Matlock tem uma surpresa nada agradável. A garota, sem nem mesmo conhecê-lo, já o despreza por sua atitude perante à mídia. Com o orgulho ferido e decidido a conquistá-la de qualquer maneira, Dave se vê presenteado quando uma proposta é feita a ele pelo laboratório de Oslo: viajar, com ela, até a Noruega para dar continuidade a um remunerado trabalho pertencente ao seu laboratório. A mulher, chamada Hillary Williams, não tem opção se quiser continuar com sua recente carreira na área de bioquímica - para ela, a oportunidade é irrecusável. E, sendo assim, ambos embarcam para um destino que viria a ser muito mais desagradável do que as duas semanas que pretendiam passar juntos. Com uma falha no motor da aeronave particular, o avião de Dave e Hillary sofre um grave acidente e, graças a inegável experiência do piloto, consegue pousar sem grandes danos em uma ilha perdida situada, hipoteticamente, na imensidão do mar do norte. Presos e sem ter condição de pedir por ajuda, o pesquisador e sua nada bem humorada companheira são obrigados a viver como sobreviventes em um ambiente que nem mesmo todo o conhecimentos biológico dos dois poderia explicar. Conforme o tempo corre, a dupla percebe que não está simplesmente perdida. Aquela ilha é o berço de aberrações e criaturas sanguinárias que poderiam ilustrar, com facilidade, seus mais temíveis pesadelos. Um lugar tão impetuosamente armado que poderia se classificar como uma terra que desbancaria o próprio inferno. Submetidos a rituais absurdos e a lutas diárias pelas próprias vidas, Dave e Hillary passam a protagonizar mais do que suas desavenças e lições sobre companheirismo. Tornam-se, aos poucos, parte daquele universo paralelo onde o bem pode ser encontrado em pouquíssimos elementos. Perdem, aos poucos, o conhecimento sobre quem são e de onde vieram. Afinal, em uma terra sem lei, qualquer noção social se perde; seja isso ilustrado por Amazonas sanguinárias e ninfomaníacas, lobisomens monstruosos, híbridos ou pessoas perigosamente dissimuladas. Falácia, como o título já diz, não se trata do que acontece em si. Se trata, principalmente, da imaginação e percepção do próprio leitor, que é explorado até seu último neurônio pelo desafio de decifrar enigmas implícitos.