Gabriel é um menino cortês, mas seus olhos abrem uma janela para uma alma perturbada. Qual é o grande espírito que não sofre repressão da mediocridade?
O Natal é para ele um símbolo dessa repressão, e as luzes o nauseiam. Gabriel é então um anjo que anuncia a morte: de Deus, de toda a esperança. A véspera de natal é anunciação, e a madrugada é longa o suficiente. Quanto tempo se leva para encher uma piscina? Quão silencioso isso pode ser? Quanto tempo se leva para voltar à infância tão próxima, mas mesmo assim inalcançável, para um jovem de catorze anos?
Gabriel conversa com a sua voz, com ele mesmo, com alguém. Quando ele finalmente aceitar suas vontades, deixará de sentir culpa, e não poupará a si mesmo.

Ainda na adolescência, Baldwin foi internado em um hospital psiquiátrico e após muitos anos de ócio ele decide contar sua história. Aos 14 anos, ele se prepara para uma viagem escolar. O destino torna-se incerto quando o inesperado espreita das sombras de uma tarde chuvosa. Algo anseia por capturar a sanidade de nosso herói, pois de algum modo Baldwin o é.
Afinal, o que é a insanidade?
Quando a realidade não parece distinguível, questionar-se sobre o que é real soa bastante racional.
Mas isso tudo é irrelevante, só o medo existe. Ele está aqui e irá perseguir a todos nós.