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HerMindOnStories
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  • 28/01/2013


  • Bem, eu não sei. Mas, ora, quem diria, eu nunca sei. Quando estou ligada, estou distante. E quando estou fora de mim, sinto-me cada vez mais próxima do que me faz bem. Mas o que me faz bem? O que um dia já me fez bem, eu pergunto? Bem, eu não sei. Mas, ora, quem diria, eu nunca sei. Jamais soube. E o que sei de mim, na verdade, é tudo aquilo que em tempo algum saberei. Sei que estou errada quando me julgo certa e sei estou errada quando estou errada mesmo. Mas quando estou errante, como naquela música, não sei o que fazer. Estou tão perdida que não sei por onde me perder. Quem se identificaria? Bem, eu não sei. Mas, ora, quem diria, eu nunca sei.

    A vida pode ser constrangedora o suficiente para te fazer se trancar num mundo peculiar a ti mesmo. Mas eu sempre me pergunto: o que eu deveria fazer? Coisas parecem difíceis de lidar quando não nos abrimos. E quando eu penso que já vivi muito, que já passei por muitas, sei que, de fato, não fiz nada. E isso me agonia, pois que de tudo eu quero fazer, entendes? De tudo quero ser, nada me satisfaz. E eu gostaria muito de me contentar com o fácil, o ordinário, o simples. Mas, como antes, nada me satisfaz. Certamente, estou feliz pelas pessoas que amo e que me amam de volta. Certamente, não os trocaria por nada. Mas e eu? Quem eu sou? Que tipo de pessoa eu sou para mim mesma? Eu deveria saber? Bem, eu não sei. Mas eu quero saber e temo que nunca descobrirei. Nunca fui do tipo que identifica bem caráteres, jeitos, manias ou coisas do tipo. Mesmo que eu seja observadora o suficiente para isso, tudo parece me escorrer pelos dedos à cada decisão ou conclusão que eu tome. Tudo parece estar no level hard para mim. E isso me agonia. Profundamente.

    Vocês podem pensar que sou louca, não ligo. Para que me negar? Nunca fui disso. Inclusive, acho que pessoas como eu estão em falta no mundo. Mas, quando penso isso, enxergo-me egocêntrica e incoerente a tudo aquilo que prego: indiferença ao diferente. Supostamente, não devemos julgar as pessoas. Ninguém mesmo. Mas o quão difícil isso é? Posto a isso, pior ainda é quando aprendes a julgar alguém que vês quando te olhas no espelho. Quem és tu? Quem sou eu? É difícil dizer. Mas somos iguais, apesar de diferentes. Eu entendo, mas não entendo. Vês? Estou em constante contradição. E pensar nisso me faz lembrar de Jesus, o cara que disseram que traria salvação de uns e queda de outras. A contradição em pessoa e deus. E, por isso, faço-me lembrar de mim mesma. Então, penso novamente, quem eu sou para comparar a minha própria existência à de um deus? Ou, no mínimo, um exemplo de vida? Quem sou eu, perguntei ao meu irmão. Um ser supostamente racional, que tende a pensar de forma racional. Mas quem sou eu, além de ser racional? Sim, sou alguém. Alguém que tem sentimentos e faz questão de senti-los. Ou seja, o que posso fazer eu, se não posso decidir entre razão e emoção? A saída é fazer valer à pena, disse o boyzinho do NXZero, né? É, haha. Certas coisas têm suas salvações. A saída é fazer valer à pena. Isso é um fato.

    Por tanto, eu posso dizer que não sei quem eu sou, nem de onde vim, nem para quê eu estou aqui. Mas eu sei muito bem para onde ir e o que eu vou fazer até chegar lá. E, bem, se eu não chegar, pelo menos não poderão dizer que eu não fiz as coisas que quis, que eu não tentei ser feliz e nem que eu não fui. Porque eu sou feliz e bastante satisfeita com minha insatisfação. E sei bem que não nasci para ser medíocre. Sei bem que, mesmo que tenha, não vou ficar na mediocridade. Eu sou alguém, lembras? Quero que outros alguéns me vejam e quero vê-los também. Por isso, amigos, eu amo o que faço. Seja na música, na literatura, na arte, na ciência... Todas as áreas que trabalho me dão forças para continuar, todas as pessoas que eu amo e que me amam de volta me dão forças para continuar. E, no final, ao ver a felicidade estampada na cara do mundo ao meu redor, do meu mundo, tudo parece valer à pena. Cada dor, cada sofrimento, cada perda... Cada um desses "erros" é aprendizado. Aprendizado que te faz crescer para continuar sendo feliz ou se tornar um felizardo o quanto antes.

    Então, é por isso que eu gosto de escrever. Fora a liberdade, talvez eu goste de comover as pessoas. E se tudo isso que eu disse fosse uma mera baboseira para deixá-los impressionados, provavelmente não seria mentira. Mas, vejam bem, eu sou uma garota realista com coração e mente românticos e, isso, não posso evitar. Ou seja, cada palavra que sai de mim é real. Cada fato resulta em dor, pois ela é inevitável. Mas nunca, entendam, nunca é o fim da vida. Não da tua, não da minha. Afinal de contas, os dias são contados, querendo ou não. Só nos resta fazê-los valerem à pena. Dessa forma, encerro com uma frase que sempre digo aos amigos e me mantenho focada nela: É tempo de viver e se fazer vivo.

    É isso.



    VicMonteiro mudou seu nome para HerMindOnStories30/03/2014