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Inanna
ID: 24627
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  • 29/09/2009


  • Travesti, não binária, não-monogâmica, bruxa e escritora.

    Viciada na madrugada, escrevo quando não me cabe no peito o amor pela vida e o ódio pela injustiça. Quando somos assassinadas antes dos 30, escrevo. Quando sofro preconceito, danço. Danço, escrevo. Meus dedos não param de ter histórias para contar. Quando sou amada, gozo. E quando gozo, escrevo. 

    Gosto de mitos, Deusas e animes.

    Cresci lendo yaoi de Saint Seiya, King of Fighters e Yu Yu Hakusho. Gosto muito também de originais. Hoje ampliei meu gosto por Yaoi pelo desejo de histórias que não se enquadrem mais em "gay" ou "hetero" - gosto de pensar sexualidade fora da caixa, das rotulações. Posso escrever sobre mundos ideais onde gênero e sexualidade são fluidos, ou plurais.

    Cansada de não me ver representada em tudo que li, assisti, consumi até hoje, percebi que a gente que é travesti precisa se colocar na história. Para sentir que pertenço a algum lugar, decidi escrever, contar as nossas histórias. Somos plurais, várias, somos bi, pan, heterossexuais, lésbicas e assexuais. Temos gostos diferentes. Algumas hormonizadas, outras siliconadas, algumas redesignadas; outras que decidem manter o xuxu e os pêlos... Algumas que amam o próprio pau - seu corpo de mulher que se desenhou de formas outras; curvas outras, formatos outros. Travesti também tem classe; raça/etnia; outros recortes que atravessam seus corpos - assim como nos próprios entendimentos de suas travestilidades. Tem travesti que tem privilégios de acesso; e tem muita mana (a maioria) em situação de vulnerabilidade social. Somos várias: monogâmicas, princesas, lutadoras, vingativas, vilãs, heroínas, nerds, otakus, bruxas, cristãs(!), poliamorosas, conflituosas, convictas, sobreviventes, da rua, da casa, das festas, dos bares, sagradas, profanas, amantes, guerreiras, putas, lésbicas, assexuais, ninfomaníacas, santas, desvairadas, intelectuais, pensadoras, doutoras, artistas e contadoras de histórias. Assim como homens cis e mulheres cis podem ser coisas variadas, somos também humanas complexas, cheias de histórias para compartilhar.

    Quando quiser ler história com personagens trans, só clicar na tia :)

              Inanna é o nome da Deusa das travas ♥ Que eu escreva por ela; através dela, inspirada por todas musas e galas da inspiração!

    Há dez anos quando comecei a publicar nessa plataforma; foi uma libertação; e lá senti uma vocação: contar histórias e dialogar com o outro. Nos dois primeiros anos foi incrível: ser "um adolescente gay", virgem, não enquadrado; sem afetos... Com muita coisa pra sonhar... Sonhar me rendeu histórias cativantes e consegui leitores; fiz amigos, amigues importantes! (um deles até é meu melhor amigo hoje e mora comigo). Descobri um sentido em contar o que tem dentro dessa cabecinha geminiana. Mas tbm fui percebendo com o passar do tempo que escrever vai ficando difícil conforme a "vida adulta" vai se intensificando... Fui aos poucos abandonando; fui mudando minha mente; me envergonhando das coisas que escrevia no passado; por ser tão "não-consciente" de várias coisas... E numa reviravolta entre 2015-1017 sofri uma revolução política, queer e me assumi trans; tornei-me ainda mais engajada, feminista, e passei a colocar MUITO dos assuntos "ideoloógicos" na história: e de forma muito explicativa... Não sei. Não me arrependo; mas foi um puta processo de aprendizado: leitores foram se desidentificando de alguma forma. Outros diziam que era importante e que aprendiam; outres deixavam de ver graça na história... Claro que nunca é sobre agradar gregos e troianos mas... Recém-assumida e sendo eu mesma pela primeira vez na vida sinto que tinha muito desabafo e muita urgência. Agora, com quase 27 anos; a idade que morrem muitos dos geniais; sinto estar pronta; de novo, mais uma vez; aqui. As histórias não irei tirar dessa plataforma: não posso apagar quem fui; hoje, me orgulho. Me orgulho de tantas coisas que fui e reproduzi; pois sei que não fiquei cristalizada num só lugar e fui aprendendo muito nos caminhos da vida. Mas tem uma parada aí de Nitezsche que tem me feito perceber algumas coisas (que doida). Aprendi a partir de uma carta de tarô e depois de uma amiga que tava estudando o filósofo pro mestrado dela. A parada: "as três metamorfoses do espírito". Basicamente as transmutações pelas quais um espírito precisa passar para deixar os antigos valores para trás e criar novos. Estas metamorfoses expressam também a maneira como podemos interpretar a liberdade. São três os estágios: o camelo que aceita o peso dos valores impostos e segue o status quo e tudo aquilo que foi imposto. O segundo estágio se trata do Leão; ou como gosto de pensar: a LEOA. Ela já sabe que não pertence; que os valores vigentes não dizem respeito a ela; portanto ela pregoa: NÃO! E fica pregoando as negativas e negando o que foi imposto... E sinto que é nesse local que eu me encontrei nas últimas tentativas de esceita aqui no Nyah; até 2, 3 anos atraś.

    Agora; no entanto, sinto que cheguei ao estágio terceiro: a criança. Até peguei aqui de um site mto bom sobre Nietzche um trechinho:

    "Sim, as crianças são anarquistas por natureza, nada está acima delas, cabe então o duro processo de criação de novos valores, um novo modo de vida, uma nova maneira de relacionar-se.

    A liberdade da Criança é para prescrever para si mesma seu próprio bem e mal, para tornar-se seu próprio juiz. O aspecto lúdico desta última metamorfose faz da realidade um grande jogo, onde a conservação e a destruição não são seus aspectos mais importantes. Se os valores antigos foram destruídos então a criança é livre para a eterna criação. Os deuses estão todos mortos, cabe à criança este divino dever de criar."

    E sinto que estou me metamorfoseando na criança agora; deixando de ser a Leoa Brava.

    Sinto que minhas histórias acompanharam da camela a leoa; em todas as metamorfoses necessárias entre estes dois estágios. Falarei um pouco sobre elas.

    "Succubus", "Só ódio ou algo a mais?", "City of Lust" ,"Especial de Natal" , "Red Haired", "The LUST book" e "Again" são minhas histórias mais antigas e,em menor ou maior grau, recheadas de perpetuações inconscientes que hoje eu leria enquanto misóginas,racistas, transfóbicas e talz (ou seja,um estado mais "camela"). Não por eu ter sustentado discurso de ódio ou nada nesse sentido; mas por ser uma adolescente "gay" sem acesso a diversas lutas, militâncias, assuntos mesmo na época...Eu não tinha ainda nenhum contato com discussões sociais e políticas; nem mesmo com o movimento LGBT. Eu era "um menino gay sozinho" escrevendo sobre todos os mundos que sonhava; ainda imersa em lógicas que hoje não me representam mais (meu maior sonho era morar nos USA e ser cantora pop igual a Madonna e namorar o Keanu Reeves hahaha uma adolescente de sua época!!). Tenho carinho por essas histórias por refletirem muito do que fui; mas caso desejem lê-las; aceitem este parágrafo como um aviso e sabendo que muito delas não me representa mais. Confesso que eu não consigo lê-las sem sentir vergoinha hahahaha 

    "City of Lust: Love Games", "City of Lust: Us", "4:48, Antônio. Volta…" e "Migas" foram histórias numa transição de pensamento, para uma jovem universitária que ia descobrindo o sexo, os afetos, as artes, os pensamentos críticos; outros mundos foram sendo apresentados na minha vida conforme eu deixava a adolescência e entre 2012-2015 fui amadurecendo minhas visões; embora por vezes esse amadurecimento tenho me levado para "certezas" e "verdades" que hoje não sustento mais em vários aspectos (esse lance da Leoa e não da Criança, que citei lá em cima. Estar muito vidrada na negação de valores impostos e impondo, de uma certa forma, as minhas novas "verdades").

    "Succubus Q" é uma tentativa de atualização de Succubus para uma visão mais contemporânea de Helena; assim como "City of Lust: Liberdade" é uma atualização também de City of Lust para meus contextos e visões de mundo atuais. Succubus Q foi escrita no início da minha maturidade (pós-formada na faculdade, trampando horrores, começando a viver relações afetivas mais estáveis e tendo mais contato com minha espiritualidade) e "Liberdade" é três anos mais atual. "Contos de 3" é algo mais recente e uma tentativa de trazer o LGBTQ+ mais próximo do que até então era somente "Yaoi"; e "Vênus e a Casa do Céu" sou eu flertando os temas LGBTQ+ com um mundo fantasioso e místico. "Amores Múltiplos" é um desdobramento em fanfic de Cavaleiros do Zodíaco a partir de "Contos de 3". Eu cheguei nesse site e nesse mundo dos escritos na internet a partir de fanfics de CDZ, e nunca antes tinha experimentando escrever algo que não fosse original. Então, agora aos 27, me provoquei a escrever minha primeira fanfic e está sendo divertido hahaha

    Ufa... Quanta coisa essa travesti escreveu hahaha e seeeempremudando de ideia, ai ai...

    No mais eu sou uma jovem apaixonada pelo mundo e pelas pessoas. Adoro Madonna, Lady GaGa, Beyoncé, Rihanna, Linn da Quebrada, Ventura Profana, Liniker, MC Xuxu, Banda Uó e as cantora pop tudo. Amo as travestis tudo - representatividade é tãããão importante!! . Meu filme preferido é a Bruxa empatado com Memórias de Uma Gueixa e Corra. Séries eu AMO Pose e Sense8 principalmente. Eu AMO Sailor Moon, basicamente. Pra mim sempre foi e sempre será o melhor anime e mangá ever. Adoro Shoujo, na verdade, hahaha. Outros animes que eu adoro são Ranma ½, Inuyasha, Sakura Card Captors, Madoka Magica, Love Hina, Guerreiras Mágicas de Rayarth, Cavaleiros do Zodíaco(AMO YAOIS DE SAINT SEIYA - principalmente se for CamusxMilo). Um mangá em especial que gosto muito é Angel Sanctuary.

    Meu primeiro nome de 'autor' aqui foi TaylorK - porque eu achava o Taylor Kitsch um gatoooo (um ator beeeem padrãozinho aí). Hoje até meu gosto para homens mudou - não sigo mais tanto o padrão tanquinho de beleza, hahaha. Depois virei Saturno, porque estava realmente me transformando. Depois então fui Helena de Troia - nome de uma personagem minha no teatro E alterego. E tbm tem a ver com meu nome real, hihi. E agora estou de Inanna; nome da Deusa mãe das travestis tudo.

    Bom, acho que consegui dar um panorama geral de quem sou eu na vida, e não separo de quem sou como escritora. Adoro muito conversar com leitores - embora tenha que me controlar para não dar spoiler. Se você se sentiu levemente à vontade para conversar comigo, venha. Adoro trocar ideias, mesmo!

    Talvez eu esteja me esquecendo de algo muito importante, mas acho que já falei bastante

    Ah, adoro vinho! Mesmo.

    Beijos grandes,

    Inanna.

     



    TaylorK mudou seu nome para Saturno03/07/2013
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    Helena de Troia mudou seu nome para Inanna16/04/2020