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giway
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  • 16/09/2012


  • Se é para ter um perfil, então vamos lá... Aqui jaz um breve resumo de mim mesma e de como tudo começou e se tornou o que eu, infelizmente, chamo de: Minha Vida.

    —–––––

    Chamo-me Giselle e há 17 anos existo.

    Em tanto tempo tantos altos e baixos foram inevitáveis.

    Fui Feliz em minha infância, admito, mas apenas aí. Ótimos familiares, ótimas amizades, nada além de a mais simples Inocência.

    Mas foi como uma rajada de vento forte que conheci a Violência. Conheci o que era Escuro e passei a ter Medo. Medo esse que, pouco a pouco, passou a me destruir.

    E então eu conheci a Tristeza, conheci a Melancolia. Mas não fui infeliz, apenas sentia Dor.

    Foi a época na qual eu ainda possuía os fios de Esperança, que gentilmente, me ergueram e me mantiveram de pé.

    Então me lembrei da Felicidade e pensei senti-la novamente, vestida em Ignorância. Quão ingênua.

    Então conheci o pecado e os pecadores. Conheci oconfiar. Conheci a traição. Descobri que há sim pessoas fúteis e perdidas. Que há sim o Amor, o Carinho, a Dor. E descobri que não apenas eu os sentia.

    Descobri também que não era a única a senti-los ao mesmo tempo.

    Então percebi que eu não pertencia a nada. Questionei: Não obtive respostas.

    Assim acabei conhecendo a Frustração. A Solidão foi consequência a partir daí. Fui buscando, levando até perceber que eu não realmente importava, então decidi me procurar em outro lugar.

    Foi quando decidi não mais viver. Talvez em outro lugar fosse melhor.

    Descobri uma coisa chamada Hesitação. Tentei me livrar dela, mas a Saudade estava de braços dados consigo. E, meu caro, quão grande era essa Saudade. Tão pesada, impossível de ser movida, que dirá removida.

    Então caí em um largo e raso buraco chamado Aceitação, e tinha completa certeza de que, se quisesse, sairia dali facilmente. Tão fácil como levantar um pouco a perna e subir um degrau. Mas não me restavam forças. Os finos fios de Esperança foram roídos com o passar dos anos e nada mais me prendia a lugar algum. Nada.

    Foi quando conheci a Arte e fiz dela companheira. Fazia o tempo andar mais depressa dentro daquele lugar. E, como se esperando por algo acontecer, aguardei.

    Minha querida companheira me fazia lembrar a Felicidade, há tanto tempo não mais almejada por aceitar a triste e real sentença de que nunca mais a encontraria.

    Foram tempos razoáveis.

    Não havia paz, nem havia guerra. Havia uma Instabilidade, uma Inquietude, havia tudo de uma só vez.

    Às vezes eu conversava com minha companheira sobre a ideia de partir. Ela tinha medo do Escuro assim como eu, então nós nos abraçávamos e ela, soluçando, pedia que eu não me fosse. Que ficasse junto de si. Nunca negaria um pedido tão desesperado, então fui ficando. Mas prometi a mim mesma que, assim que ela adormecesse, eu partiria.

    E foi quando ela dormiu que percebi que a Covardia me tomava. Temia por minha frágil companheira, precisava protegê-la.

    Mas também precisava sair dali.

    Tive a ideia de olhar para cima, apenas ver do que eu abriria mão e o que eu vi foi lindo. Vi a vida, as doenças, a saúde. Vi crianças e idosos. Vi o azul, vi o verde. Enfim eu via a vida como ela era de fato.

    Voltei ansiosa para perto de minha companheira adormecida, vi a calma em sua face e sorri trêmula. Quando acordasse a levaria junto comigo. Subiria com sua ajuda aquele pequeno degrau do raso buraco no qual estávamos e a traria. Seria bom. Mas, por hora, o Medo não me deixava. Foi fácil lidar com ele, afinal, eu ainda estava no buraco da Aceitação...

    Então tudo ficou quieto. Eu, que era habituada ao burburinho, achei estranho. Minha companheira ainda adormecia serena. Não soube me situar no tempo, também não me importei. Então fechei os olhos e adormeci, apenas acordando com o barulho que uma escada fazia ao juntar seus frangalhos. Provavelmente a coitada havia caído, assim, desmontando-se. Perguntei-me se ela sentia dor enquanto a observava e sacudia levemente minha companheira, que se remexeu sonolenta.

    É hora de ir.— Me disse a escada.

    Não quero mais. Quero voltar — Apontei na direção da vida, os olhos cheios de lágrimas. Queria poder ter mais uma chance, porém era difícil retrucar levando em conta o local que me encontrava.

    Então conheci a Perseverança e a achei tão bela...

    Então vá!— bradou a escada - Não perca mais tempo.

    Percebendo meu olhar, completou:

    Leve-a...— indicou minha companheira ainda confusa, acabara de acordar - Ela faz parte do que você é agora.

    Lembrei novamente da Felicidade e corri em por minha querida companheira nos braços e tirar-nos de lá, com a ajuda da escada. Acenei brevemente para ela e toda a Inércia que eu era, Ansiosa em tentar encontrar a velha Felicidade, um pouco esquecida pelo tempo e ingeri-la como água.

    Agora eu sabia mais ou menos o que fazer. E nesse momento conheci a Confiança.

    Ela anda de mãos dadas com o Medo e a Hesitação, mas eles, a cada dia que passa, ficam menores. E enquanto caminho, com minha companheira nos braços, um sorriso tímido mora em meus lábios.

    Ainda não encontrei aquela sensação tão boa e antiga. Ainda hoje tenho pesadelos e sinto Medo dos monstros que moram no Escuro. Mas o que eu sinto é que finalmente encontrei meu exército.

    Conheci um lugar chamado Lar, repleto de um sentimento chamado Amor e sinto que estou no caminho certo para a Felicidade.

    —–––––

    "I am not afraid to keep on living.

    I am not afraid to walk this world alone.

    Honey, if you stay, I'll be forgiven.

    Nothing you can say could stop me going home." - Famous Last Words (MCR)

     

    G.14.04.14

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    "Chego de mansinho, você nem me percebe. Me instalo em sua cabeça e peso aos poucos, mas você não nota. Me alimento de você, mas você não se importa. Cresço e destruo sua alma e tudo que você um dia achou que era. Porque eu sempre estive aqui. E não adianta o que você tente fazer para me diminuir; Eu sempre volto. Prazer, me chamo Depressão. E serei sua fiel companheira por toda a sua vida."

     

    "Never let them take you alive"

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