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Alaska
ID: 194131
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  • 20/08/2012


  • A sociedade é materialista, egoísta, superficial, arrogante, ignorante, hipócrita, intolerante e concreta. Ela é só concreta. Sem valor, sem emoções, sem nada além de uma simples estrutura. E parece tão irônico rever a hipótese de que a sociedade seja um reflexo do que somos. Mas ela é. Ela é, meus caros leitores. Nós é que não precisamos ser um reflexo dela.

    Eu sempre fui taxada como diferente, em todos os aspectos, isso porque as pessoas ainda não conhecem a minha verdadeira confusão interior. Tenho palavras para todas as situações, palavras que colidem e condizem. Eu não me confundo com argumentos, mas me confundo com a quantidade de argumentos que tenho para uma só questão. Ser algo além de egocêntrico em um mundo onde o normal é considerado ser equivalente aos demais é algo impossível, crítico, e praticamente insensato, também é por isso que a maioria das pessoas costuma me julgar de anormal.

    Ser sábio é coisa de gente que não tem o que fazer, dizem eles. Mas ser sábio, na verdade, é não fazer nada e ainda assim fazer seu papel de gente: entender o que o Universo propõe a cada dia. O mundo funciona de acordo com a perspectiva que enxergamos nele. Se aprofundamos num assunto, rapidamente ele se torna mais complexo do que uma simples coerência de fatos.

    Ah, meus caros amigos, intelectualidade é um termo avançado demais na linguagem contemporânea, e isso soa tão ridículo. Porque a sociedade quer ser apenas o necessário, pôr limites e alcançá-los sem esperar por aquilo quer ser apenas o necessário, pôr limites e alcançá-los sem esperar por aquilo que está além do fim. Sobre o fim? Começam a se preparar para o fim desde o início, sem pensar que tudo que temos no momento é o simples presente em que hoje vivemos. Nada mais. O amanhã ainda não aconteceu, e o ontem já não pode ser alterado. Tudo segue uma ordem, mas o fato do caminho ser estreito não implica no surgimento de uma curva inesperada. A minha dica é: seja essa curva inesperada, mas não espere tanto por ela, ou você pode perder o controle.

    Todos avaliam o sentimento como ridículo, abstrato, irreversível, negável e, principalmente, negativo. Pessoas ignorantes costumam dizer que é preciso ter juízo e organizar bem o que será bom ou não para o futuro, mas tanta análise de uma sensação pode fazer com que seus benefícios sumam e que o tão desejado sentimento expire no ar, como se jamais tivesse algum sentido amplo no seu sistema nervoso central. Mas, se há uma coisa que eu aprendi comigo mesma, é que um sentimento está sim além do que podemos tornar real. Ele é belo e é essa beleza que deve ser exaltada quando o vivemos.

    No primeiro momento negamos sentir sequer tipo de atração por alguém, por algo, por seja lá o que for, negamos que seja tão incontrariável, tão inesperado, e negamos tanto porque sentimos algo que não queríamos sentir e que mal sabemos interpretar. É a sociedade que põe em nossas cabeças o maldito quesito de selecionarmos quem amamos e achar que quem nos ama pode não serbom o suficiente. Isso é apenas a sociedade agindo contra nossos direitos de sentir.

    Mas a sociedade se define por aquelas pessoas que seguem regras, rotinas, que preenchem contratos e o cumprem a todo instante; pessoas que vêem no mundo um simples propósito de crescer materialmente e não se envolver em nenhum outro tipo de questão propriamente classificada como humana. E, devemos sim julgá-la e se pôr contra a todos as propostas que ela oferece, negar que sejamos iguais, negar que seguemos uma mesma reta ou que tenhamos um mesmo destino. Mas o fato de não sermos como ela às vezes nos deprime, porque pensamos que se manter como um padrão que jamais muda pode ser, de alguma forma, benévolo a nós mesmos, mas ainda garanto a você leitor que não existe nada melhor do que viver com a simples autonomia de ser quem você realmente é.

    Sempre disseram, na escola, que eu era uma nerd solitária, nada popular, um zero à esquerda, sem funcionamento de raciocínio algum. Inocente, taxada como destituída de uma vida como a dos outros. E eu cheguei a interpretar isso como algo que afetava a minha vida em diante, mas a verdade é que essa opinião não era nem um pouco crítica por parte desses meus "coleguinhas de classe", a verdade é que eu era muito mais, e talvez um pouco menos do que ainda poderia ser. Mas eu sempre fingi, para o definido com "mundo", ser alguém calmo e que possui apenas uma visão direta e curta de tudo que acontece, que não se importa e não vive interiormente, mas a verdadeé que essa opinião não era nem um pouco crítica por parte desses meus "coleguinhas de classe", a verdade é que eu era muito mais, e talvez um pouco menos do que ainda poderia ser. Mas eu sempre fingi, para o definido com "mundo", ser alguém calmo e que possui apenas uma visão direta e curta de tudo que acontece, que não se importa e não vive interiormente, mas a verdade é que hoje sou uma adolescente completamente lógica. Tenho pena dos que não conseguem enxergar o que eu enxergo; o duplo sentido das palavras, o duplo sentido de existir. Esse é o meu "poder" de dramatizar esse tal mundo e de tornar isso algo minimamente original.

    E, acima de tudo, tenho esse poder de me mostrar diferente de um projeto aprovado pela sociedade.

    -Alaska



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