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BuriChan
ID: 17815
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  • 05/07/2009


  • *-* Amo esse livro...

    O Pequeno Príncipe (Antoine de Sant-Exupéry) Capítulo XXI E então que apareceu a raposa: -Bom dia!-disse a raposa. -Bom dia! respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada. -Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira... -Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bonita... -Sou uma raposa, disse a raposa. -Vem brincar comigo, propôs o principezinho.Estou tão triste! -Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda. -Ha! Desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou: -Que quer dizer "cativar"? -Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras? -Procuro os homens, disse o principezinho.Que quer dizer "cativar"? -Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas? -Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"? -É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços". -Criar laços? -Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa iqual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o unico do mundo. E eu serei para ti única no mundo... -Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativo... -É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra... -Oh! Não foi na Terra,disse o principezinho. A raposa pareceu intrigada: -Num outro planeta? -Sim. -Há caçadores nesse planeta? -Não. Que bom! E galinha? -Também não. -Nada é perfeito, suspirou a raposa. Mas a raposa voltou à sua idéia. -Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam.Todas as galinhas se parecem e todos os homens também se parecem. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo pra mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste. Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe: -Por favor... cativa-me, disse ela. -Bem quisera, disse o principezinho mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer. -A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compra tudo prontinho em lojas. Mas como não existe loja de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo, cativa-me! -Que é preciso fazer? perguntou o principezinho. -É precis ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto... No dia seguinte o principezinho voltou. -Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a me sentir feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos. -Que é um rito? perguntou o principezinho. -É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, de outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam nas quinta-feiras com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançasem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias! Assim o principezinho cativou a raposa. Mas quando chegou a hora de partir, a raposa disse: -Ah! Eu vou chorar. -A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse... -Quis, disse a raposa. -Mas tu vais chorar! disse o principezinho. -Vou, disse a raposa. -Então, não sais lucrando nada! -Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo. Depois ela acrescentou: -Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo. Foi o principizinho rever as rosas: -Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem catevastes a ningém. Sois como era minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo. E as rosas estavam desapontadas. -Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as lavas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa. E voltou, então, à raposa: -Adeus, disse ele. -Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. -O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. -Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. -Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. -Os homens esquecem essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa... -Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu a principezinho, a fim de se lembrar e partiu. Fim do Capítulo --------------------

    "HA! Vai começa, a dança da biriba, pega a biribinha e joga ela no chão, se ela não estourar, dá o pluuu pro seu irmão! (8) " XD Mundo Canibalisssssss uhuuu o/

     

    JaNee ;**********