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Luademorais
ID: 12282
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  • 26/02/2009


  • Em busca do inesperado bom.

     

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    alucinação:

    a.lu.ci.na.ção
    sf (alucinar+ção) 1 ato ou efeito de alucinar. 2 med percepção de sensações sem objeto que lhe dê causa direta. 3 psicol interpretação anormal das experiências ideativas como percepções reais; distingue-se da ilusão por ser esta uma percepção errônea de dados sensoriais presentes. 4 delírio, devaneio, visão. 5 desvario, impulso de cólera, perda da razão. 6 filos percepção sem objeto.



    enfim, além de louquíssima, não existo

     

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    No fim o que você pode fazer é se comprometer com as pessoas que ama, esperar por um pouco de sorte e que faça bom tempo.

     

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    Um pouco de Clarice, de Virginia, de Clarah. Outras vezes uma Florbela ou Cecília. Outras tantas todas elas juntas. Sou um pouco de Ferrajouli e o seu garantismo. Um pouco de Platão em seus discursos. Toquinho e Vinicius com seus sambas e bossas. Sou Mariene e Anna Cañas. Num outro dia Mariana Aydar. E também rock and roll, jazz e blues. E sou Legião Urbana, porque gosto, porque posso. Mas já fui tantos, tantos outros... E no fim eu sou tão pouco que ainda estou a procura do "quem".

     

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    Agora – silêncio e leve espanto. Porque às cinco da madrugada de hoje, 14 de julho, caí em estado de graça. Foi uma sensação súbita, mas suavíssima. A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo. Não sei explicar assim como não se sabe contar sobre a aurora a um cego. É indizível o que me aconteceu em forma de sentir: preciso depressa de tua empatia. Sinta comigo. Mas se você já conheceu o estado de graça reconhecerá o que vou dizer. Não me refiro à inspiração, que é uma graça especial que tantas vezes acontecem aos que lidam com arte. O estado de graça de que falo não é usado para nada. É como se viesse apenas para que se soubesse que realmente se existe e existe o mundo. Nesse estado, além da tranqüila felicidade que se irradia de pessoas e coisas, há uma lucidez que só chamo de leve porque na graça tudo é tão leve. É uma lucidez de quem não precisa mais advinhar: sem esforço, sabe. Apenas isto: sabe. Não me pergunte o quê, porque só posso responder do mesmo modo: sabe-se.

     

    Clarice, em Água viva.