Nat King > Recomendações

Rotulados

Nat King

08/04/2013 às 01:16
Para quem quer ler uma história de escrita simples, mas de tirar o fôlego ainda que no começo dela, essa é a pedida. Um impacto inicial de uma tragédia, um incêndio de caráter criminoso que destrói uma família e que deixa sequelas emocionais em quem vivenciou o baque de como é ver suas lembranças explodirem junto à casa que um dia foi um porto seguro. Dentre os traumas, o sentimento de vingança parece rondar a protagonista no que eu tenho certeza que se desenvolverá um suspense digno de atenção.

A Thousand Years

Nat King

26/12/2014 às 00:42
O que a gente faz quando encontra uma história que nos mostra o que aconteceu no intervalo de tempo que nunca foi revelado? Senta no cantinho chorando e abraçado ao computador, porque é emoção demais u-u
Não esperava encontrar uma fanfic tão boa baseada em alguma mitologia porque sempre pensei ser difícil conseguir passar para outra época uma história tão enraizada em seu contexto original. Se A Thousand Years conseguiu isso? COM LOUVOR, devo salientar. Poucos sabem - ou se sabem, se lembram - que Loki, depois de sua condenação por mais uma de suas brincadeiras (e essa um tanto perversa, até eu simpatizante do deus devo admitir) foi casado com Sigyn, ou como ela lhe foi fiel passando tantos anos cuidando do humilhante destino de seu marido, com paciência e, vamos admitir, amor. O intervalo dessa história não foi revelado à nós, meros mortais, mas a autora descobriu e fez o favor de nos revelar o tortuoso caminho de Loki em busca de Sigyn e, a isso, serei eternamente grata.
Uma história que nem mesmo a antiga mitologia nórdica ou a franquia Marvel poderia criar, revelada com talento e qualidade, um trabalho incrível que merece leitura atenciosa para uma das melhores descobertas que fiz para encerrar 2014 com chave de ouro e começar 2015 com tapete vermelho. Recomendadíssimo!

Witch Hunt

Nat King

02/08/2015 às 02:21
Não pude me conter e precisei recomendar essa história, foi inevitável! *haha* "Witch Hunt" faz referência à música de mesmo nome, cantada pelos avatares Vocaloid Gakupo e Luka. Baseada na letra, que aborda a perseguição católica na era medieval, a autora inovou ao criar, não somente a história, mas três possibilidades diferentes para findar o inocente romance entre príncipe e bruxa. Seria a inveja de uma noviça e a ignorância de um povo capaz de interferir e definir o rumo de uma história? Amor inflamado em ódio, redenção ou fuga; uma licença poética que a autora tomou ao oferecer três desfechos à escolha do leitor. Tome uma delas como verdade, ou todas! A certeza que fica é a originalidade em oferecer uma oportunidade única de fazer parte da história... Super recomendada!

...Qual?

Nat King

23/01/2016 às 19:58
Quantas vidas cabem dentro de uma vida? Quantas pessoas passam por você durante ela? Quantas existem? Quantas são uma mentira? Ou seria você a mentira? "...Qual?" traz, em toda sua peculiaridade, um jovem perdido dentro do jogo doentio de uma Criatura sem nome, mas de aparência assustadoramente bem definida. Entre a adaptação e familiaridade em cada mundo onde é jogado e o desespero com a falta da certeza em todos eles, Kaito é obrigado a decidir onde realmente pertence, caso contrário... Algo bem mais assustador e doentio o espera, uma punição dada pela Criatura que o assombra enquanto desperto; mas essa punição, seria qual? ;) Ousado e intrigante, essa é uma obra que merece sua atenção.

chiisana monogatari

Nat King

09/11/2016 às 23:38
Às vezes, sentimos falta de saber o que aconteceu naqueles dias não revelados, vividos por um casal de personagens tão amados por nós. Queremos saber mais sobre sua rotina, seus altos e baixos, sua vida sem os desencontros que o plot do mangá tanto interferiu. Queremos mais daqueles dois e de seus momentos, querendo fazer deles os nossos, também. Em Chiisana Monogatari nós temos isso, quase um presente bem embalado pelas palavras escritas, uma narrativa leve, já característica do trabalho desse ficwritter. Surpreenda-se com o absolutamente normal - e por isso mesmo, precioso - relacionamento de Naruto e Hinata e em como essa poderia, muito bem, ser a sua história.

Phaedra

Nat King

31/12/2016 às 23:33
Todos nós sabemos para quem correr quando precisamos de amparo. Pensar naquela pessoa amada é quase instantâneo e, poder contar com ela, um alívio enorme. Porém, há vezes em que descobrimos que o mais importante desse porto seguro não te oferece o suporte necessário, te observando afundar no mar de desespero, sendo, por vezes, o responsável por te afogar junto com ele.
Phaedra traz a impactante, dolorosa e real possibilidade da negligência materna, desmistificando a imagem da mulher-mãe e nos fazendo encarar a dor de pertencer a uma relação de abuso emocional. Aqui, as asas de anjo foram trocadas pelas de uma harpia e os braços acolhedores, substituídos por garras afiadas como a língua daquela que desfere veneno com suas palavras tóxicas e cruéis. Comparações desoladoras de uma pessoa com um monstro, mas tocantes o bastante para admitirmos de vez que humanos são mais terríveis do que as criaturas que pintam a ficção; isso porque eles são reais.
Tocante e profunda narrativa, a autora não falha em nenhum momento em nos apresentar e reapresentar os personagens ao longo de seu desenvolvimento, sendo sua forma de escrita o arremate ideal que essa história pede. Deixe que Phaedra faça pesar seu coração e depois disso, pese você próprio se há alguma harpia te rondando; garanto que, assim como Tadashi, você não a mereça por perto.

Hollow

Nat King

01/02/2018 às 11:33
O que a perda causa na vida de uma pessoa? Qual a dimensão dessa falta, na rotina de quem sempre a teve presente? Carregado de melancolia, sem deixar de ser poético, Hollow é o retrato da perda e a descrição detalhada de sua lenta recuperação, que restitui não apenas o emocional abalado do protagonista, como o do próprio leitor. A ousadia da autora não está em findar abruptamente, logo no começo da história, com o casal mais querido e popular do fandom; a ousadia mora no sutil revelar de todas as camadas de Yuri Plisetsky, com uma visão mais amadurecida desse personagem nem sempre explorado em todo seu potencial, que no vazio causado por todos os receios, dúvidas e culpa vindos à tona, se revela bem maior e complexo do que o canon ou o fanon um dia pensou. Hollow é um convite delicado e cauteloso para encarar a morte com olhos que vão bem além do fim absoluto, ensinando tanto Yuri quanto o leitor, que não existe fim, muito menos um vazio sem ele, para sentimentos que estarão, para sempre, vivos dentro de nós.

Heart on Fire

Nat King

23/02/2018 às 12:37
“Can you hear my heartbeat”? Não se engane; aqui, você pode substituir as batidas desse coração pelo fogo que o deixará em chamas. Brutal é apenas uma das palavras que pode definir essa obra-prima da loucura oferecida pela autora, que mais uma vez nos convida a conhecer uma nova - e delirante - interpretação de Yuri Plisetsky. A evolução da Mania do personagem é sutil e encarada por ele próprio de forma tão natural, que projeta simpatia e ao mesmo tempo horror no leitor, que se sentirá, à medida que a obsessão do protagonista cresce, cada vez mais envolvido pela história. A narrativa da autora, que sempre carrega uma leve entonação emocional nas entrelinhas, em Heart on Fire encontra uma oscilação entre dor - sua já conhecida especialidade - e loucura, complementando com maestria o caminho deturpado do coração (ou mente?) de Yuri, ao coroar essa impressionante faceta desequilibrada com o melhor que o leitor pode esperar - justamente o inesperado. Por essa história, vale a pena por a mão no fogo, apenas, cuidado; não deixe que essa mania te consuma. Do fogaréu ao incêndio, basta um único toque. Depois da primeira fagulha, é um caminho sem volta.

Philia

Nat King

05/09/2018 às 14:15
Se Yuri!!! on Ice, que em defesa do amor exalta Ágape e Eros, o que dizer de Philia, mais uma das desconhecidas — ou quem sabe, negligenciadas — formas de amor pelo repertório grego? Protagonizado talvez pelos personagens mais inesperados da obra original, a história traz, sob olhar cuidadoso, divertido, mas não menos sensível, o primeiro contato entre Yakov Feltsman e Lilia Baranovskaya. Uma adolescência em regime soviético que, por mais rígido que tenha sido, se fez palco para essa amizade e todos os percalços que os consolidou tanto um ao outro ao longo dos anos, quanto a si mesmos. Não espere reviravoltas dramáticas ou apego ao canon; a autora trata com sutileza e emoção todos seus personagens, dos protagonistas aos originais que brilhantemente colorem a Moscou da década de 60, em um retrato bem mais fiel historicamente que ao anime, uma liberdade criativa que poucos aproveitariam tão bem quanto Mileh Diamond. Belo e cativante, a fanfic mostra como certos laços não precisam ser românticos para se fazerem fortes e verdadeiros. Em defesa ao amor, puro e simples, de Yakov e Lilia: a confiança de uma vida. Em defesa à amizade: Philia.