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Camila Reis

29/01/2016 às 18:20
O princípio básico seria algo essencial; nosso princípio básico é comer, beber água, dormir e respirar (alguns incluem "ser feliz" nessa lista). Escritor também tem um princípio básico que, acredito eu, seja a vontade de se reinventar, sair da sua zona de conforto, e principalmente, tentar passar algo com a sua história, mesmo que seja só algumas horas de riso ou choro. E, o que mais posso dizer agora? A Juliana (ou, como a apelidei carinhosamente: tia Juju/ Ju) tem exatamente isso.
Quando se está escrevendo uma distopia, muitos só escrevem as lutas, o universo (se for criado), como está aquela situação, etc. Ela foi mais além, colocando um tema bem polêmico (que não posso dizer, pois isso seria um spoiler) e tratando do jeito certo. Além do mais, traz assuntos antigos, relacionados à coisas que ela está acostumada a escrever (e acredito que essa seja sua marca). E não fica pesado, não fica ruim. Pelo contrário, isso torna a história maravilhosa e diferente.
Ela nos cativa com personagens que, acima de tudo, são humanos, com seus altos e baixos, momentos tristes e momentos felizes. Claro que não falta romance, mas este não é o prato principal, apenas faz parte dos temperos.
Para quem já acompanha a "trajetória" dela há um tempo, percebe-se que a história foge do que ela costuma escrever bem, e mesmo assim, não perde o seu "jeito". Agora, até o seu público-alvo é diferente, mas a história continua no estilo "Juju", e isso é o que mais gosto.
Escrever sobre outro tema para outro público e ainda assim deixar a história leve, com uma escrita simples e sem rodeios, trata-se não só de um "princípio básico", mas também de um talento que não se vê muito por aí.