Antes mesmo de o sol aparecer, o grupo caminhava silenciosamente, Inu Yasha ficou abalado com a decisão de Kagome e a seguia silenciosamente. Não demora mais de duas horas para chegar ao vilarejo, e ao entrarem nele, todos os aldeões saldaram alegres.

Temos que ir primeiro ver a Kaede – Kagome começou a andar devagar, olhando tudo em volta com um olhar vago.

Pensei que você queria ver Sangô... –

Tenho que falar com a vovó Kaede antes Inu Yasha... –

Por que? –

Contar as coisas que vêem acontecido, contar o que Kikyou anda fazendo, e me despedir... –

Despedir? Você não tirou essa idéia dá cabeça? Você nem tem para onde ir! –

Eu tenho... –

Você não pode ficar sozinha, ainda mais por que você não vai poder proteger você nem o Shippou o tempo inteiro, alguém tem que estar ao seu lado! E esse alguém sou eu! –

Fale baixo, ainda é muito cedo, as crianças não acordaram! –

Kagome... tire essa idéia da cabeça! –

Eu tenho... –

Heim? Tem o que? –

Alguém para cuidar de mim... –

De novo essa historia! Você esta iludida, você só tem a mim ao seu lado! –

Eu sou alguém importante na vida de uma pessoa, e ele é mais importante para mim do que qualquer coisa... não deixarei ele não mão, não serei a Kikyou da vida dele! –

Kagome... – Inu Yasha parou de andar, ficou chocado pela dureza nas palavras da Kagome, não pensou que uma menina tão meiga falaria algo assim.

Porem Kagome nem percebeu que Inu Yasha estava parado e continuou andando, Shippou reclamava algo em quanto dormia nos braços de Kagome.

Inu Yasha caminhava sem rumo até se deparar em frente à cabana em que Miroku morava com Sangô e seus filhos, escutava um bebê chorar, deixou escapar um sorriso triste, lembrou de uma discussão com Kagome.

“Você não sabe nada sobre crianças, bruxa, não tem ninguém que queira você para ter um filho com você! Keh!”

Inu Yasha? –

O hanyou ergueu a cabeça e ficou surpreso ao ver Sangô de mãos dadas com uma criança igualzinha ao Miroku.

Sangô! – Correu e ergueu a mulher em seus braços.

Inu Yasha, o que deu em você? Você não costuma ser tão afetivo assim... – Sangô ria em quanto se recompunha.

Oh! Inu Yasha! Quanto tempo! – Miroku apareceu na porta para ver o que estava acontecendo.

Ele... ele é seu novo filho Miroku? – Inu Yasha olhava abobado para  o bebe que Miroku tinha nos braços.

É sim! Hehe! Onde está a Kagome? –

A Kagome... ela vai vir aqui depois, ela foi na Kaede... –

O que foi Inu Yasha? Por que esse olhar perdido? –

Ei Inu Yasha, vocês vão ficar bastante tempo que nem a ultima vez? – Sangô se enfiou na frente do Miroku.

Ih Sangô, aposto que esses dois brigaram de novo. –

A Kagome... ta estranha... –

Como assim? – Sangô se sentou em uma escada ao lado de Miroku.

Bem, ela anda falando que vai embora, que ela encontrou alguém que vai cuidar dela, e esta muito desligada ultimamente... –

A Kagome vai embora? Mas quando? –

Ela disse que tem pressa. –

E você o que pretende fazer? – Miroku se levantou e colocou a mão no ombro do hanyou.

Eu não sei Miroku, eu me arrependo do que eu fiz, eu vejo que com ela sim eu poderia ser feliz. –

Você viu tarde demais, eu espero que ela seja feliz, ela vem me visitar? – Sangô olhava meio triste para baixo.

Sei que ela quer te ver antes de partir... –

Mas para onde ela vai? –

Ela falou que já tem onde ficar, eu não sei o que ela pretende Sangô! –

Bem, vamos, entre, estamos preparando um chá quente, vai te animar um pouco! – Miroku foi emburrando Inu Yasha para dentro da cabana.

*

Kagome! Que bom te ver! – Kaede estava na horta de sua cabana cuidando dos vegetais.

Vovó Kaede! Que saudades! –

Vejo que Shippou esta mais grandinho! Inu Yasha está treinando esse menino? –

Está sim, Shippou está muito forte! – Kagome acariciou os cabelos castanhos da criança.

Mas agora que notei, onde está o Inu Yasha? –

Ahm... ei! Ele estava logo atrás de mim até agora! Deve ter ido ver o Miroku! – Kagome olhava abobada para os lados, acordando Shippou.

Venha Kagome, entre! Oh! Bom dia Shippou! –

Bom dia vovó Kaede! –

Bem, bebam isso, ira aquecer vocês! –

Obrigada! – Kagome e Shippou agradeceram juntos.

Bem, voltaram para ajudar a Sangô com seu novo bebe? –

Eu não vou ficar muito tempo, vovó, irei embora, visitarei vocês, mas irei demorar para voltar. –

Eu entendo Kagome, achou alguém pra sua vida, não é? –

Sim vovó! –

Posso saber o nome querida? –

Sesshoumaru... –

Kaede olhou meio boquiaberta para Kagome, pensou que pudesse ser até o Kouga, mas jamais o irmão mais velho do Inu Yasha.

Bem, você acha que isso vai dar certo? –

Acho! Senti perto dele o que jamais senti perto do Inu Yasha, o que eu sentia pelo Inu Yasha, parece imaginação perto do que sinto pelo Sesshoumaru... –

Kagome, você ta namorando o Sesshoumaru? – Shippou deixou seu espetinho de vegetais cair no chão.

Bem, acho que sim. –

Como aconteceu querida? –

A Rin morreu... –

A menininha que o acompanhava? –

Sim... ela morreu, o Jaken também, um youkai muito forte matou eles, e Sesshoumaru estava lutando contra esse youkai, ele venceu, mas ficou muito ferido, e eu e o Inu Yasha brigamos aquela noite, e eu quis ficar sozinha, e o encontrei quase morrendo, curei ele, e agente conversou, nos encontramos outras vezes, e acabou que eu percebi a pessoa incrível que ele é. – Kagome falou tudo muito rápido, e ficou um pouco vermelha no final.

Entendo... Kagome eu desejo que vocês fiquem felizes, que um complete o outro! –

Muito obrigada vovó Kaede! Bem, irei visitar a Sangô, irei voltar aqui antes de partir! Tchau vovó! –

Fale para Sangô que irei lá mais tarde! –

Sim! – Kagome saiu da barraca sendo seguida por Shippou, andava de vagar para poder pensar em tudo que estava acontecendo, que nem percebeu que alguém estava espiando-a. Shippou notou, sentiu o cheiro.

Kagome! Kagome! – Shippou puxava sua roupa e pulava.

Que foi Shippou? –

Ah Kagome, você não esta sentindo? –

O que Shippou? Não sinto nada... –

Kagome! Ele ta aqui no vilarejo! –

Ele quem? –

O Sesshoumaru! Ele esta por perto, esta vindo para cá! –

Sesshoumaru? Você tem certeza? – Kagome notou que estava com a guarda baixa, e conseguiu sentir a presença do youkai.

Sim... –

Oh! Sesshoumaru! O que está fazendo aqui? – Kagome correu para perto dele fixou seu olhar no fundo dos olhos do youkai.

Minha miko, não sente falta desse Sesshoumaru? –

Sinto... muita falta! –

Vim ficar ao seu lado, a partir de agora não irei mais sair perto de você até você ir morar comigo! –

Mas... –

Não irei arrumar confusão com aquele idiota... –

Sesshoumaru... –

Shh, eu vou ficar sempre ao seu lado! – Sesshoumaru puxou Kagome em seus braços, e ficaram assim até Sesshoumaru notar que Shippou estava parado, com o corpo tenso, olhando para baixo.

Ei, raposa! –

S...s...s...si..,sim? –

Você ira comigo e com Kagome para meu castelo, ou prefere morar aqui nesse vilarejo? –

Vou onde a Kagome for! –

Ótimo, você ira receber um treinamento duro! –

Não pegue tão pesado com Shippou, ele é só uma criança! –

Kagome, Shippou é um youkai completo, é muito forte, mesmo para uma criança, é mais forte do que qualquer humano adulto! –

Nossa, Shippou! Não sabia que era tão forte! – Kagome se abaixou e abraçou Shippou.

Sou forte! É sou sim! –

Sesshoumaru? –

Sim Kagome? –

Tenho que visitar Sangô... estou com muita saudade dela, e do Miroku também! –

Vamos, não tenho presa, fique o tempo que desejar, mas irei com você –

Fico feliz Sesshy! –

Sesshy? –

É mais fácil... Sesshoumaru, Sesshy... encare isso como um apelido carinhoso. –

Muito bem minha miko. –

Kagome e os outros não demoraram muito para chegar à cabana, porem antes mesmo de chegarem perto, Inu Yasha estava lá fora com a tessaiga pronta para atacar.

Saia de perto dele Kagome! –

Oswari! –

Keh! Maldita! Por que isso? –

Guarde a espada Inu Yasha, não vim para lutar com você, muito menos para falar com você, estou acompanhando ela. –

Acompanhando ela? Como Assim? –

Kagome... você e ele? – Sangô correu para perto da amiga e a abraçou.

Sim Sangô, Inu Yasha deve ter te contado que irei embora... então... –

Então é ele que você escolheu para passar o resto de sua vida... hum, interessante.... – Miroku também se aproximou de sua esposa e de Kagome.

Kagome, você vai embora com Sesshoumaru? – Inu Yasha largou a tessaiga no chão se correu até Kagome, agarrando seu braço.

Me solta Inu Yasha! –

Sesshoumaru nem sequer falou nada, simplesmente jogou Inu Yasha para longe com o chicote que sai de suas garras.

SEU MALDITO! O QUE VOCÊ FALOU PARA A KAGOME IR EMBORA COM VOCÊ? – Inu Yasha ficou muito nervoso.

GARRAS RETALHADORAS DE ALMA! –

Sesshoumaru viu o ataque vindo em direção a Kagome, e a pegou no colo, junto com Shippou e ficaram em cima do telhado da casa de Sangô e do Miroku.

INU YASHA, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – Miroku correu em direção do hanyou, que o jogou longe quando Miroku o segurou.

Maldito... maldito, o que você fez para a Kagome? –

Sei idiota, tudo o que eu fiz foi garantir o futuro dela, a felicidade dela, e ainda por cima, foi tudo escolha dela própria! –

Sangô, vem! Pegue seus filhos, Inu Yasha não esta normal, vem Miroku, sai de perto dele. – Kagome fez uma enorme kekkai, muito forte pois Inu Yasha estava descontrolado atacando a todos.

A cabana foi completamente reduzida a nada, Sangô, que sempre foi forte, chorava no ombro do Miroku.

PARA, INU YASHA, PARA! – Kagome não parava de chorar, e não deixou Sesshoumaru sair da kekkai, sabia que ele poderia matar o hanyou.

MALDITO! OSWARI, OSWARI, OSWARI, OSWARI, OSWARI! – Kagome só parou quando Inu Yasha parou de tentar levantar, depois de um breve silencio, uma coisa que ninguém esperava aconteceu.

Sei que eu errei, mas eu merecia ter uma segunda chance, eu sempre tive que salvar vocês de tudo, e, Kagome... Kagome, ele já tentou te matar! Eu devia te proteger dele! Mas você está ao lado dele... – Inu Yasha cerrou os punhos, e batia violentamente no chão, lágrimas grossas escorriam de seus olhos, Inu Yasha estava chorando alto.

Não... eu não vou ser sua segunda chance... e agora eu tenho que ser protegida por Sesshoumaru, de você... Sangô, Miroku, vocês irão morar junto comigo... vamos... Sesshoumaru! – Eles se transformaram em uma grande esfera luminosa, e rapidamente sumiram no horizonte.