Apenas para Lembrar escrita por VenusHalation


Capítulo 13
Capítulo 12 - Escute




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Estavam juntos, deitados confortavelmente naquele velho sofá. A lua eterna de Las Noches passava sua luz pelas grades da janela, Orihime apenas olhava para o chão pensando na loucura que acabara de fazer, sorriu para si mesma. Sentia-se feliz e realizada, pensou que poderia viver ali para sempre ao lado de Ulquiorra. Loucura? Não. Apenas queria buscar a própria felicidade, e ela tinha certeza mais do que nunca que sua felicidade era ao lado dele, mesmo que ela custasse o mundo lá fora.

Começou a sonhar acordada, bem típido da ruiva, imaginava uma menininha de grandes olhos verdes e cabelos ruivos andando por aquele quarto, brincando com faccions como Neliel fazia. Pensou, então, em outra criança um menininho sério, como Schiffer, segurando um pequeno morcego de pelúcia que Orihime iria costurar. Imaginou ela e Ulquiorra limpando e reformando o Las Noches. “Seríamos os Lords do Hueco Mundo!”pensou, rindo para si.
Ulquiorra sentou-se no sofá fazendo Inoue deitar-se no seu colo, ele estava com a espressão preocupada e séria, mas ainda fitava o rosto doce da amada.
– Parece feliz. – O moreno acariciou os cabelos alaranjados.
– E estou. – Ela virou-se dando um leve beijo nos lábios dele. – Você não?
Schiffer olhou para ela, disfarçando um sorriso.
– Não irá me convencer com esse olhar, Ulquiorra... – Ela fitou-o decepcionada.
– Noah... – O moreno suspirou.
– No...ah? – Ela mostrou o olhar confuso.
– Meu nome é Noah... Noah Schneider.
– Ulqui... Noah, você... – Orihime lenvantou sentando-se ao lado dele. - Lembrou do seu...
– É. – Ulquiorra passou as mãos pelos cabelos. – Eu lembrei e... É horrível. Eu perdi meus pais quando ainda muito novo, fui criado por meus avós e cuidava da loja do meu avô, quando eu tinha 20 anos levaram meu avô e minha avó para um lugar que diziam ser bom e depois me mandaram para outro dizendo as mesmas coisas, da mesma forma. Fomos enganados, eu, meus avós e tantas outras pessoas... Fomos todos mandados para um lugar horrível e eu... Eu morri miseravelmente sem fazer nada, nem por mim, nem pela família que eu tinha. É apenas isso que precisa saber.
Orihime observou a expressão de Ulquiorra, ele não conseguia conter as lágrimas. Os rastros marcados em seu rosto de arrankar agora eram reais. Reais, frios, salgados e molhados na face humana.
– Então foi por isso que você foi a Rukongai...
– Preciso do hougyoku para salvar meu avós, se eles se tornaram hollows.. Preciso dar paz a eles e a mim. Preciso proteger aqueles a quem amo. - Ulquiorra levantou. – Mas olhe só... Te arrastei para... Isso!
– Noah... – Inoue levantou abraçando-o por trás. – Eu também perdi alguém especial para mim há muito tempo. Consegui fazê-lo encontrar o caminho certo, então, deixe-me te ajudar. Eu quero estar com você, entenda, você não me arrastou para cá, eu vim porquê eu quis e somente eu quis.
– Você é inacreditável, mulher. – Ele a puxou para si, beijando-a docemente.

~*~
O portão foi aberto, Ichigo, Rukia, Renji, Ishida e Chad passaram por ele como daquela primeira vez, destruindo Hollows, enfrentando alguns obstáculos. Pisaram na areia fria do Hueco Mundo, coisa que nunca pensaram fazer de novo. Olharam em volta o Las Noches ainda estava de pé, exibindo as marcas da batalha que ocorrera ali da última vez.
– Eles podem estar em qualquer lugar das ruínas. – Rukia olhou a construção.
– É um local grande, mas ainda não é infinito. – Ichigo estava sério.
– Ora, ora... Este lugar anda movimentado com pessoas inesperadas. – A voz feminina soava divertida.
– Neliel? – Renji virou assustado. – Está na forma adulta e... Sozinha? Onde estão Pesche e Dondochakka?
– As coisas mudaram muito por aqui, Abarai. – A arrankar se moveu graciosamente. – Cuido muito bem dos hollows por aqui, assim como meus faccions fazem.
– Imagino que cuide. – Ishida estava indiferente ao aparecimento da bela. – Disse algo sobre pessoas inesperadas... Ulquiorra esteve aqui?
– Esteve. – O olhar de Neliel estava completamente pousado em Ichigo que evitava trocar qualquer palavra com ela. – Há algumas horas.
– Ele estava com alguém, Nell? – Ichigo abria a boca para se dirigir a ela pela primeira vez. A forma adulta dela o incomodava.
– Estava só e abriu uma garganta, presumi que iria para o seu mundo. – Ela sorriu ao ver Ichigo falando com ela. Sentia um prazer imenso ao estar perto daquele shinigami.
– Ela o encontrou antes. – Ishida mantinha-se sério. – Ele voltou pra cá. Ulquiorra sabe esconder a reiatsu muito bem ou...
– Está na forma humana! – Rukia completou parecendo entrar em pânico. – Neliel, tem idéia de onde ele pode estar?
– Onde mais ele estaria? – Olhou para uma das torres do Las Noches
~*~
– Seus amigos estão aqui. – Schiffer disse a ela.
– Noah, deixe-me explicar a eles... Eu vou até lá e...
A parede despedaçou-se levantando uma nuvem de poeira que tapou a visão. Orihime tossia e segurava a mão de Ulquiorra envolvendo-os no seu escudo.
– Que diabos... – Schiffer sussurrou para si, transformando-se em arrankar, fazendo a poeira dissipar-se com seu bater de asas.
– Entregue-a, Ulquiorra! – Neliel apareceu na poeira. – Nossa guerra com shinigamis acabou.
– Minha guerra está apenas começando! – O moreno avançou contra a garota prendendo-a na parede. – Sabe que sou um arrankar bem mais forte do que você!
– É... – Ela sorriu deixando um filete de sangue escorrer no canto dos lábios. – Mas nunca será melhor do que ele.
Ulquiorra caiu de uma vez e sentiu dor. Muita dor. Sentiu o sangue quente e viscoso escorrer pelas costas, não poderia mais voar. A asa direita havia lhe sido arrancada em um covarde golpe pelas costas. Virou-se sentindo a visão embaçar, ele estava ali. “Humano idiota, no meu caminho outra vez.”
Neliel acabou caindo com o quadril no chão, estava ofegante.
– Não irá machucar nenhum dos meus amigos outra vez, não. – Ichigo estava visivelmente nervoso e sua voz oscilava entre a própria e a do hollow interior. Levantou a espada, iria matar o arrankar de novo.
– Não! – O grito de Inoue foi forte, e mais uma vez a espada de Ichigo acertava o escuro estilhaçando tudo.

A mascara de hollow do shinigami desapareceu e ele só conseguia fitar o desespero da amiga abraçando o arrankar sangrando e se envolvendo com ele na cúpula do próprio escudo.

– Inoue eu... Eu não entendo! – Ichigo exibia a frustração.

– Saia do caminho Inoue! - Rukia foi energética. - Ele precisa morrer é um arrankar!
– Noah... - Orihime ignorou a amiga completamente, não achou que iriam atacá-la de qualquer forma. - Se não voltar a forma humana, eu não poderei te ajudar.
– Eles vão te machucar. - O morcego dizia com dificuldade.
– Confie em mim... - Ela tocou a face dele, vendo-o voltar a forma humana.
A ruiva olhou para trás, os amigos estavam em posição de batalha. Mesmo vendo Ulquiorra completamente vulnerável, eles estavam prontos para atacar.

Inoue chorou. Bem típico da frágil Orihime, chorar em situações perigosas. Mas não iria chorar sem dizer nada, era Orihime, ela dizia coisas que faziam sentido para ela mesmo que não fizesse sentido para mais ninguém. Levantou deixando o rapaz envolvido por sua luz, os olhos verdes dele a seguiram, preocupados.

– Saia do caminho! - Rukia não se deixava emocionar. - Inoue, eu não sei o que aconteceu ou o que tipo de coisa ele fez com você para que o protegesse! Volte a si e saia do caminho!

– Vocês nunca me escutam... - A garota ainda chorava. - Acham quem sou tão ingênua, tola e fraca... Até minha memória vocês deixaram que apagar!
– Inoue-san... - Ishida mostrava uma certa expressão de vergonha.
– Eu não estou tomada por nenhuma coisa, Kuchiki-san... - Orihime parecia crescer dizendo cada palavra. - Pare de tomar-me por tola. Eu sei que sou desligada, desajeitada, sei que confio demais em qualquer pessoas e que sou sonhadora, mas... Mas... - Soluçou tentando conter as lágrimas. - Isso não é motivo para não me escutarem... Não o machuque... Por favor.

– Orihime... - Ishida abaixou o arco correndo na direção da amiga, não suportava vê-la desabar daquela forma. Segurou as delicadas mãos dela entre as suas. - Eu... Estou te escutando.
Inoue levantou os olhos encontrando os do Quincy, ele estava sério, si, ele estava concentrado e preparado para ouvir o que ela tinha a dizer, os outros se aproximaram sorrindo. Finalmente iriam escutá-la.
– Hime... - O sério Chad abria a boca pela primeira vez. - Desculpe-nos.

A ruiva sorriu, olhou para os amigos que fizeram uma afirmação positiva, era um pedido de desculpas silencioso dos demais, entendeu. Virou-se para Schiffer tentando continuar o processo de cura, assim que ele estivesse bem, algumas pessoas pessoas ali precisavam escutar.


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Notas finais do capítulo

Eu ainda vou terminar essa fic. #QuestãoDeHonra
uhhuahuauhahua... Nunca vou conseguir postar rápido T_T
So sorry! ;*