Um Estudo em Carmim escrita por EveF


Capítulo 8
Capítulo 8 - Distantes


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo saiu mais rápido do que eu esperava, me senti muito inspirada para escrevê-lo.
Aproveitem a leitura.
Quero agradecer a indicação de Leleeticinha, muito obrigada!
E também a todas que enviaram reviews. No próximo capítulo trago uma lista com o nome de todas. ^^

Este capítulo ficou meio estranho e não sei se consegui alcançar meu objetivo de mostrar um Draco mais sonserino.

Boa leitura a todos!



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Hermione estava irada com a noticia do Profeta. Como eles ousavam dizer aquilo, supor que havia algo entre Vítor e ela? E seu humor só piorou quando recebeu uma carta de Cratus contando sobre a viagem de Draco e a reação dele a noticia do jornal. Talvez não fosse tarde, talvez ainda pudesse alcançá-lo antes de ir. Usando a Rede de Flu chegou à mansão e foi recebida por Cratus:

_Ele está no escritório, Srta. Granger.

Correu para lá, queria dizer logo o que estava guardando dentro de si:

_DRACO! – disse abrindo a porta. – Não vá, por favor!

Ele lhe olhava surpreso e por um momento não soube o que dizer. Ela estava ali pedindo que ficasse, seria fraco a ponto de atender a isso? Viu-a se aproximando e sentiu arrepiar-se quando seu pescoço foi abraçado por ela. Agarrou-se a ela e sem dizer palavra, sentou-a na mesa, beijando furiosamente sua boca. Não sabia o que estava fazendo, só sabia que não conseguia parar. Após alguns momentos recuperou a sanidade e a afastou de si:

_Não, Hermione, não posso.

_E porque não pode? Dê-me uma boa razão para isso, para tudo o que está acontecendo!

_Já disse. Você merece alguém melhor do que um condenado a morte.

_Não quero alguém melhor, quero você. Porque não entende isso?

Draco passou a mão por seus cabelos:

_VOCÊ QUE NÃO ENTENDE! NÃO QUERO TE CONDENAR A PASSAR SUA VIDA AO LADO DE UM MONSTRO COMO EU!

_Você não é um monstro, Draco! Nem irá se tornar um!

_Você pode me dar certeza?

_Não, mas...

_Então, cale-se! Eu vi o que minha mãe se tornou nos últimos meses de vida. Toda a violência, a sede por sangue. No final serei assim também, Hermione. Entenda não te quero ver sofrer por isso. Você merece alguém que não vá te ferir, nem te deixar de uma hora para outra. Seria melhor se nós nunca houvéssemos nos visto novamente. Não quero ser o culpado por sua infelicidade.

De repente toda a ira de Hermione explodiu. Ela estava ali tentando dizer que não importava e ele insistia em não ver isso:

_IDIOTA! EGOÍSTA! Você não consegue enxergar que eu não me importo com isso?

_Hermione... – disse numa voz de carinho e passou sua mão pelo rosto da jovem. – Você não entende...

Ela afasta a mão dele com violência:

_Não, Draco, eu entendo muito bem. Você que não entende. Você não quer me proteger, quer proteger a si mesmo, só isso. Você é egoísta o suficiente para pensar no conforto de sua consciência. Não me venha dizer que é por minha causa tudo isso. Agora entendo bem: está fugindo de sentir culpa, da responsabilidade. Sua vida inteira foi assim, não? Fugir, fugir. A pessoa se aproxima e você foge. E por quê? Eu te respondo: porque você é covarde! E daí que estou sofrendo por ser deixada? Você está confortável pensando que fez o certo. Afinal não é sua culpa mais... Fez sua parte, tentou me afastar. Se eu volto e me humilho, não tem nada a ver com isso!

Hermione tentou tirar o colar, mas não conseguiu. Draco estava surpreso pelo que havia sido dito, aquela era realmente a verdade. Tentou fazer com que sua decisão fosse altruísta, porém no fundo tudo foi motivado por seu egoísmo, afinal não suportaria saber que a mulher que amava sofreria por sua morte, algo que não podia controlar. Riu de si mesmo, atraindo o olhar confuso da mulher:

_Você tem razão, Hermione. Nem mesmo eu queria admitir isso. Mas no fundo eu não queria te perder para a morte, sou egoísta demais para permitir que outra coisa que não eu te afaste. Até nisso sou possessivo. Prefiro provocar seu sofrimento agora a deixar a morte fazer isso. – aproximou-se dela e beijou-lhe os lábios levemente. – Porque você é minha e sempre será.

Ela o afastou e tentou arrancar o colar de seu pescoço:

_Desculpe, Hermione. Somente eu posso tirar esse colar e por mais que queira te ver longe de mim, não posso permitir que fique sem algo que a lembre de que pertence a mim. Eu te amo, Hermione, nunca duvide disso. Mas não posso ficar com você.

Hermione se deixou cair de joelhos ao chão, chorando:

_Você é um grande idiota, Malfoy! IDIOTA!

Ele se ajoelhou frente a ela, fazendo-a olhar para ele. Baixou seu olhar para o colar que brilhava intensamente:

_Vejo que não mudou de decisão ainda. Vai continuar tentando me fazer voltar, não é?

_Devo ser louca por ainda querer isso...

_Tão louca quanto eu. Eu voltarei Hermione. Mas por enquanto não posso ficar com você. Mas prometo, eu voltarei. Você me convenceu sua grifinória persistente. – e abraçando-a. – Eu sempre serei seu também. Só peço que me espere.

_E porque eu deveria esperar, Malfoy? Você está me tratando de maneira baixa, como simples propriedade sua. Eu não sou isso.

_Porque é minha e não será de mais ninguém. E realmente, não é minha propriedade, mas a partir do momento que se apaixonou por mim, selou seu destino para sempre. Vou te fazer sofrer, sinto muito, mas sofrerei junto. Eu só preciso de um tempo para compreender tudo e aí volto. Prometo.

_Porque deveria me rebaixar tanto? Porque deveria... – as lágrimas ainda brotavam de seus olhos.

_Shiuu. Não diga nada. Só me espere. Se ainda me amar quando eu voltar, juro não te fazer chorar nunca mais. Só me espere. – levantou-se e preparou-se para aparatar. – Te amo. Espere-me. – e aparatou.

Hermione continuou sentada no chão, chorando e segurando o colar em sua mão:

_Grande idiota que sou. Eu vou te esperar, seu canalha. Vou te esperar.

Draco desaparatou num hotel que havia reservado no Caribe. Assim que entrou no quarto, deixou suas coisas na cama e foi para a janela observar a praia que se estendia a sua frente. Precisava pensar e refletir. Não entendia ainda como podia fazer aquilo com Hermione, agir de maneira tão egoísta, fazê-la sofrer só porque a amava muito. Precisava se encontrar, para voltar e cumprir sua promessa. Suspirou. Sairia a noite para conhecer o lugar, talvez flertasse com alguma mulher bonita e por alguns momentos a esqueceria.

A noite estava alta e quente, quando certo loiro aproximou-se do bar do hotel. Sentou-se e pediu uma bebida, virando-se para observar o ambiente. Diversos casais dançavam ao som do ritmo caribenho e logo uma mulher loira chamou sua atenção. Ela dançava sensualmente aquela música e ele permitiu-se admirar a moça. Ela percebendo o olhar do rapaz, começou a lançar sorrisos e olhares provocantes para Draco, tentando seduzi-lo.

Ele se divertia com aquele jogo e pode enfim esquecer a castanha que o esperava em Londres. No final da música, a loira se aproximou:

_Você pode me pagar um drinque? – sorriu sedutora.

_E porque você mesma não paga? – ele sorriu debochado.

_Você é diferente dos outros homens... Gostei de você. Prazer, Claire Blossom.

_Prazer, Draco Malfoy.

_Que interessante. O tão falado Draco Malfoy. Você é bem conhecido sabia? Estive na Inglaterra durante no pós-guerra e ouvi falar de você.

_Aposto que foram coisas ruins.

_É, algumas, mas nada que possa ofuscar o quanto é atraente.

_Você não mede palavras, não é, mulher? – sorriu.

_Não quando quero algo, Draco. Posso te chamar assim, não é?

Draco estava achando aquilo extremamente divertido. Flertar era um ótimo exercício que há muito não exercia. E aquela mulher permitia um jogo aberto:

_Claro. Mas já digo que não sou gentil sempre.

Ela sentou-se mais perto dele, inclinando-se em sua direção e enlaçando seu pescoço:

_Calma, não quero que me peça em casamento. Quero apenas diversão para um noite monótona.

Draco enlaçou a cintura dela:

_Também estava querendo isso esta noite...

_Muita coincidência, não é? – beijou o loiro.

Draco tentava corresponder ao beijo, mas não conseguia. A imagem de Hermione olhando para ele com lágrimas nos olhos não o deixava. Afastou a garota com delicadeza:

_Pena que estou cansado demais para isso.

Claire olhou abismada para ele:

_Está me dispensando?

Draco parou um pouco, parecendo refletir:

_É, estou. Ao menos por hoje. Quem sabe amanhã nos encontramos novamente. – levantou-se e deixou a garota sorrindo. Ela tinha esperança de conquistá-lo.

Assim que entrou no quarto, Draco chamou Cratus:

_Então, como ela está?

_Dormiu em seu quarto, senhor. Mas chorou muito antes disso.

Ele suspirou. Isso estava se tornando um hábito:

_Certo. Volte e mantenha-me informado. Logo voltarei. Logo, logo...

Cratus desapareceu e o loiro dirigiu-se ao banheiro. Quando tirou a camisa uma fina corrente com um pingente verde destacou-se em seu peito. Ele possuía um fraco brilho e continha as mesmas inscrições do pingente que dera a Hermione. O segurou entre os dedos com força, tranqüilo por saber que ela estava bem. Deitou-se em seguida e adormeceu.

Enquanto Draco dormia, uma linha do destino era traçada, trazendo perigo para aqueles que envolvia.

Hermione acordou com os olhos inchados de tanto chorar. Parecia que isso havia se tornado rotina em sua vida. Mas naquele dia decidiu-se por dar a volta por cima. Não interessava o que Draco iria fazer, ela confiava na promessa do loiro, mas enquanto isso teria que esquecer-se dele e continuar vivendo. Abandonou definitivamente a mansão sem olhar para trás. Assim que chegou em sua casa, começou a organizar tudo, esse seria o primeiro passo para sua nova vida. Livrou-se de diversas coisas de seu passado e enquanto arrumava seu olhar parou sobre um estranho objeto que ela identificou sendo da época da guerra. Estava intrigada em como aquilo fora parar ali entre suas coisas. Era uma pequena urna negra, com cristais encrustados, tentou abrir, mas seu esforço foi em vão. Decidiu-se que no dia seguinte procuraria alguém que soubesse o que era aquela urna.

No outro dia, saio cedo de casa, carregando aquela urna consigo. Dirigiu-se ao Beco Diagonal e entrou em uma loja de antiguidades mágicas. Mostrou a urna para o atendente que não soube lhe dizer nada a respeito. Procurou em outras lojas dali, mas a resposta era sempre negativa. Ninguém sabia coisa alguma. Enquanto caminhava avistou ao longe Vítor Krum e o chamou. O rapaz a cumprimentou e desculpou-se:

_Sinto muito, Hermionini. Não saber como aquela materria foi pararr naquele folhetim barrato.

_Tudo bem, Vítor. Não é culpa de nenhum de nós dois. – sorriu gentilmente.

Vítor reparou na sacola que ela carregava e perguntou:

_O que estarr aí dentro?

_Ah, isso? – abriu a sacola. – É uma urna que encontrei em minha casa quando estava organizando as coisas. – e mostrou o objeto a ele.

Uma sombra passou pelo rosto do homem:

_Livrre-se disso o mais rápido possível, Hermionini. É perigoso demais.

Ela o olhou, intrigada:

_Você sabe o que é isso? Diga-me, o que é?

_É um artefato das trevas. Aonde arranjou isso?

_Não sei, acho que em alguma das minhas andanças durante a guerra. Engraçado que não me lembro de ter visto isso antes.

Ele segurou a castanha pelos ombros e disse:

_Livre-se disso imediatamente. É perrrigoso demais. Preocupo-me com o que pode acontecer com você se continuar com isso em seu poder.

_Vítor, me diga, o que é isso? – perguntou incisiva.

_Não saberrr muito a rrespeito. Sei que se chama Urna da Morte e é extremamente perigosa. Só isso.

_Nunca ouvi falar de algo desse tipo... De onde vem a lenda desse artefato?

_Não ser lenda. Ao menos não em minha terra. Muitos já foram atingidos pela maldição que isso carrega.

_Que maldição? – perguntou cada vez mais curiosa.

_Não saberr dizerr. Mas posso-te indicarr quem poderrr dizerr.

_Oh, Vítor, adoraria.

Ele conjurou um cartão e entregou a castanha:

_Aí estarr. Mas eu já lhe dizerr, livre-se disso, Hermionini, por favor.

_Farei isso, Vítor. Obrigada. Bem, devo ir. Tchau. – e saiu com pressa. Queria descobrir logo tudo que fosse possível sobre aquela urna. – Urna da Morte, hein. É interessante...

Enquanto isso no Caribe, Draco tomava o café da manhã quando Claire se aproximou:

_Não é legal tomar o café da manhã sozinho. Espero que não se importe com minha companhia.

_Claro que não, sente-se, por favor.

_Então, como passou a noite? Deve ter sido solitária e fria.

_Não, pelo contrário. Foi uma noite quente. É difícil sentir frio aqui quando já se morou em Londres ou nas masmorras de Hogwarts por tanto tempo.

_Você estudou em Hogwarts, tinha me esquecido. Eu estudei em Beauxbatons, minha mãe sempre preferiu a educação francesa...

Passaram a manhã conversando como velhos amigos, mas a cada momento Draco sentia seu coração apertar ao se lembrar de Hermione. Claire era seu completo oposto em personalidade e sua conversa, apesar de ser divertida em alguns pontos era estafante. Sentiu ainda mais saudades de Hermione e seu silêncio.

Ao cair da noite, Hermione sorria satisfeita por descobrir sobre a Urna da Morte, um artefato mágico que guardava dentro de si uma terrível maldição. O contato que Krum lhe dera explicou tudo quanto foi possível mas não soube dizer o que havia dentro dela. Ao chegar a casa, Hermione resolveu abrir a urna para ver o que havia dentro dela.

Com a varinha conjurou o feitiço que abria a tranca, porém antes que pudesse abrir, a campainha toca: era Gina que vinha visitá-la.

Em algum ponto de Londres, um grito é ouvido:

_ENCONTREI! FINALMENTE, ENCONTREI! –  e a pessoa aparata.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez obrigada pelos reviews e pela indicação. Vocês me inspiram a continuar. ^^