Um Estudo em Carmim escrita por EveF


Capítulo 6
Capítulo 6 - Descaminhos


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas essa semana juntou-se todos os meus problemas ao mesmo tempo: trabalhos da faculdade, algumas rusgas com o namorado e computador pifando toda hora. Prometo que semana que vem posto dois capítulos.
Obrigada a todas que me mandaram reviews e a todos que lêem essa fic.

Aproveitem mais um capítulo, que está eletrizante.



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_Parabéns, parabéns, Mione. Não recebi meu convite, acho que a coruja pegou alguma tempestade e morreu, mas vim assim mesmo, afinal, você não pode ter deixado de convidar o seu noivo, não é mesmo? Ou será que o Malfoy virou mesmo seu dono?

Hermione olhou assustada e se postou a frente de Draco:

_O que veio fazer aqui, Rony?

_Oras, vim apenas parabenizar a vadia da minha ex noiva, que me largou para virar a prostituta dessa boneca loira aguada. Não está feliz em me ver, querida? Desculpe se sou diferente desses hipócritas e falo aquilo que todo mundo aqui pensa. – e dirigindo-se aos outros – BANDO DE COVARDES!

Draco, aproximou-se ainda mais dela, a segurando pela cintura e sussurrando em seu ouvido:

_Hermione, calma...

Harry adiantou-se para o amigo a fim de fazer com que parecesse:

_Ron, por favor. Pare com isso, vamos sair daqui, conversar...

_Não ouse se dirigir a mim, Harry! Nunca pensei que você pudesse um dia estar do lado do Malfoy! Não depois de tudo o que ele fez para você em Hogwarts. Hipócrita! De todos aqui você é o maior, Harry!

_Ron, pare, por favor filho. – disse Molly tentando aproximar-se do filho.

_Você é outra! Prefere ficar do lado dessa vadia e confraternizar com ela, mesmo depois de tudo! – Virando-se então para Hermione ergue a varinha – E agora é com você... Passei muito tempo te caçando para cuidar da sua traição, sua vadiazinha de sangue-ruim.

Hermione estava paralisada de angústia e medo que nem conseguia se mexer. Rony apontou a farinha para ela e murmurou:

_Sectumsempra!

Um raio de luz vermelha saiu da varinha do ruivo e por pouco não atingiu a castanha: no último momento, Draco a puxa caindo sobre ela, porém é atingido no braço, mas consegue revidar com um feitiço:

_Expeliarmus!

Rony é atingido e voa para o outro lado da sala, provocando um baque surdo ao cair e agilmente conjura um outro feitiço, que deixa a todos no escuro, dando tempo de se esconder em algum lugar da mansão. Draco, sangrando, levanta-se com Hermione desmaiada no colo e conjurando uma luz, diz:

_Saiam todos daqui, RÁPIDO! Eu cuido dele.

Harry adianta-se para ele:

_Não, eu cuido dele. Ele é meu amigo!

Draco solta uma sonora gargalhada zombando de Harry:

_Seu amigo? Oras, Potter, aquele lá não é mais seu amigo, ao menos não o que você conhece. Se quer ser útil, cuide dela. Leve-a para o quarto e a proteja. Você não terá coragem de agir conforme a situação exige. Eu sim, deixe-o comigo, prometo que não vou matá-lo nem machucá-lo, muito.

_Não posso fazer isso!

_Pode e vai. A menos que queira me enfrentar também.

Gina segura o braço de Harry fortemente e suplica:

_Harry, a fuinha tem razão. Não seriamos capazes de atingir o Rony, você sabe.

Molly aproxima-se de Draco e segura sua mão:

_Querido, não machuque meu Ron, confio em você.

Draco sentiu-se impelido a consolar aquela mulher:

_Farei todo o possível para entregá-lo a vocês intacto. Eu prometo. Agora se me dão licença, saiam todos daqui, vou reconjurar alguns feitiços da mansão e vocês podem se machucar. Potter, leve Hermione e sua mulher para o quarto dela, existem feitiços poderosos ali que vão proteger vocês. Tenho que procurar um penetra.

Dito isso, ninguém ousou questionar a voz de comando de Draco, e todos os convidados desaparataram em meio a escuridão. Harry ainda hesitante, pergunta:

_Tem certeza que ele ainda está aqui? A essa hora ele pode muito bem ter ido para longe.

_Vai por mim, Cicatriz. Ele não sairá daqui a menos que eu queira. Vamos, leve logo a Granger para o quarto e fiquem lá até que eu diga.

Harry, com a ajuda de Gina, carregou Hermione até o quarto selando a porta magicamente.

Draco pôs-se a vasculhar a casa, sabia que o feitiço não verbal que conjurou junto com o expeliarmus atingiu Rony e que por isso, ele não podia sair da mansão a menos que o legitimo dono permitisse. Caminhou cauteloso, enquanto seu braço ainda sangrava, apesar do feitiço que usou para tentar curar o ferimento. Era engraçado que fosse atingido pela segunda vez por aquele mesmo feitiço, quando havia quase morrido em seu sexto ano, quando Potter resolveu experimentar os seus efeitos nele. Não consegui deixar de pensar em como tudo mudava: ali estava ele, tentando proteger a sangue-ruim que tanto havia humilhado e ainda por cima havia pedido ajuda ao Potter. Mas nem tudo mudará, estava a procura do pobretão Weasley para duelar com ele.

Quando passava por um corredor teve apenas o reflexo de se desviar de um jato de luz amarela jogado em sua direção, mal teve tempo de descobrir de onde havia vindo aquilo, quando outro feitiço passou por sua face de raspão, deixando um filete de sangue escorrendo de sua testa. Apontou a varinha e jogou o feitiço do corpo preso, que não atingiu o alvo por milímetros. Rony zombou da situação:

_Ora, ora, Malfoy. Que pontaria mais horrível. Como se tornou um comensal com uma pontaria assim?

Draco sorriu. Se o pobretão queria brincar, ele brincaria:

_Não preciso de uma boa pontaria para cuidar de você, Weasley. Até uma criança bruxa com uma varinha na mão é melhor do que você.

_Não diga. Cadê aquela vadia que dorme com você? Só quero ela, Malfoy, você pode morrer. – e nisso joga mais um feitiço no loiro, mas errando por vários centímetros. – Quem imaginou que um dia você cuidaria da Hermione, quem você sempre humilhou. Seu pai teria vergonha de você!

_Engana-se se me importo com a opinião daquele homem. Ele era o fracasso em pessoa, a opinião dele não me atingiria, mesmo que não estivesse sete palmos abaixo da terra. E é, cuido dela, coisa que você não soube fazer. Na verdade, acho que nem sequer conseguia fazê-la gemer como eu faço.

Rony cegado pela raiva sai de seu esconderijo e começa a lançar vários feitiços na direção de aonde a voz de Draco parecesse sair. Totalmente descontrolado, não percebe quando Draco magicamente aparece atrás de si e o faz ficar desacordado:

_Como eu disse, não preciso de boa pontaria para te atingir. Só preciso saber jogar com você.

Ele deixou-o preso e desacordado, rumando para o quarto de Hermione a fim de ver como ela estava. Bateu na porta e disse quem era, Harry então abriu-a, deixando-o entrar:

_Como ela está? – perguntou preocupado.

_Ainda não acordou. E como está o Ron?

_Está vivo.

_Você não o machucou, não é, Malfoy, porque se você fez isso... – disse Harry segurando Draco pelo colarinho.

O loiro olhou com um olhar de desprezo, e respondeu:

_Sinceramente, não me importo. Prefiro me importar com ela, já que o antigo noivo a tentou matar na noite de seu aniversário. – e tirou a mão de Harry com violência, dirigindo-se até a cama.

Pegou Hermione no colo e virando-se para Gina, disse:

_Vá com seu marido pegar o seu irmão. Ele está só desacordado. A partir de agora eu cuido dela.

Gina não hesitou e arrastou Harry dali, indo na direção que ele apontara. Draco levou a mulher em seus braços até o quarto e dirigiu-se ao banheiro, tirou seu vestido manchado com seu sangue e a colocou na banheira cheia de água para um banho. Com cuidado, foi limpando cada parte de seu corpo, até que ela começou a acordar. Quando abriu os olhos, sorriu:

_Estava preocupado. Você não acordava mais, então resolvi te dar um banho para que dormisse melhor.

_O... O... Quê aconteceu? Cadê o Rony? Cadê todo mundo? – perguntou exasperada. – Draco?!?

_Shii, calma. Não fique nervosa, está tudo bem agora. Todos foram para suas casas e o cicatriz levou o pobretão daqui. Está segura, aqui. – e beijou sua testa com carinho.

Hermione tentou acalmar-se, mas era difícil, olhou para a cicatriz na testa e o machucado que ainda sangrava no braço de Draco e perguntou:

_Como isso aconteceu?

_Ah, isso, não é nada.

_Não é, hein? – e tocou de leve o braço, arrancando um baixo gemido de dor do loiro. – O que aconteceu, Draco?

_Fui atingido por um feitiço do Weasley quando você desmaiou. Depois fui atrás dele e o deixei desacordado para que o Potter o levasse embora.

_E o Harry? Ele te ajudou?

_Não deixei. Posso cuidar daquilo que me pertence sozinho e depois, ele não conseguiria lutar contra o Weasley.

Hermione ficou pensativa, tentando compreender tudo o que se passava. Fechou os olhos e procurou aconchego nos braços que ainda a envolviam, mesmo dentro da banheira. Ficaram em silêncio por algum tempo, refletindo. Ela sentia o calor que emanava dele, a segurança enquanto o rapaz absorvia o perfume do cabelo castanho.

Olharam-se e logo estavam se beijando. Draco a pegou no colo novamente e a deitou na cama ainda molhada. Ele lhe beijava com sofreguidão, como se fosse a última vez que o faria isso, deixou que seus lábios descessem pela pele dela, provocando arrepios na garota, suas mão passeavam pelo corpo tentando guardar cada detalhe de suas curvas. Hermione por sua vez deixava-se guiar pelo desejo dele, que também era o seu. Amaram-se com ardor e paixão, como se fosse a última noite.

A luz da madrugada entrava pela janela, mas Draco não conseguia dormir. Ele podia ouvir a respiração leve da mulher adormecida enquanto alisava seus cabelos. Aquela noite veio apenas para fazê-lo tomar a decisão que adiava há algum tempo. Seria doloroso, mas necessário. A manhã já tomava o lugar da madrugada, quando ele levantou-se e ficou observando o nascer do sol, não queria olhar para Hermione que ainda dormia, nem estar perto dela, temia que não mantivesse a decisão caso a visse. Tomou logo seu banho e desceu para o escritório onde tomou o café.

Hermione acordou na cama vazia e estranhou. Tomou banho e arrumou-se para o café. Chegando a mesa não encontrou Draco e questionando os elfos, dirigiu-se ao escritório, aonde o encontrou absorto em pensamentos.

_Draco, aconteceu alguma coisa?

Sem olhar para ela, respondeu:

_Preciso te contar algo, Hermione. É sobre o Weasley.

_Aconteceu algo com ele, Draco?

_Sim. Na verdade é a razão por ele estar desse jeito. Hermione, ele está enfeitiçado.

_Como assim, Draco? Enfeitiçado? Mas como? Quem?

_Não sei dizer quem ou como foi que isso aconteceu. Provável que tenha sido durante a guerra. Ele está sob a maldição antiga que faz com que a pessoa atingida por ela crie uma obsessão por algo, pode ser tanto algo que ame ou que odeie, não importa. Ela se torna mais forte e perigosa com o tempo.

_Mas como você sabe? Por acaso você não...

_Não, eu nunca a usei, apenas a conheço. Sei que é isso por causa dos olhos dele e pelas características que apresentou aqui.

Hermione não sabia como reagir aquilo. Estava chocada com a notícia. O Rony que estivera com ela todos aqueles anos era resultado de uma maldição das trevas.

_E tem como curá-lo? Existe algum contra-feitiço?

_Sim. – ele suspirou, ainda evitando olhar para ela. – É um tratamento meio longo, ainda mais que há anos ele está assim. Mas essa maldição pode ser eliminada completamente. No St. Mungus há alguém que sabe lidar com ela.

Hermione permaneceu em silêncio por longo tempo em pé frente à mesa olhando paras as costas do loiro.  De repente despertou de seus pensamentos:

_Tenho que avisar a Molly e o Harry sobre isso. – e saiu.

Draco virou-se a tempo de vê-la sair, soltou um longo suspiro e começou a escrever uma carta para Dr. Hook:

_Cratus, envie essa carta urgentemente ao Dr. Hook e não deixe que a senhorita Granger saiba.

Cratus pegou a carta e foi ao encontro do medibruxo. E logo estava aparecia frente ao seu amo com a resposta. Draco leu a carta e sorriu, seria mais fácil agora.

Hermione entrou de rompante pelo escritório a fim de dar as boas notícias a Draco:

_Avisei ao Harry, amanhã mesmo levarão o Rony para St. Mungus e... – parou de falar ao ver a face fechada de Draco.

_Você precisa tomar uma decisão, Hermione. Ou você cuida de mim ou cuida dele.

Ela foi pega de surpresa pela difícil escolha, num gesto automático elevou a mão até o colar, aonde apenas a esmeralda brilhava. Ela realmente queria ajudar ao antigo noivo, mas não queria que isso significasse ficar longe de Draco. Tentou responder, mas não conseguia.

_Você tem tempo para pensar, Granger. – e Draco saiu do aposento.

Hermione ficou ali dividida entre o carinho que sentia pelo amigo e a paixão que a cada dia aumentava pelo loiro. Porque tinha que ser incompatível cuidar dos dois? Porque Draco pediu que ela tomasse tal decisão? O que se passava com ele? Passou o dia tentando encontrar as respostas mas não conseguiu. Recolheu-se ao seu quarto até a hora do jantar.

Draco andou pelas ruas de Londres a esmo, tentando dominar dentro de si a vontade de voltar atrás, seguir por outro caminho.

Reencontraram-se no jantar onde o silêncio imperou. Depois seguiram para uma sala próxima, Draco ficou frente a lareira de costas para Hermione:

_Percebo que ainda não tomou sua decisão. Pois já tomei a minha, Granger.

Hermione segurou o pingente em suas mãos, apreensiva.

_Quero que vá embora daqui, Granger. Esqueça que nos conhecemos, esqueça tudo o que houve entre nós, esqueça que um dia conheceu Draco Malfoy.

_Draco, mas do que está falando? – perguntou tentando tocar o ombro do loiro.

_Isso mesmo que você ouviu, sangue ruim. Não quero mais saber de você, vá cuidar do pobretão e o cicatriz e me deixe em paz. – disse arrogante. – Eu já consegui o que queria, minha saúde de volta. Ter uma mulher em minha cama, com quem dormir e me satisfazer foram um bônus, apenas isso.

Hermione estava chocada com aquelas palavras, não conseguia acreditar que aquelas eram proferidas assim, tão alheias, ferinas e vindas dos mesmos lábios que ela beijou na noite anterior. Chegou mais perto e disse, resoluta:

_Diga isso olhando para mim, Malfoy. Deixe de ser covarde.

Draco assustou-se e virou para olhá-la, temeu arrepender-se de tudo e a segurou o braço com força:

_Quer que eu repita, sangue ruim? Pois então eu repito: não quero mais saber de você sua suja. Foi bom te ouvir gemer em meus braços, mas a brincadeira acabou e eu me cansei de você.

Hermione aproximou seu rosto cada vez mais e o beijou, sentiu ser correspondida por alguns instantes, até que ele a afastou com violência:

_Não ouse mais me tocar, sangue ruim.

Ela segurou novamente o pingente entre seus dedos, escondendo o brilho vermelho e verde que se misturava ao redor. Havia tomado sua decisão:

_Já tomei minha decisão, Draco.

_E eu também, Granger.

Ela saiu então pela porta, subindo devagar as escadas e trancou-se em seu quarto para arrumar suas coisas e sair daquela mansão. Não derramou lágrima alguma, mas seu pingente possuía cada vez mais um brilho vermelho intenso. Sua decisão era realmente forte e não voltaria atrás, nunca mais. Meia hora depois ela desaparatava de Mansfield Park em sua antiga casa.

Draco ao saber que ela havia partido, trancou-se em seu quarto e barulhos de vidros se quebrando puderam ser ouvidos. Ele precisou juntar toda sua força para continuar a dizer aquelas coisas o mais arrogante que pudesse, com as palavras mais agressivas possíveis e estraçalhar tudo, deixar em pedacinhos para que os laços nunca mais se unissem, de uma forma arrasadora, fulminante e trágica. Ele viu como havia sido fácil, tudo se despedaçando.

Conquistar é a coisa mais difícil do mundo, mas perder é num piscar de olhos.


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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam?
Quero reviews e se puderem, algumas indicações, né?

Ah, sim, quem quiser, pode me seguir no twitter: http://twitter.com/Evefowl

Bjos, obrigada por lerem e até o próximo!