Um Estudo em Carmim escrita por EveF


Capítulo 4
Capítulo 4 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Mas tive que resolver alguns assuntos urgentes do meu TCC e só pude terminar o capítulo hoje.
Ele está mais curto que o outro, mas como vou postar mais, achei interessante dividir bem a história. Não se preocupem,os capítulos não serão micros, mas não prometo que sejam muito longos.

Agradeço as reviews que ando recebendo. 3 capítulos e já temos 38 reviews!

Aproveitem a leitura. ^^



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Havia duas semanas que dormiam separados. Nunca as noites haviam custado tanto para passar. Hermione desejava ficar ali, com ele naquele quarto, mas não tinha coragem, mais uma vez não se reconhecia como grifinória. Porque era tão difícil expor o que realmente queria na frente dele? Não que se sentisse intimidada, não existia mais esse tipo de relação entre eles, mas parecia haver uma parede invisível ao redor de Draco de modo que não conseguia se aproximar.

 

Mais uma noite não dormida refletindo sobre isso. Precisava parar com isso ou ficaria doente. De repente o silêncio da noite é interrompido por gritos vindos do quarto de Draco. Levantou-se assustada e correu para lá. Ao abrir a porta um arrepio subiu por sua espinha: ele retorcia-se como se estivesse sendo torturado, seus gritos eram agudos e sofridos, aproximou-se e tocou sua pele que parecia em brasa. Afastou-se assustada quando mais um espasmo de dor agitou o loiro. Já havia ouvido falar como eram as crises dessa doença, mas lê-las em livros era completamente diferente de vê-las ao vivo. Era assim que as pessoas acometidas pela Lupus Carmesim sofriam.

 

Draco olhou para ela e com a voz desesperada lhe suplicou:

 

_Granger, por favor... Saia daqui... – sua voz foi cortada por um grito lancinante. – Por... favor... SAIA! – e mais um grito saiu de sua boca.

 

Hermione então se controlou para evitar o desespero, respirando profundamente sacou sua varinha e conjurou uma das suas poções:

 

_Não sairei daqui, Malfoy. É meu dever cuidar de você. - chamou por Cratus. - Cratus, por favor, segure a cabeça do Sr. Malfoy bem firme. Precisamos fazê-lo tomar esta poção.

 

Draco continuava a olhar Hermione ao mesmo tempo pedindo para que saísse dali e não o visse naquele estado, e pedindo para que o ajudasse. Sempre havia passado pelas crises sozinho por que nunca teve quem estivesse ao seu lado. Ela abriu a mandíbula cerrada dele com toda a força que tinha e o fez tomar toda a poção. Aos poucos ele foi se acalmando, os espasmos eram mais raros e ele já não gritava. Dispensou Cratus e deitou ao lado de Draco, acariciando sua cabeça:

 

_Não se preocupe, vai passar. Tudo ficará bem.

 

Quando o percebeu melhor, ajudou-o a levantar-se e levou ao banheiro para que tomasse um banho. Temeu deixá-lo lá sozinho, mas o olhar mortal que ele lhe lançou foi o suficiente para que se retirasse. Draco não queria mostrar-se totalmente dependente, era orgulhoso e nada o demoveria da imagem de homem auto-suficiente. Já havia sido difícil deixá-la vê-lo sofrendo aquele ataque, não podia permitir que ajudasse até mesmo num simples banho.

 

Hermione conjurou lençóis limpos já que os que cobriam a cama estavam ensopados de suor. Esperou que ele abrisse a porta e foi ajudá-lo. Ele recusou delicamente, já se sentia melhor a ponto de chegar sozinho até a cama. A castanha suspirou diante da teimosia do homem, mas resignou-se. Pensou em ir embora, mas ele lhe segurou o pulso de forma firme e pediu numa voz quase sumida:

 

_Fica aqui comigo, só essa noite, Granger. Por favor.

 

Não resistiu a isso e deitou-se ao lado dele, colocando a cabeça do loiro sobre seu peito. Começou a entoar uma canção de ninar até que ambos adormeceram.

 

Draco acordou cansado e antes mesmo de abrir os olhos aspirou o perfume de Hermione. Lembrava-se de tudo como se fosse um sonho e não queria despertar. Ao sentir um movimento ao seu lado, abriu os olhos e sorriu ao ver a castanha dormindo sob seu peito, aninhada junto a seu corpo. Abraçou-a e voltou a dormir.

 

Era quase a hora do almoço quando Hermione despertou sentindo o calor do corpo dele. Levantou um pouco a cabeça e deparou-se com aqueles olhos cinza a fitá-la risonhos. Corou e não teve tempo de baixar a cabeça, Draco segurou seu queixo e puxou-a para um longo beijo. Buscando mais, ele ficou sobre ela, aprofundando o beijo enquanto seu pescoço era envolvido pelos braços da castanha. O beijo foi encerrado, mas dessa vez ninguém fugiu. Ele ficou olhando-a enquanto ela sorria:

 

_Há muito tempo queria fazer isso, Granger. – e deu um selinho nos lábios dela. – Há muito tempo...

 

_E eu também desejei por isso longamente. – e o puxou para mais um beijo.

 

Depois Draco deitou sobre o peito dela, enquanto seus cabelos eram acariciados. Ficaram assim por algum tempo até que Hermione falou:

 

_Estou morta de fome, que acha de irmos comer?

 

Draco beijou seu colo e respondeu:

 

_Você quem manda, Granger.

 

_Ah, pare de me chamar de Granger. Chame-me de Hermione.

 

_Tá, Hermione. – e gargalhou. – Seu nome é tão simples de se dizer. Não sei por que aquele húngaro tem tanta dificuldade.

 

Hermione bate de leve em Draco, como se brigasse com ele:

 

_Não fale assim do Vitor, Malfoy.

 

Ele a encarou:

 

_Não é justo, sabia? Aquele dia você me chamou de Draco e agora que te beijei de novo chama-me de Malfoy? – e fez cara de emburrado.

 

Isso levou a castanha a beijá-lo várias vezes no rosto:

 

_Não seja criança, Draco.

 

_Vem. – disse ele levantando-se. – Vamos comer, minha Hermione.

 

_Sempre possessivo... – suspirou enquanto segurava a mão que lhe ajudava a levantar.

 

Meia hora depois, desciam para o almoço separadamente. E mesmo que não demonstrassem,  todos os elfos pareceram perceber que seu Mestre estava feliz e que o motivo de tal felicidade era a moça que ali morava. Hermione havia sido um alivio para todos os moradores daquela mansão, sempre com um sorriso pronto a distribuir a todos, mesmo quando não parecia bem. Para os elfos, Hermione era como um raio de sol.

 

Foi tão repentino que nenhum dos dois sabia o que pensar. Draco novamente havia agido por impulso, mas sentiu que agiu certo, talvez estivesse na hora de realmente querer viver. Hermione estava confusa, havia o odiado tanto e agora só queria saber dos lábios dele nos seus. Aonde havia ido parar todo aquele ódio de sangue puro e sangue ruim? Ela não sabia dizer... Mas estava feliz. Logo após o almoço os dois se separam para ficarem sozinhos com seus pensamentos, Draco foi para o escritório trabalhar e ela foi para a biblioteca que desde o início era seu local de estudo e pesquisa. Passou uma coruja para Dr. Hook contando sobre os acontecimentos da noite, omitindo certos detalhes que não convinham para o médibruxo. As horas voaram naquela tarde e logo ela subiu para arrumar para o jantar. Draco demorou um pouco mais e quando passou pela porta do quarto dela hesitou diante da idéia de entrar ou não. Por fim, decidiu-se por não incomodar a castanha.

 

Encontraram-se durante o jantar e o clima apesar de estar mais intimo ainda demonstrava que havia certos receios em ambos. Novamente comeram em silêncio, mas dentro de si esperavam ansiosos por uma só palavra, um só gesto de afirmativa. Ficaram juntos até a hora de dormir, Hermione lendo um livro e Draco vendo o Profeta Diário. Volta e meia olhavam um para o outro e quando seus olhos se cruzavam, um sorriso brotava em cada rosto.

 

Ela subiu primeiro para preparar as poções enquanto ele provavelmente terminava a pequena ceia antes de dormir. Entrou no quarto do loiro sem bater e deu-lhe os remédios. Não ousou tirar os olhos de suas anotações pois sabia que ele estava olhando. Quando terminou, levantou-se para sair, mas Draco lhe puxou e segurou-a contra a parede:

 

_Não estava achando que te deixaria sair daqui esta noite, não é, Hermione?

 

_É, achei, Draco. O silêncio durante todo o jantar me pareceu bem claro.

 

_Não costumo desistir facilmente do que quero, Granger. E eu quero você.

 

_Granger? Não estava me chamando de Hermione, Malfoy?

 

O loiro riu:

 

_Gosto de te provocar, Hermione. – disse com uma voz suave. – Há certos hábitos que não mudam...

 

_E quem lhe disse que eu quero que mude? – e enlaçou o pescoço dele.

 

_Passe essa noite comigo, Hermione. Por favor... – falou Draco sussurrando no ouvido dela e provocando arrepios. – Por favor... – trouxe-a para mais perto e a beijou.

 

Com delicadeza pegou-a no colo e a levou até a cama aonde se beijaram até dormir.

 

Os dias passavam e dentro de Mansfield Park parecia haver sempre sol e luz, mesmo com o inverno inglês chegando e cobrindo com suas nuvens negras a todos, durante o dia continuavam como sempre, apenas convivendo, mas durante a noite eram amantes.

 

Numa tarde em que Malfoy teve que ausentar-se para uma reunião, Gina Potter visitou sua amiga:

 

_Hermione! – disse abraçando-a. – Nunca mais ouse sumir assim, ouviu bem? Ficamos todos preocupados. Ainda mais depois que te vimos com aquela fuinha oxigenada. – e mostrou a língua.

 

Hermione riu:

 

_Não diga isso do Draco, Gina. Ele realmente mudou.

 

_Tá, Para tudo! Desde quando você chama o Malfoy pelo primeiro nome?

O Harry havia me dito que...

 

_Bem, algumas coisas mudaram desde que o Harry veio aqui. Digamos apenas que todo aquele ódio que havia no tempo de escola se mostrou como um nada desde que passamos a conviver juntos.

 

_MI, você está apaixonada pelo Malfoy?

 

_Não sei bem, Gina... Nunca realmente dizemos nada um ao outro. Ficamos mais em silêncio do que conversando, mas meio que somos bem cúmplices, sabe?

 

_Mi, vocês já transaram?

 

A castanha corou mais do que gostaria, o que foi percebido pela ruiva:

 

_H-E-R-M-I-O-N-E! Não acredito! – Gina só sabia rir. – E como foi? Ele é bom de cama?

 

_GINEVRA POTTER! Isso não é coisa que se pergunte! – disse Hermione também rindo. – Mas, só a titulo de curiosidade, é.

 

E ambas caíram na gargalhada. Gina parou de sorrir e perguntou seriamente:

 

_Mas, Mi, porque afinal você largou tudo e veio para cá?

 

_Você não vai descansar enquanto não souber a resposta, não é?

 

_Não. – respondeu a ruiva incisiva.

 

_Eu larguei tudo por causa do comportamento do Rony, cada vez mais ciumento e violento. Não foi por esse Ron que me apaixonei, Gina, não era com esse Ron que eu queria me casar. E depois, quando o Dr. Hook me falou do caso do Draco, foi como se a solução de todos os meus problemas aparecesse em minha frente. Eu poderia me afastar do Ron, de tudo, me afundar num caso raro e voltar a me dedicar apenas aos estudos e pesquisas.

 

Elas não perceberam, mas havia alguém que escutava aquela conversa. Não tinha planejado aquilo, apenas voltou mais cedo e ao passar pelo hall pode ouvir um trecho da conversa que vinha de dentro da sala. Sem querer havia descoberto os motivos dela em querer se isolar ali com seu inimigo. Isso o deixou pensativo. Sem querer mais ouvir, saiu dali rapidamente, afinal não queria invadir a intimidade dela, se um dia tivesse que saber algo além daquilo, teria que ser dito por ela diretamente a ele.

 

A conversa entre as duas amigas continuou.

 

_Mi, você não estava fazendo errado tentando fugir de seus problemas com o Ron envolvendo-se com o Malfoy? Isso não vai dar certo.

 

_Gina! No começo até poderia ser, vir para cá, me dedicar a cuidar dele, é foi uma forma de fugir. Mas depois que começamos a conviver mais, deixou de ser uma fuga. Agora, não sei se me sentiria bem em qualquer outro lugar que não fosse aqui.

 

_Você está apaixonada, Mi. E justamente pelo Malfoy. Há alguns anos se alguém me dissesse que isso poderia acontecer, eu o azararia com mil feitiços!

 

_Não sei se estou apaixonada, Gina. Apenas estou feliz em estar com ele. Só...

 

#~#~#

 

Algumas horas depois da ruiva ter ido embora, Hermione ainda pensava naquela conversa. Ela não queria se apaixonar, mas o destino lhe pregara uma peça, e seu coração ansiava apenas por aquele loiro arrogante.

 


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Notas finais do capítulo

Minha opinião é que esse capítulo não ficou muito bom. No próximo, melhoro. =P