Perfect Crime Society escrita por Mr_Strife


Capítulo 14
Capítulo 14- Um Dia (Não Tão) Especial


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, aqui está o capítulo. õ/
Espero que gostem, apesar de que não foi tão agitado quanto o outro. n.n
Aliás, eu coloquei uma espécie de "Easter Egg" no capítulo, acho que vocês vão ver onde quando acontecer uma conversa sem noção para puro contentamento do leitor. x) (Eu espero, não é mesmo?;-;)
Queria agradecer aos reviews e ao apoio, e pedir para continuarem deixando reviews, pois isso realmente me motiva bastante e me deixa animado para fazer de PCS uma historia ainda melhor. *-*
Boa leitura. õ/



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Capítulo 14- Um Dia (Não Tão) Especial



     O tempo é curto, finalmente chegou o dia 10 de outubro, e assim eu vou poder fazer uma surpresinha para o Narutinho. Shikamaru e Sasuke estavam sentados no banco da pracinha, cada um com uma lista em uma mão e uma caneta em outra. Aparentemente todos os itens da lista estavam checados, as preparações estavam completas, e era naquele mesmo dia, um pouco mais tarde que tudo iria acontecer. Só me perguntava se ele iria se sentir feliz com aquilo, iria?


– Como está a Sakura, Sasuke? – Perguntei, e ele olhou para mim com a mesma expressão desmotivada que carregou na ultima semana. Nunca pensei que Sasuke seria capaz de sentir tanta culpa.

–Ela está bem, se recuperando, ainda me liga todos os dias. – Ele suspirou, nós sabíamos o quanto deveria ser difícil. Ele tinha pedido para Sakura que ficasse fora da escola por algum tempo, que enrolasse os pais com alguma historia de trauma. Enquanto não obtivéssemos informações à respeito da Red Sand, deixá-la em casa ou na escola seria um perigo à vida dela, ainda mais agora que havia evidência concreta para a Red Sand de que nós estávamos ao lado de Sakura. O pior de tudo era que o caso do seqüestro de Sakura havia sido fechado “misteriosamente” pela polícia, obviamente isso teve influência de Saikyo para que o estúpido do Kankurou não fosse preso.

– Ela deve estar agoniada de estar no interior, ela não faz esse tipo de pessoa. – Melhor em uma cidade pequena no interior do Kansas com o avô e a avó do que em um cemitério na Califórnia. Sinto-me mal por Sakura, mas por enquanto, esse é o melhor a se fazer. Ela nos deu uma pista de quem poderia ser o seqüestrador ao falar do Kanji, eu pensava que pudesse ser o irmão mais novo de Kankurou, o Gaara, mas ele não tinha uma tatuagem dois anos atrás. Naruto pesquisou sobre ele, e não achou nenhuma foto que houvesse uma tatuagem ou qualquer referência, isso me deixou um pouco aliviada, Kankurou estava envolvido naquilo tudo, mas eu não queria que Gaara estivesse, nós não éramos exatamente amigos, mas ele tinha um bom senso de justiça.

– Ela vai ficar bem, isso que importa. – Sasuke falou, outra coisa que eu não pensei que veria tão cedo era ele se importar com uma garota. Será que até ele tem um lado romântico? Ah, Naruto... Hã? Porque eu to pensando no Naruto agora?

– Ah, mas enfim... Vamos falar de algo mais positivo, sei lá, já perceberam que por uma semana inteira vocês foram as minhas vadias? – Ai, meu Deus, eu não acredito no que eu disse, tudo isso pra não pensar no que estava pensando? E eu ainda to pensando.

– O que? – Os dois falaram em uníssono, a expressão de incredulidade e surpresa deles me deixou extremamente sem graça e desconfortável. Ah, minhas bochechas estão esquentando, eu to ficando vermelha, eu sei disso.

– Então... Quando você e o Naruto estiverem na cama, você também vai o chamar de “minha vadia”? – O que?! Meu rosto esquentou tanto que eu pensei que ia explodir, Shikamaru estava rindo, e Sasuke olhava para mim como se tivesse acabado de vencer uma disposta.

– C-Como v-vocês podem f-falar algo assim?! – Falei, dando um tapa na cabeça de Sasuke, o desgraçado só fez rir de mim.

– Qual é, Hinata, todos nós sabemos que você e o Naruto tem sentimentos um pelo outro, ou pelo menos alguma atração bem forte, do jeito que sempre interagem e se olham. – Agora até você deu pra falar esse tipo de coisa, Shikamaru?!

– E-Eu... E-Eu... – Eu não consigo formular uma frase.

– Só diz, admita, certo? Se você fizer isso, a gente pode pelo menos dar uns toques nele ou algo assim. – Sasuke falou. Mas como eu posso admitir o que eu não sei se estou sentindo?

– E-Eu não s-sei... E-Eu g-gosto de estar com ele, e me sinto atraída por ele, mas n-nunca pensei nisso dessa forma... – Eu deveria pensar dessa forma?

– Bem, é bom que você não demore a pensar, afinal, o Naruto é um bom partido, e se você não der um passo pra frente, alguma outra garota pode dar. – O que você tá falando Shikamaru?! Dessa vez ele ficou sem graça quando eu e Sasuke olhamos para ele o estranhando. – O que?! Não é como se eu gostasse de homens nem nada, só estou dizendo a verdade.

– Sei, sei... – Sasuke começou. – De qualquer forma, era o Naruto que tinha que tomar a iniciativa primeiro e não a Hinata. E é melhor que você não venha com o papo de estamos no século 21, Shikamaru. Você não quer  me fazer duvidar ainda mais de você. – Shikamaru abriu a boca pra falar, mas nada disse, e Sasuke riu. O que eu deveria fazer? Acho que preciso de um tempo pra pensar no que eu sinto por ele.

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     Tão pouco tempo se passou desde que eu tive que enfrentar o dia mais difícil do ano, e agora aqui estou eu, enfrentando o segundo dia mais difícil do ano. É estranho, eu sei, as pessoas geralmente gostam de dias como esse, mas eu acho que eu não sou normal, esse dia só me lembra de tudo que eu não queria ser e fui, de tudo que eu fiz e não queria fazer. Eu deveria estar celebrando, mas aqui estou, me odiando cada vez mais que me lembro do passado. Respirei fundo, e continuei meu caminho até o estacionamento da escola, pelo menos eu finalmente podia dirigir, e já estava com meu próprio carro, um Peugeot RCZ-3, a cor era cinza, para não chamar muita atenção quando fosse perseguir alguém.



– Ah, finalmente você está aqui, pensei que não apareceria nunca. Esse negocio de aula, isso é realmente necessário? –Aquela voz já conhecida, e a silhueta passou pelos vidros e por trás do carro para o alcance da minha visão. O velho pervertido.

– O que você está fazendo aqui? – Eu perguntei, e ele apenas veio na minha direção e me deu um breve abraço.

– Ora, não posso visitar meu afilhado no dia de seu aniversário? – Você não se importou muito nos últimos três anos, porque se importaria agora?

  Bem... Acho que pode, mas desde quando você se importa? – Ele apenas riu e se afastou, encostou no meu carro e cruzou os braços.

Só estou checando você, é preciso de vez em quando não é mesmo? Pelo mais de perto. – Hã? Qual é a da insinuação? O velho Jiraya tá de olho em mim?

– O que você quis dizer com isso? – Perguntei, me sentindo um pouco enfurecido, ele estava de olho em mim? Mas que droga! Ele não pode tentar acabar com os meus planos agora.

– Você entendeu muito bem, estou de olho em você. E devo dizer que estou orgulhoso de você, no seu ritmo, quem sabe você possa superar até mesmo â mim, ou quem sabe, seus pais. – Você precisa mesmo trazer esse assunto à tona? Isso não é exatamente confortável, ainda mais hoje.

– O que você sabe? –O velho roçou a mão no queixo e passou a mão pelo cabelo meio sem graça, e riu. Depois ele se endireitou e olhou para os lados, é, ele certamente sabia demais se estava checando para ver se tinha alguém por perto.

– Perfect Crime Society. – Ele suspirou. Fechei meus punhos, tentando me controlar.

– Como? – Novamente, ele riu.

– Acha mesmo que eu ia simplesmente deixar você se mudar de país e não ficar de olho em você? Eu te conheço, Naruto. Conheço melhor do que você deve conhecer a si mesmo. Você criou essa sociedade, está expandindo seus horizontes, se arriscando... – Será que eu não posso confiar em ninguém? Merda. – Você quer achá-los, quer rastreá-los e por isso está fazendo tudo isso. Diga-me você, se isso não é apenas a introdução de algo muito maior?

– E o que importa os meus planos? Eu não comecei isso com essa intenção, mas talvez cogite essa possibilidade de vez em quando, e daí?! – Abri as mãos, e as coloquei sobre minha cintura. – Isso não depende de só de mim, e se você sabe tanto quanto diz, você deve saber disso.

– E daí que você precisa ter cuidado, eles podem te rastrear, eles podem te perseguir. Não se esqueça de que para o mundo você está vivo, e foi você quem quis isso. – O pior de tudo... É que eu sei que ele está certo.

– Eu tomarei cuidado... – De repente toda raiva tinha sumido, e apenas um lembrete de tudo que aconteceu ficou, o vazio em meu peito.

– As câmeras que eu deixei no seu apartamento foram retiradas, aliás, você deveria reforçar a segurança do lugar um pouco. Eu não sou o único que conseguiu o passe livre pro seu apartamento. – O que?! Eu já imaginava que ele tinha câmeras lá, já que ele sabe, mas passe livre?

– Do que diabos você está falando?! – O velho só riu novamente e começou a recuar. – Já vai embora? Você não tinha vindo passar o dia comigo?

– Oh, que bonitinho, meu afilhado quer passar tempo comigo, mas eu nunca disse que passaria o dia aqui, só que checaria você. Já fiz o que tinha que fazer, e estou fazendo o que estou fazendo hoje, porque estou confiando em você. Só não desaponte seus pais. – Porque eu iria?

– Então já vai embora? – Ele apenas assentiu, acenou e virou de costas seguindo seu caminho, mas parou quando estava à uns três metros de distância.

– O meu presente está dentro do carro. – Ele disse, e dessa vez continuou o caminho. Maldito velho, ele precisa mesmo invadir minha vida pessoal dessa forma? Pelo menos o presente ele poderia entregar de forma normal, né?


     Apertei o botão no chaveiro e a porta se abriu, eu entrei e liguei a ignição, foi quando notei aquilo pelo retrovisor. No banco de trás do meu carro estava um caixa que de pé bateria logo abaixo do meu peitoral e tinha um palmo e meio de largura, da minha mão, mas quem se importa. Na frente da caixa havia a figura de um lobo uivando para lua, em prata pura, assim como alguns pequenos detalhes da caixa. Eu só não consigo acreditar, ele confiou a mim a Fenrir... Porque eu me sinto tão triste? Alguns anos atrás eu seria o cara mais feliz do mundo se isso acontecesse, mas agora...

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     A aula acabou faz um tempinho, mas ele estava demorando um pouco, será que o Naruto não vêm? Eu peguei meu celular, disquei o número e pressionei o aparelho contra minha orelha, e na mesma hora eu pude escutar o barulho da fechadura se abrindo. Fiz o sinal, três, dois, um, a porta se abriu e...


– SURPRESA! – Todos gritaram, alguém se deu ao trabalho de ligar a musica imediatamente, estava tocando “Like a G6”. Algumas pessoas se dispersaram, outras ficaram prestando atenção no Naruto, que estava bem surpreso eu só não sabia ainda se era de felicidade ou de indignação, porque a expressão dele não parecia muito boa. Seu olhar encontrou o meu, e eu sorri e sussurrei “feliz aniversário”, finalmente, ele sorriu também.

– Você gostou? – Eu perguntei, me aproximando dele, só então notei que atrás dele tinha uma caixa. – Vai precisar de ajuda? – Fiz outra pergunta, apontando para a caixa, que era muito bem produzida, aliás. As pessoas se dispersaram ainda mais, só queriam aproveitar da bebida e comida que estavam em cima da mesa no canto superior direito da sala.

– Não, tudo bem, eu levo pro meu quarto. – Ele disse sorrindo, ele pegou a caixa por uma alça metálica, com uma mão só, uau, não sabia que o Naruto era tão forte.

– Ah, bem, você não me disse se gostou. – Ele não disse nada, apenas fez um gesto com a cabeça para eu seguir ele.

– Hey, Naruto, feliz aniversário! – Sasuke se aproximou e deu uns tapinhas no ombro dele. – Aliás, eu preciso falar com você depois, o.k? – E sem dar tempo de resposta, ele saiu.

– Pois é, feliz aniversário! – Shikamaru veio logo atrás, e deu uns tapinhas no ombro de Naruto também. – Eu também vou fazer parte da conversa, coisa de homem. – Ultimamente você não tem parecido muito “macho” Shikamaru. Eu ri com meu pensamento e continuei acompanhando Naruto.

– Eu já estava esperando por algo, mas não pensei que seria isso. – Falou. Peraí, ele esperava? – Quer dizer, vocês três mataram aula no mesmo dia, coincidentemente no dia do meu aniversário, tinha que ter alguma coisa, não? – Ele riu. Nossa, eu não acredito... Eu fui tão cuidadosa com tudo, e deixei um detalhe tão bobo e simples escapar? Porque os dois gênios não pensaram nisso também? Argh!

– Bem, o que eu posso dizer... – Nada, porque eu fui interrompida.

– Ei, Hinata, quer dançar comigo? – Era o par da Ten Ten, o Kiba. O cara era muito chato, estava dando em cima de mim o tempo desde que começou a ter um rolo com ela. Felizmente, nem precisei responder, Naruto o fez por mim.

– Ela está me acompanhando, e pelo visto sua namorada, rolo ou o que for está te esperando ali. – Ele falou indicando Ten Ten com a cabeça.

– Certo, Naruto – Ele falou, e ficou balançando a cabeça, como se entendesse alguma coisa e estivesse frustrado com isso. Por fim, ele olhou para a caixa e estranhou. – O que tem na caixa? Isso é prata? – Ten Ten se aproximou e ficou logo atrás de Kiba.

– Herança de família, e sim, é prata, e é melhor nem chegar perto. – Naruto falou, e continuou caminhando, enquanto eu o acompanhava e deixávamos Kiba e Ten Ten para trás. Eles estavam brigando. – Desculpe se eu falei da sua amiga de uma maneira ofensiva.

– Não, tudo bem. Pelo menos por hoje ela precisa aprender a lição, eu já falei pra ela sobre ele e como ele dá em cima de mim o tempo todo, mas ela não me escuta. – Naruto fechou a cara de repente.

– Qualquer coisa me fala que eu quebro a cara dele, tá certo? – O Narutinho tá sentindo ciúmes? Senti meu rosto esquentar, e um sorriso crescer no meu rosto.


     Quando entramos no quarto, Naruto colocou a caixa debaixo da cama, eu estava curiosa, mas decidi ficar quieta sobre o conteúdo da caixa. Ele caminhou até a porta e a fechou, jogou o celular em cima da cama próximo do travesseiro e se sentou na beirada da cama, me convidando para me sentar também, então eu fui me sentar ao lado dele.


– E-Então... V-Você gostou da surpresa? – Perguntei. Ele tinha feito tanto suspense pra responder que eu estava ficando com medo.

– Bem... – Ele falou um “bem” prolongado, isso não indica coisa boa. – Sim e não. – Como sim e não? – Quero dizer... O que você fez, foi você que fez né? – Eu assenti. – O que você fez foi incrível, há muito tempo ninguém fazia algo assim por mim, e eu não me lembro de me sentir tão bem vindo desde que cheguei aqui, e isso é ótimo. A única coisa ruim é que minha sala tá cheia de pessoas com quem eu convivo na escola mas que eu chamo de “você” porque eu sequer lembro o nome delas, eu só acho que seria melhor se fosse só você e os caras, as pessoas a quem eu acho que posso chamar de amigos.

– Oh. – Eu fui até Naruto e o abracei, não demorou para que ele retribuísse o abraço, naquele momento, eu nem soube explicar o que senti, só sei que foi como se eu estivesse em um lugar aonde eu pertencesse. – Eu não irei esquecer. Não sabe como fico feliz de ver que você nós considera tanto, as vezes eu tenho medo de que seja só eu.

– Mas não é, e eu vou fazer com que isso dure para sempre, o.k? É algo meio meloso demais, e talvez muito repentino quando nós nos conhecemos há só um mês e meio, mas... Não é ruim, né? – Eu apenas assenti, sei que ele não podia me ver direito, mas sei que ele viu, e senti seu abraço ficar um pouco mais forte e depois de alguns segundos mais fraco até que ele me soltou. – A gente devia ir pra lá, né?

– Sim, vamos. – Eu não preciso pensar demais no que eu sinto sobre ele, no fundo eu sei o que é, e para isso, eu sei que eu não preciso ter pressa. As coisas irão acontecer no momento certo.

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     Enquanto Hinata tinha ido atrás de Ten Ten, que segundo relato de algumas pessoas estava furiosa, eu fui falar com o Sasuke e o Shikamaru,  já que eles queriam conversar comigo. Algumas pessoas paravam  pra me cumprimentar ou agradecer pelo espaço e pela festa, eu fiquei feliz com o gesto da Hinata, mas será que alguém vai me ajudar a limpar isso aqui depois? Eu ainda preciso procurar por câmeras, não posso confiar no velho completamente. Sasuke e Shikamaru estavam sentados em uns pufes, tinha um livre perto deles, assumi que eles estavam guardando lugar para mim, então me sentei no pufe livre.


– Então, do que vocês queriam falar? – Perguntei. Os dois se entreolharam e em seguida olharam pra mim.

– Hinata. – Falaram juntos.

– O que agora? Vai dizer que lá vem mais piadinhas? – Sasuke abaixou a cabeça, culpado!

– Bem, sim e não, mas você tirou a graça e agora não to mais afim de fazer piada. – Ele disse.

– É, é um papo sério que nós queremos ter com você. – Shikamaru disse. – Por mais problemático que isso seja. – Suspirou.

– Falem então. – Eu disse.

– Então... Falando sério, você gosta da Hinata, não gosta, Naruto? – Ah, então é sobre isso que é essa conversinha.

– Bem... Sim, eu gosto. Ela é incrível, simplesmente incrível. Ela é inteligente, linda, muito bem provida, engraçada, meiga, e quando estou com ela parece que eu estou com alguém que eu conheço faz anos, como não gostar dela? – É mais difícil falar os sentimentos para os outros, coisas que eu ainda estou resolvendo dentro de mim mesmo.

– E ela gosta de você. – Gosta?! Sasuke, se você estiver me enganando.

– O que?! – Falei com surpresa, os dois apenas olharam para mim e riram.

– Não tá na cara? Só vocês dois não enxergam isso. – Shikamaru falou, ainda rindo. Era pra ele ser o zoado e não eu.

– A gente só acha que você deveria agir logo, assim você não vai ficar na zona da amizade. Você sabe, é bom que você tome cuidado, outros caras vão ter interesse por ela, você sabe que ela é única. – Porque o Sasuke sempre me surpreende? Como ele consegue? Bem, ele está certo nesse ponto, mas eu ainda sinto um pouco de receio.

– Certo, eu vou pensar nisso.

– Pensar no que? – Era a voz de Hinata, e logo eu senti suas mãos delicadas sobre os meus ombros.

– Pensar s-se... Se... Se eu não devo começar a te dar carona quando sair da escola. – Do que eu to falando? Ela tem meios de transporte, eu sou idiota.

– Que doce. – Ela deu uma risadinha e afagou meus cabelos rapidamente. O.k, talvez eu não seja tão idiota.

– Já notaram que todos nós e algumas das pessoas mais próximas de nós tem nomes japoneses e nós estamos nos E.U.A? – Sasuke comentou, e pior, isso é estranho pra caramba

– Pior, e olha que eu vim do Brasil. – O que é isso, uma teoria da conspiração de nossos pais?

– Talvez... Só talvez, nós sejamos meros instrumentos da mente de alguém, como ilusões e criações dessa pessoa. – Isso Hinata, me bota medo, agora você tá dizendo que a gente não existe.

– Talvez sejamos personagens de um livro. – Shikamaru falou.

– Acho que livros seriam mais coerentes, talvez sejamos personagens de alguma fanfiction de algum anime por ai, isso explicaria os nomes japoneses. – Isso soa tão patético, um livro é mais legal, ou melhor um filme, ou melhor ainda, um jogo! Mas onde eu sou a CPU, tenho que ter vontade própria, não quero ser marionete de ninguém.

– Chega! Isso é assustador. – Falei por fim, e os três ficaram rindo de mim. Viu? Agora eu sou um idiota de novo, devia ter ficado calado. Droga.


     Nós quatro ficamos ali, conversando, rindo, conhecendo mais um ao outro, e pela primeira vez em quatro anos eu me senti feliz no dia do meu aniversário, e já estou esperando pelo ano que vem, pelas próximas comemorações, pelos aniversários deles. Talvez porque esse tenha sido o primeiro dia que sem dúvida alguma eu pensei estar em um grupo de amigos, e é isso que está tornando a Perfect Crime Society tão especial.

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     Eu ainda estava com um pouco de sono, apesar de que a festa na casa do Naruto não durou até tarde, eu estava me sentindo cansada. Ri ao me lembrar de como expulsamos um pessoal de lá porque queríamos ir pras nossas próprias casas e descansar. Hoje o dia estava um pouco frio, caminhei em direção à entrada da escola, e lá, Naruto já me esperava, ele sorriu e acenou para mim, mas tão rápido quanto isso aconteceu, seu sorriso se transformou em uma expressão de surpresa e espanto.


– Hinata? – Alguém tocou no meu ombro, e ai eu pude entender porque Naruto estava daquele jeito. Era o Gaara, os cabelos ruivos estavam curtos, e do lado esquerdo de sua testa um Kanji de cor vermelho-sangue era completamente visível.

– G-Gaara? – Ele sorriu para mim, em um gesto de gentileza. – Quanto tempo! – Tentei disfarçar. – O que faz por aqui?

– Pois é, fazem dois anos, não é mesmo? Na verdade eu estava querendo mesmo falar com você, por isso eu vim aqui. – Ah, droga, o que ele quer comigo?

– Então, em que posso ajudar?

– Esse é um pedido grande, mas sei que ficará intrigada, ainda mais por ter os mesmos genes que seu pai. Eu sei do quão boa você é como aspirante a detetive, e por isso quero que você me ajuda nesse caso. – Ele fez uma pausa e olhou sério para mim. – Isso é completamente egoísta da minha parte, mas eu queria que me ajudasse a descobrir quem faz parte da Perfect Crime Society e o que eles querem. – Ai... Meu... Deus. O que eu faço?!


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