Perfect Crime Society escrita por Mr_Strife


Capítulo 13
Capítulo 13- O Resgate


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo. õ/
Era para eu ter postado ontem, mas eu atrasei um pouco, já que sai e só voltei de noite. x.x'
De qualquer forma, aqui está o capítulo, e ele foi bem grande, acho que o maior que escrevi até agora, e possivelmente o melhor também. õ/
Espero que vocês gostem, e gostaria de agradecer aos reviews e pedir para aqueles que lerem, que por favor, deixem um review e me façam um pouquinho mais feliz. *-*
Boa leitura, e até o próximo capítulo. õ/



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Capítulo 13- O Resgate



     Eu estou cansada da escuridão, com essa venda nos meus olhos eu não posso enxergar nada, estou sem senso de direção, amordaçada, amarrada e presa à uma cadeira. Já não sei quanto tempo se passou, será que sentem minha falta? Será que minha mãe e o Sasuke sentem a minha falta? Tão ruim e tão triste... Eu não consigo conter minhas lágrimas, o que irão fazer comigo? Só quero que me deixem em paz. A porta foi aberta, alguém entrou, e caminhou a passos lentos em minha direção.


– Já está na hora de tirar essa mordaça, vamos tornar isso mais fácil, fale comigo, me diga o que você sabe. – A voz dessa pessoa era diferente, não era nenhuma das vozes que eu tinha ouvido antes, ele parecia tão calmo e... Satisfeito.

– Você acha que é sensato G... – A voz já conhecida por mim parou sua sentença, como se tivesse se assustado.  Minha mordaça foi retirada.

- SOCORRO! ALGUEM ME AJUDE! – Senti uma mão pesada contra o lado direito do meu rosto, a dor foi ardente, cortei minha bochecha um pouco e senti o gosto de sangue em minha boca.

– Não adianta gritar, ninguém vai te escutar, e você só vai me irritar, e acredite, você não quer me irritar. – Eu percebi. Mesmo que eu coopere com isso, eu não vou falar para eles o que eles querem saber.

– Quem é você?! Porque está fazendo isso comigo?! Por favor, me deixe ir embora! – Eu não podia ver, mas senti que o homem que falava comigo chegou mais perto.

– Eu posso ser um bom amigo, ou posso ser seu pior inimigo, se você me ajudar eu posso ajudar você. Não tenha medo, apenas me diga, o que é a Perfect Crime Society? Quem são os membros de tal organização? – No que você se meteu, Sasuke? Fiquei em silêncio, tentando conter meu choro.

– Mas eu não sei nada sobre a Perfect Crime Society! Tudo que eu sei é que eles parecem estar por trás da demissão do Orochimaru, mas eu não mais de nada... – Dessa vez não me incomodei em segurar minhas lágrimas, um pequeno raio de esperança em meu coração dizia que talvez ele sentisse pena de mim, até mesmo solucei. – Por favor... Deixe-me ir... Por favor... – Pedi em meio ao choro.

– Eu sou paciente, Haruno. Mas minha paciência tem limite. – Ele sabe quem sou, mesmo que eu saísse daqui, eu teria como escapar depois? – Você tem dois dias para falar por vontade própria, ou se prepare para sofrer um pouquinho em troca da informação. – Eu vou ser torturada? Solucei novamente, o medo tomava conta de mim. – E não chore. Estou pegando leve com você, é melhor que me dê uma boa impressão, caso contrário, eu ficarei muito feliz em ver suas expressão de dor quando forem te torturar. – Ai, meu Deus, estou nas mãos de um sádico!

– Devo levar ela para outro cômodo? – A voz do outro homem, a voz conhecida falou. Nem mesmo tinha me tocado antes, mas só agora percebi que a voz daquele homem era a mesma do garoto que tentou me interrogar no outro dia.

– Sim, leve-a para aquele quarto. Você pode soltar ela quando estiverem lá. – Eu vou estar mais livre? Talvez eu possa escapar se for assim... Eu preciso tentar, pelo Sasuke eu tenho que evitar a todo e qualquer custo ser interrogada.

– Certo... Mas por que... Porque a está tratando tão bem? – O garoto perguntou.

– Ela pode não ser ruim, afinal de contas. Ainda vamos descobrir. – O que ele quis dizer com isso? Será que no fundo um cara sádico como ele ainda tem alguma salvação? O que será que é bom ou ruim para ele?


     Não sabia para onde estava sendo levada, o garoto me segurava pelo braço com força, acho que tinha medo de que eu escapasse de alguma forma. Depois de algum tempo caminhando, ele me ajudou a subir algumas escadas e no andar seguinte nos caminhamos só um pouco e logo paramos novamente, eu ouvi o barulho de chaves batendo umas contra as outras, e logo ele abriu uma porta e fez com que eu entrasse. Primeiro, ele tirou a venda que estava me impedindo de enxergar, então eu vi que estava no que parecia ser uma enfermaria escolar, havia duas camas, uma maca, e uma série de armários e remedos por todos os cantos, mas o que atraiu minha atenção logo de cara foi o suporte para soro, não demorou e o garoto cortou as cordas que prendiam meus braços, assim que ele fez isso, eu corri na direção do suporte, o peguei e o segurei com as duas mãos para desferir a pancada mais forte que poderia dar na cabeça do garoto, sem pensar duas vezes, sai correndo.


– Volta aqui, sua desgraçada! – Ele gritou. No corredor haviam mais pessoas, dois garotos e uma garota, sendo que um dos garotos parecia mais velho. Passei pela garota enquanto um garoto saiu do outro lado do corredor atrás de mim e o outro garoto veio tentar me pegar pela frente.

– Saí da frente! – Gritei, e para tirar o garoto do meu encalço, o chutei com bastante força entre suas pernas, o garoto caiu de joelhos, e eu pude descer pelas escadas.

– Fiquei alertas, você aí embaixo! – O garoto que estava atrás de mim gritou.


     Eu continuei correndo sem me importar, havia ainda mais pessoas no andar inferior, e já não haviam mais escadas, então entrei no corredor pelo lado direito e corri o máximo que pude tentando despistar o garoto que estava atrás de mim, e logo uma garota e mais três garotos apareceram na minha frente. Uma porta se abriu, e eu vi uma cabeleira ruiva se aproximando.


– O que está acontecendo aqui?! – A voz dele. Do homem sádico e estranho que estava me mantendo ali. Ele estava quase saindo pela porta quando eu senti uma pancada forte na minha cabeça, cai com tudo no chão, e minha visão ficou embaçada, mas eu vi o Kanji na testa dele, e depois não vi mais nada.

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     Nós passamos dois dias desesperados tentando encontrar vestígios de Sakura, mas até o momento não conseguimos descobrir nada, só que a provável hora em que ela foi seqüestrada foi entre cinco e meia da tarde e cinco e cinqüenta. Sasuke tinha falado com a mãe de Sakura, e ela encontrou Sakura chorando sentada na frente da porta, após acalmá-la, uma hora depois disso, ela saiu para ir ao mercado comprar ingredientes para fazer o prato preferido de Sakura e animá-la, quando chegou ela encontrou a porta arrombada e sinais de briga e resistência. Naruto estava mexendo em seu computador, Hinata estava ao seu lado, e Sasuke andava de um lado para o outro agoniado.


– Droga! Se eu não tivesse feito ela matar a aula para conversar comigo, talvez isso não tivesse acontecido. – Mas ela foi seqüestrada em horário pós-aula, isso não tem nada haver contigo.

– Não foi sua culpa, Sasuke... – Hinata disse, seu tom de voz era de preocupação.

– Ah, deixe ele, Hinata. Eu sei de algo que vai te animar! Eu encontrei uma coisa. – Naruto falou, sério, ultimamente ele não andava muito contente. Logo nos quatro estávamos na frente do monitor, onde passava um vídeo de uma câmera de segurança. – Tá vendo essa van branca? – Ele apontou na tela para a van que havia acabado de passar. – Ela passa pela câmera agora, e dois minutos depois ela volta. Essa câmera de segurança é de uma casa da esquina de Sakura, e eu só consegui o vídeo porque ele acabou de ser arquivado pela polícia para análise e investigação. – A resolução do vídeo não é boa, então eu não tenho como checar se as marcas de rodas deixadas pelo carro do seqüestrador são do pneu da van, mas existe uma grande possibilidade de que seja.

– Qual é a placa do carro? – Hinata perguntou. A baixa resolução do vídeo impedia que fossemos capazes de ler, mas Naruto deu zoom na placa e digitou algumas coisas que ajudaram a definir melhor a imagem.

– 3HXR979. – É uma placa daqui, da Califórnia, pelo menos isso.

– Olha os registros do dono do carro no site da LAPD. – E isso é simples? Nenhum civil poder ficar olhando registros policiais assim. Ah é, a gente tem o Naruto, e não demorou para que ele entrasse no site, ele abriu uma espécie de programa, digitou algumas coisas e acessou o site com algum tipo de usuário e senha.

– Sabaku no Saikyo. – O que?! – O juiz, Sabaku no Saikyo? O carro do seqüestrador está no nome de um juiz? – É, como se a gente não pudesse estar mais ferrado.

– A gente vai ter que ir atrás desse cara?! Uma das figuras mais influentes e poderosas de L.A? – Meu tom de voz tinha sido mais alto do que o normal, mas também pudera, é do Sabaku no Saikyo que estamos falando, mesmo que ele tivesse de fato seqüestrado a Sakura, ele teria influência o bastante para se livrar de qualquer dano.

– Não. Eu tenho certeza que o Saikyo não usa essa van branca, ele é um velho amigo de meu pai. Provavelmente é o carro de um de seus filhos, todos os três tem idade para dirigir. – Menos problemático. Mas ei, desde quando a Hinata tem tantos contatos?

– Err... Quem é o seu pai? – Perguntei incapaz de esconder minha surpresa.

– Hyuuga Hiashi. – Quem? Naruto e Sasuke pareciam tão perdidos quanto eu.

– Eu não posso dizer quem ele é, eu não tenho o direito e nem permissão para fazer isso.

– Porque não? – Naruto perguntou.

– Eu só... Eu não posso o.k? Desculpem-me, vamos mudar de assunto. – O tom de voz da Hinata estava aumentado.

– Qual é, só diz o que ele faz, vai? – Hinata fechou a cara para nós, e encarou Naruto. Cara, eu não queria ser ele agora.

– Não, eu não vou dizer! Não insiste! – Ela gritou. Depois eu acho que ela ficou sem graça porque ela corou, mas de qualquer forma, nós nos calamos. – Os filhos do Saikyo não moram com ele, eles moram aqui em L.A, em casas separadas, então teremos que verificar a casa de cada um deles. Eu sei que vou, quero que só mais um vá, se decidam. – Naruto não disse nada, apenas apontou para si mesmo, e Hinata o encarou.

– Eu preferia que não, mas já que é o caso. Encontre-me amanhã depois da aula, e a gente vai lá. E arrume um carro. – Hinata falou firme, se levantou e saiu do quarto,  pronta para ir embora. Esses dois precisam de ajuda. Problemático... Argh! Porque nem nos meus pensamentos eu consigo me segurar?!

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     Assim que a aula terminou, Sasuke praticamente me chutou para ir atrás de Hinata, ele realmente estava preocupado com Sakura, ele até mesmo me deu as chaves do carro dele. Eu mal podia esperar pelo dia em que o meu chegasse. Me encontrei com a Hinata no corredor, e então caminhamos até o carro em silêncio, ela estava do meu lado, e me olhava de vez em quando um pouco sem graça, acho que da mesma maneira que eu a estava olhando neste momento. Entramos no carro, e então seguimos saímos da escola.


– Hinata... – Ela olhou para mim, e não sei por que, mas seu olhar estava um pouco abatido. – O que foi? – Perguntei.

– Você... Não me chamou de senhorita... – Ela disse em voz baixa.

– Bem, você está com raiva de mim ai... Eu pensei que pudesse se irritar. – Ela apenas sorriu, e balançou a cabeça em sinal negativo.

– Desculpe-me por ontem, eu tenho problemas com aquela questão. – Ela estava corando, e olhando para baixo, me pareceu que ela estava genuinamente arrependida. Meu Deus, como você consegue ser tão fofa?

– Tudo bem. Eu já ia me desculpar por ter insistido tanto ontem. Desculpe-me? – Ela apenas sorriu e fez um cafuné em minha cabeça.

– Eu não sei se posso confiar tanto no Sasuke e no Shikamaru, mas eu sei que posso confiar em você... Desde que te conheci, mesmo que tenha sido somente há um mês, você tem sido o melhor amigo que já tive. – Eu sorri para ela, e dessa vez retribui o carinho acariciando seus cabelos.

– Acredite ou não, eu posso dizer o mesmo. E seja lá o que for, saiba que você pode confiar em mim, tá certo? – Ela assentiu.

– Farei isso aos poucos. Dê-me um pouquinho mais de tempo, e acho que estarei pronta para te falar mais sobre mim, está bem? – Encostei o carro, e tirei o cinto, só para dar um beijo na testa de Hinata. Ela ficou muito vermelha, como uma garota pode ser tão linda?

– Você devia saber como fica linda coradinha desse jeito. – De repente ela ficou mais vermelha ainda, e sorriu. Espera aí, ela ouviu o que eu disse? Eu deixei escapar?

– Naruto! – Ela falou me empurrando, tentando esconder sua timidez.

– Eu deixei escapar? – Perguntei, e então a gente ficou se olhando por alguns segundos, calados, para então começarmos a rir juntos. – Bem, pelo menos agora você sabe.

– Ah, eu duvido disso, mas muito obrigada. – Dúvida? Por quê? Você não se olha nos espelhos todos os dias?

– Sem complexos, certo? É verdade o que eu deixei escapar. – Ela só deu dois tapinhas leves no meu ombro e sorriu.

– Vamos atrás do Kankurou primeiro. Ele mora mais perto daqui, aqui está o endereço. – Hinata tirou um pedaço de papel do bolso, e então eu apenas segui o caminho.


     O trânsito teria sido horrível se Hinata ainda estivesse com raiva de mim, mas como não estava, foi ótimo, e a gente conversou durante boa parte do caminho, mesmo enfrentando engarrafamento às vezes. Quando já estava bem perto da casa do tal do Kankurou parece que a sorte apontou em minha direção, uma van branca passou na minha frente em uma rua, e quando olhei para a placa eu encontrei meu grande prêmio, mudei o caminho e segui a van mantendo uma distância razoável para que não fosse suspeito que eu estivesse seguindo o veículo.


– Porque você pegou outro caminho? – Hinata perguntou, e eu só apontei para frente através de um gesto com a cabeça. – A van? Bem, nós estamos bem próximos da casa do Kankurou, o que aumenta as possibilidades da van ser dele. – Ou de qualquer um dos irmãos dele meramente visitando-o.

– Acha que ele vai nos levar diretamente para onde queremos?

– Eu não sei, mas nós temos que segui-lo. Nem que nós tenhamos que fazer isso até tarde da noite. – É, mas eu preferia a sala do meu apartamento, respirei fundo, afinal, isso poderia demorar horas, e talvez nem encontrássemos um lugar suspeito hoje. Se for esse o caso, nos provavelmente teríamos que invadir a casa do Kankurou.

– Você ainda quer saber muito de Londres, não é? – Novamente, Hinata apenas deu uns tapinhas no meu ombro. Qual é a da nova mania? – Sim ou não?

– Não sei. Descubra. – Ela disse, e em seguida riu da minha cara. O que? O que foi? Ah, eu nunca vou entender.


     Ainda bem que eu sabia que poderia demorar, porque o Kankurou rodou bastante, ele foi no shopping, depois passou na lotérica, supermercado, voltou para casa, e finalmente, saiu de novo, ainda não percebeu a presença do meu carro, caso contrário, eu saberia que ele sabe. Mas dessa vez, esse caminho era diferente, em um bom sentido para a Perfect Crime Society, porque se ele seqüestrou alguém, eu acho que ele iria preferir deixar tal pessoa na escola abandonada ao invés de deixar no sótão de sua própria casa. Sunagakure, definitivamente um nome estranho para se dar para um colégio, não é à toa que foi abandonado.

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     A gente não planejou isso tão bem quanto deveríamos, mas estávamos fazendo o melhor que podíamos no pouco tempo que tínhamos, era o quarto dia desde que Sakura havia sido seqüestrada no dia 29 de setembro, e agora aqui estávamos, do lado de fora de Sunagakure, prontos para fazer uma operação de resgate. Eu estava errado quando disse que não podia ser menos problemático, eu não pensei que iria fazer parte da ação. Nós havíamos nos reunido do lado de fora da escola, na sua parte lateral, todo nós usávamos roupas pretas, e segurávamos mascaras japonesas em nossas mãos.


– Vamos logo, eu to doido pra quebrar esses desgraçados. – Sasuke falou irritado. – A gente só precisa achar a Sakura.

– Isso tudo é amor? – Naruto falou, e Sasuke apenas o encarou com raiva.

– Relaxa Sasuke, as coisas vão ficar bem. – O loiro respondeu, colocando uma mascara japonesa de Kitsune. – A gente protege vocês.

– Talvez você e a Hinata precisem de proteção. – Falei colocando minha mascara japonesa de dragão. Opa, espera um minuto. – Sem duplo sentido. – Pronto, os dois coraram. Shikamaru, um, casal, zero.

  S-só, v-vamos logo, certo? – Hinata falou, ainda corada, enquanto colocava uma mascara japonesa de gata.

– Vamos todos ficar bem, certo? Estamos nisso juntos. – Para a nossa surpresa, Sasuke foi quem disse isso, e ele estendeu a mão, todos nós colocamos nossas mãos sobre a dele depois. Talvez ele esteja percebendo que... Nós já somos amigos.


     Jogamos nossas mãos para o alto em um desejo silencioso de boa sorte, e então nos separamos, Sasuke e eu estávamos nos preparando para subir o muro da escola, e Naruto e Hinata pegaram o carro para chegar até o outro lado. Sasuke nem se preocupou em jogar algo para prender uma corda do outro lado, ele apenas correu até a parada, deu três passos nela e estava na frente do muro. Creio que ele viu minha face de incredulidade, mas eu realmente não sei dizer qual era minha expressão naquele momento.


– O que? Eu fiz artes-marciais, o Naruto também já fez. – Não posso evitar me sentir sedentário agora, será que todo mundo tinha que fazer alguma coisa? – Karatê, você sabe, enfim, vamos logo. – Ele estendeu a mão para mim e me ajudou a subir, para depois pularmos para o outro lado.


     Quando entramos, percebemos logo que estávamos no lugar certo, na área do Ginásio e da piscina, o que significava que deveria ter uma entrada para a escola em algum lugar próximo. A melhor opção agora seria acompanhar a parede e seguir em linha reta, fiz um sinal para Sasuke indicando o caminho por onde deveríamos ir. Estávamos caminhando devagar, agachados, para não fazer nenhum tipo de barulho. Isso até que funcionou por um tempo, até que vimos uma garota que parecia estar de guarda ao lado da piscina.


– O que a gente faz?! Eu não vou bater em uma mulher. – Sussurrei para Sasuke. – Eu sei que não devemos atirar a menos que seja necessário, mas isso é necessário. – Retirei a arma tranqüilizante de dentro do meu bolso e me preparei para atirar, mas a mão de Sasuke segurou minha arma.

– Eu bato nela. Não me importo, esses desgraçados cometeram um grande erro ao mexer comigo. – A garota olhou para a escola, e Sasuke aproveitou a oportunidade e correu em sua direção. Ele estava na grama, mas de alguma maneira sabia diminuir o som de seus passos, a garota o ouviu apesar disso, mas quando se virou para olhar já era tarde demais, Sasuke a prendeu por trás em um mata-leão, acho que ele estava pronto para fazê-la desmaiar.

– A-A-Aju... – A garota tentava falar,  mas não conseguia, ela retirou uma faca de algum lugar, mas ela estava incapaz de acertar o Sasuke ou sequer mexer o próprio braço direito, ela parecia se esforçar até mesmo para segurar a faca e desmaiou pela falta de ar. Naquele momento um homem mais velho surgiu na entrada do colégio que era próxima, ele colocou a mão na cintura. Uma arma?! Sem pensar muito, eu apontei a arma para ele, mirei rapidamente e atirei. A munição tranqüilizante o acertou na cabeça, fazendo-o dormir instantaneamente, o único problema era o som que o disparo havia feito, alertando os inimigos sobre nossa posição.

– Shikamaru! – Encolhi os ombros, agora já foi, vamos lá, fiz um gesto com  a cabeça para que seguíssemos em frente.


     Assim que entramos na escola, um garoto estava vindo em nossa direção, este não estava armado, o que tornou as coisas mais fáceis para nós. O garoto veio direto em cima de mim tentar me acertar com a faca, mas Sasuke segurou seu braço e deu uma cotovelada forte em seu rosto, o garoto desmaiou, e provavelmente perdeu alguns dentes.


– Eu estou vendo a escada, vamos. – Falei, mas Sasuke novamente ficou na minha frente. Acho que nunca tinha visto alguém tão desesperado para concretizar uma coisa.

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     O som de um disparo ecoou pelos corredores daquela escola infame,  olhei para os dois guarda-costas que estavam comigo, eles estranharam, e logo preparam as pistolas, retirando as travas. Olhei para a garota ao meu lado, estava abatida, havia emagrecido seu rosto ainda estava manchado pelas lágrimas, mas pelo menos agora ela dormia, é bom que durma, pois amanhã será um longo dia. Peguei o meu telefone e liguei para um de meus homens.


– Suba a escada, e fique na lateral do segundo andar, caso escute disparos, espere um tempo e venha como reforço para a sala onde estou mantendo a Haruno, caso as coisas fiquem quietas demais e eu não te contate novamente. Passar bem. – Talvez amanha eu entregue a Perfect Crime Society para o Gaara, mas... Como eles descobriram? Quem são esses monstros?

*************************************************************************************


     Naruto estacionou o carro do lado de fora da escola, ele pegou sua mochila e fechou a porta, em seguida abriu sua mochila e me entregou uma arma tranqüilizante. Não sei por que, mas por alguns segundos, imaginei que ele estivesse sorrindo para mim debaixo da mascara de  Kitsune... Mas não, agora não é hora para isso Hinata, se concentre! Entramos pela entrada principal, não foi preciso pular o portão, ele não estava trancado, bastou empurrar para que entrássemos, fechamos o portão, e fomos para o gramado onde estava mais escuro do que no caminho para ir até a escola, no final do caminho, haviam três garotos.


– Nós temos três alvos, não precisamos segurar nossa munição. Eles já dispararam ao menos uma vez. – Será que havia sido Sasuke e Shikamaru? Ai,agora fiquei nervosa. – Acha que consegue acertar daqui?

– Eu não sei, e se eu errar? –Eu não quero prejudicar a operação de maneira alguma.

– Você vai acertar, fui eu que te ensinei a atirar. – Ele falou, rindo baixinho.

– Convencido. – Falei, rindo também. Segurei minha arma com firmeza e mirei em um dos três, me sentia mais segura ao lado de um bom amigo, e simples assim, eu atirei e acertei o peito de um deles. Logo em seguida, Naruto atirou em um, e depois no outro. O som dos disparos ecoou pelo local, eles haviam ouvido, mas não sabiam onde nós estávamos.

– Agora a gente só precisa esperar. – E depois de alguns segundos, três sentinelas estavam no chão dormindo.

– Eu tenho que admitir, isso foi ótimo. – Naruto acariciou meus cabelos e então fez um gesto com a cabeça, para que continuássemos andando.


     Eu sempre achei que seguiria a mesma linha que meu pai, e que faria tudo de maneira muito correta, mas acabei por perceber que nem sempre é preciso fazer o certo para ser o certo, escolhas são como estradas que podemos seguir, retornar e até mesmo reconstruir, e a Perfect Crime Society, por mais que não seja corretamente ética é... Correta para mim, eu sinto que há um lugar a qual eu pertenço, e eu nunca senti isso antes. Justo quando meus pensamentos estavam se tornando mais profundos, nós atravessamos a entrada da escola e chegamos correndo no saguão de entrada, como Naruto foi primeiro, ele não viu que um homem estava esperando próximo da porta e estava pronto para atacá-lo por trás, por reflexo, retirei a arma tranqüilizante e atirei, sem nem pensar que estava próximo demais do rosto do homem, o impacto fez com que eu recuasse um pouco, e o homem tombou, talvez eu tivesse quebrado seu maxilar com esse tiro a queima roupa.


– Obrigado, parece que você me protegeu, ao invés de ser o inverso. – Ele agradeceu, e através do buraco dos olhos em sua mascara eu pude enxergar o brilho em seus olhos azuis. Seria aquele brilho... Orgulho de mim?

– Tudo bem, eu estou aqui para você, Uzumaki. Agora vamos.

*************************************************************************************

     Subi as escadas, havia mais um garoto de sentinela lá, ele ia retirar algo da calça, mas eu fui mais rápido, e chutei  suas pernas, desequilibrando-o e o fazendo cair da escada, o garoto rolou alguns degraus e parou na frente de Shikamaru que pisou na cabeça dele. Menos um. Segui em frente, quando cheguei no corredor vi que todas as luzes estavam apagadas, menos a de uma sala, não tínhamos visto a luz pelo lado de fora pois a sala era interna, passei pela porta sem deixar minha cabeça aparecer através da pequena janela parte superior da porta. Três, dois, um. Agora! Peguei impulso para trás e chutei a porta com força, arrombando-a, grande erro, assim que a porta se abriu, vi dois caras armados levantando as armas na minha direção prontos para atirar, recuei e encostei na parede do lado esquerdo, fora da sala. Por sorte escapei do disparo de um deles.


– Eles tem armas também?! Ah, meu Deus... – Shikamaru sussurrou, preocupado e assustado.

– Eu tenho um plano. Ainda bem que pensamos nisso. – Eu abri a mochila, e retirei uma pequena bolinha negra de lá, depois a joguei no chão dentro da sala.


     Assim que a bolinha estourou, a sala se encheu de fumaça, alguns disparos foram feitos contra a porta, e o som de tossidas pode ser ouvido. Peguei outra bomba de fumaça, abaixei, deitei no chão e rastejei para dentro da sala, a fumaça estava começando a se dissipar, e as silhuetas de três homens e de Sakura presa à uma cadeira se tornaram visíveis para mim, então joguei mais uma bomba de fumaça contra a parede. Mais disparos contra a porta, todos por cima de mim, sabia que eles não contariam com uma aproximação desse tipo, não demorou para um dos homens gastar toda sua munição, quando percebi que estava perto o bastante de onde eu estava antes eu me agachei e dei uma rasteira em um dos homens armados que estava na minha frente, quando ele caiu eu o segurei pelo pescoço, o coloquei na minha frente, e segurei a arma com força contra sua cabeça. Pelo menos a arma tranqüilizante parece um revolver como qualquer outro.


– Sasuke?! – Shikamaru chamou pelo meu nome.

– Eu estou bem. Escutem, não se mexam, ou o parceiro de você morre! – Não escutei nada, mas aos poucos a fumaça se dissipou, e o cara que havia sobrado e que segurava uma pistola estava apontando ela para mim, ele estava nervoso, suas mãos tremiam.

– Solta ele. – Ele ameaçou. Idiota.Mais um disparo, dessa vez não fui eu, Shikamaru finalmente decidiu entrar em cena. Dei um tiro à queima-roupa no meu refém e ele tombou ao lado do companheiro. Apenas um homem havia sobrado, e eu logo o reconheci, era o mesmo que havia tentado interrogar Sakura antes.

– Você. – Falei com desprezo, e apontei a arma para ele. – Porque você está atrás da Perfect Crime Society, o que você quer?

– Então você admite que a garota tem uma ligação com a Perfect Crime Society? – Não é tão difícil de deduzir, é, seu idiota? – Ele ficará feliz em saber disso.

– Quem é ele? – Shikamaru perguntou.

– Não irei falar. – Me aproximei dele, e o chutei na perna esquerda.

– Ah, você vai falar sim, seu filho da puta, como você pode seqüestrar ela? Nós descobriremos quem ele é por você, e aí nós vamos destruir ele, entendido?! Se não for por bem, vai ser por mal! – Perdi o controle, e estava quase batendo no desgraçado, mas Shikamaru me segurou.

– Não faça isso, desse jeito você não irá se tornar ninguém melhor do que ele. Não precisamos torturar nem seqüestrar ninguém para conseguirmos o que queremos. – Shikamaru estava certo, mas droga! Eu precisava descontar o meu ódio em alguém.

– Ele vai atrás de vocês, nós vamos acabar com vocês. Mesmo que sejam bons, nós somos melhores, nós somos os melhores! – Do que diabos esse cara está falando? Melhor no quê? Percebi que ele olhava muito para a janela logo atrás de si, ela poderia o levar para outra sala interna.

– Vocês não vão fazer nada. E nem pense em fugir, seja mais discreto ao olhar para sua única chance possível de fuga. – Ele ficou assustado, mas de repente, ele riu. E eu ouvi um disparo. Olhei para trás, assustado, e para minha surpresa, vi que havia um sentinela segurando o braço direito, na mão direita ele segurava uma pistola, naquele mesmo momento, eu ouvi o som de vidro quebrando, o desgraçado havia ido para o outro lado. Olhei rapidamente para o sentinela e vi que ele estava quase levantando o braço para atirar, então atirei na cabeça dele. Shikamaru que estava ao meu lado atirou no fugitivo, e acertou por pouco pela reação de êxtase inesperado que veio dele.

– Vocês quase tomaram um tiro. – Hinata falou, ela e Naruto entraram no quarto.

– Mas eu salvei vocês, assim como a senhorita me salvou antes. – Disse Naruto, ele havia atirado no ultimo inimigo que havia acabado de aparecer. Eu apenas sorri para os dois e fui até Sakura, retirei a venda de seus olhos e a mordaça, ela estava inconsciente. Desamarrei as cordas que a seguravam, e em seguida dei alguns tapinhas de leve em seu rosto, ela abriu os olhos lentamente.

– Sakura... – Falei, e a abracei. – Me desculpa, é minha culpa que isso tenha acontecido contigo, eu... E-eu não deveria mentir para você quando você é tão leal a mim... – Ela apenas sorriu e tocou o meu rosto.

– Eu sempre soube que você viria... – A voz de Sakura estava fraca, ela estava com uma péssima aparência, precisava levá-la o hospital logo.

– E-Eu... O-Olha, a verdade é que... Eu não te amo, ainda não posso amar, esse sentimento não cresceu tão forte assim dentro de mim. Mas eu gosto de você, e quero o melhor para você de qualquer jeito, de alguma forma... Eu quero fazer isso dar certo... – Palavras que eu nunca pensei que diria, nem para Sakura, nem para ninguém. Pensei que ela ia ficar com raiva de mim, que ia chorar, ou qualquer coisa, mas a reação dela foi a melhor e a pior que eu pude receber ao mesmo tempo.

– Eu sei... No fundo, eu sempre soube... M-Mas eu sei que você é bom, e eu te amo ainda assim... – Ela sorriu para mim, e eu beijei de leve seus lábios, para então, apenas olhar nos seus orbes de cor esmeralda. – Sasuke... Eu o vi, o l-líder...

– O que?! Como ele era? – Naruto perguntou, se intrometendo.

– E-Ele tinha... E-Ele tinha... Um Kanji japonês vermelho em sua testa... – E estas foram as ultimas palavras de Sakura antes de desmaiar novamente.


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