Maldito Mestre. escrita por Arizinha


Capítulo 5
Capítulo 5 - Endossa, aposta, arrosta!




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Arrostar. Enfrentar, encarar algo. “O bombeiro arrosta diversos perigos.”

 

Essa é a definição da palavra desconhecida ali do final. Do final da frase do meu jogo. Do jogo que eu e as garotas criamos ao entrar no ensino médio. Éramos calouras e vivíamos apostando, então criamos esse jogo.

 

Uma pessoa endossa. Dizendo que daria alguma coisa. Outra aposta, dizendo que está preparada e que fará. E a aposta nasce. Foi assim que eu comecei como líder de torcida.Foi desse jeito que eu fui fazer o teste. Eu passei por fazer anos de ginástica olímpica.

 

Depois de uns meses a capitã teve que sair e me escolheu por ter potencial. Depois disso eu reformulei todas elas, colocando Alice e Rose no time, elas eram fantásticas e deveriam estar lá.

 

E agora eu estava jogando isso com o meu lindo professor. Eu havia apostado que ele não conseguiria se manter quieto por cinco minutos. Eu já havia contado seis com o seu relógio e agora tentava o fazer falar.

 

“Vamos, vamos...” sorri, cutucando seu nariz. “Ah, qual é!” sorri.

 

Ele continuou emburrado e de braços cruzados. Suspirei e fui até ao meio da sala, dando uma olhada nos microscópios e no Tedy, o esqueleto da sala. Ele estava vestido com uma camiseta dos Yankees e um boné típico do beisebol.

 

Eu o estava examinando e sentia olhos nas minhas costas. Aquele esqueleto era o amor platônico do professor Tanner, revirei os olhos e fui até o material do Edward, ele estava me olhando e eu sorri. Ele não ia poder me falar nada, estava se fazendo de idiota.

 

Peguei uma caneta esferográfica de quadro preta e fui até o esqueleto.

 

“Ele está precisando de uma corzinha.” Sorri. “Acho que se eu fizer o contorno dos olhos, vai parecer um lápis de olho...” levantei a caneta pra escrever e tirei a tampa, preparada pro primeiro risco.

 

Edward segurou minha mão forte a ponto de me fazer soltar a caneta. “Você é louca?”

 

“Ganhei!” gargalhei. “Ganhei, ganhei!”

 

“Eu ganhei, faz dez minutos.” Ele sorriu, tampando a caneta e a guardando. “Eu achei mesmo que você fosse riscar.”

 

“Eu ia.” Eu ri.

 

“Só se você fosse louca! Esse esqueleto é de estimação do Tanner.”

 

“Ah, não é pra tanto!” sorri. “E ele é forte, olha!” e deu um baita abraço no esqueleto.

 

“Não!” ele me puxou, só que acabamos perdendo o equilíbrio e eu cai por cima do esqueleto. Senti meus olhos arderem e meu tornozelo ranger.

 

“Aii.” Choraminguei. “Ai, acho que eu quebrei.”

 

“Claro que quebrou! Olha o estado do esqueleto! O braço se partiu em três! Como você é desastrada!”

 

Eu comecei a sentir as lágrimas nos meus olhos e ele continuava me xingando. “Aii, quebrou, quebrou...”

 

“Você não está vendo? Saia de cima!” ele reclamou, tentando juntar os dois pedaços do braço que haviam se dividido.

 

“Estou falando do meu tornozelo!” xinguei por meio a lágrimas, “Está doendo! Muito!”

 

Ele demorou alguns segundos a digerir a informação e largar os pedaços pra ver meu estado. “Ah.” Ele fez desaprovador. Meu tornozelo estava roxo e bem inchado, ele o examinou devagar.  “Tire os tênis.”

 

Eu estava com dor demais pra reclamar.  Quando ele olhou meu pé apenas com a meia curtinha fez uma careta desgostosa.

 

“Acho que quebrou mesmo.” Disse preocupado. “Que inferno! Estamos presos aqui!”

 

Eu não disse nada. A dor era terrível, eu nunca havia quebrado nada antes. Nunca ia querer quebrar novamente!

 

“Que horas são?” quis saber.

 

“Já são Meia noite.” Respondeu junto com um suspiro.

 

“Meu pai vai vir procurar aqui...Tenho certeza.” Dei de ombros. “Minha mãe já deve estar louca a essas alturas, devem estar todos me procurando, mas o último lugar que virão vai ser aqui.” Afirmei.

 

“Por quê?”

 

“Primeiro porque eles sabem que eu matei alguns períodos e devem ter achado que eu fui embora depois do nosso desentendimento e segundo porque a lei de Murphy me persegue.”

 

“Aquela que fala das coisas darem errado?” perguntou, achando engraçado.

 

“Exatamente.”  Ele riu.

 

Ficamos alguns segundo em silêncio. Ele estava perto da porta e eu ainda estava em cima do esqueleto. Antes que eu pudesse me mexer, ele questionou:

 

“Aquilo que as garotas falaram no banheiro, sobre o Black...É verdade?”

 

“Sim.” Respondi suspirando e tentando esquecer a dor do meu pé.

 

Ele não disse mais nada. Ficou em silêncio...Jabob Black! Que garoto bem idiota! E eu não se é pior ainda ver a cara idiota dele diariamente em minha aulas de Ed.Física...O grande companheiro de Emmett. Dois trogloditas!

 

“Você...Er...Gostava dele?”

 

“Óbvio que sim.” Ri, meio sem jeito. “Eu acho que foi até bom, sabe? Não teria sido legal beijá-lo afinal de contas...” dei de ombros novamente. “Ele era capaz de dizer pra todos que eu beijava mal...”

 

“Você realmente nunca beijou alguém?” perguntou meio espantado.

 

“Não! Claro que já!”

 

Ele deu uma risadinha irônica. “Claro que sim, aposto que...”

 

“Quando eu tinha sete anos...” completei. “E ele beijou o canto de minha boca.” E mordi o lábio antes de completar. “E foi roubado!”

 

Ele não esboçou nenhuma reação. Eu dei de ombros...Novamente.Tentei me mexer por entre os escombros do esqueleto quebrado, sem quebrá-lo ainda mais e machucar meu pé.

 

Edward vendo meu esforço foi até mim colocando cuidadosamente um braço nas minhas costas e outro abaixo de meus joelhos e me tirando de lá.

 

“Obrigado.” Murmurei, enquanto ele me colocava sobre uma classe.

 

Ele olhou bem fundo em meus olhos, notando a proximidade que eu ainda não havia notado.

 

“De nada.” Murmurou rápido, saindo de perto de mim. “Eu vou pegar alguma coisa pra colocar em torno de seu pé.” E saiu.

 

Ele deveria ter ido pro depósito que ficava Ana sala, onde eram colocados os trabalhos e alguns elementos químicos usados pra biologia.

 

Ele havia ficado desconcertado, eu notei.

 

Em menos de dez minutos estava de volta e...MEU DEEEUS, por que ele estava sem camisa?

 

“Que você está fazendo?” perguntei, chocada.

 

Ele riu do meu espanto. “Ela esta com água gelada, vai doer menos seu pé... Não achei nada melhor pra colocar aí.”

 

“Hm.” Murmurei sem conseguir desviar os olhos do jogo perfeito de gomos que era sua barriga.  Sacudi a cabeça pra desviar os pensamentos.

 

Ele estava terminando de enrolar a faixa em torno do meu pé quando eu reparei em seu rosto tenso. Ele estava tentando fazer rápido e acabou cutucando.

 

“Ei!” resmunguei. Ele ergueu o rosto pra mim, provavelmente pra me xingar, mas acabou se calando quando viu que nossas testas estavam quase coladas.

 

“Você nunca beijou mesmo?” perguntou, revirei os olhos.

 

“Não, mas que coi...” ele me interrompeu da maneira mais improvável possível! Como um beijo.

 

Suas mãos subiram pra minha cintura e ele apertou meu corpo contra o dele. A nossa diferença de altura era pequena por eu estar sentada na classe e seus lábios quentes contra os meus, apenas faziam uma pressão ali.

 

Ele estava entre minhas pernas e aquilo era meio...Ok, era completamente diferente de tudo que eu já havia feito na vida!

 

Era quente e agradável...E terrível! Eu estava beijando meu professor. Eu estava tensa. Claro.

 

Lentamente coloquei meus braços em torno de seu pescoço, o abraçando com força. Eu sentia que aquilo acabaria logo...E era tão bom pra acabar!

 

Como se eu tivesse previsto, ele se soltou de mim imediatamente e eu acabei caindo no chão com seu gesto.

 

“Ai!” gritei, indignada. “Seu idiota!”

 

“Me desculpe..Eu...” ele tentou me ajudar a levantar, mas eu fui mais rápida e me segurei na classe, batendo em suas mãos com a minha.

 

“Tudo bem! Tudo bem! Eu faço, eu faço!” disse, furiosa, voltando a me sentar na mesa. ”Seu idiota!”

 

Depois disso ele sentou-se em sua mesa e não nos falamos mais durante todo o resto de noite que ainda passamos ali.

 

Meu pai me achou às cinco horas da manhã e eu descobri que ele havia feito a grande maravilha de ter convocado todos os policiais daqui e os de Port Angeles pra ter esse feito concretizado.

 

Eu havia feito vários exames de raio-X e tive que engessar. Óbvio.

 

Eu deveria ficar em casa hoje e amanhã já voltaria a escola novamente. Eu estava meio chateada com o uso das muletas e ainda mais chateada com o que havia acontecido hoje à noite. Charlie não pirou por eu ter ficado sozinha com o Edward, aliás, ele ficou preocupado com a saúde do rapaz por ter ficado tanto tempo em MINHA companhia. Bons pais? Sãos os meus, claro!

 

Minha mãe me ajudou a entrar no banho e me retirar da banheira quando eu acabei. Meu pé descansava sobre uma enorme almofada e eu suspirei feliz quando notei que estava em casa, segura e em uma cama macia.

 

Suspirei satisfeita, me ajeitando em minha cama, com minha calça jeans e minha regata branca. Eu não deveria estar deitada, eu tinha, na verdade, que descer. Mas meus pais acharam que eu estava dormindo e saíram. Eu já estava acostumada.

 

Não que eles fossem ausentes, mas o Charlie tinha como vida a policia e a minha mãe era meio desligada mesmo. Nós não éramos ricos, nós tínhamos uma vida boa. Os pais de Renée – meu avós – eram antigos “vaqueiros” deixaram uma enorme quantidade de campos pra ela e uma ainda maior pra mim, minha mãe vendeu os dela, mas deixou os meus pra eu fazer o que eu quisesse. Acontece que eu não quero fazer nada.

 

Suspirei. Estar sozinha me fazia divagar. Ótimo!

 

Ouvi um forte estrondo no andar de baixo. Ok, ou caiu uma nave alienígena aqui ou então a gorda da Toot acabou caindo no chão... Fiquei parada pra tentar ouvir melhor o que se passava, quando minha gata siamesa passou pela porta entreaberta do meu quarto, correndo.

 

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“Ah, era você?” perguntei pra ela, que pulou no meu colo. “Que você estava fazendo, hã?”

 

Ela obviamente não me respondeu – o que era ótimo, imagina se eu começo a falar com a minha gata? – então eu resolvi descer da cama. Não devia ser complicado descer as escadas com muletas.

 

“Viu? Vou ter que ir ver o que você derrubou, sua burrinha!” ralhei, chateada.

 

Posicionei as duas muletas e tentei andar com elas...Eu não era boa nisso, acreditem. Abri a porta me equilibrando em um pé só e quando cheguei ao topo da escada senti medo. Imagina se eu caio?

 

Quando eu ia dar meu primeiro passo uma voz me desconcentra: “Você é doida?” Edward berrou. Subindo rápido as escadas e me segurando.

 

Eu ainda não tinha me recuperado do susto. “Que você está fazendo aqui?”

 

“Eu aposto que você descobre sozinha!” ele sorriu, me pegando no colo e me levando pro quarto.

 

Ah, meu Deus! Eu não quero arrostar isso, não!

 

 


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Notas finais do capítulo

Vocês querem matar a autora do coração? Digam que sim! UAHUHSAUHSA
Muito obrigada mesmo pelas recomendações, eu fiquei muito feliz! Sério! Eu parecia uma doida por aqui!

E os comentários, então? Sério! Muiiito obrigada! De verdade *----*

Esse cap eu quero dedicar a Baby e jessykasouls! Muiito obriga pelas recomendações, gurias, sério! *--*

Eu não irei me esticar, mas lembrem-se: Autora feliz é autora produtiva ;) haha

Beeeeeeijos!