Eu estava uma pilha de nervos! Minhas mãos suavam loucamente na vasilha de vidro de minha mãe eu estava com muito medo que o doce se derramasse no chão.

Isso sem contar no estresse absurdo desse doce não ter prestado. Não tive nenhum problema na hora de fazer, era só seguir as instruções, certo? Afinal aquele um sobre dois(N/A: ½) era uma ou dois xícaras, certo?

É, definitivamente sim. Eu sei frações. Espero. Porque se não for essa droga está muito, mas muito doce mesmo! Mas não pensaremos em coisas ruins. Não.

Edward estava com a mão na base da minha cintura quando abriu a porta da frente da casa e eu suspirei três vezes.

“Bella, relaxa... “ Eddie aconselhou, beijando o topo de minha cabeça.

“Fácil falar.” Resfoleguei.

Uma mulher de cabelos vermelhos, que eu já sabia ser Esme, veio até nós quase imediatamente.

“Olá!” cumprimentou. 

“Oi...” retribui. Eu me sentia um ratinho numa jaula de tigres. James soltou um risinho baixo e Edward lhe mandou um olhar assassino.

James seria um problema. Duas vezes um problema.

“Olá, Bella!” Carlisle cumprimentou, vindo até nós e pondo uma de suas mãos sobre os ombros de Esme.

Eu retribui outra vez, timidamente. James prendeu o riso outra vez.

“Cadê aquela Bella desbocada e líder de torcida mal humorada, hein?” James quis saber.

“No mesmo lugar que James Educado: lugar nenhum!” Edward respondeu.

“Meninos, já chega!” Esme repreendeu. “Hm. Bella, você trouxe um...Ah... Doce?” perguntou, encarando a meleca preta no pote em minha mão.

“É um mousse, mãe.”  Edward explicou.

“Pra mim parece cocô.” James falou.

Carlisle lhe bateu na nuca e deu um sorriso sem graça pra mim. “Eu ponho na geladeira.” Se ofereceu e levou meu doce embora.

Eu dei um suspiro chateado por não ter mais nada pra esconder minha tremedeira.

“Vamos, vamos!” Edward convidou, depois de pigarrear. “Vamos sentar, sim?”

“Ah... Claro.” Esme disse.

Nós todos nos sentamos no sofá da sala. Esme, Carlisle e James no sofá de três lugares e Edward e eu no de dois que ficava em frente à janela.

Ninguém falou nada. James ria as vezes, Carlisle assoviava e eu queria morrer afogada com a minha saliva. A cara de choque deles quando me viram sair do quarto era impagável!

“E então?” Carlisle perguntou. “Como você e Edward se conheceram?”

“Edward é professor dela.” James falou.

“O QUE?” Eles berraram juntos. Edward lhe mandou um olhar mortal.

“Eu não acredito que você está namorando uma aluna, Edward.” Esme rosnou, pondo os dedos nas temporas. “Como você espera se formar assim?”

“É que a Bella é bem... persistente!” se explicou.

“O que?” foi a minha vez de me espantar. “Eu que sou persistente?” repeti, incrédula. “Deixa de se fazer de louco, tarado, foi você quem me agarrou!”

“Porque você disse que nunca tinha beijado antes! Eu fiquei com pena! Você vai se formar esse ano, é normal as estudantes perderem a virgindade na formatura e não darem o primeiro beijo! Você é muito lenta!”

Eu soltei um gritinho indignado antes de responder. “E você é um baita de um pervertiiido! Como tem coragem de me falar isso?” explodi. “Eu bem sei que você me agarrou aquele dia depois de eu quebrar a perna! Se aproveitou porque eu estava com a perna quebrada e ainda tem coragem de dizer que eu sou lenta e que foi por pena! Mas, cresça, bebezão!”

“Bebezão?” Edward zombou. “Não era eu quem estava morrendo de medo de conhecer os meus sogros!”

Dessa vez eu ri, alto e bem irônica. “Ah, é, desculpa! Realmente você foi muito corajoso quando conheceu o meu pai! Tanto que fugiu correndo pela janela!” eu dei um tempo antes de acrescentar: “Literalmente.”

“Sim, porque ele ameaçou me castrar! Só porque eu peguei no seu seio!” ele bufou, divertido.

“Oh, meu Deus!” Eu exclamei, furiosa.

“Eu não posso crer.” Carlisle comentou, se fazendo ouvir em meio aos nossos inúmeros gritos.

Eu corei quando lembrei que tinha platéia e ameacei uma olhadinha pro lado. Foi uma surpresa enorme enxergar ao invés de caras de pavor, sorrisos de orelha à orelha nos rostos dos pais de Edward.

“Eu nunca achei que isso fosse possível!” Esme sorriu, emocionada.

“Eu ainda não consigo acreditar! Não, é impossível! É bom demais pra ser verdade!”

“Meu filho,” a ruiva se dirigiu a ele, em êxtase “Você arrumou uma tão reclamona quanto você!”

Eu fechei a cara e fiz um bico na hora. Contrariada, chateada e ainda irritada por ele ter me exposto daquele jeito, rebati:

“Não sou reclamona!” Deu o acaso dele rebater que não era reclamão no mesmo instante.

Resumindo: os sorrisos só aumentaram!

E eu achei que MINHA família fosse louca!

(...)

“E então, Bella? Que você pretende fazer assim que terminar o médio?”

Eu sorri suavemente antes de responder pra Carlisle. Esme estava me encarando diretamente sentada à minha frente, enquanto eu, sentada ao lado esquerdo de Carlisle na ponta, observava com um sorrisinho idiota James e Edward se jogarem azeitonas.

Que observava os irmãos desse jeito, não imaginava que James era um suspeito em potencial.

Enfim!

“Eu ainda não sei...” sorri, ligeiramente chateada com a pergunta. Eu não gostava de não saber mesmo o que responder.  “Talvez direito... Meu pai é policial e... Bem, talvez algo ligado a isso mesmo.” Dei de ombros. Enfatizei bem policial pra assustar James, mas ele nem se mexeu. Aliás, até se mexeu, pra pegar a azeitona que Edward jogava pra ele usando uma colher como catapulta.

“Seguir os passos do pai, então?” Esme brincou. “Edward queria fazer medicina até ano passado. Resolveu entrar na faculdade por terem cadeiras iguais, porém, acabou tomando verdadeiro gosto por biologia e não quer mais mudar.”

“Foi um choque.” Carlisle riu. “Até porque Edward odeia crianças, então, dar aulas pra elas agora é um horror.”

Eu não respondi mais nada, apesar de ter me sentido extremamente ofendida com o que ele disse.

“Bem,” Esme pigarreou enxergando a gafe do marido e resolveu trocar de assunto. “Vamos a sobremesa, então?”

“Claro!” James sorriu. “Vá buscar, Bella!”

Eu lhe olhei, enfezada pela ordem, mas pra não mostrar corpo mole, levantei imediatamente e fui até a cozinha.

Na ida, senti uma coceira estranha no nariz. O cocei realmente incomodada com aquilo e quando cheguei na cozinha, um espirro foi inevitável. E outro, e mais outros e eu já estava tendo uma crise.

“ATCHIM! ATCHIM! ED-ATCHIM!” Eu tapei meu nariz com uma mão pra tentar entrar na cozinha, mas a peça parecia ter sido feita pra me repelir.

Milhares de flores estavam sobre tudo que era móvel. De tudo que era jeito. Por que Diabos tem tanta flor aqui?

“ATCHIIM!” Droga!

“Bella!” Edward chegou. “Ah, você já viu.”

“ATCHIM!” Meu nariz coçava tanto que nem xingar eu podia.

“Vá pra sala,” ele riu, levemente. “Você é alérgica, né?”

“Não- ATCHIM!” eu fui irônica. “Eu só estou fingi-ATCHIM! ATCHIM!”

Ele revirou os olhos e eu bufei pra ele, saindo da cozinha. Edward voltou com o doce em seguida. Eu cheguei na sala e todos já haviam saído da mesa e sentado nos sofás.

Eu olhei muito feio pra James que sorriu pra mim. “Ah, Bella, você é alérgica a flores? Eu juro que esqueci.”

“Você é alérgica?” Esme ficou impressionada. “Ah, coitadinha, lá tem milhares de flores. Eu as trouxe porque não gosto de deixá-las sozinhas... Meus bebês...”

Eu sorri sem mostrar os dentes pra ela. Minha cara fechada e meu mau humor contagiando o clima.

Eles nem notaram. “Aqui.” Edward sorriu trazendo os doces em taças e distribuindo entre nós. “Vamos ver se Bella cozinha bem.”

Eu sorri pra isso e peguei uma colher. “Não comam! O primeiro quem tem que fazer isso é o Edward.”

Os meus sogros sorriram agradavelmente pra mim e Eddie pegou a colher e levou vagarosamente a taça.

James segurou o riso quando ele levou quase no ritmo da translação da Terra.  “Come logo, Eddie.” Sorriu Carlisle, simpático.

Eu não achava ele simpático. E eu não era criança.

Edward colocou a colher na boca e primeiro, fez uma cara estranha, piscando várias vezes o olhos direito e retesou o corpo todo. Nós todos olhávamos pra ele.

“E-e-e-está... Ótimo.” Disse ele, com pouco convicção, tossindo depois.

Então, todos os outros colocaram uma colher enorme na boca. E bem... Todos fizeram caretas.

James, aquele filho da puta, cuspiu tudo pra fora. “Puta merda!” berrou, ainda cuspindo.

“O que?” me assustei, com sua reação.

“Isso tá muito doce! Achou que os meus pais fossem diabéticos? Tá tentando nos matar?”

“Como?” me horrorizei.

“Prova!” ele exclamou.

Eu enruguei meu cenho antes de comer uma colherada. Pouts! Eu botei a língua pra fora, enojada. “Ew.”

Esme, Carlisle, Edward e James me olharam, sérios. E então, em uma gargalhada coletiva, todas se desataram a rir. Inclusive eu.

Eu ri muito de toda situação, acompanhada de todos eles. Minha barriga doía quando eu finalmente consegui me controlar e Carlisle estendeu a mão pra mim.

“Bem vinda a família, Isabella.” Eu aceitei prontamente e sorri de volta.

“Muito obrigado!” sorri.

Ouvimos, nesse momento, um batido forte na porta. Aliás, parecia que estavam arrebentando a porta.

“Mas quem será?” Edward perguntou, antes de ir atender. Pra surpresa de todos, quando sentiu a porta ser destrancada, meu pai entrou na sala com tudo.

“Seu pervertido?! Ainda tem coragem de trazer ela aqui outra vez?” berrou.

“Senhor Swan... Eu juro que –“

“Eu já tomei minha decisão!” ele disse, contido. “Isabella e você irão casar!”

“O QUE?” eu berrei, junto com Edward.

“Mas nem pensar!” bati o pé.

“Hei! Pra que tanta objeção?” Edward perguntou, ofendido.

Eu dei de ombros. “Sou muito nova, ué.”

“Charlie?” Carlisle perguntou. “Charlie Swan? Não acredito!”

Charlie pareceu surpreso em ver Carlisle ali antes de ir até ele e se abraçarem. “Você é o pai do garoto?” sorriu. “Ah, mas já sei a quem ele saiu!”

Edward e eu nos entreolhamos. A noite não podia ficar mais estranha.

“Esme? Você se casou com Esme?” sorriu. “Não acredito!”

Eu senti a mão de Edward na minha antes dele me puxar pra porta ainda aberta. “Vamos!” disse.

“Onde?” perguntei, já descendo as escadas.

Ele me olhou e sorriu. “Não sei, pra longe daqui.”

Eu sorri e fomos. Aliás, com Edward, eu ia pra qualquer lugar.