Eu me lembrava como se fosse ontem, porque ele havia voltado? Porque logo agora?Meus olhos novamente se encheram de lagrimas, me fazendo dar um suspiro e caminhar mais rápido em direção a casa de minha mãe. Precisava de colo.

A casinha amarela e com um pequeno jardim na frente continuava a mesma, sorri um pouco ao olhar a casa onde morem por tantos anos.

- Mamãe?- Falei com a voz meio chorosa, da casa saiu uma senhora de cinqüenta e seis anos com a aparência bem nova e um sorriso nos lábios.

- Querida! Quanto tempo!- Ela veio e me abraçou fortemente, novamente meus olhos se encheram de lagrimas, sentia tanta falta de minha mãe, de seus carinhos.

- Mamãe, senti tanto a sua falta. - Chorei em seu ombro novamente, senti tudo se aliviando estava tudo como era antes.

- Venha pequena.- Ela me levou para dentro da casa. É não havia mudado nada, as paredes de um branco já amarelado e o sofá marrom encostado na parede. Essa era a minha casa.

- Quer alguma coisa filha? Uma água? Chocolate quente?- Seus olhos brilhavam da maneira mais linda possível, apenas disse não com a cabeça e a chamei para sentar do meu lado.

- Então o que foi minha linda?- minha mãe acariciou meu rosto, senti uma enorme pontada no peito naquele momento, a saudade havia me atingido, deitei em seu colo enquanto ela acariciava lentamente meus cabelos.

- Sabe... Senti falta disso. Do carinho... De ser amada– Murmurei baixinho, fechando os olhos sentindo o carinho.

- Minha querida, você sempre foi amada... Por mim, por seu pai e por Edward.- Edward? Ela sabia mais do que eu a história, por que estava dizendo aquilo? Edward, o nome repetiu mil vezes em meus pensamentos.

- Edward?- Falei friamente.

- Sim... Ele veio aqui em casa um dia desses.- Ela disse como se aquilo fosse a coisa mais natural

- O que ele queria?- Cuspi as palavras um pouco curiosa mais com raiva.

- Ele veio pedir perdão. Ele se tornou um bom garoto, chegou a chorar Bellinha, deu um aperto no coração, claro que no inicio eu fui rude, afinal não esqueci o que ele te fez, mas depois que ele contou tudo...- Ela falou sorrindo.

- Esta do lado dele mamãe?- Murmurei perplexa.

- Filha não estou do lado de ninguém. – Ela falou, fazendo a raiva chegar ao seu limite. Levantei minha cabeça do seu colo e a olhei com fúria nos olhos.

- EU VENHO ACHANDO QUE PODERIA CONTAR. E VOCÊ O DEFENDE? QUE TIPO DE MÃE É VOCÊ? VOCÊ SABE O QUE ELE FEZ MÃE! ELE ME MAGOOU. - Gritei meio rouca, o dia hoje não tinha sido lá tão bom.

- ISABELLA ELE ESTA ARREPENDIDO. - Minha mãe pena nos olhos.

- ISSO NÃO MUDA NADA! EU AINDA ESTOU MAGOADA, EU AINDA SAI MAGOADA!- Perdi o controle naquele momento.

- Todos merecemos segunda chance filha!- Ela falou calma, mas dava pra ver o nervosismo à tristeza em sua voz.

- Todos não. - Disse por fim, indo ate a porta.

- Você não é a Isabella que criei e eduquei. QUERO MINHA FILHA DE VOLTA. – Ela murmurou.

- QUE PENA. ELA MORREU Há SETE ANOS ATRAS- Bati a porta com força. Ótimo perdi minha mãe, parece que estou sozinha.

Caminhei sem rumo em qualquer direção, até encontrar um hospital, eu me lembrava dele. O local de muitos encontros. Era estranho. Fato. Mas gostávamos de visitar as crianças com câncer. Eu dizia que as salvaria.

Uma lagrima brotou em meus olhos, ao me lembrar de sonhos que antes acreditava. Resolvi então da uma passada lá.

 O hospital continuava o mesmo, o azul desbotado das paredes os pisos brancos sujos. É eu e Edward chamávamos isso de Hospital do porco.

- Eu poderia ver as crianças com câncer?- Perguntei a atendente, que me olhou com um sorriso sincero nos lábios.

- Claro, segunda porta a direita.- A mulher disse se virando e voltando a fazer seu trabalho. Fui até a sala e olhei por dentro. Varias crianças brincavam e sorriam, nem parecia esta doente.

Entrei com o melhor sorriso que pude esboçar, e percebi todas me olhando.

- Oi tia.- Uma menininha de cabelos ruivos e olhos azulzinhos me olhou com um sorriso.

- Olá. - Sorri docemente. - Qual seu nome?- Perguntei sentando ao seu lado.

- Sou Larissa tia.- Ela sorriu com seus rostinho angelical.- E você?- Ela perguntou estendendo a mãozinha e mexendo no meu cabelo.

- Sou Isabella, mas Bella pra você meu amor. - Sorri a pegando no colo. Um sorriso brotou em sua face.

- Ninguém nunca me pegou no colo. - Ela sorriu mais ainda, acariciando meu rosto.

- Por que? –Perguntei triste pela menininha.

- Eu não tenho ninguém... Fui abandonada aqui, e os médicos me ajudam nos medicamentos. - Meus olhos se encheram de lagrimas.

- Você parece feliz. - Disse limpando as lagrimas com uma mão.

- É por que o medico disse que nunca devemos perde a esperança. – Ela sorriu como se acreditasse em tudo.

- É verdade meu amor. – Estava chorando.

- Você tem esperanças tia?- Ela perguntou com seus olhos azulzinhos brilhando.

- De que? – Perguntei.

- De tudo da certo, da gente consegui superar e perdoa as pessoas. – A olhei interrogativamente. Ela apenas sorriu.

- A-Acho que sim.- Falei um pouco nervosa.

- Então por que você não perdoa o tio Edward?- A olhei surpresa, como ela sabia disso.

- C-Como?- Perguntei.

- É por que você não o perdoa? – Ela apontou pra parti escura do local, e sentando no meio das crianças estava nada mais e nada menos do que Edward. O olhei chocada, enquanto seus olhos encontravam com os meus.

Por um minuto, apenas por um minuto eu quis ir a sua direção, mas fiz ao contrário, me levantei apressadamente.

- Não vou deixar você fugir dessa vez. - Ele segurou meu braço rapidamente. Rápido ele.

- Tenho uma má noticia pra você então. - Soltei seu braço e sai pela porta.

- Bella!- Ele segurou novamente meu braço e me virou bruscamente. - AQUELAS CRIANÇAS TEM ESPERANÇAS DE SEREM FELIZES, MESMO NÃO TENDO NADA! ELAS DÃO SORRISOS E SABEM QUE TUDO VAI DA CERTO! AQUELAS CRIANÇAS CHORAM QUANDO OS SEUS SONHOS NÃO SÃO CORRESPONDIDOS, MAS LEVANTAM AS CABEÇAS E TENTAM NOVAMENTE. AQUELAS CRIANÇAS FORAM ABANDONADAS PELOS PAIS, MAS SONHAM EM OS TER DE VOLTA E OS PERDOARAM.VOCÊ TEM UMA MÃE E A MACHUCOU, ELA ME LIGOU AOS PLANTOS ME FALANDO. VOCÊ TEM UMA FAMILIA MAIS NÃO DÁ VALOR. VOCÊ TEM AMIGOS QUE TE AMAM E NÃO OS VALORIZA. VOCÊ TEM A CHANCE DE AMAR E A TA DEIXANDO ESCAPAR POR ERROS DO PASSADO. - Ele gritava enquanto eu estava estática em sua frente, as lagrimas caiam desesperadamente pelo meu rosto, minhas pernas tremiam. Ele soltou meus braços e me olhou.

- Eu não vou te prender mais. Se quiser ir pode ir. Eu sei que eu tentei. Eu tentei trazer a bella que me apaixonei e SOU apaixonado, você não é ela. É IMPOSSIVEL você ser ela. Por que a garota que eu amei, ela amava a família mais que tudo, ela tinha sonhos e sempre sorria. ESSA FOI A QUE ME APAIXONEI.- Ele deixou uma lagrima escorrer de seus olhos.

- Você a transformou no que ela é hoje.- Murmurei por fim, fechando os olhos.

- NÃO! Foi você mesma que se transformou. Ma mesmo assim eu não consigo deixar de te amar. POR MAIS QUE EU TENTE. - Ele falou choroso e se virou me deixando sozinha.

Como ele havia dito Ele me deixaria ir. Mas era isso que EU queria?!