Diário de Uma Anônima. escrita por Gosmenta


Capítulo 21
Alegria e agonia.


Notas iniciais do capítulo

Demorei como sempre, mas voltei.



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Consegui dormir por volta de duas da manhã, eu estava exausta e ansiosa, depois de apenas 3 horas de sono acordei, sem conseguir adormecer novamente, tentava de todas as maneiras parar de pensar no que aconteceria naquele dia. Minha mente só pensava em Sean, como ele estava, o que estaria pensando, o que sentia, mas no fundo do meu coração estava Aaron, depois de muito tempo amando ele, ele não iria embora tão rápido quanto eu pensava, ele estava lá, ele parecia hibernar, mas eu tinha medo que amor despertasse e voltasse à tona.

Depois de quatro horas sem fazer absolutamente nada, tomei um banho gelado e me troquei. Fui pelas escadas para não correr o risco de chegar a ver Sawyer e peguei o carro mal estacionado.

Fui a caminho do hospital ouvindo a rádio, sim era minha musica, quando olhei para o lado, no semáforo, haviam cerca de dez câmeras em cada janela do carro, muitos gritos e perguntas, agora entendia o que era ser famosa.

“-Angel, como você e Aaron se conheceram?

-É verdade que Aaron e você já se gostavam na cidade natal e que você o fez trair a namorada?

-Aaron te ama?

-Vocês estão juntos há quanto tempo?

-Você se esqueceu do trabalho por causa de Aaron?

-E sua musica, é pra ele?

-Ele gostou do seu novo clipe?

-Você que provocou o acidente de Sean?

-Você e Sean se dão bem?”

Aquilo acabaria com qualquer um, pessoas falando coisas sobre você como se você fizesse tudo de ruim.

Lembrei-me do que Victoria tinha dito. “Quando não quiser responder os paparazzi, sorria e fale sobre sua carreira.”

-Obrigada, mas estou atrasada agora. –sorri e acelerei.

Entrei em atalhos, sempre observando se alguém me veria e correria atrás de mim, ou tiraria uma foto minha e me chamariam de traidora.

Entrei no hospital bem atrasada, só então me lembrei que o problema seria  falar com Sean, saber o que ele falaria. Se me perdoaria.

Entrei no quarto devagar, a cama estava desarrumada, ele não estava lá. O notebook estava caído aberto no chão, o prato de comida espatifado ao seu lado e a televisão ligada.

-Sean. –chamei. –Sean.

Fui ao banheiro. Em frente ao espelho, sua expressão era de raiva.

-O que faz aqui? –murmurou.

-Vim te pedir desculpas.

-Como se agora adiantasse.

-Por que não adianta?

-Porque você já deve estar em outra, como fez com Aaron.

-É diferente, eu amo você.

-E amava Aaron, mas não ficou com ele.

-Porque ele não estava só comigo. Lembra?

-Isso não vem ao caso, você terminou comigo ontem.

-Mas vim aqui, para me desculpar.

-Eu não quero desculpas, eu não quero você. Não vê que esse não sou eu? Eu nunca namorei antes, eu nunca gostei de ninguém. Você não será a primeira! –ele me olhou.

Caiu uma lágrima de meus olhos.

-Eu não quero te ver mais, você foi uma fase, eu não quero nada contigo, nada mais importa, eu vou pensar em mim. Agora saia. –se virou e apoiou-se na pia. –Eu vou ter alta, e não preciso da sua companhia.

-Sean, vamos conversar, por favor.

-Eu não quero te ver. –aumentou a voz. –Você não significa nada pra mim.

-O que fez no quarto?

-Não importa. Vá embora, antes que eu te obrigue.

-Sean... –ele andou em minha direção pegando em meus ombros.

-Eu não te quero mais, foi apenas desejo, não foi um amor.

-Mas, você me disse coisas tão lindas...

-Que não interessam mais, passou, vá viver sua vida. Eu não quero mais nada. Saia.

Sai do banheiro e abri a porta do quarto, ele ainda me olhava, sai pela porta e a fechei lentamente.

Chorava desesperadamente. Todas as pessoas que passavam por mim me olhavam preocupadas, sai do prédio a caminho do estacionamento, ele parecia tão distante, e eu andava tão lentamente.

Até que aparece uma criança, deveria ter sete anos, ela tinha o braço esquerdo engessado. Quando me olhou correu o mais rápido que pode, a mãe tentou segura-la, mas ela se debatia.

Sorri de imediato, ela era adorável.

-Angel. –gritou. –É mesmo você? Mamãe, é a Angel, do comercial, você viu? É ela!

Ela chegou até mim e agarrou desajeitadamente minhas pernas.

-Desculpe, é que ela gostou de você na tv. –explicou a mãe.

-Não tem problema. –sequei minhas lagrimas e peguei-a no colo. –Qual é o seu nome?

-Krista. –disse devagar.

-Ah, é um prazer Krista, o que houve com seu braço?

-Ah, nada de mais. Isso não importa. –ela abraçou meu pescoço e enterrou o rosto em meu ombro. –Eu sou sua fã, mesmo não tendo visto nenhum episodio, você é linda. –disse com a voz abafada.

-Obrigada Krista, eu sou sua fã agora também. –ri em seu ouvido.

-Assina?

-O que?

-Assina o gesso. –disse apontando para braço.

-Tem uma caneta? –perguntei a sua mãe.

Ela entregou uma caneta preta. Krista estendeu o braço, me abaixei e escrevi: De sua maior fã. Angel. ♥.

-Ah, obrigada. –ela deu um beijo em minha bochecha. Você é linda!

-Vamos Krista. Ainda preciso fazer o almoço.

-Olhe. –gritei quando elas já viravam as costas. –Meu telefone. Se quiser me ligar. –entreguei um cartão a sua mãe.

-Obrigada Angel. Tchau. –disse acenando.

-Tchau Krista.

Elas se afastaram e entraram no carro. Fui andando devagar em direção ao meu carro.

Ela tinha me deixado feliz, porque alguém gostava do que eu estava fazendo. E alguém sorriu pra mim, enfim.

Quando cheguei a avenida novamente, os fotográfos estavam a espera.

“-Como foi visitar Sean?

-Ele está bem?

-Como ele se acidentou?”

Mas mesmo um pouco feliz, minha vontade era de me enterrar.


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Notas finais do capítulo

(:



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