-Sean o que houve? –perguntei mais uma vez.

-Onde estava?

-No estúdio.

-Estúdio Angel? Não me engane.

-Como assim? Eu não estou te enganando. Eu estava no estúdio com Amber.

-E Aaron onde estava?

-Como eu vou saber? –me sentei na cadeira, minhas pernas cambaleavam? –Sean...

-Então porque tem essa foto em todos os sites? –ele pegou o notebook que estava na mesa e me mostrou uma foto.

A foto me mostrava conversando com Aaron na frente do restaurante.

-Ele quis falar comigo.

-Porque você gosta de ficar tão perto das pessoas?

-Eu não estava perto dele!

-Angel, você vai ter que escolher.

-Eu já escolhi, eu escolhi você. Eu estou com você. –coloquei minha mão sobre a sua.

-Mas fala com ele? Sabe como é horrível estar aqui, ver isso e não poder fazer nada. –ele rapidamente tirou minha mão dali.

-Eu não estou te traindo Sean.

-De algum modo eu sinto que tem algo errado Angel.

-Não tem nada errado. Só está errado o modo como me tratou, como desconfiou de mim, Sean, eu não sou assim!

-Eu sei me desculpe...

Calei-me. Apenas olhando em seus olhos castanhos apaixonantes que pareciam me implorar para voltar a falar.

-Acho melhor eu ir.

-Angel, fique comigo. Pare de ser infantil!

-Eu estou sendo infantil? Você não pode me ver a dois metros de alguém que fica com ciúme, e eu sou infantil? Eu acho melhor eu ir embora. Pensa um pouco nas suas ações. –me levantei e virei as costas. –E olhe. –mexi em meu dedo. –Vamos nos acertar depois, quando estiver tudo em seu lugar. –coloquei a aliança sobre seu peito. E me virei novamente.

Vi Sean, cerrando os lábios, decepcionado. Seria bom ele sentir saudade. Sai do hospital, entrei no carro, ainda tensa. Liguei o rádio, não ligando se tocava a minha musica ou não. Peguei o telefone e liguei. Caixa postal.

-Amb –uma lágrima saiu de meu olho.–Por favor, corre pro meu apartamento, preciso falar com você. Por favor.

Dirigi até o apartamento, Amber não me retornava, mandei outra mensagem de voz e desliguei quando o elevador abriu as portas no 8° andar, esfreguei os olhos, um garoto moreno me olhava do outro lado, segurando a porta do elevador.

-Pode deixar, eu entro no próximo.

-Não, pode vir, a gente vai até o térreo, na verdade, não tenho muita pressa. –sorri meio forçada. E ele retribuiu mostrando a covinha em sua bochecha.

-Obrigada. –ficamos um pouco em silencio. –Desculpe, mas qual é o seu nome?

-Angel.

-Ótimo nome. –sorriu mais uma vez.

-É.

-Desculpe de novo, mas é engano meu ou é a Angel, da MTV?

-Isso mesmo. –minhas bochechas queimaram.

-Nossa, eu moro no prédio de uma celebridade. –brincou.

A porta do elevador abriu, já no térreo.

-E... Quer vir comigo?

-Aonde você vai?

-Vou andar, pelo condomínio mesmo, não estou a fim de sair.

-Tá.

Saquei o celular. Amber, obrigada, mas não precisa vir, depois eu te ligo. Beijos. A.

Saímos do prédio e o ar refrescante veio até nós.

-Você não me disse seu nome.

-Sawyer, meu nome é Sawyer.

-Ah, que nem aquele loiro lindo do Lost?

-Todos falam isso.

-Não podia perder a chance.

-Claro.

Andamos mais um pouco e nos sentamos na porta da academia.

-Então como é esse negocio da MTV.

-Ah, eles me escolheram, e eu vim.

-Você esclarece tão bem.

-Eu mandei um vídeo, ai eles me chamaram e agora estou gravando. Vai estrear na sexta.

-Eu sei. Só se fala nisso.

-É mesmo?

-Sim.

Sawyer ficou calado de repente e me olhou.

-O que houve?

-Você é linda.

Reprimi o riso, só podia ser perseguição.

-Ah, claro.

-É sério, mais bonita do que na televisão.

Ah, eu precisava sair daqui, eu tinha que sair, mas os olhos de Sawyer me imploravam para ficar.

-Desculpe, é que estou meio chateado essa semana. –não pergunta, não pergunta, não pergunta!

-O que aconteceu? –burra.

-Eu terminei com minha namorada. Nós éramos diferentes demais, e ela tinha muito ciúmes de mim. –ele olhou pra mim, e soltou um riso. –Desculpe você não quer ouvir isso.

-Não, pode falar. –me levantei. –Vamos andar mais um pouco?

Ele levantou e colocou as mãos nos bolsos do jeans. Caminhávamos até a piscina no final do condomínio.

-Eu não sei se gostava dela.

Naquele momento a atrapalhada aqui, que ao invés de olhar pra frente, olhava pro rosto perfeito de Sawyer, tropeçou.

Mas antes de cair no concreto, uma mão segurou minhas costas, olhei pra cima, Sawyer estava sorrindo mais uma vez.

-Quase. –ele riu.

Ficamos calados por alguns momentos, nos olhando, aqueles olhos extremamente negros e profundos me fitavam. Seus olhos foram ficando mais perto, mais profundos, agora ele segurava meu pescoço e minhas costas.

Eu vi dois rostos em minha mente. Um era de Amber, sempre sorridente e alegre, ela dizia que iria me apoiar em qualquer coisa que eu fizesse, que só queria meu bem, e que estaria ao meu lado, em todas as situações, me apoiando. Amber, era uma irmã. Uma amiga.

O outro rosto não dava pra ver muito, só havia uma luz que iluminava sua boca, uma luz fraca, minha visão estava embaçada. Essa boca se movimentou, e o sussurro atingiu meus ouvidos. “Eu amo você. Angel, eu amo você.”

Ah, só podia ser perseguição.