Alice Human Sacrifice - History escrita por Caah_chan, KuroiTenshi-chi, ZombiePanda, FlyAway, Devanear


Capítulo 2
Cap 1 – Ichi-banme Alice - Meiko


Notas iniciais do capítulo

Capítulo feito por Caah_chan.



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Sangue. Sangue em minha roupa, em meu rosto, meu cabelo... Minha espada encharcada de sangue clamava por mais de líquido vermelho para beber. Ela queria mais. Ela necessitava de mais. Pedia mais. Clamava por mais líquido vermelho escorrendo em si. E eu iria conceder isso à ela.

Algo me dominava. Alguma coisa parece errada comigo, bastante. Desde quando, eu, Meiko, que sempre fui uma pessoa pacífica, tímida, não falava com ninguém... Desde quando eu estou assim?
    Eu, de repente, depois de um longo dia de estudos, fui ao parque e, simplesmente, adormeci lá. No instante em que acordo, algo estranho me domina. Uma sala escura, cheia de portas. Eu escolhi qualquer uma e entrei. Grandes montanhas e árvores por todos os lados. Era muito estranho. Tudo era estranho. O lugar, a sensação... Estranha. E ruim. Era ruim, mas ao mesmo tempo, confortável. Como se, eu estivesse deitada em um mar de travesseiros de plumas e mais plumas, mas, sentisse, ao mesmo tempo, que algo horrível está para acontecer.
    Era isso que eu sentia ao penetrar a espada prateada de cabo vermelho na carne de alguém.
    Era impulso.
    Qualquer pessoa. Criança, adulto, idoso, mulheres, homens... Até mesmo animais. Tudo.

E eu me sentia muito bem. Era bom. Prazeroso. Bonito. Sim, era bonito. Uma coisa bonita de se olhar.
    Primeiro, eu sacava a espada e a deslizava no ar em direção á vítima. Em segundos depois, ela já estava penetrando a pele, perfurando a carne e exalando o delicioso cheiro de sangue. Cheiro de sangue. De sangue e morte. E eu adorava aquele cheiro. E aquela sensação. Em menos de um minuto, uma série de movimentos me causava mais e mais conforto. E aquela sensação de que algo iria me acontecer não parava. Cada vez mais e mais.

Chego à uma cidade. Bom, não era exatamente uma cidade, mas sim, uma vila. Uma pequena vila num lugar onde eu não sabia onde era. O conforto havia me levado para tão longe de casa? Uma senhora olha para mim e cutuca um velho ao seu lado, que suponho ser seu marido, pelo jeito carinhoso que olhou para ela. Ele me olha incrédulo.
    Claro, não deve ser tão comum uma garota de roupas vermelhas e uma espada. Chego perto deles. A senhora me olha como se eu fosse pedir alguma informação. Ao mesmo tempo em que ela abre a boca, a espada penetra sua carne e um grito de dor ecoa pela vila. A primeira reação do velho foi me empurrar pra longe. Mas o perigo é meu amigo agora. Eu o soquei e ele caiu no chão, com seu nariz sangrando. Provavelmente o quebrei. É só agora que notei que tenho um símbolo do naipe de espadas nas costas de minha mão direita. Não o havia notado ali. Eu não tinha isso. Pelo menos não que eu me lembre. Como aquilo apareceu?

O velho se levanta e abraça o corpo de sua mulher, quando retiro a espada dela.
    Ela ainda está viva, e pode dizer, em sua voz fraca:
-Por que faz isso? Por que? – Eu a olho com nojo. Nojo. Não sei o motivo, mas com certeza, meu olhar era de desprezo. Era proposital. Chego mais perto dos dois e enfio a espada em seu marido, que se contorce de dor e mais uma vez, a deliciosa sensação de morte.
-Por que? – Olho para os dois, me encarando, com expressão de dor. Retiro a espada do homem e os olho novamente. – Gostaria muito de saber.
   Saio andando, em direção à mais algumas casas. Quem fugia, não durava muito tempo. Eu estava muito mais rápida.

Depois de mais alguns dias, atacando vilarejos e vilarejos, chego até o fim. Mais nada, só florestas. Eis que resolvo voltar, procurar mais pessoas, pessoas para matar.

Depois de algumas horas, volto até o vilarejo de antes, onde havia matado todos e vou arrombando as portas, entrando nas casas. Essa tem uma linda vista, na varanda. Sigo até lá. A varanda dá para a floresta. Eu estava quase indo embora, quando algo me puxa. Uma criança encolhida perto da porta. Um garotinho.
-Moça... Moça eu...
-Você sabe se há pessoas aqui?
-S-Sim senhora... Eu só... Eu só...
-Onde?
-Na casa ao lado, e-e... Eu ouvi umas pessoas falando, mas tive medo de ir lá, porque... Eles podem me matar assim como fizeram com...
   Ele olha pra baixo.
-Perdeu seus pais. – Ele me olhava incrédulo por eu saber. Faz que sim com a cabeça. Eu me ajoelho e olho em seus olhos. – E sabe quem matou seus pais, querido?
    Pego em seu rosto, enquanto vejo seus olhos se encherem de lágrimas pela lembrança provocada por mim. Ele faz que não com a cabeça. Eu sorrio e enfio a espada em seu peito, vendo-o chocado em seu olhar de criança inocente.
-Fui eu. – Sorrio de canto, enquanto retiro a espada e o deixo lá. Vou para a casa ao lado e vejo muitas pessoas reunidas com machados e tridentes.

Todos olham pra mim, me examinam, vêem minha roupa, espada, rosto e cabelos sujos de sangue.
-É ela! É ela! – Apontou uma mulher, com os olhos inchados. – Foi ela que matou Hideki!
-Tem certeza?
-Sim! Eu reconheceria esse olhar em qualquer lugar!
   Meu olhar?  Eu matei Hideki? Ah, claro! A mulher de um dos homens em que “visitei” a casa. Eles me encararam como se eu fosse um monstro. Estavam certos, é claro. Eu sou um monstro. “É mais fácil e mais rápido matar todos lá fora”, penso, enquanto ando para trás, para abrir a porta. Sei que eles irão me seguir.
   Ao ir até a porta, ela se fecha.
Um enorme homem com um machado aparece na multidão. Todos começam a gritar. Horrorosos gritos de sofrimento. Mas a face deles está rindo.

Todos se aproximam e me encurralam na parede. O menino que eu havia matado atravessa a parede, mas ele está sem olhos.
-Foi você que pediu por isso. – Ele ri para mim. Um riso demoníaco.
-O... O que?
    Florestas e mais florestas negras em volta aparecem. O homem larga o machado. Ele vem até mim e arranca a espada de minhas mãos.
Todos começam a rir e suas faces ficam sofridas. “Tirou nossas vidas!”, eles gritavam.

Eu me encolho no chão. O que está havendo?! Como isso pode acontecer?! Ainda hoje eu estava voltando pra casa... E depois, aqui estou, prestes a morrer!
    Sinto uma dor nas costas. Mãos. Mãos cravam seus dedos em minha carne. Pessoas tiram pedaços de meu corpo. O homem enorme entrega a espada ao garoto sem olhos, que, por sua vez, enfia-a em meu coração. É... Este é o dilema. Matei tantos, enquanto minha espada clamava por sangue... Sangue e mais sangue. Tanto ela pedia, que agora, está a beber de meu próprio sangue.

Eis que, em meu último suspiro, uma loira de olhos azuis, angelical abaixa-se e diz:
-Fiz o que pediu, mestre. – O menino fala.
-Obrigada. Você foi útil. – Ela olha para mim. - Até mais, Alice.

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Mentira. O que é uma mentira? É a verdade... É uma verdade que deixou de acontecer. Ao que a própria sabia, via com seus olhos cor-de-sangue, à sua frente, seu pior pesadelo acontecendo... Nada nem ninguém poderá salvá-la agora, da verdade que ela escolheu pra si mesma. O sangue derramando por seus cabelos, já antes meio sujos, por seu rosto... O próprio sangue. O que ela escolhera para derramar na espada sedenta. Até hoje, ninguém sabe. Ninguém sabe se a Amazona Vermelha ainda vive.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Estrelinhas? Onegai? *-*