This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 97
Capítulo 97


Notas iniciais do capítulo

Desculpas, galera. Era pra postar esse cap na sexta, mas peguei uma virose (da qual já melhorei, graças a Deus) e tive que ficar o dia inteiro de cama. No entanto, consegui escrever hoje.
Boa leitura



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Capítulo 97 - Todos contra um


Desnecessário dizer que aquela escola virou uma baderna maior do que já era. Os alunos corriam por todos os cantos procurando por um esquilo fujão, um animal que, naquela altura, ninguém sabia onde estava.


– Onde será que tá o esquilo? - perguntou um aluno aleatório.


– Não sei, mas se a gente encontrar o negócio é esconder ele até a hora da saída!


– Hehe. Perfeito. Assim a gente perde um dia inteiro de aula.


Ouvimos a conversa e admito que a ideia não era nada ruim. Mas nem todo mundo compartilhava da mesma opinião. Meu amigo Wilson que o diga.


– Não se preocupem. Vamos pegar o esquilo antes de todo mundo e garantir nossas aulas.


– Quer mesmo ter aula? - questionei.


– Seja como for - continuou Wilson - Pegar esse esquilo vai aumentar em muito o nosso conceito. Afinal, nossa gangue vai conseguir o que ninguém conseguiu.


– É só um esquilo - argumentei - Como pode ter tanta glória em pegar um simples bichinho?


– Esquilos não invadem escolas todo dia, Daniel - disse Demi.


– A probabilidade disso acontecer é muito baixa - completou Karina - Por outro lado, com tantas pessoas perseguindo o animal, as chances de sermos os primeiros a pegá-lo são tão baixas quanto.


– Heh! A maioria dos alunos dessa escola são trogloditas. Vão querer perseguir o esquilo sem nem pensar em atraí-lo. E como nosso companheiro Daniel bem colocou...precisamos dar um jeito de atrai-lo até nós.


– Como? Fazendo a armadilha da caixa de novo? - perguntei - Já falei que isso não vai dar certo.


– Não precisamos ficar escondidos. Na verdade, isso nem daria certo com tanta gente atrás dele. O que precisamos é atrai-lo para o nosso lado abertamente!

– Abertamente? - perguntei.


– Sim. Pense desse jeito: o esquilo aparece no meio da multidão. Todos tentam pegá-lo de forma grosseira e sem classe, como é de se esperar dos alunos.


Apesar do tom de desprezo em relação aos outros colegas de sala, ele não estava muito longe da verdade. O que podemos fazer? Caras que se preocupam demais em passar gel no cabelo ao invés de estudar para as provas não costumam ter as melhores ideias mesmo (pelo menos na maioria das vezes).


– E daí? - perguntou Demi.


– Daí que encurralado por tantas pessoas, estaremos esperando o esquilinho com uma isca gostosa e apetitosa. Ele se sentirá atraído pelo nosso grupo e virá correndo para o nosso lado. Game over. Não tem como dar errado!


Claro que tinha, mas como não tinha uma ideia melhor, vai essa mesmo. O problema era: onde arranjar uma isca?


– Isca, é? - repetiu Jorjão, pensativo, enquanto saboreava um pacote de amendoim. Todos olhamos com a mesma ideia na cabeça para ele - Ei, o que foi?


– Hehe. E não temos uma fonte mais fácil para conseguir uma isca - disse Wilson, com uma expressão confiante e irônica.


– Mas já tá acabando, olha - disse Jorjão, mostrando o saquinho vazio.


– Mas não acha que essa mochila aí tá muito pesada, não?


– Mas é o lanchinho para mais tarde..


– Jorjão.


– Tá bom


Meio a contragosto, nosso grandalhão amigo tirou mais um pacote de amendoins da mochila, entregando-o para Wilson.


– Mas vê se não gasta tudo, viu?


– Pode deixar. Só precisamos esperar o esquilo aparecer e..


– Aaaaaaaaaaah!!


Era um grito feminino. Meninas são ótimas para fazer escândalo e com um bicho rápido e inusitado passando no meio do pátio é o mesmo que pedir para ouvir gritos. Bem que o Wilson podia ter a ideia de transformar a energia sonora do grito delas em energia elétrica (e o pior de tudo é que ele levaria isso a sério).


– O esquilo! - disse Wilson - Passou pelas meninas!


– Passou por um, desviou do outro, deu um rolé no topetudo que quase cai de bunda no chão e...nooosssa, tá humilhando horrores! Que é isso, meu povo! O esquilo tá tunado! - narrou Demi com uma riqueza de detalhes impressionante.


– Ei, você é boa nisso - comentei.


– Elogie depois! - bronqueou Wilson - Ele tá vindo pra cá...ei, esquilinho...


Mas ele passou direto pela gente, para ir atrás do...ei, por que atrás desse cara?


– Hehe! Vem pra cá, amiguinho - o nome dele era Cássio, também conhecido como a versão malvada do Wilson. Ele segurava uma vara de pescar com uma estranha peruca (ou algo parecido) no anzol.


– Cássio! - gritamos todos em uníssono, enquanto o esquilo andava na direção dele.


– Hehe! Eu mesmo! Não vou deixar vocês me passarem a perna de novo!


É. Nós éramos perdedores, mas pelo menos tinha alguém que perdia para a gente. Pelo menos aquele cara sempre fazia eu me sentir melhor.


– Cássio! - exclamou Wilson, sentindo as mãos da derrota apertarem sua gargante - Como você...


– Só uma invenção que achei que seria útil...o perfume invencível


– Como é? Perfume invencível? - perguntei, mesmo já esperando que a resposta seria outra bizarrice.


– Funciona em coelhos, gatos, cães, esquilos...qualquer mamífero de olfato relativamente apurado. Nenhum deles resiste.


– Para quê você criou um negócio desses? Vai dizer que você soltou esse esquilo aqui? - perguntou Demi.


– Claro que não! Fiz isso para conseguir trazer meu cachorro de volta quando ele escapou de casa esse fim de semana! Mas como na maioria das vezes, em ciência fazemos coisas geniais sem querer e por sorte eu esqueci a peruca do meu tio na mala com o perfume!Hehe! As glórias são minhas...quem sabe eu até ganhe um beijinho da diretora Silvia! Huahuahah!


Já falei que aquele cara, com uma estranha obsessão em derrotar Wilson, era esquisito? Pois eu dobro o que falei. O problema é que ele se empolgava demais com o próprio orgulho...e quanto maior a altura, maior o tombo. É, amigos,inteligência e sabedoria não são a mesma coisa.


– Se você é tão bom assim...por que o esquilo tá passando direto? - perguntou Jorjão, muito bem observado.


– Como? - estranhou Cássio, ao ver sua presa passando direto pela peruca, ou seja lá o que for.


– Ei, volta aqui, esquilo imbecil! Esse cheiro aqui é que é bom!


– Acho que não, heim? - comentei.


– Claro que é! Até agora estava bom! Por que ele não veio?


– Ah, que fofo! - disse a pessoa que pegou o esquilo sem nenhum tipo de violência.


– Emília! - gritamos todos em uníssono (de novo).


– Ah, oi gente - disse ela - Danielzinho, já estava com saudades!


– Nos vimos há menos de duas horas! - retruquei - E...por que o esquilo não tem medo de você?


– Oh, deve ser porque depois que ouvi a diretora falar dele, concentrei minhas meditações para alcançar vibrações positivas. Enquanto todos vocês estavam com o espírito violento eu mantive a calma e a comunhão com a natureza!


– Fala sério! Sou um homem da ciência, acha que vou acreditar nessa bobagem! - retrucou Cássio - Passa esse esquilo pra cá!


Luta honrada nem pensar, né? Mas o esquilo não estava com muita vontade de ir com Cássio, mordendo o dedo dele sem muita cerimônia.


– Suas vibrações ainda estão muito agitadas, Cássio. Respire fundo e sinta a natureza e...


– Deixe o esquilo sentir a natureza depois - disse a diretora Silvia, aparecendo do nada no pátio - Trouxe o veterinário para levar o bichinho de volta e ver se ele não tem nenhuma doença.


– Sim - falou o veterinário, um homem semi-careca e de óculos, que acompanhava a diretora - Esse esquilo deve ser do bosque aqui perto e sabe-se lá o que aconteceu com ele antes de chegar na escola.


– Doença? É verdade! Ele pode ter me infectado! - falou Cássio.


– Sério? - disse o veterinário - Venha comigo! Irei desinfectá-lo e...aplicar uma injeção contra doenças de esquilo só para garantir.


– Quê?! Injeção?!


– Ah, olhe pelo lado bom, Cássio - falou Wilson - Pelo menos estará protegido contra todas as doenças de esquilo possíveis!


– Se demorar muito será que ele se transformar em um esquilo? - perguntou Jorjão.


– Isso é cientificamente impossível - argumentou Karina - Bem, a menos que exista um vírus desconhecido que só afete esquilos e acabe transformando pessoas em esquilos.


– Mas as chances de um vírus desses existir é muito baixa, não acha? - disse Demi.


– Espero que sim - falou o veterinário - Porque não tá incluído na vacina!


"Como a conversa chegou nesse ponto?", pensei. De qualquer maneira, a diretora estava disposta a tirar o esquilo de Emília.


– Emília, por favor, pode me entregar o esquilo?


– Hmm..tudo bem. A senhora parece estar com boas vibrações.


– É que já senti muita comunhão com a natureza depois desse esquilo ter feito xixi na minha cadeira - disse a diretora - Aqui, doutor, é todo seu.


O bichinho olhava para a diretora com olhinhos tristonhos, como se tivesse gostado da escola. A diretora, embora sempre com a expressão severa, de alguma forma quase se comoveu com aquilo.


– Doutor, pegue-a logo!


– Não reprima, diretora! - gritou Emília - Era sua criança interior querendo mostrar o quanto acha esquilos fofos!


– O quê?! Sou uma educadora respeitada, com pós-graduação nos Estados Unidos e vários certificados em Pedagogia! Como posso demonstrar esse ato de fraqueza na frente dos meus alunos e..


Mas o esquilo continuava a olhá-la.


– E....e....


"Não, não,não faça isso, aguente firme...", pensei, "A senhora é a única pessoa sã aqui dentro...por favor, não tire minhas esperanças, aguente firme".


– Aaaaaaaaah, droga! Ele é muito fofo! - gritou a diretora, abraçando o pobre esquilo e ignorando a presença de todos os alunos. Agora sim eu tinha certeza absoluta de que iria sair daquela escola com um parafuso a menos.


– Entendo sua admiração, diretora. Mas precisamos levar o esquilo, verificar se ele está bem e dar uma injeção no garoto.


– Não precisa...eu tô bem - falou Cássio.


– Melhor prevenir...e ainda não garanto que você possa se transformar em um esquilo - disse o veterinário.


– Tudo bem, tudo bem, preciso recuperar minha compostura - disse a diretora - Aliás...agora é hora da terceira aula, não é?


– S-Sim - falou Wilson.


– Ótimo. Todos de volta para a sala! Agora! - ela havia voltado ao normal.


– Mas diretora...achamos que a senhora ia dar um dia de folga pra gente e.. - falou um aluno aleatório, ali perto.


– Já achamos o esquilo, não achamos? - disse ela, voltando ao tom sargento de sempre - Podem voltar para as suas salas! Agora!


É, pessoal. A festa acabou. E, não, mesmo com o vídeo da recaída da diretora pelo esquilo, o vídeo não fez tanto sucesso assim na internet. De qualquer forma, o incidente com o esquilo acabou e tudo parece ter voltado ao normal, não é? Bem, pelo que as más línguas dizem (e você me conhece, né? Eu não sou de fazer fofoca), as mudanças aconteceram mais na sala da diretora.


– Diretora Sílvia? - disse o vice-diretor no dia seguinte - Vendo fotos no computador?


– Não é da sua conta! - disse ela - Volte ao trabalho!


– Tá, tá, já tô indo.


É...devo dizer que muitas fotos daquele esquilo saíram pela net e há rumores de que o time oficial de futebol da escola tem um novo mascote. Tudo isso por causa de um esquilinho inocente? É. Nosso ano letivo já começou agitado. Não quero nem ver o que vem pela frente. Ai, ai.



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Notas finais do capítulo

Espero postar o próximo capítulo na sexta, mas ainda estou pensando no próximo arco.
Até lá! ;)



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