This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 86
Capítulo 86


Notas iniciais do capítulo

Essa semana não tenho aula, então pude adiantar o capítulo dessa semana. Vou tentar escrever o próximo essa semana também. Fiquem atentos! ^^



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Capítulo 86 - Passeio pela casa assombrada

 Não demorou muito para chegarmos na quadra. Olha, é difícil eu elogiar alguma coisa, mas preciso confessar que o trabalho do pessoal ficou bem-feito. Não sei se era papelão ou outro tipo de material, mas conseguiram construir um cenário de casa assombrada bem interessante. Era grande, cobrindo a quadra inteira, as paredes eram cinzentas, tinha várias teias de aranha desenhadas e podia-se ouvir sons assustadores, além do jogo de luzes que dava uns efeitos ainda mais legais. Não é que capricharam?

- Legal, heim? - comentou Wilson - O que será que tem dentro?

- Ah, isso é o que vocês irão descobrir - falou uma voz conhecida, se aproximando do nosso grupo. Aquela pessoa com uma capa preta parecia a...

- Professora Joseane? - reconheceu Demi - Foi a senhora que organizou tudo isso?

- Senhora tá no céu! - retrucou a professora - E sim. Uni forças ao grupo de eventos e organizei essa casa. Graças ao trabalho árduo de alguns alunos bons em eletrônica, conseguimos fazer um ambiente assombrado de primeira!

- Bom trabalho - reconheceu Karina.

- Obrigada - se gabou Joseane - Mas...por que estão aqui falando? Entrem logo na casa!

- O que tem lá dentro? - perguntou Jorjão.

- Ah! É um jogo bem divertido - respondeu a professora, com uma expressão maldosa - Quem terminar o desafio da casa ganha um ticket valendo por vinte reais para qualquer coisa na festa.

- Qualquer coisa?! - exclama Jorjão - Isso inclui as barracas de comida?

- Claro que sim - respondeu Joseane, sem tirar o sorriso do rosto.

- Podemos tentar! Podemos! - insistiu Jorjão, já pensando pelo estômago, é claro.

- Mas não deve ser tão fácil assim - observou Wilson - Senão, já veríamos bastante gente ganhando.

- É...é verdade - comentou a docente - Até agora ninguém venceu. Por que não enfrentam o desafio? Temos espaço para seis pessoas e vale só um ticket de um real.

- Seis, heim? - repetiu Wilson - Já somos cinco. Um de nós consegue ganhar essa.

- Claro - a professora continuava sorrindo - Olha só...o pessoal da última leva já saiu.

 Ela apontou para uns seis alunos de diferentes séries, saindo aos gritos.

- Aaaah! Que troço horrível! - grita uma das meninas.

- Eu não quero voltar aí não! - grita outra.

- Hehe. Parece que não conseguiram chegar até o fim. As regras são simples...basta percorrer a casa pelo caminho certo, mas se saírem pela saída de emergência vocês perdem. Simples assim.

- Ah, sossegado - esnoba Wilson - Vamos nessa, galera!

- Não tão rápido - impede Joseane - Seria fácil demais deixar todos vocês entrarem de uma vez só. Entrem em pares.

- Tá legal! Quem vai primeiro? - indagou Wilson.

- Ai, tô meio nervosa - comentou Demi.

 Nisso, uma ideia meio doida passa pela minha cabeça. Lá dentro, naquele ambiente escuro e assustador, uma garota como a Demi não iria se sentir bem sozinha. Mas se ela tiver alguém para se apoiar ou, melhor ainda, segurar a mão.Ah, sim, claro! Era uma boa oportunidade! Naquela vez em que invadimos a escola à noite atrás do Estagiário Fantasma isso aconteceu. Tá, foi por alguns instantes, mas aconteceu. Era a minha chance!

- Relaxa - falei, apoiando nos ombros de Demi - Eu vou com você.

- Tá legal - concordou Wilson - E depois deles? Quem vai?

- Posso ir - respondeu Karina. Ela se daria bem nessa. Duvido que tenha medo de alguma coisa.

- Eu vou por último - falou Jorjão - Já valho por dois mesmo.

- Beleza. Entra lá, Daniel! - encorajou Wilson. 

 Demi e eu entramos pela porta inicial. O objetivo era simplesmente sair pelo lugar certo, mas só de passar pela entrada principal deu para perceber que não seria tão simples. Era totalmente escuro e tinha paredes por todos os lados, como um tipo de labirinto. Seria difícil achar a saída. A única placa iluminada que havia era a saída de emergência, mas se fossemos por ali, não ganharíamos o prêmio.

- Tá bem escuro - comentou Demi.

- É - concordei - Cuidado para não se perder

- T-Tá... - ela gaguejou, segurando na minha mão. Foi mais fácil do que eu pensava. Devia estar sorrindo ou vermelho, mas como estava tudo escuro, ela não iria perceber. Ah, muleque!

 Andamos alguns passos. Nisso, ouvimos algum barulho e uma mão pegando no nosso ombro. Foi o suficiente para arrancar um enorme grito da boca de Demi. 

- Calma! Calma! - falei - É só algum aluno disfarçado.

- Mesmo assim...detesto isso! - falou ela.

 Tentei segurar na mão dela de novo, mas as armadilhas da casa eram mesmo muito bem feitas. Fomos para o outro lado e recebemos um tipo de jato de fumaça (ou gelo seco), depois algumas aranhas ou insetos de mentira foram jogadas em cima de nós, isso sem contar as várias imagens de caveira que apareciam de repente nas telas da parede. Eu sabia que era tudo mentira, mas Demi era do tipo que se assustava fácil. Ela largou da minha mão várias vezes, até que finalmente consegui pegá-la novamente e levá-la até a saída de emergência. Ela não era boa nisso. Melhor sair dali logo e deixar que Wilson e os outros tentem ganhar alguma coisa.

- Ufa! Melhor a gente sair!

- Que pena...estava gostando do escurinho - respondeu uma voz que não era da Demi. Virei meus olhos para trás e dei de cara com uma pessoa no mínimo inesperada.

- Emília! - exclamei, ao ver a garota com sua fantasia de bruxa clássica (chapéu pontudo e tudo) - O que..o que...o que você estava fazendo aí? Como? Onde?

- Ah, a professora Joseane falou que tinha vaga para mais uma pessoa e quis arriscar - respondeu ela - Ouvi sua voz no meio do caminho e usei meus instintos para chegar até você

- I..Instintos? 

- É - ela me olha de um jeito esquisito - Já conheço muito bem o seu perfume e a sua voz, Danielzinho! Bem que a gente podia ter ficado mais tempo, né?

 Agora eu estava mais arrepiado do que quando estava com os monstros. Se aquela pessoa era a Emília, onde estava a Demi?

- Aaaaiii! - gritou a própria, saindo gritando da casa pela mesma saída de emergência - Que horror! Não quero mais ficar lá dentro!

- Demi, onde você estava? - perguntei.

- Eu me perdi de você e só tinha monstros lá! Não quero mais brincar disso...detesto essas coisas de assustar

- Percebi - comentou Emília.

- Oh, Emília...você por aqui?

- É. Tinha mais uma vaga.

- Ah, que saco! - Wilson foi o próximo a sair - Os bichos praticamente me empurraram para cá.

- Você também? - falou Jorjão, logo atrás dele - Rodei, rodei e rodei aquilo lá e não achei saída nenhuma

- Oh...que pena - chegou a professora Joseane, com uma expressão cínica - Parece que não tiveram muita sorte, não é?

- Não dá pra enxergar nada lá dentro! - reclamou Wilson.

- Ora, essa é a graça da casa assombrada - falou a professora - Quem tem medo do escuro não ganha.

- Cadê a Karina? - perguntou Demi.

- Ainda deve estar lá dentro - falou Wilson - Ela se separou de mim assim que entramos.

- Será que ela acha a saída? - questionou Demi.

- É bem capaz. Ela não deve sentir medo - falei.

 No entanto, logo que acabei de falar isso, Karina, nossa Chapeuzinho Vermelho que nunca ri, saiu pela saída de emergência como todos.

- Nem ela conseguiu - falou Wilson - Isso aí é difícil mesmo, heim?

- Que pena, né? - comentou Demi.

- Eles também te pegaram, Karina? - perguntou Jorjão.

- Não. Conseguia desviar facilmente das investidas deles - explicou ela.

- Então por que não continuou até à saída? - indaguei.

- Simplesmente porque não tem uma saída - falou ela - Essa casa só tem a saída da emergência. Não tem como ganhar.

- Calúnia - reclama a professora Joseane - Por que você acha isso?

- Dei umas duas voltas pelo labirinto e criei um mapa mental. A configuração é simples, mas só tem uma saída: essa de emergência. As pessoas saem empurradas pelos alunos disfarçados ou porque se sentem incomodadas com o ambiente, mas a verdade é que não conseguem achar a saída certa porque ela simplesmente não existe.

- Ora, sua espertinha - Joseane reclamou - Como pode provar o que está dizendo?

- É só ir até o outro lado da casa - falou ela.

- Heh! Como quiser!

 Joseane nos levou até o outro lado e mostrou uma porta.

- Viram só? - disse a professora, confiante - Tem uma saída aqui, sim. Essa menina está querendo arranjar uma desculpa por ter perdido.

- Bem...então por que um de vocês não olha mais de perto? Daniel, quer tentar.

- Vai lá, Danielzinho - disse Emília, que não soltava do meu braço - Encara essa!

 Bem que ela podia parar de me chamar assim, mas já que sou tudo eu, vamos lá. A professora tentou falar alguma coisa, mas eu já havia entrado. E não foi muita surpresa descobrir que a passagem levava a um tipo de salinha estreita, sem nenhuma passagem.

- Não tem passagem - falei - São só três paredes.

 A professora olha disfarçadamente para cima. Claro que estava trapaceando.

- Professora - chamou Wilson - Como explica isso?

- Aposto que foram meus alunos que aprontaram essa...eles vão se ver comigo e...

- Professora - chamou um dos alunos disfarçados de fantasma, mais especificamente de Estagiário Fantasma pelos fios de computador que usava - Vou só sair para tomar uma água, tá? E as paredes que você mandou colocar na saída estão bem firmes.

 Todos olhamos para ela, que, por sua vez, olha nervosa para o aluno.

- Falei alguma coisa? - pergunta o cara.

- Felipe...essa é uma péssima hora - falou a professora, com uma cara nada amigável.

- Ops - ele engoliu seco ao nos ver ali - Foi mal.

- O que tem a dizer em sua defesa agora, professora? - falou Wilson.

- Tá. Tá bom. Eu não tenho nenhum ticket especial. Isso foi tudo para conseguir audiência - admitiu ela - Mas vão dizer que não se divertiram?

- Professora! - exclamou Demi e Wilson.

- Tá, tá bom! Vou tentar me redimir com vocês...vou devolver os tickets para cada um.

- Bom, pelo menos vai dar para comprar outro bolinho - comemorou Jorjão.

- Para mim não é o bastante - reclamei - Vou ficar com isso!

- Ei, meus fios! - reclamou Felipe, quando arranquei os fios que ele estava usando.

- Só tem lugar para um Estagiário Fantasma nessa festa! 

- Ah, cara...eu sempre fui o Estagiário Fantasma oficial - reclamou ele, mas no fim, a professora disse para reconsiderar.

- Tá legal, fiquem com os fios ou com o que quiserem. Só não contem para ninguém, tá?

- Só vamos fazer isso porque a ideia foi boa - falou Wilson - Os efeitos foram demais!

- Wilson! - gritei em uníssono com Demi.

- Tá bom, tá bom - disse a professora - Não vou oferecer mais prêmios, tá? Que venha aqui quem quiser! Tá bom assim? 

 Acabamos concordando e saímos de cena. Antes, ouvimos a professora se lamentando.

- Droga...lá se vai a popularidade nossa casa assombrada. Teríamos o maior lucro da festa...

- E teríamos conseguido se não fosse essa garota intrometida - acrescentou Felipe. Karina salvou o dia de novo.

  No fim, ganhamos nossos tickets de volta e eu ganhei uns fios. Emília parece ter curtido o visual.

- Já falei que você fica o máximo de fantasma? - disse ela.

- Já, mas...não é tudo isso, viu? - falei, tentando ser o mais esquivo possível.

- Até que a casa foi legal - comentou Wilson.

- Tá brincando, né? - retrucou Demi - Odeio coisas assustadoras!

- Mas você está numa festa de Halloween - comentou Emília, que ainda estava por ali.

- Mas é diferente...uma festa com todo mundo fantasiado de um lugar escuro cheio de coisas esquisitas. Ai, que agonia!

- Ei, acho que o concurso de fantasias já vai começar - falou Jorjão.

 Parece que sim. Patrícia estava falando alguma coisa no microfone e depois anuncia o concurso de fantasias.

- Tá legal - falou Wilson - Agora é com a gente. Vamos arrebentar nisso!

  Ah, sim. Como poderia esquecer? O mico mor ainda estava por vir..


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