This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 219
Capítulo 219


Notas iniciais do capítulo

Postei mais um capítulo porque estou excepcionalmente com tempo nessa semana (e também estou empolgado com esse final).

Espero que goste do capítulo! ^^



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Capítulo 219 - Baila comigo

Demi havia chegado. Eu ainda estava olhando para toda aquela beleza sem saber muito bem o que fazer. Até que, finalmente, ela quebra o gelo.

– O que foi, Daniel? Parece meio distraído - reparou ela.

– Ah, nada não. É que não tô muito acostumado a te ver numa roupa tão formal.

– Bobagem - ela sorriu - Vem. Vamos tomar alguma coisa. Tô morrendo de sede!

Ela me pegou pela mão e me levou até a mesa. Fez isso sem nenhuma intenção a mais, mas para mim foi como ser levado por um anjo ao paraíso. Tá, tudo bem, pode não ser muita coisa, mas para um garoto de 13 anos sem nenhum traquejo com meninas, isso era o mais alto que minha mente conseguia conceber.

Enquanto tomávamos alguns copos de refrigerante do buffet especial patrocinado pelos fundos do grupo de eventos (considerando que a Patrícia é a participante-mor desse grupo, os fundos deviam ser bem generosos), observávamos o resto dos alunos chegando.

– Vem, vem, por aqui! - disse Emília, usando um vestido azul não muito discreto, mas com lentes de contato e cabelos bem arrumados. Sim, devo lembrar que ela era muito linda quando se arrumava. Isso preciso admitir. Seu namorado, Eustênio, a seguia sem muito traquejo, com um terno bem parecido com o meu, aliás, com a diferença de que tudo era preto.

– C-Calma. É que...aqui tem...muita vida para o meu gosto - falou ele.

– Sim. Você precisa amar mais a minha vida. Continue comigo que eu te ensino. Vem, vem - e ela continuava puxando o próprio rapaz sem largá-lo.

– É muito bom vê-la feliz, né? - disse Demi.

– S-Sim - concordei - Se continuasse atrás de mim, ela só iria ficar mais arrasada.

Ao me virar para pegar mais um copo, dei de cara com alguém não muito bem humorado.

– Ei, vê se toma cuidado. Quase que você derruba esse refrigerante em mim! - era Abel, o líder da banda Porcos Sem Alma...embora hoje ele estivesse com um visual bem diferente.

– É...você mesmo? - perguntei.

– Se soltar uma gracinha - Abel me olhou feio, junto com seus outros dois comparsas, tão bem vestidos quanto.

– E-Eu? Jamais, jamais - disse, tentando disfarçar o máximo que podia.

– Desculpem - Demi entrou na conversa - Imaginei que vocês fossem as últimas pessoas a participar de um evento desses.

– Não é que nós estivéssemos com vontade, mas..

– Ei! Abel! - uma garota que não conhecia apareceu do nada. Usava um vestido verde e tinha os cabelos presos num rabo de cavalo - Espero que não esteja fugindo.

– Eu? Não tô fugindo de nada...

– Espero mesmo que não - disse ela, pegando-o pela mão - Já falei que comigo você iria virar uma pessoa mais agradável.Vem. Você precisa cumprimentar uns colegar.

– Já estou indo, Paulina - reclamou ele.

– Vocês também! - disse ela para os amigos dele - Não pensem que vou deixar o meu namorado com amigos ogros assim. Acham o quê? Que são rebeldes? Vocês não colocam medo em ninguém!

– Tá - os dois disseram em uníssono. Esse foi um claro exemplo de como uma mulher pode mudar um homem.

– Quem diria...ele arranjou mesmo alguém, depois daquele fracasso com a menina que gostava de pagode, lembra?

– Preferia não lembrar - afinal, o fim daquela história foi bem triste (para nós).

Parece que todo mundo estava se ajeitando. Os alunos foram chegando. Cássio continuava indo de um lado para o outro treinando seu robô dançarino. Dimas e outros caras tontos da nossa sala apenas conversavam e riam alto como sempre. Dado mais algum tempo, chegou Jorjão.

– E aí? - disse ele, com um terno e roupa totalmente brancos.

– O que é isso, Jorjão? Roupa de Ano Novo? - perguntou Demi.

– Ah, era o que eu tinha - respondeu ele - Não importa. Só vim aqui para comer mesmo. Já tem salgadinhos?

Karina apontou para a mesa de comes e bebes. Ele já foi correndo para lá. Jorjão sendo Jorjão. Por mais que aquilo fosse chamado de baile, não havia nenhuma música ainda. Sendo assim, ainda estava livre de entrar na pista de dança. Espero não pagar nenhum mico grande. Nos dias de hoje, com tantos celulares com câmeras, qualquer deslize pode ser fatal para sua imagem na Internet. E eu já era conhecido como o garoto do sorvete, o que deixava as coisas ainda piores.

– Heh! Até que enfim achei vocês! - finalmente Wilson havia chegado, também em sua roupa de gala, um terno parecido com o meu, mas com gravata borboleta vermelha (o que é uma coisa rara hoje em dia) - Desculpem o atraso. Estava fazendo os últimos ajustes em nosso arquivo.

– Vai mesmo passar nossas fotos no telão? - perguntei.

– Hoje é o dia que essa escola verá todo o potencial da NERD, Daniel! - disse ele - Aguarde!

A música ainda não havia começado. Apenas continuávamos aguardando e comendo (no caso de Jorjão, comendo muito). Nesse meio tempo, vimos professor Denis também em seu terno.

– Olha, professor - comentou Demi - Tá bonito, heim?

– Ah, obrigado - disse ele - Não é sempre que temos ocasiões assim, não é?

– E aí? Arranjou seu par? - perguntou Wilson.

– Bem, a garota que eu estava pensando teve um compromisso e...

– Ela não vem, não é? - perguntou Karina, secamente.

– É - respondeu Denis, meio desanimado. Nisso, professora Joseane, que por acaso passava por perto com seu vestido preto, não pode deixar de ouvir.

– Uhuhuhuhu. Sabia que você não desencalharia tão fácil, Denis - riu ela - Desculpa. Não pude deixar de ouvir.

– E o seu par, professora? Onde está? - perguntou Wilson, com uma cara tão sorridente que beirava a ironia, o que já irritou a professora.

– Ora, o meu par...o meu par... - ela corou - É claro que eu arranjei um par. Ele só...vai se atrasar um pouco.

– Joseane. Admita. Você não arranjou ninguém também - ralhou Denis.

– Grrr. Claro que poderia ter arranjado alguém. Sou jovem e bonita. Que tipo de homem não gostaria de sair comigo?

– Não nego - falou Denis - Mas talvez o seu gênio espante vários deles.

– Cale a boca!

– Cala a boca você!

– Cala a boca você!

E os dois continuaram mostrando a língua um para o outro. A situação iria continuar assim por um bom tempo até Demi intervir.

– Err...posso dar uma sugestão?

Os dois olharam para ela.

– Por que vocês dois não dançam juntos?

– Eu? Dançar com esse banana? - Joseane se indignou.

– E eu dançar com essa chata? - Denis também não facilitava.

– Bem, talvez seja uma chance de vocês se conhecerem melhor.

Os dois se entreolharam, se entreolharam de novo, até que Joseane cedeu.

– Bom...já que não tem nada melhor por aí. Pelo menos posso mostrar o quanto você dança mal.

– Eu danço mal? Pois fique sabendo que sou ótimo no Just Dance, ouviu?

– Até parece que um joguinho idiota daqueles vai dizer se você dança bem ou não..

– Eu vou te mostrar!

– Então, tá. Vamos ver se você é tudo isso mesmo!

– Aceito o desafio!

E assim os dois se acertaram. Pelo menos enquanto achavam que era um desafio, ficaria naquilo. Demi sorriu.

– Acho que os dois combinam - disse ela.

Ela era boa para perceber a afinidade dos outros, mas será que era boa para perceber as coisas que aconteciam com ela mesma? Estava ansioso para que a música começasse, mas ela não começaria até que a "rainha" do baile chegasse. E não, não estava falando da professora Margarida que apenas pegava um copo de refrigerante e sentava na mesa do canto olhando tudo com uma cara de tédio. Estava falando daquela criatura...

– Uhuhuhuhu! - uma risada escandalosa invadiu todo o ambiente - Agora sim. A festa já pode começar.

Meninos ficaram de queixo caído. Eu quase deixei meu copo de refrigerante cair. Sim, era ela. A Patrícia. Usando um vestido rosa fascinante e um penteado que deixava seus cabelos cacheados loiros ainda mais fantásticos. Se a Demi estava linda, não podia dizer menos da Patrícia. Ela podia ser o que fosse, mas era linda, maravilhosamente linda. Ninguém podia negar aquilo.

– Com minha presença divina, essa festa já pode começar - disse ela, com toda iluminação sobre sua figura (sim, ela deve ter pago alguém para isso) - Que a música comece!

– Está linda, não é? - comentou Demi, de modo sincero - Mas fico pensando...quem será o par dela?

Se ela realmente fosse participar do baile precisaria de um par. Seria alguém da escola? Justamente a Patrícia, que não considerava nenhum menino daquele colégio digno dela? Na verdade, nossa resposta veio logo depois, quando um rapaz de cerca de 16 anos ou mais se aproximou.

– QUÊ?! - Demi estava espantada.

– O que foi? - perguntei.

– Aquele cara...é um modelo famosíssimo no meio. Ele...é o par da Patrícia? Impossível!

– Ah, sim - Patrícia se fez de distraída - Por acaso, Marcos Caio, modelo daquela famosa linha de roupas masculinas, insistiu para que eu fosse o par dele. Sou muito generosa, não sou?

– Ei, não acha isso forçado demais? - o tal Marcos cochichou no ouvido dela - Você só me pagou para te fazer companhia nessa festa e..

Mas ele terminou de cochichar assim que levou uma cotovelada de Patrícia na barriga.

– Quietinho, meu amor - cochichou ela, disfarçando com o melhor de seu sorriso amarelo - Não te paguei pra ficar tagarelando.

Wilson viu aquilo, mas estava interessado em uma outra coisa.

– Bom, acho que a festa vai começar pra valer agora. Vamos fazer os preparativos para nossa apresentação? - disse ele.

– Ah, mas...nós queremos dançar um pouquinho - falou Demi.

– Hã? Mas já? - estranhei.

– A música já começou, Daniel. Vamos lá. Você disse que ia dançar!

– Bem, não vai dar muito trabalho mesmo - disse Wilson - Vão lá. Eu cuido disso. Será rápido!

– Vamos, Daniel? - Demi me puxou pela mão e eu acompanhei. Agora éramos nós na pista de dança. O problema é que eu não tinha a menor ideia de como dançar as músicas rápidas que começaram naquele instante.

– Como se dança essa coisa? - tentei acompanhar desajeitadamente os movimentos das outras pessoas que mergulhavam no ritmo techno sem muita dificuldade. Demi apenas ria.

– Não fica pensando em como fazer...apenas faça - sorriu ela - Olha lá, até o Cássio está empolgado.

Ver Cássio movendo-se roboticamente junto com sua própria máquina me consolava um pouco mais, afinal, eu não era o único foco de bizarrice dançante naquela pista. Acontece que, não demorou muito para uma música lenta começar.

– Atenção a todos - disse a professora Vitória, que interrompeu o DJ por alguns instantes - Começaremos a valsa agora. Os melhores dançarinos serão avaliados por nossos olheiros, então, façam o seu melhor nesse ritmo lindo, romântico, fantástico e...

Logo a professora foi tirada de lá pela diretora para sair de seu estado de êxtase em outro momento.

– Bem, aproveitem o baile. Mais uma vez, obrigada pela presença no baile de gala do colégio Megatec.

E assim, uma valsa não muito conhecida começa a tocar. Demi apenas sorri.

– E então? Dança comigo? - perguntei oferecendo minha mão, ainda meio sem jeito.

– É claro, né? - disse ela, sorridente e também pegando minha mão. A música lenta...era agora que meu coração iria sair pela boca! O que mais aquela noite me reservava?


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo encerrará a história.

Sim, já estou sentindo um aperto no peito e um nó na garganta, afinal, escrevo essa história há uns cinco anos. Mas adiar só iria aumentar mais meu sofrimento.

No último cap conversaremos mais.

Até lá! ;)