This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 200
Capítulo 200


Notas iniciais do capítulo

Caraca! Chegamos ao capítulo 200! 200! Quantas histórias você conhece que conseguem chegar nessa marca sem perder o ritmo? E tudo isso graças a você, leitor. Muito obrigado por dar apoio a essa história, seja com seus comentários ou com suas visualizações (sim, dá para vê-las pelo contador do Nyah!). Amo muito escrever essa história...e espero que você continue comigo até o fim dela.

Então...vamos lá. Boa leitura!



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Capítulo 200 - Primeiro dia de aula...do outro lado da situação

E era isso. Estávamos ali, diante de vários pirralhinhos, em uma tarefa estranha do grupo de ciências na tentativa de ensinar alguma coisa. Por outro lado, eu não estava tão preocupado assim, afinal eu não precisaria fazer nada, apenas assistir Wilson e Demi tomarem conta da situação.

– Muito bem! - Wilson assumiu a fala quase que imediatamente após a professora deles passar a palavra - Quem aqui tem um futuro brilhante pela frente?

Mas ele não deixou muito tempo para a sala responder.

– Isso mesmo! Nós aqui da NERD! Nós temos um futuro brilhante pela frente!

Não era bem essa a resposta que eu estava esperando. Mas Wilson prosseguiu.

– Exatamente. Estamos aqui para demonstrar o quanto somos o grupo mais legal desse colégio e vocês poderão passar essa mensagem adiante. As novas gerações conhecerão toda a nossa glória!

Glória...sério mesmo?

– Err... - um dos garotos levantou a mão.

– Já temos uma pergunta? Sim, meu rapaz. Pode falar!

– O que é a NERD? - perguntou o garotinho inocentemente.

– É justamente o que iremos dizer! - falou Wilson, colocando as iniciais do nosso grupo na lousa - Notórios Estudantes da Revolução Divertida! Notórios porque todos saberão quem somos! Estudantes porque estudamos em uma escola! Revolução porque mudaremos o modo de pensar de nosso colégio e Divertida...porque faremos tudo isso do jeito mais divertido possível!

O silêncio pairava sobre a turma.

– Parece uma droga - falou uma garotinha.

– Opa. Temos uma rebelde aqui! - disse Wilson, apontando para a pobre e sincera menininha com um olhar maníaco - Escute aqui, garota. Você pensa isso porque não conhece todas as implicações de nosso grupo. Somos a gangue mais popular dessa escola, fique sabendo!

Popular, é? Talvez...se você considerar que popular pode ter um sentido negativo também.

– G-gangue? - gaguejou um outro garotinho - Então vocês são maus...

– Bem e mal são conceitos relativos - disse Karina - Talvez possamos ser maus...de algum ponto de vista.

Ela era mesmo bem direta. Vendo que a sala estava começando a ficar meio assustada, a professora Adriana (a "tia" responsável pelas crianças) finalmente resolveu interferir.

– Err...talvez vocês possam dar detalhes do grupo de vocês mais tarde - falou ela - Bem, que tal ensinar alguma coisa legal para as crianças?

– Beleza! Vocês estão na escola, certo? É uma excelente oportunidade para aprender coisas novas!

– Sim! - todos gritaram. Ah, como aquela idade era boa. A escola era mais amigável e bem mais fácil. Pelo menos se Wilson não aparecesse para te dar aula.

– Bom, por onde podemos começar...ah, sim, isso aqui é bem legal - e ele começou a rabiscar na lousa - Considerem um referencial A e um referencial A'. Suponha que o referencial A' se desloque com uma velocidade constante v em relação a A e c seja a velocidade da luz. Pela teoria da relatividade restrita, e adequando corretamente todas as equações de Lorentz podemos calcular o intervalo de tempo medido por A' em relação a A...

Do que diabos ele estava falando?

– O quê? O que o senhor tá dizendo? - perguntou outro menino.

– Hã? Ué, dando a aula que preparei. Introdução à teoria da relatividade. Adorava estudar isso quando tinha a idade de vocês - falou Wilson, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Preparei uma aula adequada para a faixa etária de vocês, ué?

Não meça os outros pela sua escala absurda.

– Err...acho que a sua educação é um pouquinho diferente da deles, Wilson - falou tia Adriana - Vocês não tem outra coisa para apresentar?

Professora Simone que acompanhava tudo apenas ficou calada com as mãos no rosto. Talvez fazer a NERD dar uma aula não tenha sido uma boa ideia afinal. Coisa que eu percebi logo no primeiro momento.

– Bom, foi o que eu preparei - disse Wilson - O que você tem, Demi?

– Tenho algumas coisinhas - disse ela - Quem gosta de cantar?

Quase todos (com exceção dos mais tímidos) levantaram a mão.

– Muito bem...vamos cantar uma musiquinha sobre números - disse ela, pegando o violão que tinha pedido emprestado para o grupo de artes - É a canção da matemática.

– Canção da matemática? - perguntou um dos garotos.

– Sim...a letra é mais ou menos assim..caham...matemática é legal...matemática é legal... - e ela seguiu em tom cantante falando isso - Matemática é muito legaal...dois mais dois ééé..

E ela olhou para uma dos meninos.

– Quatro? - disse ele. Naquela idade eles ainda nem aprenderam a tabuada direito.

– Issoo..quatro. Seis mais nove é... - e ela olhou para outra menina.

– Quinze? - disse ela em tom cantante também.

– Catooorze - cantou Demi, para estranhamento geral da sala.

– Não. É quinze - respondeu a menina, depois de fazer a conta nos dedos.

– Errr...quinze...só tava te testaandoo...- cantou Demi, agora bem vermelha (sim, ela era péssima em contas de cabeça) - Matemáticaa é muuito legaal...e chega! Err...chega de cantar por hoje. Que tal brincarmos de outra coisa?

– Moça - disse um dos meninos.

– Sim. O que é? - perguntou ela.

– Você tem namorado? - disse ele.

– N-Não - respondeu Demi meio sem graça - Por que a pergunta?

– Quer casar comigo? - disse ele, apenas para deixar a pobre da Demi ainda mais vermelha.

Ora, seu pirralho! Como ousa pedir a Demi em casamento com essa cara de pau? Nem eu que sou amigo dela há quase dois anos falaria algo assim!

– Que fofo! Quando você crescer a gente conversa! - disse ela, provavelmente na intenção de fazê-lo esquecer disso. Essa é a pior coisa que uma garota pode dizer para uma criança. Eu, por exemplo, passaria toda a minha adolescência com esperança e só perderia essa esperança quando visse o inevitável desfecho da minha amada já com outra pessoa. Depois disso tudo que me restaria seria tristeza, depressão e revolta. Agora fiquei com dó do pobre garoto. Com essa esperança ele poderia nunca mais encontrar uma namorada na vida. Tive que interromper.

– Relaxe - falei - Provavelmente você encontrará uma garota pela qual se apaixonará logo, logo. Pode até ser essa menina do seu lado.

Mas acho que eu não devia ter falado isso.

– Aeeeh! O Fabinho tá namorando! - gritaram todos. Foi o suficiente para começar uma baderna, mas a tia Adriana assumiu o controle.

– Crianças...por favor..

– Aeeeh! - a bagunça continuava.

– Gente, atenção

– Eeeeeh! - eles continuavam badernando.

– CALEM A BOCA! - gritou a tia. Dessa vez o silêncio surgiu - Por favorzinho..err...tem mais alguma coisa, Demi?

– Podemos brincar de...telefone sem fio, então?

– Tenho uma ideia melhor - disse Jorjão - Merenda!

– Ainda não está na hora - disse a tia.

– Ah, mas eu tô com fome.

– Isso. Merenda! - disse um garotinho da sala que também era meio gordinho - Trouxe sanduíche de salame hoje.

– Sanduíche...de salame - Jorjão começou a ficar com água na boca - Você dá um pedacinho?

– Não! - reclamou o garoto - É pouco até para mim.

– Vai, só um pouco. Adoro esse sanduíche - e Jorjão praticamente estava tomando o sanduba das mãos do menino. Foi quando um pouco de molho escapou e respingou na camiseta de uma das meninas.

– Ah, minha camiseta! Você me paga, Rafa! - e ela pegou uma bolinha de papel e arremessou no pobre gordinho.

– Sua chata! - ele pegou um pouco de tinta guache e jogou nela.

– Err..crianças - disse tia Adriana, mas dessa vez a bagunça ficou realmente incontrolável.

– Aeh! É guerra! - disse um dos garotos mais bagunceiros. Não demorou muito para a sala toda virar uma grande batalha de bolinhas de papel e tinta. Sujeira para todo lado.

– Ah, não. Os pais delas vão nos matar! - disse a professora Adriana.

– Wilson! Faça alguma coisa! - disse professora Simone.

– Jorjão! Pare de brigar com o garoto pelo sanduíche! - gritou Wilson, mas foi justamente esse sanduíche que acabou na cara de Wilson já que escapou das mãos dos dois gulosos.

– Ah, não! Que desperdício! - disseram Jorjão e o garoto em uníssono.

Nessa altura, Karina e eu já estávamos debaixo da mesa nos protegendo da guerra. Demi tentava ajudar a professora das crianças. Wilson, por sua vez, apenas juntou mais bolinhas de papel para participar da guerra.

– Tudo bem. Se vamos fazer guerra, então vamos tornar isso educativo! Dividam-se em grupos e vamos simular uma batalha de verdade. Vocês terão que enfrentar muito disso mais para frente!

– Por que sempre temos que acabar desse jeito? - falei com Karina.

– É...marca registrada do nosso grupo - comentou ela. E assim nossa tarde educativa para as crianças acabou não dando muito certo. Como a professora Simone viu que era mesmo um projeto difícil, levamos apenas uma bronca, mas a situação das crianças não estava das melhores.

– Vocês...não tem jeito mesmo, não é? - falou Simone no dia seguinte após a confusão, em um tom bravo, mas não tão furioso - O colégio vai precisar bancar novos uniformes para aquelas crianças por conta de toda aquela bagunça. E então? O que vocês tem a dizer?

– Err...podemos dar um jeito nisso - falou Wilson.

– Como?

– Podemos arranjar o dinheiro para pagar os uniformes - disse ele - Aliás, seria uma ótima chance de testar nossa aptidão para negócios.

– Como? - agora fui eu que estranhei - Do que está falando?

– Deixe por nossa conta, professora. Prometemos arranjar a grana com nosso esforço! - disse Wilson, animado.

– Ah, é mesmo? - disse a professora - Então, tá. Cada uniforme dos pequenos custa 50 reais. Vamos precisar pagar treze uniformes. Conseguem juntar 650 reais?

– 650, é? Parece alto, mas vamos tentar. Deixe com a gente!

650?! Com essa grana já daria para pagar metade de um notebook! Ai, caramba. Como alunos de fundamental vão conseguir arranjar tanto dinheiro? Ótimo. Estamos perdidos de novo...O que será de nós?


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Notas finais do capítulo

"Matemática é legal"...quem viu "Escola do Rock" vai entender essa.

Até mais, galera!