This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 197
Capítulo 197




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Capítulo 197 - Pais e árvores

Ao menos agora tínhamos uma ajuda a mais na construção daquela casa da árvore. Estou falando do pai de Wilson, alguém que, assim como o filho, tinha o sonho de ter sua própria casa da árvore (embora o sonho do filho tenha surgido há apenas...poucas horas atrás?).

– E então, pai? Como podemos começar? - perguntou Wilson ansioso.

– Todo projeto começa de uma base - disse ele - Vocês já tem um projeto?

Nada como a visão de um adulto para dizer que as ideias infantis são exageradas, não é mesmo?

– Caraca! Vocês querem até fazer uma sala de jogos! Demais! - foi a reação do pai de Wilson, não muito diferente do entusiasmo de seu filho. É, retiro o que disse do parágrafo acima.

– Err...o senhor não acha que é muita coisa para uma simples casa da árvore? - Demi indagou humildemente.

– Pois é, também percebi isso. Talvez tirando um ou outro fliperama da sala de jogos - comentou o entusiasmado senhor Abadias.

– Ah, mas eu pensei apenas no necessário - argumentou Wilson. Sua visão de necessário é bem diferente, não acha?

– Mas antes de qualquer coisa precisamos construir uma base. Vamos fazer o chão dela primeiro. Peguem a escada!

Jorjão trouxe uma escada de metal de tamanho médio, mas alta o suficiente para conseguir subir na árvore. Tudo bem, se não fosse o fato dele quase ter me derrubado com ela. Ainda bem que sou rápido o suficiente para me desviar. É, sou ágil quando se trata de defender minha própria segurança.

– Opa, foi mal, aí - desculpou-se Jorjão.

– Relaxa. Eu desviei na hora.

– Bem, segure ai, Wilson. Vou subir na árvore e ver como podemos construir os primeiros pedaços do chão da nossa casa da árvore!

– Beleza! - concordou Wilson, segurando a escada com força, permitindo que seu pai subisse na árvore e, em poucos instantes, emitisse um som em confirmação.

– Ai!

– O que foi, pai?

– N-Nada. Já cheguei aqui em cima.

Tradução: ele bateu a cabeça em algum galho duro. Pessoas azaradas como eu conseguem entender isso muito bem.

– Legal. Acho que tem espaço o suficiente para começar a construir - disse ele - Wilson! Traga as madeiras!

– Vamos precisar subir o tempo todo com esse monte de madeira? - perguntou Jorjão.

– Claro que não! É para isso que existem cordas! - disse Wilson, mostrando uma enorme corda - Basta jogar essa corda por cima de um galho forte e montamos um tipo de polia que permite subir o balde.

Se soubesse que essa conversa cairia nas minhas futuras provas de física teria prestado mais atenção no significado daquela corda.

– Quanto de madeira o senhor precisa? - gritou Wilson.

– Pode mandar o máximo que conseguir no balde!

Traduzindo: o máximo que conseguíssemos colocar no balde, o que, para fracotes como nós, não seria muita coisa.

– Err...mais uma coisa - disse senhor Abadias assim que a madeira chegou - Precisarei de martelo e pregos.

– Tá! - respondemos.

E assim o trabalho continuou. Devo dizer que ficamos nessa umas três horas, indo e vindo com diversos tipos de material. Demi e Karina também ajudavam, principalmente passando álcool quando inúmeras farpas de madeira insistiam em penetrar na nossa pele. Por fim, tivemos algum resultado...não muito animador.

– Oh, puxa - disse senhor Abadias, não muito animado - Ei, meninos.

– O que foi, pai?

– Err...vocês querem uma casa da árvore para todo mundo mesmo, não é?

– Claro! Tem que ser no nível da NERD! Já dá pra saber onde ficará o salão de jogos? - perguntou Wilson.

– Bom, na verdade...err...filho, sobe aqui um pouco, sim?

Wilson subiu e finalmente viu a realidade. O fato é que o chão que a árvore permitia para uma casa da árvore mal cabia os dois, imagina colocar o Jorjão ali.

– Acho que não tivemos uma noção muito boa de espaço, né?

Você "acha"?

– Puxa, que coisa. A árvore é menor do que pensávamos.

– Dá para construir uma casa para duas pessoas...talvez.

– Oh, só duas pessoas não. A NERD é um grupo. Se um ficar de fora, é melhor todos ficarem!

– Desculpe, filho. Achei que pudesse realizar o meu sonho de construir uma casa da árvore com vocês, mas..eu falhei!

– Não, pai. Não chore!

– Mas...eu te decepcionei. Coloquei esperanças em seu coração que não poderão ser realizadas.

Não precisa ser tão dramático. Se tem uma coisa que não falta no coração de Wilson é esperança. Fruste ele com uma coisa e ele terá infinitos planos futuros.

– Já sei! Por que não plantamos uma árvore maior? - disse Wilson.

– Mas não temos espaço no jardim para outra árvore - falou ele.

– Bem...acho que...podemos pensar em outra coisa.

– É uma pena. E agora, onde você e seu grupo poderão se reunir?

– Ei, meninos! - a mãe de Wilson gritou da janela do quarto dele ali em cima - O sótão já está limpo. Se quiserem, podem voltar a usá-lo.

– Ah, nossa base voltou - disse Wilson - Valeu pela ajuda, pai. Mas acho que agora podemos voltar para a nossa antiga base. Pelo menos até a próxima limpeza anual do sótão.

– Mas...não dá pra fazer nada de divertido nessa árvore?

– Hmm - Wilson parece ter tido outra ideia, mas pelo menos, dessa vez foi mais modesta. Tivemos a resposta alguns minutos depois.

– Vai, Karina. Pode empurrar - disse Demi, sentada animadamente em um balanço construído em um dos galhos fortes da árvore - Puxa, faz muito tempo que não vou em um desses!

– Um balanço... - suspirei aliviado - Finalmente algo simples na nossa vida.

– Tem certeza que isso já é suficiente? - perguntou o pai de Wilson.

– Ainda não desisti da casa da árvore, pai. Só preciso pensar o projeto com mais calma, unir mais tempo e mais material. Mas, por enquanto, um balanço já pode nos ajudar a relaxar. É. Acho que não tem problema relaxarmos só hoje e voltarmos aos nossos planos amanhã.

Por mim não voltamos aos planos nunca mais. Se bem que é irônico um grupo de nerds como o nosso estar se divertindo fora de casa.

– E talvez a gente consiga melhorar esse balanço. No futuro ele pode se tornar um grande barco viking, tipo esses de parques de diversões. O que acha, Daniel?

Ele não podia pensar baixo, né? De qualquer modo, mesmo em uma manhã de faxina, até que conseguimos nos divertir. É, admito, estava me divertindo. Assim como o senhor Abadias.

– Heh! Vocês são mesmo ótimos garotos. Conseguem se divertir com qualquer coisa.

Pois é. Wilson pode ser maluco e as ideias dele nem sempre dão certo, mas uma coisa é certa: ele sempre se diverte, mesmo quando nos damos muito mal. Tá legal...vamos ver qual será sua próxima maluquice.


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Notas finais do capítulo

É, esse arco não foi muito emocionante. Foi mais um "momento ternura" em que até o Daniel aqueceu o coração e ficou otimista no final. Queria mesmo mostrar um episódio de bom relacionamento entre o pai de Wilson e os garotos. Vou tentar pensar em algo mais interessante para os próximos capítulos. Continue acompanhando.

Ate ^^



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