This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 160
Capítulo 160




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Capítulo 160 - O Ataque da Peruca Descafeinada (Agora pra valer!)

O filme continuava...Denett (interpretado por Karina) continuava a explicar os detalhes da terrível invasão futura do monstro de cabelo.

- Então...você irá me ajudar? - perguntou Denett.

- Ainda é difícil de acreditar - retrucou Todd (ou eu, você já sabe).

 Nisso, a televisão começa a tocar uma música de plantão. A jornalista (Demi fazia o papel dela) revelou que um  terrível monstro de cabelo estava invadindo residências de todos os locais. Uma criatura estranha que entrava nas casas e acaba com todo o estoque de café das pessoas.

- Impossível - falou Todd, com os olhos espantados.

- Você acredita agora?

- Mas ainda não entendo como leite de baleia faria algum efeito.

- Testamos em laboratório com um fio de cabelo que conseguimos tirar da peruca. Você não quer que eu fale todos os detalhes técnicos, quer? Não é hora de estudar ciência, é hora de agir!

 Era estranho ver Karina falando desse jeito mesmo em uma representação cinematográfica, mas mesmo assim ela ainda mantinha a mesma expressão (ou falta de expressão) de sempre.

- Agir...eu...mas o que um simples dono de cafeteria como eu pode fazer? - perguntou Todd.

 Nisso, um dos empregados da cafeteria (na verdade Jorjão representando um deles) se aproxima dos dois.

- Chefe - disse ele.

- Hã? Nestor? O que foi? - perguntou Todd.

- Eu....eu me demito

- O quê? Se demite? - exclamou Todd - Mas por quê?

- O monstro...irá nos atacar cedo ou tarde...e eu tenho meus filhos para criar.. - Nestor coloca as mãos nos ombros de seu chefe - Foi um prazer trabalhar para o senhor por tanto tempo...

- Mas você começou ontem!

 Era inútil. O barco estava sendo abandonado por seus tripulantes. E Todd sabia muito bem disso.

- E agora? Perdi meu único funcionário!

- Tem certeza de que essa cafeteria iria para a frente? - perguntou Denett.

- Esqueça...eu não posso fazer nada! Eu nem sei atirar.

 Assim que terminou essa frase, Todd recebeu uma ligação no telefone da cafeteria.

- Alô? - atendeu ele.

- Alô? Todd?

- Essa voz...é você Mary?

- Sim...sou eu - disse ela do outro lado, com uma voz fraca.

- O que houve? Você não parece bem...

- O monstro...

- Que monstro?

- O monstro de cabelo que rouba café...eu fui atacada por ele.

- O quê? Meu Deus! Você está bem!
 

- Não se preocupe...eu estou bem - disse ela, ainda com uma voz fraca - Mas todo o meu estoque de café..

- Não me diga que..

- Sim - agora ela se debulhava em lágrimas - Todo o meu café...foi levado por aquela criatura...eu...estou deprimida...sinto muito...não poderemos sair hoje. Meu dia não é a mesma coisa sem o meu café da tarde..

- Nãããããããooooo!!!! - Todd gritou. Denett colocou a mão em seu ombro direito e tentou consolá-lo.

- Um dia, o nosso café acaba, meu caro - disse ele, ao som de um tema triste e melancólico que fora composto pelo irmão de Karina  - É uma pena que seja dessa forma.

- Aquela criatura...ela vai pagar por isso!

 Todd sentiu seu corpo ferver e sua sede de vingança explodir em seu corpo.

- Então..vai me ajudar? - perguntou Denett, sem expressão, mas contando com o apoio de Todd.

- Traga o leite de baleia! - falou Todd, tentando fazer a cara mais furiosa que o medíocre ator que o encarnava conseguia fazer - Temos uma peruca pra descafeinar!

 A cena se volta agora para a cidade, onde Jorjão, ou melhor, o grande monstro de cabelo. Os policiais (encarnados por Demi e Karina) tentavam atirar na criatura com nossas melhores armas de mentira enfeitadas com material de papelaria barato. 

- Não adianta! Balas são inúteis contra ele! - disse o policial representado por Demi - Onde está o exército?

 Wilson fez uma montagem com tanques e helicópteros de guerra se aproximando, mas a criatura sobrevivia a tudo. Balas eram atiradas, mas a peruca era implacável. Explosões aconteciam, mas a peruca era implacável. Nada podia detê-la.

- Não adianta... - disse o policial vivido por Demi, olhando com uma cara de desespero - Todo o café do mundo está condenado! Estamos perdidos!

 Mas nem tudo estava perdido, porque a peruca iria se encontrar com nossos heróis: Todd e Denett. Os dois estavam na entrada da cafeteria, prontos para receber a criatura de cabelo.

- Ele está vindo - disse Denett - Esteja preparado!

- Nunca estive tão pronto na vida!

 A criatura finalmente se aproximou e a grande cena de ação do filme teve início. Nessa hora, o som de metal dos Porcos Sem Alma começou a tocar, obviamente, causando a euforia dos próprios que assistiam a estreia.

- Caraca! É o nosso som! - gritou Abelardo.

- Muito louco! - concordou Solano.

- Silêncio! - gritou a diretora Silvia, causando a diminuição da exaltação deles no mesmo instante. Nada como ter alguém que coloca ordem no recinto.

 De volta ao filme, a luta teve início. O monstro tentou atirar cabelos em nossos heróis, mas eles conseguiram se desviar. No entanto, o monstro rugiu, fazendo Todd cair com o terrível bafo de café misturado com seu organismo de monstro. Nisso, o monstro joga a arma de Todd longe, mas o herói não desiste e vai buscá-la. Enquanto isso, Denett consegue atingir a criatura pela frente com sua arma que disparava leite de baleia (o melhor de uma arma que atira água que Wilson tinha no meio de suas coisas velhas conseguia fazer), mas o monstro se contorceu de forma brusca ao receber o tiro, lançando perucas por todos os lados (nada que a boa edição de Wilson não conseguisse reproduzir de forma razoável). O ataque acaba tirando a arma das mãos de Denett que se viu encurralado. O monstro iria invadir a cafeteria, mas Todd, que finalmente conseguiu alcançar a arma no meio de alguns escombros (isopor), atirou pelas costas da peruca descafeinada e o matou de vez. O monstro agoniza em uma cena de mais ou menos um minuto e finalmente é destruído. O café do mundo fora salvo.

- Conseguimos - suspirou Todd, caindo de joelhos. 

  Depois disso, segue a cena de final, onde todos comemoravam a derrota do monstro e a câmera foca em um pedaço de cabelo que se mexe levemente, dando a entender que talvez nem tudo havia acabado. Fim de filme. E de mico. Todos os créditos agradecendo as pessoas e marcas que nos ajudaram rolaram na clássica tela preta de final. As luzes se acendem.

- E então? - perguntou Wilson, sem tirar seu sorriso do rosto - O que acharam?

- Demais! Nossa música ficou o máximo! - comemorou Abelardo - Você é fera mesmo na edição?

- Tá brincando, né? - ralhou Cássio - Wilson! Você tem ideia de que criou o pior filme de todos os tempos?

- Exatamente! - comemorou Wilson, apontando para Cássio - E isso ficará na memória de todos para sempre...podemos até entrar no livro dos recordes como o pior filme de toda a história!

- Tsc. Estou desapontado - reclamou Cássio - Você é melhor na ciência, Wilson. Vamos embora, Robodancer. Ei, robô...

 O robô havia pifado por alguma razão.

- Oh, droga. A música do filme fez ele dançar tanto que acabou pifando. Droga. Wilson, você ainda me paga!

- Até quando a gente não faz nada, esse cara culpa a gente - comentou Demi, enquanto Cássio saía de cena levando seu robô como alguém leva uma criança doente com urgência ao pronto-socorro.

- Demi querida, adorei seus personagens - falou Patrícia.

- Hã? Sério?

- Sim. Com roupas horríveis como aquelas, a sua popularidade deve ter caído horrores. A-mei! Uhuhuhu! Que filme horrível! Hauhauhauha!

 E ela também saiu gargalhando loucamente.

- E o resto do pessoal? O que acharam? - perguntou Wilson.

- Um ótimo trabalho, meu caro amigo - falou Jonathan - Tenho certeza de que farão um bom sucesso como cineastas. Agora, se nos dão licença, precisamos ir para casa e..

- Espere, Jonathan - disse a diretora Sílvia.

- D-diretora? - perguntou ele, parando de repente junto com seus outros três seguidores.

- Passe o seu celular. Eu vi você filmando o filme.

- É que não aguentei esperar o lançamento em DVD...queria assistir em casa de novo...e de novo...e compartilhar com meus familiares que não puderam vir e...

- Estava querendo lucrar com pirataria, não é? - reclamou Wilson.

- Oh, droga - reclamou Jonathan, entregando seu celular para a diretora. Depois que ela apagou o vídeo, resolveu comentar o trabalho.

- Fizeram um bom trabalho...para cineastas amadores - disse a diretora.

- Ah, a senhora gostou? - Wilson estava com os olhinhos brilhando.

- Mas...precisam estudar bastante para se tornarem bons cineastas. Planeja seguir mesmo essa carreira?

- Na verdade... - Wilson olhou para nós e eu ainda estava me recuperando do mico horrível que acabara de passar - Foi divertido fazer um filme, mas acho que nunca vou achar atores tão bons quanto esses caras. Obrigado, gente!

 Isso soou como música para meus ouvidos. Não precisarei passar por tudo isso no próximo ano. Que bom! 

- Ah, Wilson...imagina. Eu adorei atuar no seu filme - disse Demi.

 Fale por você.

- Eu acho que você leva jeito - falou a professora Vitória - Levar a arte através das telas do cinema...que emoção!

 Ela entrou em êxtase de novo.

- A gente curtiu o som! - falou Abelardo, que ainda estava na sala - Se esse filme tiver visualização, nossa banda vai decolar, maluco!

- Vamos colocá-lo no YouTube assim que o festival acabar - falou Wilson.

- Danzinho! - Emília foi a próxima a entrar em cena - Você estava lindo no filme! Pena que não fez mais personagens.

- Achei melhor deixar o herói como um cara só - falou Wilson - Sabe como é...visão de diretor.

- Você devia seguir carreira de ator...ou melhor, não, não siga não. Não iria aguentar você sendo galã de novela e fazendo cenas românticas com aquelas atrizes sem sal. Você é só meu!

- Relaxe...não pretendo ser ator nunca mais na minha vida - comentei.

- Foi tão ruim assim? - perguntou Karina.

- Não levo jeito para isso...

- Achei sua atuação muito boa - comentou ela - Tem certeza de que nunca fez aulas de teatro?

- É verdade - concordou Demi - Você leva jeito, Daniel.

- Parem com isso...

- Ah, admite. Você se empolgou com a cena de ação, não se empolgou? - perguntou Wilson.

- Tá, tá, até que a cena de ação foi legal de fazer - admiti - Mas eu não levo jeito pra ator!

 De qualquer maneira, no fim do festival, nossa sala ficou conhecida como a exibição do filme mais trash já conhecido. Agora era questão de saber se o mundo acharia a mesma coisa.

- Não acredito! - reclamou Wilson, enquanto via os acessos ao nosso filme no YouTube em mais uma reunião marcada em sua casa - Você viu esses comentários?

- O que tem? O pessoal não gostou? - perguntei, enquanto tentava tirar um pouquinho de pipoca da bacia enorme que estava com o Jorjão.

- Pelo contrário...a maioria acha que saiu melhor do que "A Geladeira Assassina" - disse ele - Nosso filme não foi ruim o bastante para ganhar o título de melhor filme trash.

- E nem bom o bastante para ganhar o Oscar - comentou Jorjão.

- Acho que para um grupo de pré-adolescentes...a produção saiu melhor do que esperado - comentou Demi.

- Devia ter caprichado menos na edição..tsc. Tudo bem. Mas pelo menos, nosso filme estará na memória de todas as pessoas da escola - falou Wilson.

- Creio que ninguém irá lembrar disso em duas semanas - falou Karina, sem tirar os olhos do novo livro que estava lendo - A memória dos estudantes é bem curta, você sabe...

- É...eu sei - falou Wilson - Mas pelo menos esse filme entra no currículo da nossa gangue. Estamos subindo cada vez mais degraus para o domínio daquele colégio! Bwahuahauhaha!

 Sim...ele tinha que dar uma risada megalomaníaca no final ou não seria o Wilson. Agora era só relaxar e esperar a próxima ideia maluca...mas espero que seja bem mais simples do que produzir um filme.


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Notas finais do capítulo

É, pelo menos uma ideia que acabou com um final mais ou menos feliz...

Agora é esperar a próxima maluquice. Na semana que vem começamos um novo arco.

Até! ;)