This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 143
Capítulo 143




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Capítulo 143 - A bela e gentil enfermeira

  Com verruga ou sem verruga, o fato é que não fomos para aquela enfermaria a passeio. Não demorou muito para Jorjão apertar a própria barriga, indicando seu mau estar. Wilson fez questão de contextualizar a situação.

- Nosso amigo aqui está com problemas no estômago - disse ele - Ele vai sobreviver?

 Não fale como se o pobre Jorjão fosse bater as botas! É verdade que ele parecia estar incomodado, mas certamente iria sobreviver.

- O que você andou comendo? - perguntou Carol, a enfermeira em questão, em uma voz gentil que soava como música para meus ouvidos.

- Só algumas paçocas - respondeu ele.

- Temos a prova do crime aqui - disse Karina, apresentando os doces que estavam em posse de nosso guloso companheiro.

- Hmmm - disse ela - Paçoca, heim? Mas...parece que elas estão com o prazo de validade vencido.

- Como? Vencido? - perguntou Wilson - Jorjão! Você não olhou a validade?

- Bem, eu achei no fundo do armário em casa...e pela cara, elas pareciam em bom estado - justificou ele, ainda apertando a barriga.

- Isso está vencido há três anos! - retrucou a enfermeira - Não é a toa que deve ter causado uma dor de estômago ou alguma intoxicação alimentar.

- Sério? - disse Jorjão - Preciso começar a ler a validade antes de comer algo.

 Devo dizer que ele já deve ter comido muita coisa fora do prazo de validade, mas nunca sofreu os efeitos como agora. Que isso fique de lição para vocês, leitores. Sempre observem a validade daquilo que vocês comem, afinal, você é o que você come (preciso parar de repetir essas frases feitas dos programas de fofoca da tarde).

- Bem, o que você está sentindo? - perguntou Carol - Náusea? Vontade de ir ao banheiro?

- Só está doendo pacas! - respondeu Jorjão - Não tem algum remédio simples pra isso?

- Hmm...talvez um enfervescente ou um sal de frutas - disse ela - Algo para aliviar a má digestão.

 Uma marca de remédios poderia muito bem ganhar publicidade em anunciar seu produto na história, mas como nenhuma teve interesse, serei obrigado a omitir o nome do enfervescente. De qualquer maneira, aquela reação química acelerada entre o comprimido e a água anunciavam um certo alívio ao problema de Jorjão. Após alguns goles do remédio, nosso grande e forte amigo parecia estar se sentindo melhor.

- Ah! Laranja...muito bom - disse ele.

 Sorte a dele não ser obrigado a tomar um remédio de gosto ruim. Sério. Por que a bioquímica é tão atrasada? Eu já disse isso antes, mas por que a indústria farmacêutica não investe em pesquisas para melhorar o gosto dos remédios? Esse mundo precisa de alguém com boas ideias para colocá-lo nos eixos...e não, não estou pensando no Wilson..como eu disse, precisa de alguém com boas ideias e não com ideias insanas.

- Está se sentindo melhor, Jorjão? - perguntou Demi.

- Acho que agora vai melhorar - respondeu ele.

- Espero que sim - concordou a enfermeira.

 Incrível como apenas a ideia de ter tomado um remédio influencia sua mente de modo a acreditar que a dor já passou apenas dois segundos após a ingestão do medicamento. Talvez por isso alguns placebos funcionem. Mas aquela enfermeira não parecia ser adepta desse método e sorria simpaticamente para o nosso grupo.

- Muito obrigada, doutora - agradeceu Wilson.

- Err...não sou doutora. Apenas enfermeira - corrigiu Carol.

- Ora, mas se conseguiu curar nosso amigo, para mim já pode ser considerada uma médica - completou ele.

 Por que ele tinha essa terrível mania de puxar o saco de qualquer adulto? Será que ele tem noção de que medicina e enfermagem são carreiras diferentes? E espero sinceramente que ele não queira chamar a enfermeira para representar o departamento de medicina da nossa gangue.

 Enquanto Wilson terminava de bajular a pobre enfermeira substituta, o sinal para as aulas acabara de tocar. Hora da volta à tortura, digo, às aulas. Como posso não estar empolgado com a emoção de adentrar no fantástico mundo da razão e proporção em duas aulas seguidas de matemática? Nem mesmo o lindo sorrido da nova enfermeira poderia superar tamanha alegria...só que não.

- Já está na hora da aula, não? - disse ela - Subam e tomem cuidado com a validade dos alimentos, heim?

- Siim! - exclamaram Wilson, Jorjão e Demi. Karina e eu, em nossa animação de sempre, apenas concordamos com a cabeça. Assim que demos meia volta e andamos alguns passos para tomar nosso caminho para a sala, demos de cara com Dimas, apenas o cara que me odiava por não saber jogar futebol (estou tão preocupado com isso..).

- Ei, vocês vieram da enfermaria? - perguntou ele.

- Hã? Está falando com a gente? - questionou Wilson.

- S-Sim..vocês estavam...junto com Amarules, a terrível?

 Se a antiga enfermeira merecia o epíteto de "a terrível", então eu fico ainda mais feliz de não tê-la conhecido pessoalmente.

- Na verdade, ela parece estar de licença por alguns dias - disse Jorjão.

- É? E colocaram outra enfermeira no lugar? - perguntou o cara.

- Sim - respondeu Demi - É uma moça bem simpática e bonita.

- Fala sério - desacreditou ele - Eu lembro bem, já tive algumas lesões jogando futebol e tive o desprazer de passar pela...irrgh!

- O que foi? - perguntou Demi.

- É que...lembrar da verruga dela me dá vontade de vomitar - respondeu ele, de fato, ficando meio sem cor.

- Se estiver passando mal, aconselho passar na enfermaria enquanto a Amarules não volta! - falou Jorjão - A nova enfermeira é mesmo demais!

- Sério mesmo? Não estão de zueira comigo, não né?

 Não que não quiséssemos zuar com a cara dele, mas era verdade. A nova enfermeira era mesmo bem distante da imagem de senhora rabugenta e com TOC de mexer no próprio pelo da verruga.

- Veja com seus próprios olhos - disse Wilson, apontando para a porta da enfermaria, onde Carol tinha acabado de sair para tomar um café (ou algo parecido).

- É..ela? - perguntou Dimas, sem dúvida admirado ao ver a mocinha (mesmo à distância).

- Em carne e roupa branca - respondi.

 Dimas estava de olhos arregalados. Para alguém que teve de conviver mais de uma vez com a imagem tenebrosa da antiga enfermeira, aquilo parecia um colírio para os olhos. E quando esse tipo de coisa acontece com pessoas como Dimas, podemos esperar as reações não muito inteligentes que viriam na sequência.

- Wilson - disse ele.

- Sim?

- Avise à professora de matemática que estou na enfermaria - disse ele.

- Está se sentindo mal? - perguntou Demi.

- Você também comeu paçoca com prazo de validade vencido? - perguntou Jorjão.

- Que nojo! Claro que não! - reagiu ele.

- Então? - perguntou Wilson, apenas para ver Dimas dando um soco no próprio olho. Demi via a cena com as duas mãos tapando a boca, enquanto Karina apenas estava indiferente.

- Está roxo? - perguntou ele.

- Err...sim - falei.

- Ótimo! Enfermeira...enfermeira...eu levei uma bolada na cara! - saiu o rapaz, fazendo o maior escândalo.

- Acho que ele gostou dela - reparou Demi.

- Que cara estranho - comentou Wilson.

 O sujo falando do mal lavado, que ótimo. Viu só? Estou cercado de lunáticos! Ninguém dessa escola está a salvo! De qualquer forma, o segundo sinal já iria tocar e a aula finalmente começaria. Mas uma coisa eu posso adiantar: aquela nova enfermeira ainda causaria muito alvoroço...


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