This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 131
Capítulo 131




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95454/chapter/131

Capítulo 131 - Parque Ecológico Artístico

 Após uma longa viagem, finalmente havíamos chegado ao tal Parque Ecológico Artístico. Aquele busão marcou minha vida, tendo os piores monitores possíveis. Por que diabos tinham que escolher justo o Jonathan e aqueles outros caras para esse trabalho? Aquilo já era perseguição! E para piorar, a Emília realmente não largava do meu braço.

- Já falei que pode largar, Emília. Precisamos descer - falei.

- É que eu quero aproveitar cada momento da viagem - disse ela.

- É isso aí, cambada! - gritou Jonathan - Todo mundo pegando as coisas e vazando. Nós não nos responsabilizamos por nenhum objeto deixado no ônibus.

 Isso quer dizer que se vacilarmos eles roubariam o que deixarmos no ônibus. Fiz questão de verificar tudo que trouxe e desci do ônibus, com o resto da turma atrás de mim.

- Beleza! Vamos fazer dessa excursão a melhor de todas! - disse Wilson, otimista como sempre.

- Então esse é o Parque Ecológico Artístico? É bonito mesmo - comentou Demi, aproveitando para tirar algumas fotos iniciais.

 De fato, era um lugar bem agradável aos olhos, mesmo eu não entendendo patavinas de artes. Todas as árvores eram podadas de modo que assumissem alguma forma. Tinha árvores em forma de coelho, outras em forma de pessoas e algumas até em forma de elefantes. Fora isso, os jardins floridos eram agrupados de maneira simétrica, dando uma visão mais bonita para quem olhasse de cima (ou de longe). Também havia um bosque e um labirinto de paredes cobertas de trepadeiras. Como o dia estava ensolarado, tinha tudo para ser um passeio bem agradável. O problema é que havia várias pessoas que não tornariam meu passeio agradável.

- Ai, Danzinho, não é romântico? - disse Emília, agarrando meu braço de novo.

- Emília...pode me soltar um pouco? - falei.

- Eu já falei que quero aproveitar cada momento! - exclamou ela. Não me livraria da garota tão fácil.

- Certo, gente. Atenção aqui! - chamou a professora Vitória - Tem banheiros e bebedouros ali do lado. Em cinco minutos, juntem-se aqui novamente para assistirmos a palestra inicial!

- Ooohhh! - todos lamentaram. Palestra em excursão escolar? Chaatoooo...só falta a gente ter que fazer relatório. Por que uma excursão precisa da parte educativa? A gente estava lá justamente para não precisar ter aula, oras!

- Não se preocupem - disse Jonathan, assumindo a palavra com toda a cara de pau - Depois da palestra, nós responsáveis pela monitoria da excursão, preparamos uma ótima brincadeira para todos!

  Não confiava nas brincadeiras que aqueles caras pudessem armar, mas as meninas da escola parecem ter gostado da ideia.

- Vamos nos divertir bastante, heim, galera? - gritou Beto, para histeria da população estudantil feminina do colégio. Tsc. Garotas...só pensam nisso. Mas aquele comunicado era a minha chance. Vi o banheiro ali perto, vi a Emília prestando atenção no anúncio. Minha chance. Aproveitei que ela já não estava de braços dados comigo e corri para o banheiro mais próximo. Finalmente um pouco de sossego. Enquanto lavava o rosto no banheiro, dei da cara com Wilson.

- É, Daniel! Vamos detonar nessa excursão! - disse ele, animado.

- Ah, qual é? Você conhece aqueles caras. No mínimo, essa brincadeira que estão armando vai ser pra avacalhar com a gente - retruquei.

- Talvez - disse Wilson - Mas se conseguirmos ganhar, vamos ter um belo reconhecimento. Dependendo do prêmio...

- Se tiver algum prêmio...mas duvido que seja algo bom.

- Espero que seja comida - falou Jorjão, saindo de uma das cabines do banheiro (e não, não foi um número um) - Aliás, já tá quase na hora do almoço.

- É, eles não falaram nada de almoço - concordei.

- Vamos ver o que acontece depois da palestra - falou Wilson, enquanto saíamos - O que será que vão falar lá?

- Não sei, mas com certeza é algo chato - disse.

- Dependendo de quem der a palestra...talvez não - contra-argumentou Wilson.

- Se eu dormir, você se importa de me contar depois? - perguntei.

- Claro que não. Vou questão de anotar tudo para você mais tarde!

 Ele era um gênio, mas bem que podia ser melhor em entender sarcasmo. Tudo bem. Ao sairmos do banheiro, encontramos com Demi e Karina. Demi logo sacou a câmera para tirar mais uma foto, sem estarmos preparados.

- Opa, mais uma. Já temos umas vinte e poucas fotos aqui.

- Tirou tudo isso só da escola até aqui? - perguntei.

- Ainda tem bastante espaço na memória - disse ela - Vai, vamos conferir essa palestra.

- Pelo que me informei, é sobre a história do parque - falou Karina - Mas eu já procurei sobre isso ontem.

- Pesquisou sobre a história desse parque? - perguntei.

- Sim - disse ela - É importante saber para onde estamos indo, não acha?

 Na verdade, não me importava tanto assim, desde que eu perdesse aula. De qualquer maneira, lá estávamos nós, em direção ao salão principal do parque para ouvirmos alguma palestra chata. No meio do caminho, vimos Patrícia, tirando algumas fotos com suas "patricetes" (volto a se o nome de alguma delas fosse importante, eu colocaria aqui). Bom, já que chegamos ao parque, agora ela tinha motivos para tirar fotos.

- Uuuh! Aí sim, queridas! Abalamos geral! - disse Patricia, ao ver sua última foto - Já chegamos às trinta e seis fotos, heim?

- Tiraram tudo isso de fotos? - Demi não resistiu em comentar ao ouvir aquilo - Não era você quem não queria nem tirar fotos antes de sair?

- É diferente, meu amor - disse Patrícia - Agora nós chegamos ao local do passeio, então podemos aproveitar cada segundo. Diga xiiis!

- Hã? - ela tirou uma foto de Demi sem aviso prévio e claro que não pegou o melhor ângulo dela.

- Minha querida..você precisa mesmo de umas visitas ao salão de beleza, heim? Não usou sua parte do prêmio do concurso Miss Megatec, não?

- Ora...já que é assim!

 Demi também tirou uma foto sem avisar. Sair ruim em uma foto era uma das piores ofensas para a Paty.

- E então? Qual está mais bizarra agora? - perguntou Demi.

- Ah, não! Apaga essa foto! Agora! - reclamou Paty.

- Hã, hã, hã! Primeiro você apaga a que você tirou agora - falou Demi.

- Tá bom. Vamos apagar juntas - disse ela.

- Tá legal.

 Ela era boazinha demais. Outra pessoa teria saído correndo, mas era a Demi, né? A meiguice fazia parte do charme dela. O problema é que Patrícia era do tipo que guardava tudo.

- Mas você vai ver só! Espera só quando começar a competição!

- Tá falando da brincadeira que os caras vão inventar? - perguntei - Como sabe que vai ser uma competição?

- Sempre é uma competição, se tiver vencedores e perdedores - falou ela - E claro que vocês estarão na equipe dos perdedores

- Espere e verá - reclamou Wilson - Não subestime a gente!

- Bllllleeeh! - Patrícia apenas mostrou a língua pra gente e saiu de cena com suas comparsas. De qualquer forma, já estava na hora da palestra. Tá legal, vamos ver o que eles tinham para a gente.

 Chegamos um pouquinho atrasados, mas o pessoal já estava entrando. Peguei um dos folhetos que estavam sendo entregues na entrada e coloquei na frente do meu rosto. Demi estranhou isso.

- O que você tá fazendo, Daniel?

- Só para a Emília não me ver - respondi - Ela está olhando para trás, não está?

- Sim - falou - Mas na direção contrária da gente. Ela tem um grau de miopia bem alto, né?

- Vamos logo sentar em algum lugar - falei. Logo estávamos nós cinco nas poltronas dos fundos, aguardando o início da palestra. A professora Vitória cumprimentou o palestrante (parece que já se conheciam). Depois de alguns minutos, ele finalmente começou a falar. Era um cara de cabelos compridos, roupas leves, sandálias e um estilo hippie. Sua voz era mansa e lenta.

- E aí, gente? Meu nome é Guilherme Planalto e sou filho do fundador do Parque Ecológico Artístico.

 Só as primeiras palavras dele já me deixaram com sono e olha que ele só disse o próprio nome. Tudo bem, vamos tentar aguentar. O problema é se ele usar...

- Então...vamos conferir aqui nos slides a história do nosso parque.

 Slides. A tecnologia do sono. Se você estiver com insônia, basta assistir uma palestra com slides em uma sala com as luzes apagadas. Se o seu palestrante for um hippie de voz mansa, então...é sono na certa. Eu não resisti, dei uma boa cochilada.

- Uau! Esse cara manja muito! - disse Wilson, do meu lado, com voz empolgada.

- Hã?! O quê? - acordei assustado. É. Tinha dormido a palestra inteira.

- Não se preocupe, Daniel. Anotei a palestra inteira. Desde o começo até quando ele falou sobre as plantas dançantes!

- Plantas dançantes? - perguntei.

- É. Eles tem uma apresentação, onde colocam vários vasos de planta em um aparelho que os movimenta em harmonia!

- Mas as plantas não dançam, é a máquina que faz elas se mexerem.

- Mas não deixa de ser arte, concorda? - disse Karina.

- Não sei direito o que é arte, mas...o que vem agora?

- Acho que a professora Vitória vai falar algo - disse Demi.

- Bom, obrigado por ouvirem, galera - disse o hippie, em voz ainda mais mansa - Agora vou passar a palavra para a professora de vocês. Professora Vitória, pode assumir.

 Mas a professora pareceu não ter ouvido.

- Professora? Tudo bem?

- Arte e ecologia...que fantástico, cara - ela balbuciava alguma coisa, em estado de elevação estética. Isso sempre acontecia.

- Professora! - todos gritaram. Foi o suficiente para ela acordar do transe de emoção deixado pela palestra. Acho que isso só acontece com ela mesmo.

- Opa. Perdão - disse ela, agora assumindo - Bem, agora teremos o horário de almoço e depois...

- Depois começa a nossa brincadeira - falou Jonathan, subindo no palco sem nenhuma cerimônia - Nenhum de vocês vai esquecer essa excursão!

 Não sei porque aquilo me dava medo. Tá legal. Vamos ver o que aqueles caras estavam preparando pra gente. Bem, pelo menos coloquei meu sono em dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, a excursão continua. Até lá! ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "This Is My Gang!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.