Kimi Ni Todoke escrita por Ledger
III - Poderia me passar o seu número?
Antes de qualquer ação precipitada, a Hyuuga tinha de procurar. Então, naquele dia, ao sair da escola, foi para a cidade.
Entrou em lojas, restaurantes, e casas de festas, que estivessem procurando um funcionário – ela tinha esperança de que ia achar. Uma casa de festa chegou até a anotar seu nome, e o dono disse que pensaria sinceramente. Mais, de primeira, nenhum a aceitou.
Já era à noite quando a Hyuuga voltava para casa. Andava tranqüilamente pelas ruas de Tóquio – observando atentamente os lugares. Em meio a sua caminhada, acabou passando em frente há um prédio que lhe chamou atenção. Talvez fosse mera coincidência que o prédio das Empresas Uchihas estivesse ali.
Ela lembrou-se de Sasuke, e da curiosidade que ela sentia em saber mais sobre sua vida. Ela nunca tinha visto menino tão sério, nem mesmo o seu Nii-san Neji, e com certeza o Uchiha tinha motivos para ser assim. Ela lembrou-se das observações que tinha feito sobre o mesmo na aula:
O menino era filho de um rico empresário; odiava todas as meninas que ficavam em cima dele; nunca sorria; sempre que a olhava lançava-lhe um olhar mortal; e descobrira também, por acaso, que ele gostava de Metallica, assim como Hanabi.
Ela também não o via com amigos. Naruto e sua cambada tentaram se aproximar dele, mais nada que resultasse muito: Ele continuava frio e só abria a boca para responder as perguntas dos professores.
E não era ela que tentaria ser sua amiga. Já era difícil fugir das provocações de Ino e fazer amigos; se tentasse ser sua amiga, estaria morta no dia seguinte.
Ela olhou novamente para o prédio, e resolveu tentar. Foi em direção ao balcão, e perguntou se o Sr. Uchiha estava precisando de uma pessoa como secretário(a).
O menino do balcão era novo. Parecia ter pouco mais de dezoito anos, e incrivelmente, lembrava Sasuke por demais – a não ser pelos olhos, que não eram tão frios, e o cabelo, que era maior.
Ele abriu um sorriso para a mesma, que a fez corar.
- Ele está sim – ele brincava com a caneta que se encontrava em suas mãos – mais creio que meu irmãozinho pegará a vaga.
- Ah, e-e-entendo – disse a Hyuuga, tímida – tudo bem. Arigatou.
Hinata deu meia volta, tímida, mais ouviu uma voz a chamando.
- Ei... – perguntou o menino igual a Sasuke – mas deixe-me anotar seu nome. Quem sabe...? Acho que, talvez, Sasuke não queira trabalhar.
- O-ok.
- Aliás... – ele coçou o queixo, em dúvida – você usa o uniforme da escola dele. Por acaso é da sala de Sasuke Uchiha?
- S-s-im senhor – respondeu ela, nervosa.
O tão provável irmão de Sasuke soltou uma risada.
- Olha! Então trabalharia de meio período, não é?
- S-s-im senhor – repetiu.
- Não precisa me chamar de senhor – ele piscou para ela, e estendeu a mão – Itachi Uchiha.
- Ahn... Hinata Hyuuga.
- Ok, Hinata – ele anotou o nome da mesma, e sorriu – poderia me passar o seu número?
Hinata engasgou; o menino estava pedindo seu número. Ela sentiu seu rosto queimar, e tudo o que teve vontade de fazer foi sair dali o mais rápido possível.
Ele pareceu perceber.
- Não florzinha, preciso do seu número caso seja você a escolhida em vez de Sasuke – ele sorriu novamente.
Hinata corou mais ainda por pensar outras coisas, e anotou seu número. Ao acabar, curvou-se diante dele, agradeceu, e escapou o mais rápido possível.
...
Os dias foram passando. A Hyuuga já esperava ansiosa pela resposta dos lugares aonde tinha ido, mais nenhum tinha respondido ainda. Seu pai estava tendo que fazer empréstimos, o que não era nada bom. Hanabi não estava nem aí para as coisas – desistiu de vender suas roupas, o que a fez brigar com o pai todos os sete dias que haviam passado.
Na escola, nada estava muito legal. Ino continuava com as implicâncias, e a Hyuuga tentava ignora-las. Sakura e Naruto andavam sempre juntos, e... Todos já suspeitavam um pouco.
Sasuke havia feito um amigo. E, por incrível que pareça, era o primo de Hinata, Neji. No recreio os dois sentavam juntos, e começavam a conversar sobre coisas alheias. Hinata sempre observava de longe. E ultimamente, observava de longe... Com TenTen.
A morena estava se tornando sua amiga. Apesar de Neji ainda estar em sua casa, os dois brigavam horrores. Mais de acordo com o Hyuuga “Era melhor do que viver em um ambiente onde você é explorado”.
- A briga dos dois é boba – explicava a Hyuuga, certo dia a TenTen, enquanto almoçavam juntas – é porque meu pai exige que lavemos a louça, arrumemos a casa... Enquanto Neji, quando morava com meus tios, não tinha sido educado assim.
Fez-se silêncio. Aquele era um assunto delicado.
- Lá em casa ele é... Bem, ao contrário do que você disse – TenTen direcionou seu olhar para a mesa aonde estavam Sasuke e Neji, conversando – faz questão de lavar a louça, e arrumar a casa.
- Então acho que o problema é com meu pai mesmo – Hinata soltou um risinho abafado. – A verdade, é que depois do acidente... – ela engoliu em seco. Tinha esquecido.
- O que? – perguntou TenTen, curiosa.
- N-não é nada – respondeu, tentando esboçar um sorriso.
A morena ergueu uma sobrancelha, curiosa, mais deixou passar. Provavelmente Neji e Hinata tinham algum segredo que não queriam contar, um segredo que envolvia eles e o acidente que tinha matado os pais de Neji. Mas se eles não queriam contar... É porque não deviam contar.
TenTen estranhou ao ver a rosada e o Uzumaki se aproximando. Sabia que Sakura era amiga de Hinata, mais ultimamente elas não se falavam muito. TenTen lançou um olhar mortal a rosada, mas essa não percebeu.
- Hina-Chan! – gritou Sakura, por trás da morena, que, pulando de susto, derrubou o suco em sua própria roupa – Ai, gomen! Fiz você derrubar o suco, não é?
- N-n-ão... está tudo bem...– disse Hinata, como sempre, tentando ver as coisas pelo lado bom. Na verdade, aquele era seu único uniforme – ela nunca tivera dinheiro para comprar dois, e às vezes, quando o mesmo sujava, passava a madrugada o lavando e lavando o de sua irmã – não precisa se preocupar, Sakura-Chan.
- Ah, isso é ótimo – a rosada sorriu – então Hinata... Bom, o sensei mandou-me chamá-la. Ele quer falar com você.
A Hyuuga espantou-se. O que Kakashi Sensei gostaria? Ela era boa em inglês. Agora só faltava essa. Teria ela repetido o ano?
Engoliu a comida rápido, e se dirigiu a sala do professor. Mais não antes de reparar que a cadeira na frente de Neji, onde o Uchiha costumava ficar, estava vazia.
...
Entrou na sala, receosa. Kakashi Sensei encontrava-se sentado em sua mesa, lendo um livro.
- Sensei? – perguntou a Hyuuga, vendo que o professor não tinha a visto entrar – Queria falar comigo?
O professor ergueu os olhos do livro, e sorriu para ela.
- Sabe onde está Sasuke? – perguntou.
- Ahn... Não, gomen.
A porta foi aberta, e o Uchiha entrou. Estava sempre sério, e passou pela Hyuuga como se não estivesse ali. Foi até o professor.
- Mandou me chamar, Sensei?
- Sim, mandei chamar os dois – ele sorriu novamente, fechando o livro – bom, como podem ver... Não quero que esse assunto saia daqui, ok?
Os dois concordaram com a cabeça.
- Bom, começando por você, Sasuke... Tenho reparado que você anda tendo dificuldades nas aulas por aqui. Estou certo?
O Uchiha respondeu com o olhar; bufou e virou a cabeça para o outro lado.
- Ao contrário de Hinata, que tem se saído muito bem. – ele sorriu para ela.
A Hyuuga corou, mais retribuiu o sorriso.
- Sasuke... Está em uma fase boa da vida. O pai está com os negócios dando certo, a mãe é uma ótima estilista... Não é mesmo?
A cara de tédio de Sasuke assentiu.
- E a Hinata... Bom, o pai dela acabou de perder o emprego, e ele está dando duro, já que sua mãe morreu, não é mesmo?
A Hyuuga se impressionou com o modo tanto grosseiro que o professor dirigiu a ela. Corou novamente, e segurou o choro. Não iria chorar. Não na frente do Uchiha.
- Então... – continuou Kakashi, tranqüilamente – vocês vão se ajudar!
- N-nani? – perguntaram os dois, surpresos.
- Bom... Já conversei com as duas famílias. Hinata trabalhará de secretária de meio período nas empresas Uchihas, e assim, ganhará dinheiro. E, depois que a Hyuuga sair do serviço, irá para sua casa Sasuke, para estudarem e você passar de ano!
- Eu... Não iria passar de ano? – perguntou o Uchiha, pela primeira vez, mostrando alguma expressão no rosto.
- Por estar vindo de outra cidade estamos te dando essa segunda chance – Kakashi sorriu, tentando encoraja-lo.
Os dois alunos encontravam-se paralisados. Hinata, surpresa e feliz, que tinha conseguido o emprego, mais triste pelo fato do Sensei ter trazido a tona à história que ela tentava, ao máximo, não lembrar. Olhou para Sasuke de esguelha. Esse parecia intrigado. Com certeza, tinha mais coisas a fazer do que ficar estudando com uma nerd.
- É... Só isso? – perguntou Sasuke, bufando.
- Sim – disse o professor, abrindo novamente o livro – podem ir.
Os dois saíram da sala apressados, e a Hyuuga, carregando tantas bolsas, atrapalhou-se, e caiu no meio do corredor. Este estava vazio, de modo que ninguém a visse. Ela agradeceu a deus por aquilo, e surpreendeu-se ao ver Sasuke pegando sua bolsa, e ajudando-a a levantar.
- A-arigatou... Uchiha-kun...
A proximidade dos dois a deixava nervosa. Mas o mesmo não respondeu nada, apenas virou-se, e continuou caminhando, sem nem mesmo olhar para trás.
Hinata ficou olhando-o ir. Então, em troca do emprego, ela teria de ajuda-lo com os estudos.
“Talvez não seja assim tão difícil” pensou ela. “Mas... quando começamos?”
Ela olhou-o mais uma vez, e correu até ele. Freou ao parar ao seu lado, e disse aos gaguejos:
- Uchiha-kun... Q-quando c-c-omeçamos?
Ele direcionou seu olhar para ela, indiferente.
- Pode ser... Amanhã? – arriscou ela, e percebeu que seu rosto estava ficando quente, e que ela estava começando a tremer. Suas pernas estavam frágeis, e ela xingou mentalmente si mesma. Porque sempre os desmaios vêem nessa hora?
O Uchiha ia abrir a boca para falar algo, quando ouviram um grito vindo da outra ponta do corredor.
- Sasuke-kuuun! Olá, Sasuke-kun!
Ino veio correndo ao encontro dos mesmos. Ao chegar lá, olhou para Hinata e fechou a cara.
- O que faz aqui?
- N-n-n...
- N-n-n o que, garota? Ai, não suporto essa sua gagueja – ela virou-se para Sasuke novamente, sorrindo – Sasuke-kun, hoje vamos ao cinema. Gostaria de ir?
- Hm... – ele procurou ajuda de Hinata, mais a mesma já estava sentindo que o desmaio vinha, e não conseguiu dizer nada – não posso.
- Porque não? – miou Ino.
- Tenho que estudar – respondeu ele, indiferente, e pegou o braço da Hyuuga na hora que a mesma ia cair no chão – Hinata me ajudará, não é?
E dizendo isso, saiu arrastando a menina com ele para casa.
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