Apenas Um Olhar escrita por Dih_dangerous


Capítulo 29
Capítulo 10 - FINAL.


Notas iniciais do capítulo

Os personagens citados aqui são de autoria de Masashi Kishimoto. A história pertence a minha querida amiga que eu gosto muito Rafa. Repetindo, a história não é minha, só estou postando-a.



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~~

Estava em casa, sozinho. Naruto tinha saído, ia até a casa dos Hyuuga. Bom, eu o invejo... Ao menos ele tem alguém por quem lutar. Eu ao contrário, já tinha dito a minha posição. Não iria mais pelejar para que Temari reconheça o que sinto.

Chega de agir como um idiota.

Mas mesmo assim, não posso deixar de me sentir triste. Porque eu não tive a chance de mostrar pra ela o que queria... A vida é injusta.

Às vezes em nossas vidas todos nós sofremos

Todos ficamos tristes

Mas se formos sábios

Sabemos que há sempre amanhã

Eu estava sofrendo por algo que nem sequer era real. Esse tal relacionamento entre nós dois não passava de um fruto insano de minha imaginação perversa e desgostosa. Nunca tinha tido nada mais além de farpas trocadas entre eu e ela. Mas mesmo assim, era difícil desistir dela. Porque por incrível que pareça, eu nutri um amor unilateral.

Ouvi batidas na porta e lentamente fui abrir.

— É você? —  Disse desanimado – Entra aí.

— Nossa obrigada pela parte que me toca, seu fedido insensível – Sakura adentrava pelo aposento, uma graça a moça.

Sentamos na sala, e peguei um copo d’água para ela. Depois de muito interessantes e emocionantes cinco minutos de silêncio, ela tomou a palavra.

— Você sabe que ela gosta de você, o problema é que ela tem medo de se relacionar, seu burro! – Dizia com uma sobrancelha levantada e a mão no queixo, os olhos cerrados – É que homens só entendem o mundo por um ponto de vista: Futebol, mulheres, sexo, sexo, sexo, mulheres, futebol, sexo, sexo...

— Eu espero que você chegue a algum lugar – Disse com um olhar cético.

Ela ficou me fulminando mais uma vez com o olhar. Estava acostumado. Grande parte de nossas melhores conversas eram assim.

— Você é um Zé bostola mesmo – Dizia com sua cara de “Estou certa, cala a boca!” – Vá falar com a Temari.

Balancei a cabeça negativamente e sorri cínico.

— O que aconteceu pra você não estar do lado do seu namorado vampiro— perfeito— predador sexual? – Disse sem pensar.

Ela me olhou com espanto. É, acho que peguei pesado quando disse predador sexual...

— Saiba que você está sendo muito imaturo! – Gritou ficando com a face avermelhada – Não fique descontando nos outros a sua infelicidade! Onde está o seu pinto? Você é homem ou não? Tome uma atitude!

Esquecendo o comentário fail sobre a genitália masculina, conhecida como pênis...

— Você fica falando sobre imaturidade... Mas você é uma mulher de 18 anos com um amigo imaginário gay – Disse sorrindo. O jogo empatou. TOMOU NA CARA!

— SAIBA QUE O GODOFREDO NÃO É UM AMIGO IMAGINÁRIO, ELE É UM SUBCONSCIENTE! – Levantou batendo pé – ELE ME AJUDA MUITO E ME DÁ A MAIORIA DOS CONSELHOS QUE EU REPASSO A VOCÊS TODOS, SEU DESCLASSIFICADO! – E do nada, eu sinto os cinco dedos dela na cara.

Ardeu.

— ISSO FOI PELO GODOFREDO – Saiu batendo pé e de bico – E VÁ FALAR COM A TEMARI, SEU FRANGUINHO MEDROSO – Saiu imitando um frango. Lindo. Ela está em plena loucura.

Porque eu deveria dar ouvidos à Sakura? Acho que o Sasuke se esqueceu de dar a ela o comprimidinho da manhã – Leia— se tarja preto.

Porque talvez ela esteja certa.

Merda. Merda. Merda. Merda. Mil vezes merda, infinitas vezes...

Saí de casa às pressas, para pensar, esfriar a cabeça... E talvez, se eu desse sorte, morrer atropelado na esquina da padaria.

~~

Não te ninguém nessa maldita casa? Já bato aqui há 10 minutos... Eles devem ter saído... Mas ótimo! Justo agora que eu juntei o mínimo de força de vontade para falar com esse bocó, ele não está em casa... Deve ser sinal do destino.

Não invente desculpas a si mesma.

O que vou fazer? Quero dizer para o Shikamaru como eu me sinto... Se bem que nem eu sei como se sinto na verdade. Mas mesmo assim! Não quero ser covarde, porque eu nunca fui. E meu Deus... Ele sente o mesmo por mim! Eu estou sendo muito estúpida ao pensar em recusar o amor dele.

Caminhei até o ponto de ônibus. Meu carro estava estacionado do outro lado da rua. Era só atravessar de um lado para o outro. E só essa pequena distância já era o suficiente para minha tragédia.

Um lindo carro esporte vermelho – Que eu espero que capote no primeiro barranco que achar – Passou em cima de uma poça d’água.

Façam as somas. Eu mais um carro em alta velocidade, mais um motorista cego, mais uma poça de lama é igual a... Uma Temari suja e fedendo a vômito de mendigo. Ok, nada mal, pode mandar mais que eu agüento! Ou não...

— SÓ PODE SER CASTIGO! SÓ PODE, SÓ PODE! – Xingava baixinho enquanto metia a chave na ignição. – Onde tem uma fonte por aqui, onde?

A fonte da pracinha. Era pra lá que eu iria, me limpar rapidamente e então ir para casa – Lugar do qual eu não deveria ter saído – E nunca mais sair de lá até criar pelos no nariz.

Cheguei ao local, e sentei— me no encosto da fonte. Com um lenço, limpava o que podia daquela situação deplorável.

— Sabe, a maioria das pessoas gosta de tomar banho em casa... – Uma voz vagarosa, preguiçosa e conhecida falava.

Virei— me lentamente e vi ele, me espionando, com um sorriso indecifrável no rosto.

— Preciso mesmo dar explicações, Shikamaru? – Falei virando— me e continuando a limpar a sujeira.

— Na verdade não – Ele sorriu – Me conformo em ficar de fora dessa.

Não respondi. Simplesmente porque eu fiquei muda. O que eu ia dizer?

— Você se lembra Temari? – Ele perguntou, mudando o tom de voz – Foi aqui que nós nos conhecemos...

Pisquei rapidamente duas vezes e o encarei estática. Era verdade.

— Você era o garotinho que estava com medo de descer do escorregador, não é? – Sussurrei com a mão nos lábios – Eu lembro... – Virei— me de novo para a fonte.

Por favor, engula seu orgulho

Se eu tiver algo que você precisar emprestar

Porque ninguém é autosuficiente

E você não deixa isso transparecer

— Você lembra também do que você me disse? – Perguntou chegando mais perto.

Esqueci como se respirava. Sim, eu lembrava.

— “Eu vou ajudá— lo a continuar, você consegue, confie em mim” – Ele disse. Pus a mão no busto e respirei descompassadamente.

— É tão simples... E é isso que te digo hoje... Confie em mim, Temari – Ele disse – E não haverá o que temer. É só isso que eu peço.

Levantei— me e fiquei ainda de costas para ele.

— Shikamaru eu... Eu estou confusa, sobre o que eu sinto... E— eu tenho medo... Mas, mesmo assim... Eu... Eu – Dizia gaguejando.

Ele me envolveu nos braços. E eu pude relaxar por um momento. Naquela sensação protetora, quente.

— Eu quero confiar em você – Disse por fim.

— Então não há mais nada no caminho – Ele disse me virando para sua frente – Desculpe por ter sido um idiota.

Eu ri sem jeito para ele.

— Desculpe também.

Ele me puxou rapidamente e me beijou. Um beijo tão urgente e apaixonado quanto eu pensei que seria. E já fazia muito tempo que, internamente eu desejava por aquilo em segredo. Nós ficamos por um bom tempo daquele jeito. Não achei ruim... Não achei que tinha tomado a decisão errada.

Nós dois sempre devíamos ter ficado juntos.

E se eu sobesse o que gritar

O que é que eu imploraria

E se eu soubesse o que dizer

O que eu diria

É quase como se o ontem pudesse desaparecer

Eu continuo na sombra do que eu poderia ser

Procurando a minha melhor parte.

~~

Estava em casa. Esperando. Em casa, sem nada pra fazer, no maior tédio do mundo. Eu percebi uma coisa... Agora que estava com Sasuke, quando ficava sem ele tudo era chato, chato demais. Me senti tão vulnerável. Porque quando uma pessoa se entrega de vez num relacionamento, ela quebra suas barreiras e seus impedimentos para com o outro. Será que eu tinha feito aquilo? Pensar em coisas assim era simplesmente assustador.

Nada de bom para se ver na TV, ótimo. Tentei falar o dia inteiro com a Hinata e nada. Tenten saiu com o novo— velho namorado Neiji e nenhum dos garotos estava em casa. Nunca me senti tão só. E olha que não era do tipo de pessoa que gostava de chamar atenção e de ficar com pessoas me paparicando 24 horas, mas eles me mal acostumaram assim. Na minha antiga cidade, com meus antigos amigos e com meus antigos namorados eu não era assim. É até um pouco irônico fazer comparações comigo mesma num tempo diferente... Parece que estou falando de duas pessoas totalmente diferentes. Antes eu era muito mais desconfiada, tratante, fingida, egocêntrica, maluca, idiota, neurótica e levava as coisas bem menos a sério do que hoje.

— Você está delirando, baby – Godofredo on – Muitas coisas que você disse agora, você ainda é... Como por exemplo: Desconfiada, fingida, maluca, idiota e neurótica... Pra mim não tem MUITA diferença não.

— Godofredo! Que bom que você apareceu hoje! – Não era mentira. Não, eu não tomei soda cáustica e sim, eu estava feliz de verdade por ele aparecer... Ajudava a enganar a solidão.

— Nossa você está mesmo na fossa hein! – Ele disse surpreso ao extremo – Nunca te vi ficar tão feliz com minha presença, na verdade... NUNCA TE VI FELIZ POR EU ESTAR CONTIGO, SUA COISA INGRATA E FEDORENTA!

— Desculpa... – Sussurrei envergonhada – No fundo você sabe que gosto muito de você ficar dentro da minha cabeça. Ou minha vida seria muito mais sem emoção e graça.

Ele me encarou incrédulo. VIU! EU DISSE QUE ESTAVA FICANDO BOAZINHA DEMAIS! – Odeio isso.

— Você está me assustando, pintosa – Godofredo falou – Mesmo sendo ingrata, prefiro que aja como antigamente, era mais emocionante.

— Pin— pintosa? – Repeti com aquela ação idiota e ordinária de minhas pupilas tremerem. Era involuntário, mas não deixava de ser irritante.

— É assim que vou te chamar de agora em diante, lindo né? – Falou sorrindo como se tivesse acabado de achar uma note de cem dólares no chão – Dólares, porque real é para pobres, beijos.

Suspirei.

— Não me chame assim, pintosa e lembra... Pintos.

— Essa é a idéia – Disse apontando o indicador para mim e fazendo aquela pose ridícula de Nice Guy – Se joga pintosa, põe rosa!

— Medo, muito medo.

Minha seção de revival com o Godô iria ter que esperar, pois ouvi o toque de mensagens chegou a meu celular, que repousava tranquilamente na... Na... Merda perdi o celular de novo! Isso sempre parece acontecer nas horas mais importantes! Droga de vida.

— Aqui celular; aqui celular! – Gritava pela casa, procurando em todo canto. Aproveitando enquanto o toque não acabava – CADÊ VOCÊ SEU NOJENTO!

— Acho que você tem que comprar um celular mais moderno... O seu ainda não tem a função de “Dono paranóico e em pleno estado de loucura procura...” – Lindo, não pode agradar que ele já caga no tapete (?).

— Se eu disser onde ele está, você aluga Piratas do Caribe? – Dizia convencido e chantagista como sempre.

Situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

— Eu até invado a casa do Orlando Bloom e pego na bunda dele só pra você ter a sensação, ok? – Disse apressada – Onde ele está?

Acho que o baque de pensar na bunda gostosa do Orlando foi demais para o Godofredo. Ele/ela ficou em choque por alguns segundos, mas para não perder a chance, logo falou.

— Atrás do sofá, ou dentro dele – Disse gritando na minha cabeça – Você sempre o deixa cair quando pula no sofá com a delicadeza de uma morsa no cio (?).

Mal educado. Foda-se.

O telefone já tinha parado de tocar, mas graças a um gay muito convencido, pude lera mensagem que Sasuke me mandou. Estava de quatro com o braço inteiro dentro do estofamento do sofá. A mensagem dizia:

“— Tem um presente pra você no meu apartamento. Pegue e use hoje a noite. A chave está no tapete.”

Um presente?

Meu Deus. O que poderia ser? Bom, é algo de usar, pode ser um brinco, um colar... Mas o que eu em minha sã consciência estou fazendo nessa posição desconfortável, sem ir correndo me estabanando e derrubando tudo e todos a minha volta para ver o que era? Acorda Sakura burra.

Corri mais do que maloqueira em dia de liquidação na 25 de março, fato verídico. Quando chego ao quarto dele, vi uma caixa preta de tamanho médio em cima da cama. O que é... Que será... Medo de abrir... E se forem sapos cuspidores de veneno? Ou cobras cascavéis... Aham Sakura senta ali do lado da Cláudia, vai.

Abri a caixa, temerosa – Tolamente – Em saber o que tinha dentro. E quando tirei o conteúdo da caixa, fiquei boba... Um lindo, muito lindo... Vestido branco.

Ele não era comprido, acho que ficaria na altura de meus joelhos. Tinha uma pala rosa, que sustentava a parte do busto, tinha alças bem finas e era rodado. Ok Sasuke, não sou uma boneca Polly... Mas eu amei. Corri de novo de volta para o apartamento, para ver o que usaria com o vestido. Não estava com uma vontade louca de andar de salto alto, até porque era péssima nisso, se pudesse, colocaria meus all stars amados e surrados e pronto.

Os all stars.

Meus queridos tênis foram o motivo de um dia, eu ter a oportunidade de conhecer ele.

Olhei para o relógio de parede, eram 6 horas?! COMO PODE? Quando eu queria que o tempo passasse rápido, os segundos pareciam estacionar não é? Valeu aí, seja quem for que comanda o tempo, numa sala branca e fedida, você é demais. Espero que caia da cadeira e tenha câncer no anus.

Fui ao banheiro para tomar um rápido banho, tentar arrumar meu cabelo que hoje resolveu ficar armado e dar um jeito no meu rosto com uma maquiagem. E que a santa mãe protetora das maquiadoras ruins me ajude!

15 minutos depois

Estava pronta. Nada demais. Estava normal, como todos os dias, e isso me aborrecia profundamente. Queria tanto parecer mais bonita para ele hoje... Enfim, ele que se contente, ou leva um tiro no umbigo.

Só me restava esperar. Mas porque eu estava com um frio na barriga? Besteira. Não era nosso primeiro encontro. Só eu mesmo pra ficar com esse tipo de cú doce uma hora dessas. Eu me mereço (?).

Eu já sabia o que iria acontecer – Acho – Ele entraria por aquela porta – Ih cara, e se ele quiser dar uma de Romeu e pular por minha janela? Aham Sakura, ele vai subir todos os seis andares só pelo amor que tem por você... Do jeito que ele tem preguiça até de escovar os cabelos... Concentra. – Me elogiaria e depois me levaria para um jantar lindo e eu ficaria boba e ainda mais apaixonada. Ai meu Deus, como eu fui me perder desse jeito, como?

ESTOU PARECENDO UMA ADOLESCENTE DE 14 ANOS COM O PRIMEIRO NAMORADO, AAAAAAAAAAAAAAAAH! – Mentalmente gritei, e levei as mãos à cabeça em um gesto puro e inocente de desespero.

— Tenho medo quando te vejo fazendo essas caretas – A voz vinha se aproximando – Se for fome, me avise e nós jantamos logo aqui antes de sair.

— Sasuke? – Não, Justin Bieber, dã – Como assim jantar aqui? Você não disse que nós iríamos sair para jantar?

Ele sorriu e fechou a porta. Caramba! Sasuke tem andar silencioso como de um espião. Medo.

— Não. Eu disse que levaria você para sair, para um lugar especial – Dizia enquanto mexia nas minhas revistas reviradas em cima do sofá – Não mencionei um jantar em hora alguma.

Lindo. Ia me seqüestrar e ainda me fazer passar fome. Morra.

— Você é tão bom comigo né? – Disse me fazendo de desentendida – Fica de segredinhos, me faz passar fome... Não seria surpresa se você fosse pai de família! SE VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO COM UMA PUTINHA DIZ LOGO, QUE EU TE MATO E JOGO SEUS RESTOS NA LIXEIRA DO VIZINHO! – Ameacei— o com o controle remoto em mãos. Que arma poderosa.

Ele me olhou com os dois olhos BEM arregalados.

— Se você está tentando me assustar, está conseguindo – Sussurrou – Mas isso não vai te livrar de sair comigo mesmo assim.

Suspirei. Ele me conhecia, eu estava mesmo fazendo isso.

— Vamos logo... Mas saiba que tenho spray de pimenta dentro da bolsa, se você tentar me estuprar... Queimo seu pinto e saio correndo!

— Não preciso te forçar a isso... Eu sou bem mais eficiente na conversação – Convencido.

— Convencido ao extremo você.

Nós fomos até o carro dele. E eu mencionei em alguma hora como Sasuke se apresentou diante de mim? Não? Ok, lá vai: Cabelo molhados e bagunçados, uma usual calça preta – Mais folgada, mas mesmo assim dava pra ver a gostosura da sua bundinha – Com um cinto vermelho, uma camisa branca e uma jaqueta preta por cima... Lindo e simples como sempre – Ódio, e eu passo horas me arrumando pra quê? PRA QUÊ?

Silêncio total e constrangedor detected. Porque o Sasuke pensa que eu não tenho necessidade de tagarelar e descarregar toda a minha vontade de gastar energia em coisas sem sentido que provavelmente ele não entenderá? Ele não me conhece? Vou morrer e dessecar aqui se não fizer algo... Então, para bem de saúde, liguei o rádio.

Mas você acabou de sussurrar o que você disse

Uma última vez

Eu podia jurar que ouvi você dizer

Que você é minha

Rapidamente desliguei o rádio, má idéia, idéia boba e estúpida. Fiquei batendo os dedos no encosto de braço.

— Estava gostando da música, porque tirou? – Ele perguntou sem tirar os olhos da estrada (Que estava vazia) Concentração pouca é um absurdo.

— Por que... Por que... Não sei não me deu mais vontade de ouvir música. O silêncio está tão bom.

— Mentira – Disse calmo – Porque está nervosa?

— Não estou – Respondi sem encará— lo.

— Mentira de novo – Falou com o sorriso de canto.

— Não é... – Sussurrei.

Era mentira.

— Estamos chegando... – Ele sussurrou, mais para si mesmo do que para mim de fato.

Olhei pela janela, e via a praia... Então, ele vai me levar para o litoral? Para uma praia deserta! Que fofo... Sorria abobalhada enquanto meu hálito embaçava o vidro – Eu fiz uma carinha caolha, sempre faço isso – E já ficava me vangloriando por dentro, por pelo menos hoje, não me sentir tão surpreendida por ele.

Segui olhando pelo litoral, até que ele parou numa praia – Não tão deserta quanto eu imaginara – E me pediu para descer.

— Vamos passar a noite na praia? – Perguntei sorrindo.

— Não – Ele se limitou a isso. Credo, hoje ele está tão monossilábico... ARGH ODEIO ISSO!

Ele esperou que eu passasse a sua frente e colocou as mãos em meus olhos, impedindo que eu soubesse para onde ele estava me levando.

— Quê...

— Vamos e sem mais perguntas – Ele começou a andar e, eu, para não me estabacar no chão e quebrar a fuça, segui.

Pouco tempo depois ele parou, e eu estranhei, pois ele não disse nada, nadinha.

Então, quando ele tirou as mãos de meus olhos eu pude ver...

— Um farol... – Cochichei, olhando para cima, aquela figura que muito me lembrava um cigarro. Tamanho tanto que parecia tocar o céu.

Ele sorriu e acompanhou meu olhar. Mesmo que ele já tivera essa vista várias vezes antes, por este ser – Mais um dos muitos – um lugar especial para ele.

— Vamos.

— PRA ONDE? – Perguntei e arregalei meus olhos com uma sobrancelha franzida. Já sabia a resposta... Mas sabe como é, perguntar não ofende... Mas a resposta pode ofender.

— Lá em cima ué, onde mais? – Ele respondeu, como se aquilo fosse a coisa mais fácil de fazer...

Encarei— o humorada, então lhe dei as costas e segui de volta para o carro.

— Onde pensa que vai? – Ele disse com uma cara cínica e limpa.

— Pro carro, esperar você descer pra gente ir comer alguma coisa – Disse sem emoção na voz.

— Pelo menos tente. Quando você cansar nós descemos – Ele disse desanimado.

Suspirei. Vou agradá-lo só hoje que ainda to com meu restinho de bom humor...

— Você promete?

— Sim.

E 5 minutos depois...

— Meu Deus! Quantos milhões de degraus nós já subimos? Minha perna tá dando cãibra Sasuke... Acho que entramos numa dimensão paralela que nunca tem fim! Estou com medo! E estou ficando tonta de tanto andar em círculos...

Ele se virou para mim com a cara emburrada e de repente, me pegou e colocou no ombro. Me carregando como se eu fosse um saco de arroz qualquer.

— Mais uma reclamação e eu te jogo por essa janelinha – Ele disse com a voz zangada.

Quando ele me carregava assim, por um instante me veio a mente um flashback. Quando ele me levou nas costas quando a menina filha do capeta de um rego apertado me jogou da escada. Instantaneamente, me veio a memória da situação do hospital e do tiozinho pedófilo/tarado que tentou me agarrar... Nós já tínhamos vivido muita coisa juntos – Quero dizer, para pessoas que acabaram de fazer seus plenos 19 anos. E o mais engraçado é que... Nos apaixonamos por pessoas insuportáveis! Entendem o que quero dizer? Fazíamos da vida um do outro um inferno, e, mesmo assim... Acabamos juntos. Que história romântica mais... Fuleira (?).

Não demorou muito, logo chegamos ao topo. Um vento maloqueiro fazia lá em cima.  Sasuke me tirou de seu ombro para poder abrir a escotilha.Quando fui descer quase que tropeço e desço 526232 de degraus rolando – Sou foda beijos. Então, quando ele abriu a escotilha, subiu primeiro e ofereceu a mão para me levar até lá.

MAS O QUE É ISSO? – Sakura surpresa.

A cúpula do farol estava... estava linda! Com velas iluminando tudo, no chão nas janelinhas... E flores, lindas flores vermelhas por todo o canto, luminárias no teto. Estava simplesmente perfeito. Olhava para Sasuke com uma expressão que eu não sei nem ao menos definir, mas as palavras não saíam de minha boca, de tanta felicidade.

Ele gostou da minha reação. Já que eu fiquei abobada olhando para tudo, pegando, cheirando.

Nunca ninguém fez tal coisa por mim.

Saí por uma portinha estreita. O vento forte bagunçava meus cabelos. Apoiei— me na beirada e olhei para a vista do mar. Lindo. Era uma visão tão privilegiada que me fora possível ter acesso! As ondas que batiam nas pedras da costa e faziam estrondos, no fundo do campo de visão, navios passeavam tranqüilos entre o mar, que estava sereno.

Olhe para mim! Ouça— me!

Eu estou aqui! Me toca!

Eu sinto o frio que fez!

Salve— me! Salve— me!

Fale comigo! Me escuta!

— Olhe para cima e faça um desejo – Sasuke sussurrou em meu ouvido.

Meu corpo se arrepiou, mas instantaneamente eu olhei, e lá estavam elas.

Estrelas.

— Lindas – Sussurrei para mim mesma e coloquei a minha mão sobre a dele, que se apoiava em meu ombro.

— Não tão belas como a que está aqui comigo – Ele disse me beijando a mão.

Eu sorri ainda mais abobada o possível. Quando foi que Sasuke se tornou essa pessoa tão sensível e romântica? Eu o amava mais ainda se possível.

— Não podia ter escolhido melhor. Seus assassinos e companheiros sapatos fazem dessa noite, algo muito mais especial – Ele dizia recostando sua cabeça em meu pescoço – Pode parecer mentira... Mas eu agradeço muito pelo dia em que eles me acertaram a cabeça.

Eu ri, sem graça.

— Também não podia encontrar situação melhor – Dizia – É tudo tão lindo, que não como você consegue... Me fazer cada dia mais apaixonada por você.

Ele me virou a sua frente e me entregou uma das flores que estava no chão.

— Pra você. Um Crisântemo vermelho – Ele me entregou.

— Crisântemo?

Ele me abraçou delicadamente, e eu perdi a respiração. Perdi a noção do tempo em que ficamos abraçados.

Imaginar um mundo que diz que o que eu sinto

um amor cheio de amor a mim e a você

e pensar que o seu tempo, galopes com o meu tempo

amar amor você e eu.

— Obrigado por tudo, Sakura – Ele disse beijando minha orelha – Você não sabe o bem que você me faz... Mesmo sendo louca, desastrada, brigona, encrenqueira...

— É bom você chegar nos elogios bem rápido – Disse, ameaçando— o falsamente.

Ele sorriu.

— Para mim, nada do que disse foi um defeito. Porque para mim, você já é perfeita do jeito que é... – Ele tirou um braço – Sua boca – Passou o dedo em minha boca – Seu nariz, suas bochechas rosadas, e seus lindos e hipnotizantes olhos esmeralda – Ele depositou um beijo em um dos meus olhos – Essas armas matadoras. Seu olhar.

Eu tenho procurado incansavelmente

Eu era apenas um homem

sem mãos. Eu não posso

sem você.

— Você me fez um homem do qual eu posso me orgulhar de verdade. Tudo influência sua.

— Claro que não! Você se esforçou bastante também, Sasuke-kun! – Contradisse desajeitada.

— Por você! Total e exclusivamente por você...

— Agora Sasuke-kun, me diga uma coisa... Eu mudei? – Perguntei olhando— o serenamente.

Ele pareceu se surpreender com a minha pergunta, mas logo se dispôs a respondê— la.

— Sim. A minha visão de você mudou em um aspecto... para mim, você é uma flor que desabrochou – Falou baixinho – Você se tornou a minha vida, minha esperança, minha coragem , força e armadura.

— Você se tornou as estrelas do meu céu.

— O mesmo pode valer para mim – Sussurrei – Mas acho que nem o céu e as estrelas são capazes de medir a imensidão do meu sentimento por você, meu amor.

Eu o beijei, calorosamente, vagarosamente. Ele segurava meus cabelos, e brincava com algumas mechas.

Flores desbotadas na na sua mão

O melhor que eu podia fazer

É a única maneira que eu tive

De chegar a você

— Entre as estrelas, o meu amor – Ele sussurrou sorrindo.

— Entre as estrelas, o meu amor – Eu repeti, sorrindo também.

Seja única, a única e só

Espere por mim, deixe— me ser seu único

Você vai ser, ser a primeiro e única

Espere por mim, deixe— me ser seu único

Ficamos quietos por alguns momentos. Apreciando e nos deliciando com o momento.

— ÓTIMO! ME MOSTRA O ANEL! É GRANDE? – Sorria e arregalava os olhos para ele.

— A-anel? – Ele arregalou os olhos e teve aquele tique com o olho.

— É! DEPOIS DESSE LENGA-LENGA TODO, VOCÊ VAI ME PEDIR EM CASAMENTO NÃO VAI! NÃO?? NÃO PODE SER!... EU SABIA! SABIA QUE TUDO QUE VOCÊ QUERIA ERA SEXO E SE APROVEITAR DA MINHA INOCÊNCIA! EU, UMA POBRE GAROTA QUE NÃO SABIA DE NADA DA VIDA... QUERO CASAMENTO AGORA, SASUKE! EU E GODOFREDO QUEREMOS!

— Cala a boca, Sakura – Ele me agarrou gargalhando por minha brincadeira e me beijou de novo.

Eu sorria descontroladamente e de afastei dele.

— Quem é Godofredo? – Perguntou arqueando a sobrancelha.

— Godofredo quem? – Sakura se fazendo de desentendida detected.

— Você falou “Eu e o Godofredo queremos” – Repetiu— me, desconfiado.

— Nunca! Pare de imaginar coisas!

— Você falou sim! – Ele teimou.

— Parece que quem está com fome agora é você! – Saia do lado de fora do farol – Vamos logo jantar! Seu bobo! – e comecei a descer as escadas rapidamente, ainda correndo.

— NÃO VOCÊ... VOCÊ FALOU SIM! EI! VOLTA!

— SAKURAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

THE END~ OWARI.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO GALERINHA, ESTÁ AI O ULTIMO CAP O/que felicidade em finalmente terminar Apenas Um Olhar *-*espero que tenham gostado como eu gostei, muito obrigado por acompanhar e pelos reviews :$enfim é isso.. talvez eu poste As a Man da Rafa tbm, mas isso só quando ela voltar a postar e claro dependendo da resposta de vocês ;)OBRIGADA GENTE e isso ae Até mais o/ ♥



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